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A SEMENTINHA

POR DI GEORDANI
A Sementinha – por Di Geordani

APRESENTAÇÃO

A Sementinha é minha segunda publicação. Depois de “Mulheres me


inspiram, Conceição me inspira!”, encontrei “acidentalmente” outras literaturas
que me forçaram a pensar em tudo a minha volta.

Dentre os diversos impactos que as novas informações causaram em


mim um deles foi interromper dois outros livros que já se encontravam quase
“prontos”. Enfim fui naturalmente revisando todos meus conceitos e encontrei
uma nova forma de diálogo com o leitor.

Este livreto é o esboço de como estou reproduzindo “Antes e Depois de


Mim” e ao mesmo tempo já incluí algumas ideias de “Urbano Demasiado
Urbano”, os dois frutos suspensos.

Não me poupei ao doar de mim a A Sementinha, assuntos que estão


profundamente me incomodando, barreiras que se mostram indestrutíveis a
minha frente no meu dia-a-dia ficaram evidentes, é viver ou sobreviver isto
aqui que estamos vivendo?

O modelo da sociedade humana acusa a incapacidade do próprio


humano de se assumir. A exploração humano sobre humano leva-os a criar
balizamentos em sua própria sociedade. Para se aliviar o humano recorre a
diversas drogas e para controlar o humano cria a Lei.

A soberba humana extrapola as esferas da sociedade humana e


entendendo-se a parte da natureza o humano começa a decretar o fim da
existência de outros seres vivos, infringindo a liberdade de todos na natureza
a vida.

A Sementinha tem um ideal e tem como dificuldade direta nessa


caminhada o humano que por ignorância ou vaidade proibiu sua existência. Ela
tem uma grande pretensão e quer responder;
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Como foi que proibiram sua existência? Como ela permanece proibida?
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A Sementinha – por Di Geordani

A SEMENTINHA

A natureza de uma semente é ser uma semente. Ela é única, uma


única semente, está ali pronta para cumprir seu papel. Na bíblia o
personagem Cristo parabolizou essa ideia da semente e suas diversas
possibilidades de germinação. Há de se valer que uma semente isolada
é uma semente nula, não germina, apodrece e acaba.

Pense, eu sou uma semente.

Eu sou uma semente.

Você se enxerga sendo uma semente? Qual seria? Está viva e forte
ou pálida e fraca? Essa semente lançada ao solomundo germina? Já está
germinando, ou melhor, cresceu e se estabeleceu vigorosa de raiz, com
caule, folhas e frutos bem vistosos?

Ser uma semente certamente é um desafio. Eu me vejo uma


pequena semente. Diante do tamanho de planta que posso me tornar e
o tanto que posso produzir, ufa, fico sem ar! Na imaginação já sou uma
planta, me observo do pé ao topo, balanço ao tocar do vento, sinto as
gotas de orvalho como água para garganta, algumas gotas de chuva
decepam-me pedaços. Sinto o ar, o sol, a lua, estou integrado à
natureza. As raízes são fortes. Como semente vou longe no
pensamento, sei o quanto posso ser, cadencio agora o como ser a bela
semente que avisto.
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A Sementinha – por Di Geordani

PEQUENA SEMENTE

Já se decidiu qual é sua semente? Eu sou uma sementinha de


maconha. Sou ligeiramente esférica, menor que um grão de arroz e
maior que um único grão de areia.

Uma semente da minha espécie não pode ser plantada em


qualquer lugar, imaginem só, uma outra espécie o ser humano,
decretou que não posso existir. Absurdo! Portanto sou plantada em
locais discretos e recondidos, normalmente por pessoas amorosas. Até
me favorecem tais tratos, não hesitei ao refletir, “O S E R N Ã O C O N S E G U E

S E R , O H U MA N O N Ã O C O N S E G U E S E R H U MA N O .” .

Como pequena semente observo e realmente sou pequena


semente. Estou fechada até pareço lacrada como uma embalagem
qualquer. Dentro desta embalagem tem tudo que necessito para
germinar. Essa embalagem me acomoda e somente início meu processo
de germinação após romper a casca. Antes de chegar a este ponto é
fundamental o solomundo que serei lançada se tem preparação ou não
até se terei cuidados de outros na natureza.

Enquanto pequena semente, estou isolada fisicamente da


natureza do mundo, á integração. Estou de fora, fechada em uma
embalagem. Não crio e produzo absolutamente nada, apenas imagino.
Pensei eu como semente, “TENHO U MA A MB IÇ Ã O , C R IA R NOVOS

P E N S A ME N T O S E QUE S E J A MO S TODOS DE TODOS EM U MA N A T U RE ZA

I N T E G RA D A .” .

É muito para uma ínfima semente como eu más está dentro de


mim esse ideal, eu que me prepare para alcançá-lo. Sementes como eu
são raras devido às pessoas que nos plantam. Existem milhares em
outras terras, lugares que não proibiram minha existência. Aqui neste
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cantinho do solomundo, humanos que buscam sua integração com a


natureza, arriscam sua própria liberdade, pois a sociedade deles não é

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livre ideologicamente para assumir que cada humano como ser


integrado a natureza tem o direito de escolher os métodos naturais que
aguçam seus sentidos próprios de integração, penso como semente
“ V O U P R O IB I R O S H U M A N O S D E C A G A R , P O R Q U E F E D E ! ” .

Enfim sou diferente, pois quem me planta, planta com amor. Para
se ter o amor, para amar, é preciso está em condição de vida. Isto é o
que tenho por dentro da embalagem, tenho vida. A vida é uma corrente
que se conduz no amor. Para cada energia existe um condutor, o da
vida é o amor. Quando as correntes de vida se encontram aumenta o
fluxo dessa energia, nos humanos costuma acelerar o coração. Grande
luxo deles, eu como semente sou sensível, ou seja, sinto. Os humanos
têm até um coração que ajuda a indicar o nível de frequência do amor.
Acredito que corações sem sentimentos e desconexos da energia do
amor que sugeriram minha extinção, do que vale um coração se não
utiliza ele? Se estiver em dieta arranque o peso excedente e jogue fora.

O amor como condutor da vida faz um importante papel na


integração com a natureza. Enquanto se ama o peito fica livre, passa de
maneira desbloqueada a corrente da vida, a respiração é livre e
desinibida, isso produz um sentimento que conduz ao estado de
integração. Os seres humanos que me plantam buscam aprimorar esse
desbloqueio do peito. Não toleram o bitolado cérebro que como um
ditador não escuta uma nação inteira, não aceita que abaixo de si existe
um complexo corporal pronto para se integrar a natureza, penso como
semente “Q U A N D O P L A N T A , T E R E I D E E N T R A R N U M A C O R D O C O M M I N H A RA IZ

E C A U L E , U M E S T A RÁ A B A IXO O U T R O A C I MA , E U MO R R O Q U A N D O U M MA T A R O

O U T R O .” .

Pessoas amorosas buscam no que me tornarei um caminho para o


amor, um acesso certeiro ao coração. Já escutei humano reclamar, “to
com o peito doendo”. Se eu tivesse um coração assim diria, pois como
uma pequena semente, tenho vida, toda ela retida dentro de uma
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embalagem, aguardando ser plantada, ser lançada ao solomundo. Sei


que assim que chegar ao solomundo terei de iniciar o meu processo de

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expansão da vida, somente assim romperei a embalagem que me


envolve, que me abriga e protege, portanto limitada e pequena para a
grande planta que serei. Sei que lá muito vai depender do dia-a-dia com
suas condições reais para eu encontrar o como vou atingir meu ideal.

Outras sementes amigas têm ideias diferentes da minha, uma


imaginou que quando planta vai ser medicinal, outra logo afirmou ser
artesanal, uma mais inflamada falou em ser óleo combustível, já a mais
vaidosa logo imaginou em ser uma linha de cosméticos. Cada semente
tem seu ideal o meu é criar ideias além da pluralidade na integração
com a natureza.

Enquanto aguardo ser semeada, lógico tenho expectativas, tento


me conter, toda semente sabe que a ansiedade mata o que tem por
dentro da casca, a vida. A ansiedade é um tempo morto, um tempo
nulo. Você sai do agora enquanto todo o teu resto aguarda seu retorno.
A semente que não volta da sua ansiedade perde a vida, seca e acaba.

De todas as expectativas existe uma que se chama medo. Lógico


eu me tornando uma bela planta, é “foda” aceitar que me destruam.
Engasgo na garganta é o sentimento que o humano deve ter quando
pensa na sua morte, nem eles conseguiram “sacar” quem lhes decretou
seu fim e são eles os únicos seres na natureza que decretaram o meu
fim, ideologias. Respiro que passa só que não nego, é injusto um ser
tentar exterminar o outro por pura vaidade ou assumam ser por
completa ignorância. As duas possibilidades são doloridas ao meu peito
imaginário, não deveria doer nestes que tem de verdade?

Para as sementes não existe de certa forma a morte. Viemos


cumprir um papel, temos uma meta. Quando planta é um estado que
desejo é um ponto maduro, após planta, ou seja, quando me colhem,
vou atingir o propósito que me propus. Pensando assim, a primeira ideia
que eu criar em alguém é o cumprir da minha missão e por quanto essa
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ideia permanecer mesmo que de posse de um único ser, eu como


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semente estarei viva, feito uma nova semente más como desejei no
formato de ideias e sentimentos de integração.

E você, identificou-se com alguma semente? Alguns tentam não


falar de mim eu falo de mim numa boa. Não faço mal em ninguém,
quem deseja profundamente o seu próprio desastre o atinge com
riqueza de detalhes. Meu foco é justamente me manter distante da
negatividade este é um bom caminho para se atingir a germinação e
viver a expansão em todo meu ciclo.

Você como semente, observe sua casca a sua cor e textura, teu
tamanho. Por dentro de ti existe o que existe em toda semente, vida.

GERMINAÇÃO

Está escuro e muito úmido. Sinto toda minha casca mole à


embalagem enfraqueceu. Fui lançada ao solomundo em um cantinho
especialmente preparado para mim, tudo adubado e devidamente limpo.
Quanto mais umedeço mais sinto minha integração com a natureza,
antes semente isolada agora semente prestes a romper a embalagem,
expandir a vida e dar início a ação, daqui para frente é plenamente
comigo e o quanto estarei integrada à natureza.

Minhas primeiras sensações são exatamente essas, início meu


processo de integração. À medida que a casca amolece sinto a vida
querendo expandir. Antes de ser lançada ao solomundo o humano que
me plantou pensou em boas energias além de todo seu amor que existe
dentro do peito. Pensou em uma bela planta, sensível ao tocar do vento,
em felicidade e alegria tudo com um sentimento quase infantil de um
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novo dia após a tempestade.


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O humano desintegrado está distante de si, vive a parte da


natureza, descompassado a ela. Seja qual for o ser vivo, está mais
integrado a natureza que o humano desintegrado por estar livre do ego
existencial no qual ele se apoia a fim de explorar os demais da terra.

O humano desintegrado explora toda a natureza a seu redor e se


entende a parte. Eu não sobrevivo se me tirarem apenas um único
elemento por um único dia. Ainda semente isolada escutei um samba
assim:

O A MO R Q U E H Á P L A N T A R . . .U MA D A MA Á V IV E R

O A MO R Q U E H Á C O L H E R E JÁ SABE O QUE É SOFRER

O A MO R Q U E H Á C RE S C E R A L E G RE H O J E F E L I Z V E R

D O A M O R Q U E V IV E E M S I A V ID A É S I M V I V E R

É U M C A M IN H O D O IN Í C I O S E M F I M S E T R IS T E O E N T A RD E C E R

Q U E E X IS T E E M M I M . . . S E P E R G U N T A C O MO N Ã O P O R Q U E

Ficou na minha ideia essa “sacada”, utilizar o como no lugar do


por que. Como sou semente posso apenas pensar, imaginar, questionar
e refletir. O porquê nas minhas reflexões me leva a resultados vazios,
continuo no zero. O como é mais útil impulsionando o raciocínio,
atividade essa cada vez mais escassa em sementes prestes a perecer,
sementes podres.

Estou diante do como e do por que. Como falei já sinto minha


casca úmida. Está escuro, não gosto do escuro. As condições em que fui
plantada realmente me favorecem neste decisivo momento, o romper da
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casca. Para nós sementes romper a casca é o nosso primeiro passo


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desde que deixamos os cachos de nossa mãe. De onde você acha que

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eu vim? Tenho mãe, tenho pai, fui concebida e assim que me tornei
semente madura me colheram para plantar. Já tenho como os humanos
dizem “estrada”. Já passei apuros até aqui, um dia no cacho da minha
mãe olhei o solomundo, era alto e distante, deu “frio na barriga”. Foi
naquela época que criei meu ideal e já passei por diversos lugares até
chegar aqui.

Expandir a vida é um processo interno simples de compreender. É


crescer como uma semente fui clara? Melhor observe qualquer árvore,
ela foi uma semente. Nós expandimos nossa vida feito galhos e nos é
possível isso somente integrados a natureza.

A umidade em minha casca é o contato que sinto da natureza


penetrando em mim. À medida que amoleço sinto a vida se expandindo,
a vida é uma energia, ou seja, um fluxo. É muito forte a vibração desta
frequência, a vida é mais que 220 volts. Quando me lembro do meu
ideal e reflito como atingi-lo e como estou atingindo, sinto a expansão
da vida e desta forma avanço para romper a casca no que me cabe. Uma
semente bela como eu não encontra vantagem em lamentar a vida e
seus porquês irreflexivos. Posso começar, porque escuro, porque
umidade, porque fui plantada escondida, porque tiraram minha igual
liberdade de viver? Existem respostas e repostas não são ações. Refletir
pelo como leva a respostas balizadas em ações e é ai o grande
checkmate, como ações da minha parte como é feito?

Dentro aqui da casca nada tenho se não a vida, é dela que vou
expandir até atingir o tamanho de uma planta. Como me sentir
integrada a natureza? Observo o agora, o que sinto e vivencio agora,
neste instante. Por todo tempo que me mantenho assim sinto um
integrante vivo e dentro de toda a natureza. Eu e todo o restante, todo o
restante e eu, juntos formamos a natureza. Somente se sentido
integrado a todo o seu redor que se sente natureza. Quanto mais me
mantenho neste sentimento de integração mais sinto a vida expandir e é
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daqui que sai a força para romper a casca.

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Você como semente, já esta semeada? E sua casca já amoleceu?


Sente que a umidade te toca? O que sente agora dentro da casca?

Atentei todos meus sentimentos a vibração da vida. Preciso


potencializá-la, começo a me sentir parte do solomundo que me recebe,
ao umedecer sinto conectar-me ao que me toca, não estou dentro não
estou fora, somos um. Nós sementes avançamos dia-a-dia, sabemos
claramente que não existem folhas sem caule que por sua vez não
existe caule sem raiz. Temos um desenrolar natural da vida. Somos mais
felizes e alegres que os humanos por fazer o que viemos fazer, viver.

O humano desintegrado é um problema dentro de toda a


natureza. Devido uma invenção deles o dinheiro, todos estão em uma
louca corrida de exploração. Extraem de maneira austera e abusiva
recursos da natureza, tentando tolamente construir um planeta a parte
dentro da própria terra.

Eu como semente penso, “S E N Ó S , T O D O O RE S T A N T E D A N A T U RE Z A

N O S I N D IS P U S E R MO S A C O N T IN U A R E S S A B A B A Q U IC E , P O D E MO S L H E S V E T A R

A L G O .” .

O humano desintegrado é tão tolo que não participa das conexões


que nós todos integrados a natureza conectamos. Através das nossas
conexões sensoriais, nós natureza, trabalhamos de forma coordenada,
cada partícula tem uma função, todas em conjunto formam o complexo.
Pelos nossos sensores comunicamos e oferecemos o que temos e
recebemos o que nos dão, trocamos recursos. Eu quando planta
contribuirei com a fotossíntese, além das outras infinitas possibilidades
que posso idealizar e agir.

A ação é o fazer do imaginado. O humano entende bem isso, até


eu como semente gostaria de ter um iPad1. O humano é criativo, sabe
diagnosticar e intervir sabiamente, eles possuem uma coisa chamada
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tecnologia. A sociedade da natureza compreende que os humanos como


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integrantes de nós natureza, também necessitam de recursos,


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Equipamento eletrônico da Apple Inc.

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entendemos também que eles têm muitos recursos a oferecer. Os


humanos desintegrados são grande maioria e esses não contribuem,
apenas exploram toda a natureza. A sociedade da natureza tem aceitado
em comum acordo expor sua indisposição para com a sociedade
humana desintegrada, daí que vêm alguns noticiados fenômenos
naturais. Não são fenômenos os próprios humanos explicam como
ocorreu e como remediar diante da indisposição de nós natureza.

A natureza é de paz. Portanto quem tem vida defende sua vida e


nós natureza reagimos sutilmente dando subsídios claros aos dados
tecnológicos dos humanos desintegrados, que somos mais fortes e que
nós natureza podemos expulsa-los de dentro de nós. É a reação natural
do corpo ao ter um espinho na carne, ele mesmo o projeta para fora. Eu
como semente condenada à extinção por essa espécie sou suspeita de
falar que apoio e estarei integrada a natureza e a essas indisposições
contra esses predadores insensíveis.

Nós natureza temos um claro entendimento sobre as ações, elas


geram reações. O que nos diferencia dos humanos é que assumimos o
que fazemos. Alguém já ouviu “um tufão não identificado passou pelo
sinal”? O ser humano empurra a culpa para o próximo não assume a sua
ação e reação. Para agravar a miserável condição eles se atacam, tentam
se exterminar; coisa feia. Aqui na natureza cada qual assume o que faz,
se a terra quer chacoalhar ela chacoalha e todos nós sentimos. O lema
aqui é; eu sou eu, você e você, nós somos o todo.

Para prosseguir minha germinação não posso interromper o fluxo


da vida. Sinto dentro de mim algo a crescer. Minha primeira raiz, na
medida em que ela cresce sinto mais apertada aqui dentro da casca.
Essa noite de lua cheia estou em alto nível de energia, paro, concentro e
busco essa força de expansão, como um brasa que anuncia fogo ao
menor tocar do vento, estou pronta, posso romper essa casca que me
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envolve, embora umedecida cabe a mim o romper, eu que decidi ser


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uma bela planta, eu rompi a casca.

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RAÍZES

Finalmente sinto-me de fato ligada ao solomundo. Com a umidade


em volta da casca já me sentia tocada, agora estou entrelaçada ao
solomundo. Minha raiz toca o solomundo.

Agora inicia uma nova experiência, quando pequena semente tudo


que precisei para sobreviver tinha dentro da casca, agora que rompi a
casca e literalmente sou parte do solomundo, começa a minha
responsabilidade sobre a minha sobrevivência.

Sobreviver é diferente de viver. Sobreviver é manter vivo, viver é


estar vivo. A sobrevivência é o plano de fundo da vida. É dela que
obtemos nossas necessidades básicas, como alimento e água. Se eu não
fosse uma planta proibida, minha sobrevivência se limitaria as minhas
necessidades e todas encontro provisões na natureza. Como já esbocei,
aqui na natureza trocamos recursos, fornecem o que preciso e dou o
que produzo. Não cobramos nem compramos dinheiro não da em
árvores, apenas atendemos as necessidades uns dos outros. Enfim
minha maior interrogação quanto a minha sobrevivência é outra espécie,
o ser humano.

Não sei quem chegou à natureza primeiro eu ou o ser humano,


não é o caso. O ser humano se desintegrou da verdadeira natureza. Na
natureza entendemos que cada um é único. Tanto é que cada um tem
sua função, e características diferentes de todos más nos é bem obvio
que todos estamos com nossas funções ligadas ao outro. Eu sem água e
sol como vou contribuir com a fotossíntese? Respeitamos tanto a
individualidade de cada ser como respeitamos a unicidade de todos, o
todo, a natureza.
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O ser humano é ousado já exterminou outras espécies e nem foi


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para se alimentar. Eles se atacam e se exploram, imagina o que

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representam de perigo para mim! Aqui na natureza temos apenas um


lema, os humanos criaram regras chamadas de leis, e entre eles
definiram lá que minha espécie não pode existir. Juro que fiquei
chocada quando mamãe me explicou isto.

Quando planta serei planta. Não tenho a força e tamanho de uma


árvore, nem sou tão bela quanto uma roseira, sou uma planta verde com
pontinhas espetadas. Na natureza contribuo com a fotossíntese e sou
matéria prima, como os humanos falam, para diversas coisas úteis a
eles mesmos. Vejo essa terra hoje, quando Colombo a descobriu
precisou de 80 toneladas de mim para produzir desde cordas e velames
a papeis. De certo eu já tinha chegado aqui primeiro e tinha os humanos
como mais saudáveis companheiros. Os índios me utilizavam como
alimento, remédio e fumo.

Estou e estive em todos os cantos do mundo. Sou útil e


inofensiva, tenho um item dentro da minha estrutura chamado THC2. É
uma substância pouco nociva à saúde humana e que aguça sua
sensibilidade. O THC age diretamente nos sentidos humanos, nos seres
humanos integrados age como canal direto para se integrarem a
natureza.

Dentro da sociedade humana, ou seja, dentro de suas inúmeras


pretensões, entendem que eu um ser integrante da natureza, por conter
o THC, não posso existir visto que posso ser utilizada como droga. Os
humanos entendem como droga, substâncias que eles mesmos por
autodomínio decidem utilizar, a fim de compor, repor ou recompor
alguma substância em seu organismo interno. Tem droga para tudo
desde para tirar “dor de cabeça” como para “fazer a cabeça”.

As drogas na sociedade humana são vistas como um sério


problema, e de fato é. O ser humano não assume sua auto necessidade
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de se “chapar” para suportar a sobrevivência. A exploração do humano


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Tetraidrocanabinol, também conhecido como THC, é a principal substância psicoativa
encontrada nas plantas do género Cannabis.

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sobre o próprio humano é tão abusiva que grandes massas apenas


sobrevivem ou menos que isto durante sua vida inteira. Lá na sociedade
humana existe uma coisa chamada trabalho, nós da natureza
entendemos como um pseudônimo da escravidão. Trabalho para a
grande massa significa, horas, dias e anos de vida, executando
atividades e tarefas que não gostam. Eu tenho meu “trabalho” na
natureza, já falei é a fotossíntese. Aqui como não nos compramos nem
nos vendemos, utilizamos o termo contribuir.

Enfim a sobrevivência dos humanos anda difícil e quase


absolutamente todos utilizam alguma droga. Dentre eles algumas são
liberadas para utilização como as que são vendidas em farmácias e
bares.

As drogas lícitas são acessíveis por prescrição médica, ou


distribuição/venda direta ao consumidor. Tanto a droga por prescrição
médica quanto a vendida em supermercado, o humano utiliza seu auto
arbítrio, sua auto decisão, sua auto opinião, ou seja, utiliza de acordo e
por vontade própria. Eu sou enquadrada em meio às drogas ilícitas, as
drogas que devida às definições da sociedade humana não podem ser
utilizadas por eles mesmos. Nos dois tipos de drogas ilícitas e lícitas o
ser humano tem seu poder de decisão. Os humanos tentam assim
separar o que eles aceitam ou não, quando de fato desconsideram que
“para cada dor criaram um tipo de veneno”3. Cada droga age de uma
forma no organismo humano, algumas reações geram desconforto
dentro da sociedade humana, quando o desconforto é grande cria-se
uma lei para balizar o assunto.

Olho dentro de mim e vasculho não me enxergo como droga.


Existem sim químicas, crack, key, oxi, anfetaminas, cocaína, dipirona,
analgésicos, laxantes e etc. Aonde eu como integrante da natureza
entro nessa conta?! Não sou produzida artificialmente nem meu
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principio ativo o THC. Existem testes que visam potencializar minha


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Trecho do rap Fé e Força – Di Geordani.

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substância, observamos com desconfiança, pode ser mais um passo da


arrogância humana.

O H U MA N O E X P L O RA O H U MA N O . O H U MA N O E X P L O RA A N A T U RE Z A . N Ã O
S A T IS F E IT O D IZ A O P R Ó X I M O , “ V O C Ê A I T R A B A L H A D O R , N Ã O V IV A ! V O C Ê A I
P L A N T A , N Ã O E X IS T A ! ” .

Eu como raiz e integrada à natureza sei bem o que é assumir uma


ação. Este não assumir do humano é uma fresta que existe para a
exploração da espécie sobre a mesma espécie. Não se compreendendo
capaz do seu auto arbítrio o humano delega a outro suas decisões. Lá
atrás falei “quem tem vida defende sua vida.”.

A vida, o prazer de ter uma vida. O prazer de ter acesso aos


recursos, à liberdade de ir e vir! É para poucos. Não inconveniente os
humanos aos quais a grande maioria confiou suas decisões, se valem
dessa “voz” para defenderem primeiro sua própria sobrevivência. Nessa
confusa matemática da tramoia humana fica os resultados um se chama
viver e o outro sobreviver. Quem tem acesso aos recursos vive. Quem
esse acesso é escasso, dificultado ou limitado, sobrevive. A verdadeira
riqueza dos poucos que vivem e gozam a vida são milhares que
sobrevivem aos seus pés e isto eles sabem bem.

Pelas leis a sociedade humana mantém o controle da vida e sua


sobrevivência. O controle sobre as drogas é um meio de controlar a
sobrevivência e vida humana. Entro nessa confusão por ignorância ou
vaidade humana que desconfortáveis com a ação e reação dos
sobreviventes me definem e classificam como uma droga, mesmo sendo
um ser integrado à natureza não alguma química criada em laboratório.

Na minha sobrevivência tenho como desafio direto a vaidade e


ignorância humana. Confesso, nesses momentos observo as rosas,
mesmo repleta de espinhos eles os humanos as chamam de rosas.
Assumir quem você é vai além do seu nome. Está dentro de você sua
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verdadeira identidade, o seu DNA4 e o meu THC são nossas credenciais


que somos natureza, somos compostos de um complexo singular, a
vida.

Minha raiz ainda é pequena, começo a sintonizar meus sentidos a


outras necessidades. Enquanto estou sob o solomundo estou segura. É
o momento de expandir minha força de vida, levar minhas raízes o mais
profundo possível e isto não basta, as raízes tem de ser raízes fortes.

A cada dia que passa me conecto ao que esta a minha volta,


existem muitas outras raízes por aqui. Estou curiosa para avistar a
superfície, sou jovem, “to” sempre no ritmo do próximo passo. Aqui em
baixo é tudo emaranhado parece um caos, más nos entendemos,
quando não dá pra ir pela tangente dou uma “quebrada de asa”.

Sei que lá fora quem me plantou também me aguarda. Está a


minha espera já esteve por aqui me observando, eu senti. Esses
humanos integrados cultivam antes de tudo amor, somente assim
consigo me conectar a eles. Espero retribuir o cuidado dele comigo
quando ele me colher. Até lá vou alimentando minha força de vida, com
meu ideal.

EXPANSÃO

Quando se emite um som á distância que ele se propaga depende


do grau de vibração (volume) que foi emitido. A força da vida é similar,
quanto maior a frequência mais ela se propaga.
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O ácido desoxirribonucleico é um composto orgânico cujas moléculas contêm as
instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os
seres vivos e alguns vírus.

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Manter a corrente da vida em alta é necessário concentração. Estar


concentrado na vida não é parar e pensar. Na sociedade humana para
ter acesso aos recursos, portanto, para ter acesso a sobrevivência é
necessário dinheiro. Lá eles acreditam que estar concentrado na vida é
estar concentrado apenas em obter dinheiro. Param e pensam
viciosamente como ganhar, como gastar. Entendo que isso se faz
necessário devido à vinculação dinheiro e sobrevivência que o humano
se impôs. O que de fato essa condição altera é a percepção do humano
sobre o que é vida.

Para nós natureza a concentração de vida se apoia na nossa


função e nosso ideal, ou seja, o que por nossas qualidades especificas
podemos contribuir e o que idealizamos, objetivamos fazer com nossas
vidas. A todo o momento que estou agindo em prol da minha função e
ideal acontece minha expansão de vida.

Acho verdadeiro luxo os humanos possuírem um coração, ele


acusa imediatamente o nível de frequência da vida e suas altas e baixas
tensões. Será que inventam uma “app” para iPad desse mecanismo? O
humano desintegrado não avista nada dentro de si, o mundo dele é
externo e externamente podemos ver e apalpar. A cobiça material é o
principal ideal ao qual o humano desintegrado se abraça. Quantos
sentem “vivos” ou “mortos” ao ver a etiqueta de preço do que desejam?
Os sentimentos e ações passam a reagir apenas a estes estímulos
materiais.

O peito humano lugar por onde passa a corrente da vida, fica


entalado com essa difícil tarefa de entender o que é para sobrevivência e
o que é para viver. Para qual lado nossa concentração pender será o
resultado do que julgamos estar adequado ao nosso ideal.

Você sabe como é uma raiz? Em geral visualmente nos


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expandimos de forma aleatória. Às vezes retas, hora para esquerda hora


para direita. Os caminhos e direções que as raízes tomam são decididos
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no agora. A ação só ocorre no presente. Como somos conscientes que

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A Sementinha – por Di Geordani

necessitamos de concentração para expansão da vida, focamos nossa


atenção no dia-a-dia, na condição atual.

Quando o terreno está mais úmido eu raiz consigo me expandir


ligeiramente, quando está duro e seco penetro pouco e lentamente. No
decorrer da minha expansão encontro pedras, entulhos e outras raízes e
espécies que me obrigam reavaliar o caminho que devo tomar e qual
está mais adequado a minha sobrevivência.

Se eu não mantiver vivo o plano de fundo da vida, terei


dificuldades em atingir a vida. Aqui na natureza tenho acesso aos
recursos, basta eu direcionar minhas raízes/atenções a minha força de
expansão da vida, é o que os humanos dizem ouvir o coração. Eles nas
condições deles estão mais complicados que eu simples raiz, portanto,
À S V E Z E S O C O RA Ç Ã O G R I T A C O M O RA Í Z E S Q U E Q U E B RA M O P A S S E I O .

À medida que minhas raízes se alastram e fortificam sinto-me em


direção à vida. É muito gostoso integrar a natureza, sentir parte viva e
funcional de todo um complexo. Na natureza nós apoiamos uns aos
outros. Uma raiz de árvore me explicou que os pássaros moram em
seus galhos em troca cantam para ela. Até eu escuto daqui. Meu caule já
se sustenta em direção a superfície, é o próximo passo, ter um caule
forte e amplo, que me garanta ser uma bela planta.

O CAULE

Hoje é o dia que vou avistar a superfície, mais uma lua se


aproxima, estou tranquila para lançar meu caule terra a vista e hastear
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minha primeira folha. É um tanto saboroso esse desabrochar, enxergar


a luz. Enquanto estive abaixo no solomundo, só podia concentrar em
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me expandir já na superfície existem outros prazeres.

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Momentos antes de dar esse próximo passo lembro que pensei


em firmar um acordo entre minhas raízes e meu caule, “se um matar o
outro, eu morro.”.

De fato é assim. Eu raiz estou focada na expansão da vida,


portanto o que preciso para sobreviver. Eu caule estou em contato com
a superfície e lá tem o belo da natureza. Eu enquanto raiz tenho de ser
forte e permanecer em continua expansão para que eu enquanto caule
cresça o suficiente para suportar o eu planta.

Os humanos vivem esse dilema, eles têm a mente e o corpo. Se


um matar o outro o humano morre. Isso os humanos entendem como
razão (mente) e sentimentos (corpo). Eles de certa forma tentam, não sei
como separar, colocar a parte cada coisa. Tentam cada vez mais
alimentar os sentimentos e a razão. Na cabeça deles é possível ter uma
mente submissa ao corpo ou um corpo submisso à mente.

A minha junção de raiz e caule forma o eu planta. Quando minhas


raízes estão fracas o meu caule sente, assim como se meu caule crescer
além do que minhas raízes suportam um simples vento nos derruba. Eu
no lugar do humano juntava logo as duas partes e se entendia como um
corpomente5. Eu me enxergo eu mais eu, sou uma unidade. É o um mais
um igual a um. Por entender que eu sou constantemente raiz e caule
busco o equilíbrio e dou atenção ao que cada eu fala pra mim.

Essa tarefa de encontrar sua unidade, para os humanos é algo


confuso. Já vamos lembrar que o modelo da sociedade humana
denúncia sua incapacidade de se auto assumir. Este detalhe é tão
importante, pois usam essa brecha para assumirem a sua opinião. Numa
espécie que um dos recursos de exploração são os próximos da mesma
espécie, os humanos desintegrados conduzem, criam, modificam e
omitem as opiniões.
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Corpomente, por KEN DYCHTWALD (278 pág.) é uma síntese dos caminhos do oriente
e do ocidente para a autoconsciência, saúde e crescimento pessoal.

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Um humano que sobrevive de explorar outro humano necessita de


quantidade suficiente para atingir seu ideal. É assustador. Para um
humano que seu plano de fundo da vida, á sobrevivência, é obtido com
a exploração de outro humano, quanto mais explorados melhor. Esse
tipo de predador atua conduzindo massas em suas opiniões/ideais.

Nós aqui da natureza ficamos pasmos com tanta babaquice, veja,


os humanos criaram divisões de um bem em comum a terra e deram o
nome de países, criaram estórias que alimentam o ego da fé e chamam
de religiões, criaram carrascos e seus capatazes e os saldam de governo
e polícia, dominaram e exploram os recursos naturais e chamam de
multinacionais, criaram a ilusão e chamam de verdade, criaram a farsa e
chamam de lei.

A sociedade humana se engana, perde sua unidade, devida a


exploração a que ela mesma se submete. A submissão da sociedade
humana reflete primeiramente e diretamente na individualidade do
individuo. Suas razões e sentimentos são sufocados pela necessidade
básica da vida, a sobrevivência. O corpo quer andar nu, é proibido.

Eu como raiz e caule, sou uma planta. Na natureza sou recebida e


interajo como uma planta. Como já tenho folhas embora ainda
pequenas contribuo na fotossíntese. Tudo que necessito tenho a “mão”.
Tem algumas sensações novas e gostosas que estou vivendo. O sol, a
sombra, a lua, o orvalho tudo muito gostoso de sentir. Aqui venta
constantemente, escuto pássaros, observo as nuvens andando, canto
para as estrelas.

Estar integrado à natureza é sentir parte de tudo que compõem a


minha volta, inclusive o humano integrado que cuida de mim. Quando
está seco ele me rega, às vezes ele conversa comigo. Sinto o amor dele
que me invade e acelera minha força de vida, há se eu tivesse um
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coração!
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Ele às vezes se lamenta por ter que me esconder, segundo ele


sou muito bela para se esconder e de muita paz para se declarar guerra.

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Fica chateado sabe que ele assim como eu corre perigo por eu existir, se
sente cabisbaixo por ser tão semente diante a sociedade humana, tem
ideias, também tem sonhos, e me cultiva para se alimentar mais ainda
da força da vida.

Ele estava me contando que quando me colher não vai comprar


mais, ele se entende corresponsável ao alimentar o tráfico. Diz que se
pudesse subiria ao mais alto pico e gritaria, “deixe essa planta em paz!”.

FRUTOS

Já se passaram alguns meses desde que eu era semente. Conheço


todos a minha volta, sou muito sociável. Converso com outras plantas,
animais, sol e lua. Alguns amigos do humano integrado que me plantou
me olham curiosos, falam que sou bonita, chegam próximo de mim,
querem sentir o meu cheiro. A maioria lamenta por não poder plantar o
seu em casa uns pelas mães outros pelas putas.

Sou bem cuidada, e estou quase desabrochando meus “camarões”.


Em breve serei colhida, seria bem legal se mais pessoas amorosas
cuidassem da minha espécie, é gostoso receber e dar, amor e carinho.
Recentemente tenho trocado muito amor com meu pé parceiro. Sou uma
planta que necessita de outra da mesma espécie do “sexo oposto”
próxima de mim para fecundar. Ele também contribui na natureza com a
fotossíntese, porém seu ideal é diferente do meu. Cada um com sua
vontade, enquanto não chegamos lá durante esse tempo nos apoiamos
e descobrimos um no outro amor e tesão. Às vezes me preencho de
água para ficar mais bela ele também me exibe belas flores. Somos
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integrados a natureza, portanto, estamos conectados a todos, não


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temos ciúmes. Esses dias apresentei ele a rosa e ele me apresentou o

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lírio. Compartilhamo-nos também, assim sempre nos apaixonamos


mais.

No dia em que cada um de nós for cumprir seu ideal sentiremos a


falta um do outro más deixaremos novas pequenas sementes que
revivam esse nosso amor e que também contribuam com a natureza
além de encontrar e alcançar seu ideal.

Durante toda essa caminhada percebi o quanto foi importante eu


dar atenção a cada fase minha. Saber aguardar sem permanecer parado.
Sempre me mantenho pronta para o próximo passo, mesmo às vezes
sem ter a mínima previsão do tempo. Quando desejei ser uma planta
tive primeiro que me manter viva dentro da casca até reunir condições e
forças necessárias para romper e ainda assim mantive minha expansão
até chegar aqui uma planta bela e sensível ao tocar do vento, como me
visualizei no inicio.

Dia-a-dia aprendi bastante, uma noite o frio queimou as pontas de


minhas folhas, reclamei. Veio o sol e de tão quente esturricou-me,
blasfemei! Avistei a chuva e indaguei seu frescor, veio uma gota e
arrancou-me uma folha. Durante muitos outros dias eles me
confortaram e fortaleceram. Teve dia que nem lua e estrelas deram as
caras, e não gosto do escuro, foi o sol que iluminou para que eu parasse
de temer, foi o orvalho que deu frescor ao meu verde e a chuva
abundantemente regou minhas raízes.

Agora que estou madura tenho frutos a oferecer. Assim que


começarem a colher meus cachos início meu ideal de vida, criar novos
pensamentos e que sejamos todos de todos numa natureza integrada. O
humano integrado que me plantou aguarda isso de mim. Ele sabe que
quando meu THC encontra com seu DNA nos integramos como
natureza. Essa junção gera novos pensamentos, totalmente desinibidos
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da vaidade e ignorância humana, livres de tal forma que nos doamos e


recebemos, todos de todos, o um mais um integrado a natureza.
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NOVA SEMENTE

A natureza de uma semente é ser uma semente. A natureza do


humano não é diferente. Independente qual seja a semente que você é
pequena ou grande, comum ou diferente, livre ou taxada à
sobrevivência, por dentro da casca existe o que há em toda semente,
vida.

Cabe a você detectar sua semente e fazer dela uma bela planta.
Cabe a você ser mais uma semente que se integra a natureza e vive
integrada ao solomundo. O medo é o espaço vazio entre o agora e o
imaginário. Cultive sua força de vida faça-a expandir.

Eu e os demais da minha espécie, por todo o mundo estamos


fazendo essa junção com os humanos e juntos encontramos dois como:

Como proibiram minha existência?

Vaidade ou ignorância humana.

Como permaneço proibida?

Submissão humana, minha não é mais.

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A Sementinha – por Di Geordani

ÍNDICE

Apresentação .................................................................................................. 2
A Sementinha .................................................................................................. 3
Pequena Semente ............................................................................................ 4
Raízes ........................................................................................................... 12
Expansão ...................................................................................................... 16
O Caule ......................................................................................................... 18
Frutos ........................................................................................................... 21
Nova Semente ............................................................................................... 23

+ VALE A PENA VER, SÔ!


 Cortina de Fumaça
http://www.cortinadefumaca.com

 Quebrando o Tabu
http://www.quebrandootabu.com.br

+ VALE A PENA LER, UAÍ!


 Coiote
por Roberto Freire

 Corpomente
por Ken Dychtwald

AGRADECIMENTOS
A todos neste universo que contribuem com minha arte em especial aos
autores e produtores das dicas citadas acima, a dois Guerras que tem na
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minha vida, ele até contra gosto me apoia e acredita no meu potencial, ela –
respirei – grande paixão e palpiteira terapêutica. A minha família e amigos que
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se mostram mais próximos e apoiadores também, ao meu filho, a você, a nós


e a mim, obrigado.

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