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DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR E APRENDIZAGEM
MOTORA DO ADULTO
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1. INTRODUÇÃO
A idade adulta é o período que vai do final da adolescência ao início da velhice. Para
efeitos de estudo, iremos dividir esse período em duas partes: o adulto jovem ou início da
idade adulta, que abrange o período dos 20 aos 45 anos, e a meia idade, que vai dos 45 aos
65 anos. Desenvolvimento e declínio ocorrem durante toda a vida, em um equilíbrio e uma
progressão diferentes para cada indivíduo. As escolhas e os eventos durante o início da idade
adulta têm relação direta com a forma de alcançar esse equilíbrio. No início da idade adulta e
nos anos posteriores, as pessoas constroem a base para aquilo que será seu futuro
desenvolvimento. As decisões que tomamos neste período, seguramente irão afetar nossa
saúde, e a forma como iremos envelhecer. Nesta fase, como nas demais fases da vida, os
aspectos do desenvolvimento psicomotor, cognitivo e socioemocional estão interligados.
Fatores como renda, educação, estilo de vida, estado civil, influenciam na saúde. As emoções
podem desempenhar um papel relevante na inteligência, e o estresse e pressões do trabalho,
trânsito, podem afetar negativamente a rotina da vida familiar.
ADULTO JOVEM
Fatores de estilo de vida, como dieta, obesidade, exercício, tabagismo e uso ou abuso
de substâncias afetam diretamente a saúde do adulto jovem, por esse motivo iremos estudar
com mais atenção estas questões. Na dieta deve-se tomar cuidado com as gorduras,
especialmente os homens, pois elas se acumulam na região abdominal e são lançadas
facilmente na corrente sanguínea. Nas mulheres, o estrogênio protege contra a LDL
(colesterol ruim), diminuindo-o e aumentando a HDL (colesterol bom). O alcoolismo é um
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sério problema de saúde, infelizmente muito comum nesta faixa etária. O uso de bebida
alcoólica gera uma dependência química maior do que a causada pelo fumo e não depende
só de força de vontade, pois é uma doença crônica, que envolve períodos de remissão e
recaída.
Alguns fatores influenciam o alcoolismo, como por exemplo, herança genética (quatro
vezes mais chances principalmente nos homens); parentes alcoólatras (chance de três a
quatro vezes maior); preço, facilidade de compra e disponibilidade da bebida; atitudes
culturais que reforçam seu consumo e abuso; como a pessoa se sente quando bebe. Os
tratamentos para alcoolismo não representam cura, mas podem diminuir a dependência e
ensinar a pessoa a levar uma vida produtiva. São eles: desintoxicação (retirar o álcool de todo
o corpo); hospitalização; remédios e vitaminas; psicoterapia individual ou em grupo;
afastamento de todas as drogas que causam alteração de humor; envolvimento positivo da
família e encaminhamento a uma organização de apoio.
Outra decisão importante nesta etapa refere-se ao hábito de fumar. O uso do tabaco é
a causa de morte que mais pode ser prevenida, ou seja, depende quase que exclusivamente
da própria pessoa. O número de mortes relacionadas ao tabagismo no Brasil é de 156 mil ao
ano, tendo como base 2015, quando o estudo foi realizado pela pesquisadora Marcia Pinto,
do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz. De acordo com os dados compilados por ela, o
país registrou 478 mil infartos e internações devido a doenças cardíacas e 378 mil de doenças
pulmonares provocadas pelo cigarro. Além disso, o tabaco gera uma perda econômica de R$
56,9 bilhões ao ano, por causa do custo do tratamento das doenças relacionadas ao tabaco,
da perda de produtividade dos fumantes que adoecem e por causa das mortes prematuras
(Fonte: Jornal O Globo, 2017).
Os fumantes passivos, aqueles que inalam fumaça dos fumantes, também morrem.
Pelo menos sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pela
exposição passiva à fumaça do tabaco. De acordo com o estudo "Mortalidade atribuível ao
tabagismo passivo na população urbana no Brasil", realizado pelo Instituto Nacional do
Câncer (Inca) e pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil.
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O hábito de fumar, além de aniquilar completamente o funcionamento do sistema
respiratório, também é responsável por vários tipos de câncer, que se instalam em outros
órgãos, não somente nos pulmões (laringe, boca, esôfago, vesícula, rins, pâncreas, cérvix, pele,
bexiga) como resultado do uso da nicotina e outras substâncias tóxicas presentes no cigarro.
Outros efeitos do fumo podem ser problemas gastrointestinais, como úlceras; doenças
respiratórias graves, como bronquite e enfisema; doenças cardíacas, além de contribuir para
o declínio da densidade óssea em mulheres pós-menopausa e em homens também. Adultos
fumantes entre 30 e 40 anos de idade têm cinco vezes mais chances de sofrer ataques do
coração.
A boa saúde está relacionada com a educação e com a renda superior, pela facilidade
de acesso às informações, possibilidades de levar uma vida menos estressante e aquisição
de alimentos mais saudáveis, além do ambiente físico. Muitas pessoas moram em locais
onde não há saneamento básico. As mulheres tendem a viver mais do que os homens, em
parte por motivos biológicos, mas talvez também por se preocuparem mais com a saúde. Os
relacionamentos sociais, especialmente o casamento, tendem a estar associados à saúde
física e mental.
FIQUE ATENTO
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jovem deve buscar aprender habilidades motoras novas para que seu sistema
nervoso central esteja sendo continuamente estimulado.
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4. O DESENVOLVIMENTO NA MEIA IDADE
Esta fase abrange dos 40 aos 65 anos de idade, embora essa idade varie de acordo
com a classificação que se faça. Alguns autores consideram que a meia idade começa aos
45 anos.
Dos 30 aos 80 anos de idade, o corpo humano tende a perder massa muscular, ou
massa magra, e aumentar o tecido gorduroso, gradativamente. Porém, essa condição pode
ser modificada, com intervenção de atividade física associada a dieta alimentar.
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em virtude de ampla experiência. Por exemplo, operários de meia-idade são menos propensos
a sofrer de acidentes de trabalho. O adulto de meia idade não perde a capacidade de aprender
novas habilidades, porém, sua velocidade de progressão da aquisição dessas habilidades é
mais lenta.
EXEMPLIFICANDO
Essa fase não parece muito promissora do ponto de vista do desenvolvimento, mas
mudanças de hábito, de estilo de vida e, sobretudo, a prática sistemática de atividade física
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podem fazer com que o adulto de meia idade tenha uma qualidade de vida excelente e que
chegue à velhice com uma perspectiva animadora.
5. REVISÃO DA AULA
- Fumo (tabaco): é a causa de morte que mais pode ser prevenida, ou seja, depende
quase que exclusivamente da própria pessoa.
- Adultos entre 30 e 40 anos de idade: fumantes têm cinco vezes mais chances de
sofrer ataques do coração.
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- A saúde dos fumantes tende a melhorar imediatamente após largarem o hábito de
fumar (o risco do câncer é o que demora mais para diminuir: cerca de dez anos).
- Álcool: dependência química maior do que a causada pelo fumo e não depende só de
força de vontade, pois é uma doença crônica, que envolve períodos de remissão e recaída.
- O esforço físico excessivo, além de não trazer benefícios, pode ser prejudicial,
especialmente quando a pessoa tem doença respiratória ⇒ prejudica o sistema imunológico,
aumentando a suscetibilidade a infecção.
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Funcionamento sensorial e motor:
- Modificações Visuais - Perdas: de acuidade visual (nitidez); visão para perto; visão
dinâmica (ler palavras ao movimentar-se); sensibilidade à luz.
- Audição – perda acelerada após os 55 anos de idade – duas vezes mais rápido nos
homens do que nas mulheres.
- Outros declínios: olfato e paladar (mais nos homens; também por causa de
medicamentos); sensibilidade ao toque (após 45 anos de idade); sensibilidade à dor (após 40
anos de idade).
- Gradativa substituição de massa muscular por gordura - dos 30 aos 80 anos de idade;
para modificar esse percentual: atividade física associada a dieta.
- Tempo de reação simples (isto é, uma única resposta a um único estímulo): diminui
em cerca de 20%, em média entre os 20 e 60 anos de idade.
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6. REFERÊNCIAS
PAPALIA, D. E.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed,
2006.
PAINS C. Brasil registra 156 mil mortes ao ano causadas por cigarro. O GLOBO, 2017.
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