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Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social (Fundação Visconde de Cairu -
FVC/CEPPEV); Especialista em Contabilidade Gerencial (Universidade Federal da Bahia - UFBA); Bacharel
em Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (UFBA); Docente Universitária; Servidora da Secretaria do
Planejamento do Estado da Bahia – Coordenadora de Estudos e Avaliação Setorial da Diretoria de Orçamento
Público. Contato: magportto@yahoo.com
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1 INTRODUÇÃO
2 INTERDISCIPLINARIDADE
impedir que o conhecimento se petrifique através de uma mera reprodução, sem espaço para
questionamentos, críticas e novas elaborações.
Isto posto, vai ao encontro de Demo (2002) quando afirma a aprendizagem se constitui
em um fenômeno crítico consciente e que para saber pensar, é necessário possuir a autocrítica,
bem como habilidade no questionamento crítico, de forma a entrever muito além das
aparências, sem se permitir inserir o finalmente como forma definida e já pronta de
pensamento.
Percebemos que a interdisciplinaridade oferece aos indivíduos, a oportunidade de
transformação para que possam tornar-se aptos a compreender e se relacionar com o meio, de
forma integrada e não mais fragmentada - como ainda ocorre. Esta integração provoca uma
sinergia entre os vários campos do conhecimento, que gera uma troca positiva de modo a se
complementarem entre si, aproximando-os cada vez mais, fortalecendo a construção de um
conhecimento integral no individuo.
A interdisciplinaridade, todavia, não condena a especialidade e, Fazenda (2000),
retrata isto ao discorrer que a interdisciplinaridade respeita a diversidade e deste modo,
permite a construção de um conhecimento plural.
Portanto, entende-se que a interdisciplinaridade reconhece os diversos ramos do
conhecimento e permite trabalhar com a integração destes ramos, de forma a receber as
contribuições que cada um destes pode proporcionar uns aos outros, superando a
fragmentação e caminhando para a totalidade e a reciprocidade.
A Contabilidade é uma ciência social aplicada e, como tal, interage com outras
ciências. A sua importância no ensino de Ciências Contábeis faz-se predominante, pois
através dela, os educandos são levados a conhecer outras áreas do conhecimento, tais como
Economia, Administração, Direito, Matemática, Estatística, Sociologia, Filosofia, dentre
outras que possam lhes proporcionar um conhecimento sistêmico.
Deste modo, os futuros contadores poderão atuar em um mercado de trabalho em que
os profissionais são exigidos a exercerem qualquer tipo de função das organizações e, não
mais funções especialistas como na era industrial.
Marion (2001) revela a necessidade de que os métodos de ensino da contabilidade
sejam diversificados, pois a abordagem inicial para estes métodos relacionados ao processo de
aprendizagem foi a do aluno como agente passivo - método tradicional de ensino. Para o
autor, tornou-se inevitável a formação de profissionais dotados de visão crítica, sendo o
educado, o agente ativo do processo ensino-aprendizagem.
Este pensamento remete a Maseto (2003) que afirma que os alunos devem ser os
sujeitos do processo ensino-aprendizagem, enquanto o professor deve ser o mediador da
aprendizagem.
A interdisciplinaridade leva ao educando a compreensão da realidade, de modo total,
critico e articulado com outras áreas do conhecimento, para que aquele possa desenvolver a
capacidade de criação de novos conhecimentos, tornando-se o pilar na construção do
conhecimento integral, capaz destruir as fronteiras das disciplinas.
Compreendemos a necessidade de substituir, no Curso de Ciências Contábeis, a
especialidade pela complexidade, formando construindo a inter-relação entre as partes, no
sentido de formarem um todo na busca pelo conhecimento integral do futuro contador.
Dialogando com Demo (2002), entende-se a dinâmica, como uma das características
da complexidade e, pertencente ao conhecimento científico, permite que algo de novo se
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Por outro lado, de igual forma, faz-se necessária a modificação da postura rígida
encontrada ainda dentro das universidades, de modo a levá-las a integrar-se com o ambiente,
de forma a converter-se em lugar em que as trocas de experiências dos mais diversos ramos
do saber irão enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
Nesta premissa, Morin (1990) defende a dialogicidade, bem como o conhecimento
promovido pela integração entre as partes, como forma de transmutação da rigidez no
processo educativo.
Assim, Silva (2002) afirma que a Universidade nasceu como lócus de eruditos e
isolou-se do mundo; todavia, a atual realidade mundial passou a exigir uma ligação entre a
Universidade e o meio social, novas formas de participação, bem como requer novos meios
educativos.
Como expõe Rosa (1999), o contador tem por uma de suas responsabilidades a
geração de informações necessárias em relação à organização como um todo e deve estar
preparado para atender às demandas atuais de uma economia globalizada.
Na contemporaneidade, as decisões têm que ser tomadas de forma ágil e correta ao
mesmo tempo, pois, o desempenho das organizações depende da qualidade do seu
gerenciamento.
Desta forma, o contador faz-se cada vez mais importante para as organizações, e, com
o conhecimento integral adquirido pela interdisciplinaridade, pode fornecer aos decisores
informações relevantes para as tomadas de decisão, constituindo-se, assim, em um
profissional fundamental para a eficácia organizacional.
Iudícibus (2000) retrata a necessidade do contador manter-se atualizado, não apenas
com a sua profissão, mas, deve expandir o seu conhecimento para outros assuntos que
influenciam no ambiente, tais como assuntos econômicos, sociais e políticos.
A interdisciplinaridade proporciona o conhecimento integral na formação do contador,
para que este profissional possa sair da universidade preparado para enfrentar o mercado de
trabalho, cada vez mais exigente, e assim, levá-lo a desenvolver habilidades relacionadas com
as diversas áreas do conhecimento, na busca de soluções para os problemas organizacionais
de forma pró-ativa, atendendo às diferentes demandas requeridas pelos diversos setores dentro
das organizações.
Passos (2004), entretanto, observa a falta de propostas voltadas para
interdisciplinaridade nos estudos sobre o ensino contábil no Brasil, tais como: grades
curriculares dos Cursos de Ciências Contábeis que tendem a ser iguais aos Cursos de
Administração e Economia até o quarto semestre (nenhumas das grades dos cursos
pesquisados apresentou característica interdisciplinar), bem como baixo nível de
relacionamento entre as disciplinas, indicando uma necessidade premente dos cursos
adotarem propostas interdisciplinares.
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3 METODOLOGIA
Este foi o estágio em que verificamos, de acordo com Gil (1999, p. 165), o recorte a
ser dado (escolha das unidades), a enumeração (escolha das regras de contagem) e a
classificação (escolha da categoria).
A análise das informações permeia pela descrição e crítica do material coletado,
utilizando as informações ordenadas e classificadas anteriormente. Ao longo da pesquisa seu
foco foi constantemente delimitado, além de terem sido feitos registros de observações para
que, no final da coleta, as informações não fossem imprecisas ou irrisórias.
Segundo Vergara (2000, p. 59), “tratamento dos dados refere-se àquela seção na qual
se explica para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificando por que tal
tratamento é adequado aos propósitos do projeto”.
Neste momento procedemos ao ordenamento e à análise crítica das informações
coletadas comparando as informações, identificando possíveis contradições e estabelecendo
tendências.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_______ Práticas interdisciplinares na escola. 10. ed. São Paulo - SP: Cortez, 2005.
_______ Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 13. ed. São Paulo - SP: Papirus,
2006.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança: saberes necessários à prática educativa. 30 ed., São
Paulo: Paz e Terra, 2007a.
______. Pedagogia da autonomia: 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007b.
GIL, Antonio Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social. Atlas: São Paulo, 1999.
KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar: didática e teoria. In: FAZENDA, Ivani
Catarina Arantes. (org.). Didática e interdisciplinaridade. 6. ed. Campinas: Papirus, 2001.
MARION, J.C. O ensino da Contabilidade. 2. ed., São Paulo - SP: Atlas, 2001.
NAÏR, Sami e MORIN, Edgar. Um política de civilização. Lisboa, Instituto Piaget, 1997.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo – SP:
Atlas, 1999.