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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB)

FACULDADE UNB DE PLANALTINA (FUP)


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA (PPGP)
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE GESTÃO PÚBLICA
Profa. Dra. Maria Raquel Gomes Maia Pires

ESTUDO DIRIGIDO (ED) 1 – Max Weber: entre a busca de “sentidos” para a “ciência”, para o “espírito
do capitalismo” e para a gestão pública

Contextualização

Pretende-se, com este primeiro ESTUDO DIRIGIDO (ED1), sistematizar e direcionar a


interpretação dos/as estudantes acerca das obras histórico-cultural de Max Weber discutidas em sala
de aula, a saber: “Ciência como vocação” e “Ética protestante e o espírito do capitalismo”. Como
previsto no primeiro módulo da disciplina, nossa intenção é a de que - por meio de um olhar aguçado
sobre alguns clássicos da sociologia, da filosofia e da psicanálise - possamos aprofundar a análise crítica
das abordagens tradicionais da gestão pública (ou das teorias da administração pública) de uso
corrente na área disciplinar. Para isso, a seguinte pergunta norteadora, ora simplificada, orienta o
debate dos textos em sala de aula: De que forma os/as autores/as estudados/as (Weber, Freud e Illouz)
subsidiam a crítica das chamadas “teorias da administração pública”, no âmbito da gestão democratica
do interesse público e da cidadania?

Em vista das dificuldades da turma com uma intepretação mais abrangente da obra de Max
Weber - por contestar uma certa visão hegemônica da área da administração que o restringem
unilateralmente como uma espécie de “fundador” da burocracia – optamos por elaborar algumas
questões diretivas que problematizam essa leitura linear e superficial de Weber, especialmente na sua
crítica à “racionalidade” técnica preponderante no capitalismo.

Orientações: a- para a resposta às questões, recomendo não apenas a leitura dos textos principais,
mas igualmente as interpretações dos comentadores da obra de Weber, especialmente aqueles que
dialogam com o referencial da sociologia crítica e compreensivista adotado na disciplina; b- a resposta
individual a todas as questões e a participação das discussões em sala de aula é imprescindível para
maior aproveitamento desse ED; c- a avaliação do primeiro módulo constará de uma ou mais questões
a serem retiradas deste e do ED2 previsto para o estudo dos clássicos supracitados; d- espera-se que
as respostas às questões sejam interpretativas, autorais e fundamentadas nos textos lidos; e- consultar
as recomendações à escrita, adiante (anexo 1), para elaboração das respostas.

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DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE GESTÃO PÚBLICA
Profa. Dra. Maria Raquel Gomes Maia Pires

Questão 1 – Na conferência “Ciência como vocação”, Weber surpreende seus leitores com a defesa
da “paixão” e da “intuição” como elementos necessários para a “alma” vocacionada do cientista. Com
base no texto, nos comentadores e nas discussões em sala, analise os trechos abaixo e responda: de
que forma a citada conferência compromete a interpretação, corrente na área da administração, de
que Weber seria um defensor da racionalidade burocrática tradicional, no âmbito das organizações
capitalistas ?

“Em nosso tempo, obra verdadeiramente definitiva e importante é sempre obra de especialista.
Consequentemente, todo aquele que se julgue incapaz de, por assim dizer, usar antolhos ou de se apegar à
ideia de que o destino da sua alma depende de ele formular determinada conjetura e precisamente essa, a
tal altura de tal manuscrito, fará melhor em permanecer alheio ao trabalho científico. Ele jamais sentirá o
que se pode chamar de “experiencia” viva da ciência. Sem essa embriaguez singular, de que zombam todos
os que se mantêm afastados da ciência, sem essa paixão, sem essa certeza de que “milhares de anos
ecoaram antes de você ter acesso à vida e milhares se ecoaram em silêncio” se você não for capaz de
formular aquela conjectura; sem isso, você não possuirá jamais a vocação de cientista e melhor será que se
dedique a outra atividade. Com efeito, para o homem enquanto homem, nada tem valor a menos que possa
fazê-lo com paixão” (Weber, 2011:27).

“É difícil determinar se a análise de Weber sobre a administração burocrática é um endosso desse modo de
organização ou se sua exposição é antes uma advertência sobre as consequências inevitáveis da crescente
burocratização. Herbert Marcuse preferiu a primeira opção – de que análise crítica de Weber acaba se
tornando uma apologia particularmente favorável à expansão da dominação capitalista por meio de
mecanismos burocráticos.” (Denhardt, 2012:41)

Questão 2- Ao longo do texto, Weber se posiciona a respeito da “ciência sem pressupostos”, ao colocar
a seguinte questão: “qual o significado da ciência para a vida humana e qual o seu valor?” (idem, p.32).
Comente, com base na interpretação crítica e com o uso dos comentadores, os seguintes itens: a- de
que forma essa pergunta caracteriza uma crítica de Weber a “ciência sem pressupostos” e ao
positivismo? b- qual a controvérsia dessa posição de Weber em relação a uma “suposta” defesa da
burocracia e do capitalismo? c- as questões e os argumentos colocados no texto em tela se
contrapõem ou ratificam a visão de que Weber “endossa” a forma de administração burocrática das
organizações capitalistas ? Justifique com base na interpretação dos textos e comentadores.

Questão 3- Acerca da obra “Ética protestante e o espírito capitalista”, responda aos itens: a- qual
questão e a premissa argumentativa principal do autor? b- qual o conceito de “vocação” utilizado por

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Weber e no que ele se aproxima e se distancia do seu uso no texto “Ciência como vocação” ? c- como
Weber define o “espírito capitalista” e porque ele seria, em princípio, contrário à ética religiosa dos
indivíduos ? d- o que seriam as “afinidades eletivas”, em Weber, e de que forma ele as visualiza entre
a “ética protestante” e o “espírito do capitalismo”? e- Na interpretação de Weber, qual a relação entre
“ascese” e “capitalismo”, que conclui a obra (recomento da leitura da parte II do livro para resposta a
esse item) e em que trecho isso pode ser visualizado?

Questão 4- O conceito de “vocação” nos textos estudados tem conceitos distintos, mas ambos
sinalizam uma semelhança que, de certa forma, aproxima as duas obras. Qual seria essa similitude e
de que forma ela sinalizaria um contraponto à interpretação hegemônica de Weber como “defensor
da burocracia” (para melhor resposta a questão, recomendo a leitura do artigo “O que resta da
Bildung: uma análise de Ciência como vocação, de Max Weber”, de Pedro Spindola P Caldas, disponível
on line e na pasta Dropbox) ?

Questão 5 – Elabore um pequeno texto dissertativo de até uma lauda sobre a questão norteadora
desse módulo, qual seja: de que forma as intepretações das obras histórico-culturais de Weber
estudadas subsidiam a crítica das chamadas “teorias da administração pública”, no âmbito da gestão
democrática do interesse público e da cidadania?

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ANEXO 1 - -Dez recomendações para a produção e a redação dos textos que serão observados nas
avaliações da disciplina:

I. Evite erros menores, como o uso inadequado das normas de citação e referências bibliográficas. Para
isto, consulte as normas de citação direta, indireta e de organização das referências ao final do texto.
Um texto pode perder a elegância ou impacientar desnecessariamente a/o leitora/r devido a
pequenos deslizes de forma. Isso é elementar e precisa de cuidado, sempre. Antes de escrever o texto
final, faça fichamentos, anotações ou roteiros que o auxiliem no entendimento ampliado da questão
temática. Releia os principais textos e, principalmente, os comentadores recomendados.
II. Problematize o tema com outras perguntas derivadas da principal. Importa primeiramente
contextualizar o leitor na questão, clarificando os conceitos principais (se for o caso), justificando o
porquê da escolha.
III. Construa o argumento central para as perguntas somente depois da etapa de leitura e de
problematização acima descrita, como forma de melhor se apropriar do tema e dos conceitos.
IV. Atenção! Não use dicionário da língua portuguesa para conceituar teoricamente ou produzir o seu texto.
Se você pretende utilizar um dicionário, que seja especializado (filosofia, sociologia, ciência política,
etc). Esse é um equívoco que transparece limitação teórica da/o autora/r.
V. Da mesma forma, jamais comece um texto com uma citação direta ou “jarguões”, pois demonstra
pobreza de ideias.
VI. Evite: afirmações genéricas, longas descrições redundantes, argumentos que não é capaz de sustentar,
searas que não domina, citações de terceiros (vá direto na fonte do autor), fazer afirmações que possam
remeter a questionamentos sem a devida fundamentação, autores pouco consistentes ou com visões
contrárias ao seu argumento – a não ser que objetive contrapor posições. Não se recomendam textos
excessivamente normativos ou pobremente teóricos (prefira a preponderância da teoria sobre a
legislação, para avançar no poder da crítica e da argumentação teórica).
VII. Critique-se: faça várias leituras, escolha um português correto, direto, claro e, efetivamente, cumpra
o que prometer no texto (ou seja, responda à questão proposta, não fuja pela tangente. Isto será
atentamente avaliado nas correções). Nada de evasões, superficialidades, ‘considerações’ muito
gerais que não chegam a lugar algum. Seja precisa/o nas afirmações que puder sustentar. E, claro, só
faça afirmações que puder sustentar teoricamente.

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VIII. Articule de forma coerente os elementos principais do texto (não precisam aparecer como tópicos, mas
devem estruturar a redação das respostas aos ED e ao ensaio teórico): introdução (problematização
do tema, justificativa da questão e apresentação do argumento central); desenvolvimento (a
sustentação teórica do argumento); conclusão (síntese objetiva e clara da resposta ao que se propôs).
IX. Evite o tom ‘opinativo’, prefira argumentações interpretativas com base em referencias sólidas (nada
de blogs, por exemplo). Ou seja, não emita opiniões vazias (do tipo que circula nas redes sociais),
também não seja neutro, mas exercite a crítica do pesar reflexivo. Lembre-se, estamos numa pós-
graduação científica que se propõe ao exercício da crítica. Portanto, elabore seu argumento com base
em autores consistentes e sólida capacidade de teorização.

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