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NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

Como toda a ciência, a ecologia necessita de uma visão de seu objeto de estudo (a natureza) em partes.
Para isto ela faz uso da teoria dos sistemas. Um sistema é um conjunto cujos elementos se unem através de
propriedades calcadas na interação, na interdependência e na sensibilidade a certos mecanismos reguladores de
tal modo que eles formam um todo unificado. Portanto, para o sistema como um todo funcionar, as partes devem
ser interdependentes e interagirem entre si. Um sistema pode ser classificado como: simples ou complexo. Essa
classificação não é relacionada com a quantidade de partes que o sistema possui, vai depender da interação entre
as partes.
Um sistema é dito por sistema complexo quando suas propriedades não são uma consequência natural de
seus elementos vistos isoladamente, e as partes interagem aos pares. Portanto, o todo é o somatório das partes.
Um sistema complexo é aquele no qual as interações entre as partes vão além dos pares, apresentando grau de
intensidades diferentes nas interações. Sendo assim, o todo é maior que o somatório das partes. Os sistemas
biológicos podem ser considerados sistemas complexos.
A ecologia ocupa-se, então, com os três níveis a seguir:

 organismos individuais;
 populações ( consistindo em indivíduos da mesma espécie);
 comunidades (consistindo em um maior ou menor número de populações).
No nível organismo, a ecologia procura saber como os indivíduos são afetados pelo seu ambiente (e como
eles o afetam). No nível de população, a ecologia ocupa-se da presença ou ausência de espécies determinadas,
da sua abundância ou raridade e das tendências e flutuações em seus números. A ecologia de comunidades trata,
então, da composição ou estrutura de comunidades ecológicas.
PROPRIEDADES EMERGENTES E PROPRIEDADES COLETIVAS
Se pensarmos que sistemas biológicos são sistemas complexos, da soma dos elementos (espécies e
ambiente) emergirá novas propriedades. Essas propriedades são denominadas de propriedades emergentes.
Em um contra censo, as propriedades emergentes são propriedades não redutíveis, ou seja, propriedades do todo
que não podem ser reduzidas as propriedades das partes.
Exemplo: pensando em propriedades emergentes como degraus.
As descobertas em um nível ajudam no estudo do nível
superior, porém elas nunca explicam totalmente os fenômenos que
ocorrem nesse nível (focal). Da mesma forma os fenômenos
envolvidos no nível focal são restringidos pelos fenômenos do nível
acima.
A explicação para a propriedade emergente deve ser buscada
no nível abaixo (propriedade coletiva).
Já as propriedades coletivas são atributos que são previsíveis a partir das partes. Seguindo esse
raciocínio são propriedades que são redutíveis a um nível inferior.

Níveis hierárquicos de organização


Hierarquia é definida como um sistema de
interconexões onde o nível mais alto limita os níveis mais
baixos, dependendo das restrições de tempo e de
comportamento. Uma hierarquia é formada de entidades,
que ao mesmo tempo são partes e são o “todo” que
preenche um determinado ambiente. Em cada nível da
hierarquia existem esses elementos que ao mesmo tempo
são “partes” e “todo” e são denominados de holons.
Exemplo 1: Se o nível focal de estudos ecológicos for o indivíduo.
Estudo focal: o voo em aves
Um osso (nível basal) sozinho não pode explicar o fenômeno do voo em aves.
Mas a ‘propriedade’ desses ossos possuírem câmaras de ar e serem mais leves e de
estarem em posições específicas nos organismos das aves as capacita a habilidade
do voo, como um indivíduo (nível focal). Uma propriedade que ‘emerge’ ao indivíduo,
mas não é ‘coletiva’ aos ossos. Da mesma forma, a capacidade do voo de uma única
ave é ‘limitada’ pelos eventos migratórios da população (nível acima).
Exemplo 2: Nível focal – ecossistemas
Estudo focal: fluxo de energia
Uma comunidade (nível basal), sozinha, em termos de número de espécies,
não pode explicar a propriedade do fenômeno do fluxo de energia entre os níveis
tróficos do ecossistema (nível focal). Mas a eficiência de consumo, de assimilação
e de produção de cada espécie dentro do ecossistema, o faz. Da mesma forma
que o ecossistema é restringido pela biosfera no sentido de posição do globo
terrestre, onde os trópicos possuem uma maior energia disponível que as regiões
temperadas.
A QUESTÃO DA ESCALA
Escala: se refere a dimensões espaciais e temporais de um objeto ou de um processo. É diferente dos níveis de
organização, os quais são usados para identificar um lugar dentro de uma hierarquia biótica.

Escala – TERMINOLOGIA: A escala é caracterizada pelo grão e pela extensão.


Grão: Medida mínima de uma possível resolução espacial, ou temporal, na qual é dado um conjunto de dados.
Extensão: Tamanho total de uma área de estudo ou a duração do tempo que está sob consideração.

 Quanto menor o tamanho do grão, maior a quantidade de grãos e maior a quantidade de detalhes;
 Quanto maior o tamanho do grão, menor a quantidade de grãos e menor a quantidade de detalhes;
 Quanto mais grosseira (maior) for a escala, menor a quantidade de detalhes;
 Quanto menor a extensão, maior a quantidade de detalhes. E quanto maior a extensão, menor a quantidade
de detalhes.
Termo Definição

Escala Cartográfica Razão entre a distância no mapa e a distância real. Na cartografia,


amplas escalas se referem a escalas refinadas e pequenas escalas a
escalas grosseiras

Extrapolar Transformar informações de uma escala para outra (tanto no grão


quanto na extensão) ou de um sistema (conjunto de dados) para outro
em uma mesma escala

Resolução Precisão de medida (e.g., tamanho do grão em quilômetros quadrados,


se a medida for espacial)

O problema da escala: “O problema em relacionar fenômenos ao longo de escalas é central tanto na biologia
quanto em toda a ciência” (Simon A. Levin, 1992)
Escalas ecológicas: escala local, escala regional, escala global.
Porque a escala tem tanta relevância em estudos ecológicos?

 Não existe uma única escala apropriada na qual ecólogos devem analisar os dados.
 A escala deve ser escolhida de acordo com a pergunta ecológica e em referência a escala do conjunto de
dados.
 Não se escolhe o tamanho da escala com base no tamanho do indivíduo, mas com base no objeto de estudo.
 Cada organismo tem sua escala de tempo próprio (horas, dias, meses, anos).
Do mesmo modo que o espaço geográfico, o tempo também tem escala. Do mesmo modo os organismos
têm sua própria escala temporal. A “sucessão ecológica” – a colonização sucessiva e contínua de um local por
certas populações de espécies, acompanhada da extinção de outras – pode ser estudada por um período
compreendido entre o deposito até a decomposição de um monte de esterco de ovelha (uma questão de semanas)
ou a partir da mudança do clima no final da última glaciação até os dias atuais e seguindo adiante (em torno de
14.000 anos). A migração pode ser estudada em borboletas por um período de dias ou em arvores que ainda
estão migrando (lentamente) para áreas degeladas após o último período glacial.
Porque se preocupar com a escala? - A terra é um ambiente bastante heterogêneo. Dessa forma não existe
uma área TÃO PEQUENA, ou uma área TÃO GRANDE, que não contenha um padrão ecológico.
CONDIÇÕES E RECURSOS
Onde os organismos podem viver? - No ambiente propício para a espécie.
Condições: características físicas e químicas do ambiente. São fatores
abióticos, no entanto, não são sinônimos, pois alguns fatores abióticos
podem ser recursos. Portanto, condição ambiental são fatores abióticos
que não são consumidos pelos organismos, relacionado as características
físicas e químicas do ambiente. Não importa a quantidade de indivíduos,
isso não influenciará nas condições do ambiente.
Recursos: componentes bióticos e abióticos do ambiente, que são tudo
que o organismo usa, ou consome, no seu crescimento e manutenção,
tornando-os menos disponíveis para outros organismos.
Exemplos:

 Alimento (animal, frutos, folhas, caules, flores, matéria orgânica morta, sangue etc)
 Luminosidade (possibilita o crescimento, sobrevivência e reprodução dos vegetais)
 Abrigos (tocas em árvores ou solo, etc)
 Território (espaço)
 Água
 Parceiros sexuais
Como classificamos condições ambientais?
Geralmente utilizamos termos como condições “extremas”, “propícias”, “estressantes”.

 Para um pinguim, frio não é condição extrema, nem estressante, é uma condição propícia.
 Para um cacto, seca não é condição extrema, nem estressante, é uma condição propícia.
Existe uma relatividade nos modos pelos quais os organismos respondem às condições, e é também fácil e
perigoso para o ecólogo admitir que todos os outros organismos sentem o ambiente da mesma maneira que nós!
Dizer se uma condição é propicia ou não irá depender da fisiologia do organismo.
Efeitos das condições:
Os organismos podem responder às condições de três (3) formas:
1ª resposta - contínua: condições extremas são letais, mas existe um continuum entre esses limites. Exemplo:
Temperatura: Muito frias e muito quentes são limitantes, mas existe um contínuo entre essas temperaturas.
2ª resposta - letal somente em extremos altos. Exemplo: Toxicidade - em concentrações 0 ou muito baixas, o
organismo não é afetado, porém em condições altas é letal.
3ª resposta - organismos necessitam dessas condições em baixas taxas, mas se tornam tóxicas em altas.
Exemplo: Salinidade – necessária em baixas quantidades. Tanto a ausência como o extremo máximo são letais.
Zona de sobrevivência: situação de estresse.
O organismo gasta toda sua energia para
sobreviver.
Zona de crescimento: além de sobreviver, o
organismo utiliza a sua energia para crescer.
Zona de reprodução: condição ideal para
gerar descendentes.

 Aclimação: exposição a temperaturas relativamente baixas pode elevar as taxas metabólicas, resultando
em uma tolerância a essas temperaturas. Todo e qualquer organismo vivo tem uma resposta fisiológica ao
clima. Exemplo: dormência da semente, hibernação.
Respostas de animais a temperaturas:

 Endotérmicos: consomem energia para manter sua temperatura interna constante, independente da
temperatura do ambiente.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Maior amplitude de utilização do ambiente. Gasto de energia

 Ectotérmicos: utilizam as condições ambientais para regular a temperatura corporal.


VANTAGENS DESVANTAGENS
Sem gasto de energia Restrição na utilização do ambiente.

O gasto de energia mínimo significa que a temperatura do ambiente está próxima à temperatura corporal.
Recursos: são consumidos pelo organismo. Podem ser fatores bióticos ou abióticos. Há uma competição pelo
recurso pois este é finito, deixando assim menos disponível para outros organismos.
Os recursos mais escassos, são os recursos limitantes e define o máximo de competição entre os
organismos.
Lei do Mínimo: Justus von Liebig (1840) – O potencial de um recurso para limitar o crescimento populacional
depende de sua disponibilidade em relação à demanda. As populações são limitadas pelo recurso que é mais
escasso  FATOR LIMITANTE (qualquer recurso escasso em relação à sua demanda e que restringe o
crescimento de uma população).
Existe uma diferenciação de recursos para organismos autótrofos e heterótrofos.
Organismos autótrofos (plantas e seres quimiossintetizantes) – sintetizam a biomassa através de recursos
abióticos: recursos para atividade fotossintética e crescimento (4)
1) Radiação solar: é um recurso, já que as plantas competem pela luz, pois são cesseis. Estratégias para
lidar com ambientes ensolarados e sombreados.
2) Água: estratégias para lidar com ambientes secos e úmidos: água é perdida pelas plantas pela fotossíntese
ou sua saída é controlada pelos estômatos;
3) Nutrientes minerais: estratégias para lidar com ambientes pobres e ricos: a arquitetura das raízes
determina a eficiência em captar recursos minerais, simbiose com bactérias e fungos.
4) Dióxido de carbono: estratégia para captação de dióxido de carbono: também é um processo ligado a
fotossíntese.
Organismos heterótrofos (animais) - sintetizam a biomassa através de recursos orgânicos (bióticos):

 Decompositores: se alimentam de vegetais e animais mortos;


 Parasitos: se alimentam de um ou muito poucos vegetais ou animais vivos, mas geralmente não matam
seus hospedeiros, ao menos não imediatamente, para garantir sua fonte de alimentação;
 Predadores: comem muitas presas, tipicamente matando-as;
 Pastejadores: consomem partes de suas presas. Geralmente não as matam, ao menos não imediatamente.
Defesa dos recursos (3):

 Cripsia: camuflar (o organismo se confunde com o meio – coloração próxima ao substrato);


 Aposematismo: organismos que são venenosos ou impalatáveis anunciam com sua cor ou brilho –
coloração aposemática (chamativa).
 Mimetismo: organismos que são palatáveis e não-venenosos “imitam” a cor e o brilho de organismos
impalatáveis e venenosos. Uma vantagem desse tipo de defesa, é que esses organismos não necessitam
gastar energia para produzir toxicidade.
Mimetismo batesiano é uma forma de mimetismo em que uma espécie evolui características morfológicas
ou outras que a fazem aparentar com outra espécie considerada repugnante pelo predador, concedendo-lhe uma
certa proteção contra predação. O mecanismo foi proposto por Henry Walter Bates. Nesse tipo de mimetismo, o
imitador tenta enganar o predador usando cores e características que causam repulsa. As cores e a forma são
sinais de alerta para que o predador se afaste porque o organismo não é palatável ou é indesejável. Essa
estratégia chama-se coloração de advertência ou aposematismo. O predador se mantém longe porque o
organismo utiliza cores fortes e formas específicas condizentes com seu potencial de toxidade. As mesmas cores
e formas são copiadas pelo agente imitador. Assim, o predador se afasta por acreditar que, tal como o modelo, o
imitador contém substâncias venenosas, ferrões, espinhos ou pelos que causam coceiras.
O uso de substâncias repugnantes ao predador também foi descrito pelo cientista Johann Friedrich Theodor
Müller (1822-1897). É o chamado mimetismo mulleriano, comum em espécies abundantes, como insetos. O
mimetismo mulleriano ocorre quando duas ou mais espécies impalatáveis adotam um único padrão de coloração
de advertência. Dessa forma, conseguem evitam um número maior de inimigos naturais.

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