Vous êtes sur la page 1sur 29

UFCD 3543 - 50 Horas

Psicologia da Velhice

Manual de Formação

Formadora
Susana Mendes

2018
Índice

Âmbito do Manual .............................................................................................................. 3


Objetivos .......................................................................................................................... 3
Conteúdos programáticos ............................................................................................. 3
Gerontopsicologia............................................................................................................... 4
Contextualização do Tema ............................................................................................ 4
Gerontologia .................................................................................................................... 5
Gerontopsicologia ........................................................................................................... 5
Aspetos Biológicos e Psicológicos no envelhecer ........................................................ 5
Emoções e Velhice ........................................................................................................ 11
Motivação ....................................................................................................................... 14
Personalidade ................................................................................................................ 17
Tarefas evolutivas da velhice ......................................................................................... 19
Ajustamentos psicossociais da velhice ..................................................................... 19
Fase Final da Vida/Reflexão sobre a Morte e Luto ................................................ 20
Aspetos Cognitivos do Envelhecimento ...................................................................... 23
Velhice e Aprendizagem .............................................................................................. 24
Avaliação das Funções Cognitivas ............................................................................. 24
Modificações nas Funções Cognitivas ...................................................................... 25
A sexualidade na velhice ................................................................................................. 26
Fatores que Influenciam a Mudança de Comportamento Sexual na Velhice ... 26
Menopausa e Andropausa .......................................................................................... 27
Amor e Sexualidade na Pessoa Idosa ........................................................................ 29

PSICOLOGIA DA VELHICE 2
ÂMBITO DO MANUAL
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de
formação de curta duração nº 3543 – Psicologia da velhice, de acordo com o
Catálogo Nacional de Qualificações, apresentando uma duração de 50 horas.

Objetivos
• Enunciar a importância da Gerontopsicologia no reconhecimento dos
problemas que se colocam à pessoa idosa.

Conteúdos programáticos
• Gerontopsicologia
o Aspetos biológicos e psicológicos no envelhecer
▪ Emoções e velhice
▪ Motivação
▪ Personalidade: tipologias
o Tarefas evolutivas da velhice
▪ Ajustamentos psicossociais da velhice
▪ Fase final da vida/reflexão sobre a morte e o luto
o Aspetos cognitivos do envelhecimento
▪ Velhice e aprendizagem
▪ Avaliação das funções cognitivas
▪ Modificações nas funções cognitivas
• Inteligência, memória e aprendizagem
• Resolução de problemas e criatividade
• A sexualidade na velhice
o Fatores que influenciam a mudança de comportamento sexual na
velhice
▪ Crise da menopausa
o Sexualidade depois dos 60 anos
o Amor e sexualidade na pessoa idosa.

PSICOLOGIA DA VELHICE 3
GERONTOPSICOLOGIA
Contextualização do Tema
Ao longo das últimas décadas, tem-se assistido a um progressivo
envelhecimento da população tendo este fenómeno despertado o interesse sobre
as problemáticas em torno do envelhecimento, velhice e idoso.
O envelhecimento da população deve-se a fatores demográficos, pelo
aumento da população idosa em proporção à população jovem, e população em
idade ativa. E, este fenómeno deve-se a fatores como:
o Diminuição da mortalidade infantil;
o Aumento da longevidade;
o Diminuição da natalidade;
o Melhoria das condições socioeconómicas;
o Melhoria dos cuidados de saúde.

O envelhecimento da população é um fenómeno universal.

Como principais consequências deste envelhecimento populacional


destacam-se:
Ao nível Económico:
o Diminuição da população ativa;
o Aumento dos reformados;
o Aumento da população dependente;
o Aumento das despesas com a Segurança Social.

Ao nível Social:
o Alterações nas relações familiares;
o Alterações nas relações profissionais;
o Conflito de gerações;
o Aumento da necessidade de instituições de assistência ao idoso.

PSICOLOGIA DA VELHICE 4
Ao nível dos Cuidados de Saúde
o Aumento da população doente ou em risco;
o Aumento do consumo de cuidados diferenciados;
o Necessidade de pessoal e de instituições especializadas.

Gerontologia
Campo de estudos interdisciplinar que investiga os fenómenos fisiológicos,
psicológicos, sociais e culturais relacionados com o envelhecimento do ser
humano.

Gerontopsicologia
A Gerontopsicologia, ou Psicologia da Velhice, é a parte da Psicologia do
Desenvolvimento que estuda:
o Os idosos;
o O processo de envelhecimento;
o A velhice.
Procura compreender e explicar o comportamento, as atitudes, a
personalidade, as emoções e os aspetos individuais e interpessoais do idoso.
Assim, defende que o envelhecimento não é uma doença, mas sim um
processo natural que sofre influências tanto da herança genética como do estilo
de vida e do ambiente, embora afete todos os nossos órgãos e sistemas. Por este
motivo, nem todas as pessoas envelhecem da mesma maneira, nem ao mesmo
ritmo.

ASPETOS BIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS NO


ENVELHECER
O processo de envelhecimento humano traz alterações tanto a nível
biológico como a nível psicológico, e é fundamental considerar que o nosso corpo
e a nossa mente se influenciam mutuamente.

PSICOLOGIA DA VELHICE 5
Perante os idosos lidamos com: alterações de aparência, lentificação geral
(mobilidade, raciocínio), alterações ósseas, alterações neurológicas, alterações
gastrointestinais e do metabolismo, alterações ao nível da sexualidade e
alterações sensitivas (órgãos dos sentidos). No organismo registam-se uma série
de alterações, tanto físicas como psicológicas e funcionais.
Em seguida, encontramos uma descrição mais pormenorizada das
alterações que ocorrem nos diferentes sistemas e órgãos do nosso corpo.

Pele
o Um dos sinais mais evidentes da passagem dos anos é a mudança que se
produz no aspeto da face. Aparecem rugas, manchas ou pigmentação
irregular.
o Aparecimento de cabelos brancos e da calvície.
o Diminui a sudação, com o aumento da secura cutânea e menor
adaptabilidade às alterações atmosféricas, em especial ao frio.
o As unhas tornam-se mais frágeis, lascam e partem-se com mais facilidade.
Crescem mais lentamente, mas em alguns casos engrossam de modo
peculiar, principalmente nos pés.

Olhos
o Os olhos tendem a afundar-se por diminuição da gordura orbitaria.
o Devido à perda de elasticidade do cristalino (e consequentemente da
capacidade de acomodação) produz uma redução da capacidade de
focagem de objetos próximos, o que obriga à utilização de óculos para ler,
escrever, coser…
o A diminuição do tamanho da pupila (que adquire uma forma irregular) e a
diminuição na velocidade de resposta à luz são alterações que explicam a
deficiente adaptação aos locais escuros e às mudanças bruscas de
iluminação.

PSICOLOGIA DA VELHICE 6
Ouvidos
o O tímpano torna-se mais espesso e acumula cera, com formação de
tampões.
o Com a idade, o ouvido interno e o nervo auditivo sofrem um processo de
degeneração, com perda da capacidade auditiva para altas frequências.

Boca
o A boca tende a secar em virtude da menor produção de saliva e de
alteração na sua qualidade.
o Também diminui o paladar, tornando-se mais lento o reflexo nauseativo,
com aumento das possibilidades de engasgamento.
o As gengivas ficam mais finas, diminuindo a sua superfície, reduzindo a sua
capacidade de suportar a pressão de uma prótese dentária e lesionando-se
com mais facilidade.
o Os dentes tendem a separar-se, sendo frequente a sua perda progressiva.
Podem também ficar mais escuros, devido à perda de esmalte e aos
depósitos de minerais.

Nariz
o Pode aumentar de tamanho, perde-se a capacidade e os pelos aumentam
em número e em grossura.

Constituição corporal
o Reduz-se a massa muscular total, enquanto aumenta a gordura corporal, o
que provoca alterações no peso e no aspeto, até mesmo 50% do peso
corporal. Isto explica a grande facilidade com que os idosos se desidratam,
tanto por perda de água como por diminuição da sede ou dificuldade de
ingerir líquidos.

PSICOLOGIA DA VELHICE 7
Sistema Musculoesquelético
o Produzem-se alterações nos músculos, nos ossos e nas articulações, que se
repercutem tanto na forma como na mobilidade e nas atividades da vida
diária.
o Origina-se uma perda geral de massa óssea, sobretudo na mulher depois
da menopausa. Os ossos mais frágeis (devido à osteoporose que se instala),
tornam-se mais predispostos a fraturas, a deformação nas vértebras,
contribui para a postura “curvada” de muitos idosos.
o O envelhecimento repercute-se, fundamentalmente, na mobilidade das
articulações.
o Diminuição da estatura (em média 5cm no homem e 3cm na mulher).
o Endurecimento e rigidez dos tendões.
Dão origem a:
• Diminuição da força
• Diminuição do tónus muscular e da velocidade contração
Como tal:
• Os movimentos ficam mais lentos
• A capacidade de reação diminui

Aparelho Respiratório
o Variadíssimas alterações funcionais diminuem o reflexo da tosse, reduzem
as trocas de ar, aumentam as secreções e dificultam a expetoração. Muitas
vezes é necessário ensinar os idosos a tossir eficazmente.

Aparelho Digestivo
o As alterações funcionais podem afetar a função motora, secretora, de
absorção ou todas simultaneamente. Em geral, o trânsito de alimentos fica
mais lento, com menor absorção de substâncias e tendência à prisão de
ventre.
o A partir dos 50 anos, o tamanho do fígado diminui bem como o fluxo
sanguíneo.

PSICOLOGIA DA VELHICE 8
Aparelho Circulatório
o Alterações anatómicas nos tecidos e na função cardíaca que dão origem a
modificações importantes no funcionamento cardíaco.
o Em repouso, não mostra grandes alterações quando comparado com as
pessoas mais jovens.
o Em exercício, os idosos não conseguem alcançar uma frequência cardíaca
tão elevada sendo a capacidade para realizar exercícios intensos mais
limitada.

Aparelho Genital
o Após a menopausa, ocorre uma diminuição importante na produção de
hormonas responsável pelas alterações do aparelho genital.
o Perda de pelos públicos, diminuição do tamanho dos ovários, trompas e
útero.
o Vagina mais curta, menos elástica e menos lubrificada – relações mais
dolorosas e aumenta o risco de infeções vaginais.
o Nos homens ocorrem menos alterações anatómicas, mas são significativas
as alterações fisiológicas: ereção mais lenta, diminui a sensibilidade peniana
e aumenta a próstata.

Rins
o Diminui o fluxo sanguíneo renal, com perda da maioria das funções renais.
o Altera-se a capacidade de concentração e diluição de urina. Como muitos
fármacos são eliminados por esta via, os seus níveis podem estar
aumentados no sangue, com prováveis efeitos tóxicos secundários.

Sistema Nervoso
o As alterações no sistema nervoso central (SNC) afetam diferentes níveis:
sensoriais, motores, capacidade intelectual e comportamento.
o São afetados a perceção, a memória recente, o sono, a coordenação motora
e o controle muscular.
o A perda de memória (especialmente a recente).

PSICOLOGIA DA VELHICE 9
o Diminuição da capacidade de aprendizagem de novas aptidões.
o A capacidade de recordar é mais lenta e implica mais esforço.
o Pode debilitar-se a vontade (motivação) e perder-se a capacidade de
adaptação a novas situações.
o Diminuição da capacidade de comunicação e do estado de ânimo.
o O idoso pode apresentar uma mentalidade pré-depressiva.

A nível Psicológico
o Espera-se uma diminuição tendencial do funcionamento intelectual e
modificações no comportamento.
o O envelhecimento cerebral é um processo diferencial que se manifesta
com gravidade variável conforme a pessoa. Podem observar-se diferenças
interindividuais acentuadas.
o Podem observar-se perfis de envelhecimento diferentes, conforme os
modos e histórias de vida.
o A neuroplasticidade, embora menos eficaz, observa-se no idoso. Efeitos
muito positivos dos programas de otimização dos recursos cognitivos em
pessoas idosas (melhoramento do funcionamento cognitivo).

O nosso corpo e a nossa mente influenciam-se mutuamente. Por exemplo, as


perdas de memória (dimensão psicológica) estão associadas à morte de células do
cérebro (dimensão física). Ou, muitas depressões (dimensão psicológica) que
ocorrem na terceira idade são, por um lado, causadas pela perceção da perda das
suas capacidades (físicas) e, por sua vez conduzem a uma inércia e a uma
inatividade muito prejudiciais para a sal saúde (física) do idoso. Por tudo isto, os
aspetos psicológicos e biológicos devem ser entendidos com associados.

PSICOLOGIA DA VELHICE 10
Emoções e Velhice

Emoções Primárias
Alegria, tristeza, raiva, medo, aversão/nojo e surpresa são as nossas
emoções primárias isto porque são universais. Ou seja, aquelas que dão origem e
influenciam todas as outras e que desenvolvemos na infância ainda. Conseguimos
reconhecê-las e demonstramos fisicamente estas emoções.

Velhice
O avanço da idade traz-nos experiência e conhecimento, contudo traz
também o desgaste do corpo e das funções fisiológicas. Essa deterioração física
pode ser de tal forma acentuada que compromete os aspetos positivos acima
mencionados.
A perceção de que essa deterioração é inevitável faz com que a velhice se
torne um fenómeno ameaçador e angustiante para muitas pessoas.
Não é apenas a perspetiva do desgaste e da incapacidade física que assusta
o idoso. A aproximação da morte, a senilidade e a demência, a solidão e o
abandono, são tudo fatores que contribuem para que o processo de
envelhecimento esteja repleto de medos e ansiedades.

Na nossa sociedade atual, extraordinariamente orientada para a


produtividade e para a valorização do corpo, da atividade física e da juventude, o
idoso não usufrui do estatuto de outrora. O idoso sente-se frequentemente
desvalorizado e rejeitado como um “fardo” indesejável, com prejuízos enormes
para a sua autoestima e para o seu gosto pela vida.

Este tipo de sentimentos comporta um desafio para os profissionais que


trabalham em serviços geriátricos. Se é verdade que é muito importante que os
idosos se mantenham ativos física e mentalmente, também acontece que nem
sempre estes se encontram motivados para tal. Há mesmo idosos que oferecem
grande resistência psicológica e que tendem a deprimir-se.

PSICOLOGIA DA VELHICE 11
O processo de envelhecimento envolve alterações ao nível dos processos
mentais, da personalidade, das motivações, das aptidões sociais e aos contextos
biográficos do sujeito. Quer isto dizer que o envelhecimento, do ponto de vista
psicológico, vai depender de fatores de ordem genética, patológica (doenças e/ou
lesões), de potencialidades individuais (processamento de informação, memoria,
desempenho cognitivo, entre outras), com interferência do meio ambiente e do
contexto sociocultural.

Segundo esta perspetiva, é necessário perceber a importância das formas


de compensação, que cada um de nós utiliza/prepara para fazer face às perdas
associadas ao envelhecimento, pois estas vão influenciar significativamente a
qualidade de vida e o bem-estar psicológico do idoso.
A emoção é uma reação súbita de todo o nosso organismo, com
componentes fisiológicas, cognitivas e comportamentais que permite ao sujeito se
libertar das suas tensões.

Associado ao envelhecimento estão um conjunto de perdas que o idoso


deve integrar e que podem ter graves consequências na sua autoestima,
autoimagem e nas atividades do seu dia-a-dia.

Destaca-se assim as Perturbações de Ansiedade.


A Ansiedade entendida como um estado subjetivo acompanhado por várias
combinações de sinais e sintomas. Em alguns idosos pode ser difícil distinguir
entre sintomas de ansiedade e sintomas de doenças físicas (palpitações, dispneia,
dor torácica), uma vez que dão mais atenção aos sintomas físicos.

Assim, destacam-se as seguintes perturbações de ansiedade:


Ansiedade situacional – situações comuns que também afetam as outras
faixas etárias (exames médicos, dentista…)
Ansiedade de adaptação – pode ocorrer durante ou depois de períodos de
crise pessoal evidente (mudanças de casa, institucionalização, reforma…)

PSICOLOGIA DA VELHICE 12
Ansiedade fóbica – medo excessivo ou irracional de uma situação particular
(receio de não ser capaz de fazer alguma coisa que até aí fazia, medo de ter um
episódio de incontinência…)
Perturbação de pânico – situações primeiramente avaliadas como sendo de
causa física e só com as sucessivas repetições é que são enviadas para a
psiquiatria.

Sabe-se, também, que o nosso estado emocional influência o nosso estado


físico. Esta pode ser exercida de forma direta, uma vez que, qualquer circunstância
que conduza ao aumento da ansiedade, fúria ou depressão tem probabilidades de
se refletir como agravamento agudo duma doença física preexistente. Por
exemplo: a dor crónica ou intermitente pode ser exacerbada por ansiedade ou
depressão.

Ou, então, esta influência pode ser de forma indireta, na adesão ao


tratamento, medicação ou às indicações do médico.
Mais concretamente, a Ansiedade pode agravar algumas condições físicas
como:
o Dor aguda
o Angina de peito
o Dor crónica
o Hipertensão
o Obesidade
o Depressão

Por sua vez, a Depressão agrava com frequência:


o Dor crónica
o Obstipação
o Perda de energia

PSICOLOGIA DA VELHICE 13
Motivação
A motivação é a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um
organismo. É o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência dos
esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.

As pessoas são diferentes no que toca à motivação:


o As necessidades variam de indivíduo para indivíduo;
o Os valores sociais também são diferentes;
o As capacidades para atingir objetivos, também diferem;
o Os objetivos são distintos de pessoa para pessoa;
o As necessidades, os valores e as capacidades variam no mesmo indivíduo
conforme o tempo.

Todo o comportamento humano é motivado. A motivação, no sentido psicológico,


é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento
visando à satisfação de uma ou mais determinadas necessidades.

O motivo é a razão que leva o organismo a agir.

No ciclo motivacional existem geralmente três etapas: necessidade, impulso e


resposta (meta).

É a necessidade (estado de falta fisiológica ou psicológica) que origina o impulso


ou pulsão.

PSICOLOGIA DA VELHICE 14
O impulso é a força que leva a pessoa à ação, ou seja, ao conjunto de
comportamentos que permitem atingir o objetivo. O impulso termina quando a
meta, o objetivo, é alcançada. Se a meta é atingida, a necessidade é satisfeita e o
impulso é reduzido.

Teoria das Necessidades


Maslow, em 1943, propôs um modelo que hierarquizava as necessidades
humanas, representando-o sob a forma de uma pirâmide. A pirâmide ajuda-nos a
a compreender melhor os diferentes tipos de motivação humanos.

Maslow organizou as necessidades humanas em cinco níveis de crescente


complexidade:

PSICOLOGIA DA VELHICE 15
As necessidades da base da pirâmide são as mais básicas e que estão
diretamente relacionadas com a sobrevivência da pessoa. São necessidades
comuns a qualquer ser vivo e que constituem motivações que partilhamos com os
restantes organismos do reino animal. Embora possamos pontualmente
negligenciar estas necessidades (quando, por exemplo, uma atividade mais
apaixonante nos faz esquecer a fome), na realidade não podemos deixar de as
realizar mais tarde ou mais cedo, sob risco de ameaçarmos a nossa saúde e a nossa
vida.

As necessidades de segurança estão também, de alguma forma, ligadas à


sobrevivência e à integridade física da pessoa, mas, são já de uma ordem superior
e de maior complexidade. Já sofrem uma maior influência de fatores
socioculturais. Quando um idoso esconde a caixa das bolachas que lhe foi
oferecida, não o faz por ter fome (Nível Fisiológico) mas motivado pela
necessidade de não perder algo que é seu (Nível da Segurança).

O terceiro nível é o afetivo. Este nível é já muito complexo e muito sujeito


a influências sociais, o que não quer dizer que apenas se observe nos seres
humanos. Todos somos fortemente motivados por fatores desta natureza e as
pessoas idosas não são exceção. A família e os amigos desempenham aqui um
papel muito importante.

A necessidade de estima é também conhecida como de estatuto ou de afirmação


pessoal. É uma necessidade com uma componente social fortíssima. Já aqui
referimos que o idoso se sente, por vezes, despromovido socialmente. Essa
perceção da perda de estatuto faz-se frequentemente acompanhar de
comportamentos que procuram reafirmar e reivindicar essa dignidade, embora
dificilmente sejam bem-sucedidos. Não é invulgar assistirmos a discussões entre
idosos e crianças que resultam da necessidade do idoso disputar a atenção e a
consideração das quais as crianças são alvo.

PSICOLOGIA DA VELHICE 16
O nível mais elevado e complexo é o da realização pessoal. São as
necessidades desta ordem que nos levam a agir em defesa de valores, sacrificando
o nosso conforto físico e, inclusivamente, colocando em risco a nossa própria vida.
Por vezes encontramos idosos que nos transmitem um enorme sentimento
de serenidade e de realização pessoal. Olham para trás e vêm tudo o que
construíram com o seu trabalho, a família que criaram, a sabedoria que
apreenderam. Contudo, não basta viver das realizações do passado. É importante
que a motivação para continuar a construir e a melhorar o mundo à sua volta
persista.
Há idosos que se mantêm ativos e conscientes de que o seu saber tem um
papel importante e que deve ter utilidade prática. Desde coisas simples como
contar histórias aos netos, até formas mais elaboradas de participação na
comunidade, tudo contribui para que o idoso alimente a sua necessidade de
autorrealização.

Personalidade
A personalidade retrata o nosso modo de pensar, de sentir, de agir ou de
reagir a situações quotidianas. Por vezes, a propósito da forma como determinada
pessoa, que julgávamos conhecer muito bem, reage em certa situação e nos
surpreende, dizemos “não a julgava assim”.

Isto significa que esperamos que a pessoa reaja de certa maneira, porque
possui tal ou tais traços de personalidade. Nós possuímos uma representação
daquilo que somos e possuímos também uma representação daquilo que julgamos
que os outros pensam de nós.

Cada um possui uma personalidade, que resulta, ao mesmo tempo, do seu


temperamento, da sua constituição e das múltiplas marcas deixadas pela sua
história individual.

PSICOLOGIA DA VELHICE 17
Autores em 1968 realizaram os primeiros estudos sobre a personalidade
nos idosos. Estes autores descobriram 4 grandes tipos de personalidade presentes
em indivíduos entre os 50 e os 90 anos:

Integrado:
Pessoas que apresentam um bom funcionamento psicológico geral, com
uma “vida cheia”, interesses variados, com as suas competências cognitivas
intactas e retirando um elevado nível de satisfação dos papéis desempenhados.

Defensivo-combativo:
Pessoas orientadas para a realização, lutadoras e controladas,
experimentando níveis de satisfação entre o moderado e o elevado.

Passivo-dependente:
Dependendo do tipo de funcionamento ao longo da vida, estas pessoas
apresentam na velhice uma orientação passiva ou dependente, mostrando graus
de satisfação muito variados.

Desintegrado:
Pessoas com lacunas no funcionamento psicológico, pouca atividade,
controlo pobre de emoções e deterioração dos processos cognitivos, com baixa
satisfação de vida.

Para estes autores, as pessoas diferem muito na forma como vivem os


últimos anos das suas vidas, acabando a sua personalidade por ser influenciada e
modelada por fatores em linha com aquilo que sempre foram as reações e os
comportamentos ao longo da vida.

Estudos sugerem que ocorre uma estabilidade dos traços de personalidade


ao longo da vida adulta e da velhice. Desta forma, a personalidade permanece da
mesma forma que sempre fora desde a vida adulta.

PSICOLOGIA DA VELHICE 18
A personalidade construída pelo indivíduo durante a infância e juventude é
o melhor fator de predição da adaptação à velhice.
As características de personalidade podem tanto contribuir para a
manutenção da saúde e o bem-estar subjetivo na velhice assim como influenciar
o desencadeamento de sintomas depressivos em idosos.

TAREFAS EVOLUTIVAS DA VELHICE


Ajustamentos psicossociais da velhice
Tendo em conta o processo de envelhecimento, sabemos que a velhice não
pode ser vista como uma etapa isolada das restantes. Sabemos que a passagem à
reforma corresponde a um dos momentos mais importantes da reestruturação dos
papéis sociais, sendo considerada como a componente social da velhice.
Este acontecimento arrasta consigo uma transição, uma mudança de
papéis, tendo uma dupla significação: por um lado, representa o afastamento do
circuito laboral e de produtividade em que o indivíduo está envolvido; por outro
lado, tal afastamento oferece a contrapartida do direito a um repouso
remunerado.
Podemos também dizer que outros dos papéis de transição é o tornar-se
avó. Assiste-se a um aumento da longevidade, que se pode traduzir na coabitação
de diferentes gerações, isto é, a uma complexificação das relações familiares.
Desta forma, pode esperar-se, por um lado, que as famílias passem mais anos a
cuidar dos pais do que dos filhos; por outro, que as crianças conheçam os avós e
até bisavós numa fase plena de autonomia.
Paralelamente, não nos podemos esquecer que os atuais idosos nasceram
num tempo e espaço social bem diferente do atual e viveram tempos intensos de
mudanças. Por isso, é necessário atender que a diferenças no sistema de valores
e estilos de vida, que podem muitas vezes conduzir a conflitos geracionais e a
visões diferenciadas.

PSICOLOGIA DA VELHICE 19
Eis algumas das coisas mais importantes às quais o idoso pode ver-se obrigado a
ajustar-se:
o Ao decréscimo de força e de saúde;
o À reforma;
o À eventual viuvez;
o À necessidade de se filiar num grupo de pessoas idosas;
o À necessidade de manter obrigações sociais e cívicas;
o À necessidade de investir no exercício físico;
o À necessidade de ter cuidados redobrados com a alimentação;
o À mudança de papeis socais.

Fase Final da Vida/Reflexão sobre a Morte e Luto


Atualmente, a esperança média de vida aumentou significativamente, no entanto,
não se trata apenas de manter o idoso vivo, mas sim de lhe proporcionar mais
anos de vida com respeito pela sua dignidade.

Quando trabalhamos com idosos devemos tentar ajudar a superar e lidar com as
perdas e não podemos esquecer que existem perdas a vários níveis:
o Perda de familiares e amigos – vazio e solidão ligados à necessidade de
intimidade
o Perda de papéis sociais – dependência e inutilidade
o Perda de saúde – fragilidade e ameaça, necessidade de segurança e
controle
o Perda de habitação

A pessoa idosa está mais confrontada com a morte.


Está consciente que poderá ser confrontada com uma doença incurável e dá-se
conta da morte das pessoas próximas ou que conhecia, o que provoca sentimentos
confusos, angústias, tristeza e, às vezes raiva.

PSICOLOGIA DA VELHICE 20
No apoio ao idoso devemos:
o Levar a pessoa a ultrapassar as angústias para atingir a aceitação.
o Criar um ambiente calmo e caloroso.
o Solidariedade da sua presença.
o Fazer massagens.
o Ouvir as histórias dos idosos.
o Acariciar a sua mão.
o Deixá-los exprimir a sua dor e o seu medo.

O Processo de Luto
Três períodos do luto:
o Período Inicial – semanas seguintes à morte
o Choque, sentimentos confusos (solidão, tristeza e incredulidade);
o Negação.

o Período Intermédio – 3 características


o Necessidade de negociar com a morte através de sentimentos de
culpabilidade e responsabilidade;
o Tenta compreender a razão da morte – trabalho psicológico;
o Procura da pessoa falecida – sente-se a presença, ouve-se a voz, há
períodos em que a pessoa se torna mais presente.

o Período de Recuperação
o Desaparecem os sentimentos atrás referidos

O Luto Patológico
o Perduração dos sentimentos por 2/3 anos;
o Culpabilidade desmedida, perturbações do apetite, excessiva baixa
autoestima, morrer de tristeza.

PSICOLOGIA DA VELHICE 21
As 5 Fases do Luto

1. Recusa ou Negação (após o choque emocional) – erro de diagnóstico,


mudam de médico, voltam-se para a religião.
2. Estado de Cólera – após a aceitação do diagnóstico aparecem os
sentimentos de frustração e injustiça e, por vezes, comportamentos
negativos e maldosos para com os outros.
3. Fase de Negociação – contrato com Deus ou qualquer força superior, pode
aparecer perda de lucidez.
4. Depressão – sentimentos de mágoa, de culpabilidade ou vergonha face à
doença.
5. Aceitação – aceitação da morte, conduz á paz interior.

É importante referir que as pessoas idosas devem permanecer


integradas na comunidade, e esta deve apoiar iniciativas ou
instituições.

PSICOLOGIA DA VELHICE 22
ASPETOS COGNITIVOS DO ENVELHECIMENTO
Ao longo do processo de envelhecimento, assistimos a uma alteração das
funções cognitivas. O envelhecimento cerebral é universal, embora varie de
pessoa para pessoa em gravidade.
Este é um processo normal, mas que pode ser influenciado por fatores
como a escolaridade ou a doença.

De uma maneira geral, o envelhecimento cerebral caracteriza-se por:

Lentificação dos processos mentais:


o Diminuição das sensações e perceções
o Diminuição das respostas motoras
o Diminuição da rapidez de decisão
o Diminuição da capacidade de resolver problemas
o Diminuição da capacidade de aprendizagem de aptidões

Memória
o Diminuição da memória recente (daí a dificuldade em fazer novas
aquisições)
o Manutenção da memória passada

Atenção e Concentração
o Diminuição da capacidade de atenção e concentração

Pensamento
o Diminuição do pensamento abstrato
o Manutenção do pensamento concreto
o Rigidez conceptual

No que concerne à Inteligência e ao Pensamento não se pode afirmar que


haja um declínio acentuado com o avançar da idade, no entanto, como é afetada
por outros aspetos pode assistir-se a um declínio desta função.

PSICOLOGIA DA VELHICE 23
Velhice e Aprendizagem
A vontade e a capacidade de aprender são características essenciais do
psiquismo humano, contudo, ambas tendem a diminuir ao longo do processo de
envelhecimento. A aprendizagem implica capacidade de retenção dos
conhecimentos, ou seja, memória. O que afetar a memória afeta, naturalmente, a
capacidade de aprendizagem. A escolaridade também representa um papel
importante a nível cognitivo uma vez que retarda o envelhecimento do cérebro.
A leitura é, também, um exercício excelente de enriquecimento da nossa
linguagem e de promoção da nossa capacidade de aprendizagem.
Por outro lado, a aprendizagem implica interação. É na relação com os
outros que enfrentamos os maiores desafios e que somos “obrigados” a evoluir.
Assim se compreende que seja tão importante que o idoso se mantenha
socialmente ativo. As relações e o convívio não são apenas importantes por razões
afetivas, mas também pelo estímulo que constituem para a capacidade de
aprendizagem.
Por último, a idade influencia os modos de aprendizagem e as motivações
para a mesma. Ao longo da vida vamos acumulando experiências e construindo
uma rede de conhecimentos cada vez mais rica e complexa. Por conseguinte, um
idoso possui uma base de conhecimentos tão alargada que se torna, para ele, mais
fácil assimilar novos conceitos bem como avaliar se uma determinada informação
é útil ou inútil e decidir até que ponto é pertinente fazer o esforço de a incorporar.
Essa é uma das razões pelas quais os idosos se mostram frequentemente
desinteressados de aprender coisas que entusiasmam os jovens.

Avaliação das Funções Cognitivas


A avaliação funcional do idoso é a base da avaliação geriátrica ampla. Aqui
são medidos e avaliados os fatores físicos, psicológicos e sociais que afetam a
saúde do idoso. Outras dimensões, como a avaliação social e cognitiva são
também efetuadas, pois estão interligadas com o estado funcional do idoso.
O estado mental do idoso também é avaliado.

PSICOLOGIA DA VELHICE 24
A avaliação geriátrica ampla tem por objetivos:
o Determinar deficiências, incapacidades e desvantagens no idoso.
o Estabelecer as necessidades e metas dos cuidados a ter com o idoso.
o Planear o acompanhamento do idoso, a longo prazo.

Este método complementa o exame clínico tradicional e oferece maior


precisão diagnóstica, determina o grau da incapacidade (motora, mental, psíquica),
identifica possibilidades de declínio funcional e avalia riscos no estado nutricional
do idoso, reduzindo desvantagens e preservando a independência.

Modificações nas Funções Cognitivas


No que diz respeito à inteligência verificamos que a nível de
processamento de informação o tempo reação aumenta com a idade e à medida
que envelhecemos funcionamos num nível mais concreto de organização. Por
outro lado, na inteligência prática (capacidade para resolver problemas
quotidianos) verifica-se um melhor desempenho comparativamente aos mais
jovens em tarefas familiares - raciocínio apoiado na experiência.

Em relação à memória verificamos que a memória sensorial (1 segundo) se


mantém, as alterações sensoriais é que podem afetar o registo da informação; a
memória curto prazo (20/30 segundos) se mantém ou diminui ligeiramente; a
memória de trabalho diminuí (cálculo mental; capacidade compreensão verbal;
raciocínio mental) sobretudo com conteúdos novos; e a memória a longo prazo
remota mantém-se e a recente deteriora-se (queixas mais frequentes). Verifica-
se, nesta idade um défice na codificação, aquisição e recordação de nova
informação.

Por outro lado, quando falamos de resolução de problemas e criatividade


verificamos que a principal forma de o idoso combater os sentimentos negativos
que o excesso de tempo livre, sem ocupação nenhuma, lhe traz é procurar
desenvolver qualquer atividade que lhe traga prazer e realização pessoal. Para isso

PSICOLOGIA DA VELHICE 25
o idoso deve satisfazer a necessidade de se distrair. A distração é uma necessidade
de todo o ser humano, quem se diverte com uma ocupação agradável com o fim
de se descontrair física e psicologicamente satisfaz esta necessidade fundamental.
As pessoas de idade têm necessidade, na medida das suas capacidades, de ter
atividades recreativas. Cada pessoa ocupa o seu tempo livre com atividades
recreativas, normalmente determinadas pelos seguintes objetivos: descontrair,
divertir, realização pessoal, criatividade e transcendência dos sentidos.

A SEXUALIDADE NA VELHICE

Fatores que Influenciam a Mudança de Comportamento Sexual na


Velhice
Considerar que a sexualidade se reduz à frequência e qualidade das
relações sexuais, desejo sexual e prazer sexual torna-se numa visão redutora.
A sexualidade envolve linguagem, rituais, fantasias, representações e
símbolos. É um processo profundamente cultural e plural.
Embora o corpo biológico seja o local da sexualidade, estabelecendo os
limites daquilo que é sexualmente possível, a sexualidade é mais do que
simplesmente o corpo. A sexualidade tem tanto a ver com as nossas crenças,
ideologias e imaginações quanto com o nosso corpo físico. Mesmo quando o coito
não é possível, ou não é desejado, a sexualidade e o erotismo continuam a
possibilitar inúmeras vias de acesso ao prazer e à satisfação sexual.
Segundo a Organização Mundial de Saúde a Saúde Sexual é definida como
“um estado físico, emocional, mental e de bem-estar social em relação à
sexualidade; não meramente a ausência de doença, disfunção ou enfermidade”.
A atividade sexual humana depende das características físicas, psicológicas
e biográficas do indivíduo, da existência de uma companheira e de suas
características, depende também do contexto sociocultural onde se insere o idoso.

PSICOLOGIA DA VELHICE 26
Descrevem-se como variáveis que podem comprometer a atividade sexual
na maturidade, alguns fatores:
o A capacidade e interesse do(a) companheiro(a);
o O estado de saúde;
o Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na mulher;
o Efeitos colaterais de medicamentos;
o Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos filhos.

Menopausa e Andropausa
A satisfação conjugal está associada também à sintomatologia da
menopausa e andropausa. Mulheres que relatam maior satisfação conjugal,
apresentam um nível de gravidade menor do que as mulheres que relatam
satisfação conjugal moderada que, por sua vez, apresentam sintomatologia menos
grave do que as mulheres que relatam insatisfação conjugal. Alguns sintomas da
andropausa afetam o homem ao nível sexual, exercendo igualmente uma forte
influência negativa ao nível da satisfação conjugal e emocional.

Menopausa pode definir-se como um processo natural, caracterizado pela


paragem definitiva das menstruações, resultantes da perda de atividade do ovário.
Existe a perda de atividade do ovário, com a respetiva ausência de produção de
progesterona e estrogénios, ocorre habitualmente entre e 45 os 55 anos, sendo
clinicamente diagnosticada após 12 meses de amenorreia.
Os principais sintomas da menopausa são:

o Irregularidades menstruais o Tonturas


o Afrontamentos e suores noturnos o Depressão
o Secura Vaginal o Ansiedade
o Ganho de peso o Irritabilidade
o Insônia o Diminuição do desejo sexual
o Humor variável

PSICOLOGIA DA VELHICE 27
Andropausa é um termo para descrever um declínio nos níveis de
testosterona em homens. Apesar da relação entre a andropausa e a menopausa
existe diferenças entre as duas condições. A menopausa está associada a um
declínio repentino nos níveis de estrogênio e progesterona, enquanto que, os
homens experimentam um declínio gradual e lento nos níveis de testosterona. E,
a fertilidade persiste até uma idade muito avançada na andropausa, enquanto que,
na menopausa não existe.
Ora, sendo verdade que no feminino a amenorreia constitui um marcador
claro, tal objetividade não se verifica no masculino. As manifestações de
andropausa revelam uma grande variabilidade individual quanto ao aparecimento
e intensidade dos sintomas. Há uma escassez de informações na literatura sobre
os sintomas e possível condição, contudo, os principais sinais da andropausa são:

o Redução da força e massa muscular o Humor deprimido


o Aumento da gordura visceral o Ansiedade
o Osteoporose o Lentificação do pensamento
o Diminuição da pilosidade o Alterações da orientação espacial
o Irritabilidade o Alterações mnésicas
o Desmotivação o Alterações da sexualidade

PSICOLOGIA DA VELHICE 28
Amor e Sexualidade na Pessoa Idosa
o O mito da assexualidade persiste. O idoso tem sentimentos e apresenta
necessidades sexuais por isso a sexualidade na velhice não só é possível
como necessária.
o A idade modifica a frequência das relações (intensidade, capacidade
orgástica).
o Não devemos recorrer ao coito como medida única de expressividade
sexual no adulto maior, nem reduzir a sexualidade à genitalidade.
o É necessário realçar emoções e sentimentos e condutas que sirvam para se
expressarem sexualmente.
o Os aspetos essenciais da sexualidade como o interesse sexual, a identidade
sexual, o papel de género, a capacidade de enamoramento, a possibilidade
de intimidade e compromisso, a capacidade de dar e receber prazer, etc.,
não só não têm porque diminuir como podem inclusivamente melhorar.
o Variáveis que interferem:
• História sexual prévia;
• Condição de saúde;
• Existência de um companheiro sem limitações funcionais.

A importância das Relações em Idade Avançada


o Quando mantêm relações positivas com os outros os idosos:
• Permanecem mais saudáveis;
• Vivem mais tempo;
• Aproveita melhor a vida.
o Não desvalorizar a importância e a influência:
• Do toque;
• Da manifestação de afetos;
• Dos sorrisos;
• Das palavras de encorajamento;
• Dos grupos de apoio/ajuda.

PSICOLOGIA DA VELHICE 29

Vous aimerez peut-être aussi