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Tema já conhecido.
A razão pela qual a letra deve ser incondicionada deve-se à sua própria natureza
cambiária, uma vez que, sendo cambiária, sua essência é a circulação, logo, condicionar
a evento futuro e incerto seria como arrefecer sua literalidade. A hipótese do sacador,
sacado e tomador ser a mesma pessoa não é mais usada hoje. Era o caso em que o sujeito
emitia a nota em que ele era sacador, sacado e tomador, e endossava para um banco (logo,
ter-se-ia algo semelhante a uma nota promissória, com a diferença que não levava a
denominação cambiária de nota).
A CLÁUSULA DE JURO é de natureza REMUNERATÓRIA ou
COMPENSATÓRIA, de modo que só pode ser aposta pelo sacador, e em cambiais
com vencimento INDETERMINADO (à vista ou a certo termo desta). Isso porque, se
fosse de vencimento determinado, seria facilmente calculável o valor, enquanto no
indeterminado existe uma certa “sanção”. Pode designar uma data para fluência dos juros,
mas, se não o for, será a data de saque.
É possível o pagamento efetivo em moeda estrangeira, mas, para a conversão, usa-se a
taxa de câmbio vigente NA DATA DO VENCIMENTO do título, mas, se estiver em
mora o devedor, pode-se optar pela taxa na data de vencimento do título, ou na de
PAGAMENTO, conforme a LUG. Assim, salvo a CLÁUSULA DE EFETIVO
PAGAMENTO EM MOEDA ESTRANGEIRA (art. 41, 3º da LUG), a existência de
moeda estrangeira EXIGE a conversão para o real com base na taxa de câmbio vigente
no vencimento.
É possível que existam pluralidade de sacados, de modo que isso conta na Lei Saraiva.
Neste caso, a apresentação será sucessiva. Quando sacador e tomador são a mesma
pessoa, tem-se um INSTRUMENTO DE COBRANÇA, e não propriamente de crédito
(salvo se houver endosso). A exemplo da letra sacada por conta e ordem de terceiro:
Primus, credor de Secundum, e devedor de Tertius, comissiona Secucndum para sacar,
por sua conta, letra em favor de Tertius. É como se Primus transferisse o crédito que tem
em relação a Secundum para Tertius.
Antes do aceite, é verdade: o sacador é o devedor principal, mas para fins de que seu
pagamento é um PAGAMENTO EXTINTIVO. O prazo do termo de vista é um ano
da data do saque. A letra incompleta é INEFICAZ, e não nula.
Capítulo V – Aceite
Capítulo VI – Endosso
O endosso é o ato formal e abstrato pelo qual se pode transferir a cártula e, por
conseguinte, seus direitos mencionados. No entanto, a TRADIÇÃO é a conditio sine qua
non para que a cártula possa passar de um a outro. Não confunda endosso sem garantia
com endosso com proibição de endosso. Isso porque, no caso do endosso sem garantia,
X, que endossa nesta modalidade para Y, não poderá ser sujeito da ação de Y, portador,
mas apenas os coobrigados anteriores a X. A CLÁUSULA NÃO À ORDEM pode ser
inserida apenas pelo sacador. Isto por questões de segurança jurídica. Já a cláusula de
endosso sem garantia pode ser emitida por quem endossa. O art. 11, al. 2ª expressa
isso.
A letra pode ser endossada para o aceitante. Neste caso, se estiver no prazo de
vencimento, a letra se extingue em decorrência do fato jurídico da CONFUSÃO. Se
for antes do vencimento, o aceitante-endossatário poderá endossar para outro e, neste
caso, continua como devedor principal, e os outros como indiretos. É o chamado
REENDOSSO. É possível, ainda, que o mesmo circule de volta para o tomador. É o
chamado ENDOSSO DE RETORNO.
Já a PROIBIÇÃO DE NOVO ENDOSSO pode ser inserida pelo portador e qualquer
um, de modo que ela funciona no sentido de não permitir a responsabilidade cambiária
perante os endossatários posteriores. A CLÁUSULA SEM GARANTIA exonera o
endossante contra qualquer portador, enquanto a cláusula de proibição de novo
endosso exonera apenas em relação às pessoas às quais a letra for posteriormente
endossada.
O endosso pode ser feito sem data, o endosso sem data presume-se que foi feito antes
do prazo do protesto.
Capítulo XI – Protesto
Aparentemente, o PROTESTO por falta de pagamento é sempre NECESSÁRIO
quando não houver cláusula sem despesas, causa pela qual este se torna facultativo. No
protesto por falta de pagamento, não aderiu o governo brasileiro ao art. 44, al. 3ª,
reservando-a, de modo que incide ainda o art. 28 da Lei Saraiva.
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