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POLÍCIA MILITAR
COMANDO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
2017
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 03
3. CONCEITOS BÁSICOS 05
15. BIBLIOGRAFIA 45
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1. INTRODUÇÃO
Cada vez mais o tema Polícia Comunitária torna-se mais discutido entre as
Polícias Militares do Brasil. O Governo Federal, desde o ano de 2002, investe valores
suntuosos em projetos e cursos que atendem à filosofia de Polícia Comunitária.
O Estado de Goiás é um dos pioneiros em adotar a filosofia nos seus diversos
cursos de formação, atualização e de aperfeiçoamento. Alguns projetos foram
experimentados, com destaque ao policiamento implementado no 9º BPM, após a
criação do 14º CIOPS, cujo projeto teve méritos reconhecidos nacionalmente, sendo,
inclusive, alcançado a primeira colocação no Concurso Motorola de Projeto de Polícia
Comunitária, no ano de 2005.
Por outro lado, sob a mesma filosofia, muitos policiais avocam o pioneirismo da
implantação do policiamento comunitário nas regiões onde laboram. Todos, de forma
independente, sem mensuração, sem qualquer registro buscaram inovar na tentativa
de prestar melhor serviço à comunidade, quando às vezes nem tinham conhecimento
dessa nova filosofia de policiamento. Mesmo assim, todos tiveram seus méritos e
relevância para a Polícia Militar e para a comunidade local.
Hoje, a Polícia Militar de Goiás, também de forma inovadora, implanta o
Policiamento Comunitário em todo Estado, procurando atingir todos os municípios com
uma única política comunitária.
O modelo goiano de policiamento comunitário se funda em uma
desconcentração da autoridade policial, distribuída à menor fração de tropa, que é a
guarnição de radiopatrulha, fixando o policial a uma base geográfica, denominada
Quadrante. Esse processo de setorização atende aos princípios do policiamento
comunitário.
O modelo ainda tem por finalidade resgatar a atividade constitucional da Polícia
Militar que é a preservação da Ordem Pública, através da prevenção dos delitos,
promovendo ações proativas sobrecarregadas de técnicas policiais que vinculam cada
ação aos procedimentos policiais já adotados pela Corporação.
Cada atividade foi desenvolvida por técnicos altamente capacitados e com boa
experiência e, após definidas, as ações transformaram-se em procedimentos
operacionais que deverão ser executados padronizados por todos policiais militares
goianos, sempre buscando a qualidade dos serviços prestados.
Por outro lado, o policiamento comunitário começa a ser mensurado para que
seus resultados possam ser avaliados com melhor precisão. Sabe-se que os resultados
apresentados pelo policiamento tradicional medem a reação ao crime, sem condições
reais para a prevenção. Portanto, valorizam-se as prisões e apreensões, enquanto os
índices de crimes vão crescendo assustadoramente. O maior desafio encontrado foi
apresentar formas de mensuração da prevenção, vez que a segurança é muito mais
sentida do que a sua realidade. Aliás, a prestação de serviços, em geral, é de difícil
mensuração por vários fatores, principalmente quando o produto em questão é a
inexistência de fatos. Daí, a vinculação dos resultados (ou ausência) aos meios
empregados torna-se imprescindível para a continuidade e melhoria das táticas
empregadas.
Para melhor mensurar, o modelo goiano inclui no Sistema Operacional de
Informações da Polícia Militar ferramentas que possibilitem registrar, medir e avaliar a
eficiência do policiamento comunitário.
Este manual contempla o policiamento adotado pela Polícia Militar do Estado de
Goiás, que se apresenta capitulado em filosofia e procedimentos aplicados. Cada ação
tem seu vínculo nos princípios do policiamento comunitário, bem como tem por
objetivo comum à mesma filosofia.
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2. DEFINIÇÃO DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
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parceria com a comunidade. A permanência significa que os policiais comunitários não
devem ser trocados constantemente de quadrante e que não devem ser usados como
substitutos dos policiais que estão de férias ou que faltaram ao serviço.
Posto. Todas as áreas de responsabilidade de uma Unidade Policial (Batalhão
ou Companhia Independente), por maiores que sejam, podem ser subdivididas em
bairros ou grupos de bairros constitutivos de um de um espaço geográfico a ser
policiado, por nós denominado de “quadrante”. O policiamento comunitário
descentraliza os policiais, fazendo com que eles possam ser “donos” dos quadrantes
para os quais são escalados, atuando como se fossem “mini-chefes” de polícia,
adequando a respostas às necessidades específicas da local o qual estão patrulhando.
Além disso, o policiamento comunitário descentraliza o processo de decisão, não
apenas proporcionando ao policial comunitário a autonomia de agir, mas também
concedendo poder a todos os policiais para agirem na resolução de problemas com
base no policiamento comunitário.
Prevenção. No intuito de proporcionar um serviço completo de polícia à
comunidade, o policiamento comunitário equilibra as respostas aos incidentes
criminais e às emergências, com uma atenção especial na prevenção dos problemas
antes que estes ocorram ou se agravem.
Parceria. O policiamento comunitário encoraja uma nova parceria entre as
pessoas e a sua polícia, apoiada no respeito mútuo, no civismo e no apoio.
Problemas resolvidos. O policiamento comunitário redefine a missão da
polícia em relação à resolução de problemas, de modo que o sucesso ou o fracasso
dependam da qualidade do resultado, mais do que simplesmente dos resultados
quantitativos (número de detenções feitas, notificações de multas emitidas etc.,
conhecidos como “policiamento de números”). Tanto as medidas quantitativas como
as qualitativas são necessárias.
3. CONCEITOS BÁSICOS
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4. OS DEZ PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA
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dentro, mas as pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como um recurso
a ser utilizado para ajudá-las a resolver problemas atuais de sua comunidade.
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lei e dos interesses da comunidade. Deve sempre priorizar o coletivo em detrimento
dos interesses pessoais de alguns membros da comunidade local.
7. Policiamento Comunitário não é uma modalidade ou uma ação
especializada isolada dentro da Instituição os policiais comunitários não devem
ser exceção dentro da organização policial, mas integrados e participantes de todos os
processos desenvolvidos na unidade. São parte sim de uma grande estratégia
organizacional, sendo uma importante referência para todas as ações desenvolvidas
pela Polícia Militar. O perfil desse profissional é também o de aproximação e paciência,
com capacidade de ouvir, orientar e participar das decisões comunitárias, sem perder
a qualidade de policial militar forjado para servir e proteger a sociedade.
8. Policiamento Comunitário não é uma Perfumaria o policial comunitário
lida com os principais problemas locais: drogas, roubos e crimes graves que afetam
diretamente a sensação de segurança. Portanto seu principal papel, além de melhorar
a imagem da polícia, é o de ser um interlocutor da solução de problemas, inclusive
participando do encaminhamento de problemas que podem interferir diretamente na
melhoria do serviço policial (uma rua mal iluminada, horário de saída de estudantes
diferenciado, etc.).
9. Policiamento comunitário não pode ser um enfoque de cima para
baixo as iniciativas do policiamento comunitário começam com o policial de
serviço. Assim admite-se compartilhar poder e autoridade com o subordinado, pois no
seu ambiente de trabalho ele deve ser respeitado pela sua competência e
conhecimento. Contudo o policial comunitário também adquire mais responsabilidade
já que seus atos serão prestigiados ou cobrados pela comunidade e seus superiores
10. Policiamento Comunitário não é uma fórmula mágica ou panaceia o
policiamento comunitário não pode ser visto como a solução para os problemas de
insegurança pública, mas uma forma de facilitar a aproximação da comunidade
favorecendo a participação e demonstrando a sociedade que grande parte da solução
dos problemas de insegurança dependem da própria sociedade. Sabemos que a
filosofia de Polícia Comunitária não pode ser imediatista, pois depende da reeducação
da polícia e dos próprios cidadãos que devem ver a polícia como uma instituição que
participa do dia a dia coletivo e não simples guardas patrimoniais ou “cães de
guarda”.
11. O Policiamento Comunitário não deve favorecer ricos e poderosos a
participação social da polícia deve ser em qualquer nível social: os mais carentes, os
mais humildes, que residem em periferia ou em áreas menos nobres. Talvez nestas
localidades é que está o grande desafio da Polícia Comunitária. Com certeza os mais
ricos e poderosos tem mais facilidade em ter segurança particular.
12. Policiamento Comunitário não é uma simples edificação construir ou
reformar prédios da Polícia não significa implantação de Polícia Comunitária. A Polícia
Comunitária depende diretamente do profissional que acredita e pratica esta filosofia
muitas vezes com recursos mínimos e em comunidades carentes.
13. Policiamento Comunitário não pode ser interpretado como um
instrumento político-partidário mas uma estratégia da Corporação muitos
acham que acabou o Governo “acabou a moda”, pois vem outro governante e
cria outra coisa. Talvez isto seja próprio de organizações não tradicionais ou
temporárias. A Polícia Comunitária além de filosofia é também um tipo de ideologia
policial aplicada em todo o mundo, inclusive em países pobres com características
semelhantes às do Brasil.
A natureza do policial sempre foi comunitária. Nascida ao início do século 20
com o objetivo de proteger o cidadão de bem dos malfeitores, anos depois, ao final
deste mesmo século, se busca este retorno as origens.
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6 – PRINCÍPIOS DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
7.2 – Canadá
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7.3 – Japão
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No Koban, trabalham equipes compostas por 03 ou mais policiais, conforme
seu grau de importância, cobrindo às 24 horas do dia em sistema de rodízio por
turnos de 08, 12 ou até mesmo 24 horas, o que é mais comum.
Há também reuniões com a comunidade, chamados conselhos comunitários
(similar aos Conselhos Comunitários de Segurança – CONSEGs), os quais se reúnem
de 2 a 3 vezes por ano, isto porque, enquanto um ou mais problemas apresentados
pela comunidade não forem solucionados, não se discute novos problemas, para
evitar que um problema se acumule sobre outro e não se resolva nenhum.
As atividades num Koban são intensas e existe uma rotina estabelecida, que
varia de dia para dia e de acordo com a situação.
- atendimento às pessoas;
- recebimento e transmissão de mensagens;
- preenchimento de relatórios de serviço;
- faxina e manutenção do material;
- patrulhamento a pé, de bicicleta ou motocicleta nas áreas abrangidas pelo
Koban;
- visitas às residências, casas comerciais e escritórios de serviço;
- visitas a pessoas idosas, escolas, etc.
7.5 – Argentina
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da Instituição. Estes orientam a pessoa a respeito da ocorrência e emitem um
relatório sobre a pessoa.
Foi iniciada uma política interna com policiais sobre sua participação dentro e
fora da Instituição. Conscientização sobre sua importância e de sua profissão.
Os policiais foram colocados em constante contato com a comunidade,
estimulando a troca de conhecimentos, o aconselhamento sobre os crimes e assuntos
em geral para que as pessoas sejam sempre informadas sobre tudo o que se passa. É
o embrião de uma polícia de proximidade.
Foi criada uma central que abriga um banco de dados geral dos serviços
públicos. Para este centro são direcionadas as chamadas da comunidade que
necessita de determinados serviços públicos. A Polícia passa a ser o nexo dos pedidos
e requerimentos de serviços públicos essenciais urgentes da comunidade. Recebida a
solicitação, a polícia aconselha, orienta e, se for o caso, fica no local com o cidadão
até que chegue o serviço especializado. Como por exemplo, se o cidadão tem
problema com o vazamento de gás, o policial orienta e fica com ela até a chegada do
serviço respectivo acionado pelo próprio centro.
7.6 – Colômbia
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8. POLÍCIA TRADICIONAL E POLÍCIA COMUNITÁRIA
Prevenir o crime
A essência da segurança pública é a prevenção do crime e o que busca o
policiamento comunitário quando insere os policiais militares do quadrante no
processo de resolução de problemas. É bom lembrar que os problemas na segurança
pública tem origem nas causas sociais. As atividades proativas, na verdade, são
aquelas voltadas ao combate às causas da violência e da criminalidade, que já foram
tratadas como “ações extraoficiais realizadas pela policia, universalmente designadas
como “peace officers”. No entanto, as ações policiais de caráter preventivas também
englobam a categoria de proativas porque figuram como serviço público e não uso do
poder de polícia exclusivamente.
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8.3 – Experiências acumuladas pelo mundo policial
b) Policiamento estratégico:
O conceito de policiamento estratégico tenta resolver os pontos fracos do
policiamento profissional de combate ao crime, acrescentando reflexão e energia à
missão básica de controle do crime.
O objetivo básico da polícia permanece o mesmo que é o controle efetivo do
crime. O estilo administrativo continua centralizado. Através de pesquisas e estudos, a
patrulha nas ruas é direcionada, melhorando a forma de emprego.
O policiamento estratégico reconhece que a comunidade pode ser um
importante instrumento de auxilio para a polícia. O policiamento estratégico enfatiza
uma maior capacidade para lidar com os crimes que não estão bem controlados pelo
modelo tradicional.
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d) Policiamento comunitário:
No policiamento comunitário as instituições, como por exemplo, a família, as
escolas, as associações de bairro e os grupos de comerciantes, são considerados
parceiros importantes da polícia para a criação de uma comunidade tranqüila e
segura. O êxito da polícia está não somente em sua capacidade de combater o crime,
mas na habilidade de criar e desenvolver comunidades competentes para solucionar
os seus próprios problemas.
Abordagem do Policiamento Comunitário:
Quantidade de ações proativas preventivas;
Busca a ação pela prevenção;
Avalia a qualidade pelo resultado;
Estabelece a sensação de segurança.
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e) Excelente Receptividade e Capacidade de Assimilação: O policial
comunitário no auge de sua atuação representará no seu bairro o papel de um
verdadeiro líder. Será comum, que a população local a ele se dirija para solicitar,
reclamar e sugerir. Assim, uma postura prioritariamente aberta aos contatos
favorecerá a colaboração e a participação da comunidade na resolução dos seus
problemas, sendo certo que sem essa parceria com os habitantes da Região não será
possível falar em policiamento comunitário. Também é esperado que ele seja capaz de
assimilar com certa rapidez algum mal estar que possa ser gerado em ocorrências
difíceis, para logo em seguida estar novamente apto a se relacionar amistosamente
com a comunidade.
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Abordagem a Veículo
Foragido Recapturado
Pessoa Encontrada
Averiguação
Veículo Abandonado
Monitoramento
Apoio Policial
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seu cliente. A amizade conquistada não deve ingressar no campo pessoal, sem,
contudo, deixar alcançar a empatia com a situação do cidadão.
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A aproximação do policial militar após a ocorrência criminal é importante para
renovar a confiança do cidadão em relação à Polícia Militar, às vezes abalada após a
ocorrência de um crime que a PM não conseguiu evitar.
É através da visita solidária que o policial militar se projeta no lugar da vítima
e, através da empatia, possa sentir melhor a aflição da pessoa e, com isso, valorizar o
seu serviço e dedicar-se com melhor eficiência.
Por meio da visita solidária o policial militar pode suscitar mais informações a
respeito do delito e sobre o criminoso, propiciando conhecer sua forma de atuação,
possibilitando a identificação da autoria e a elucidação de outros crimes.
O policiamento comunitário é completo, abrangendo a prevenção e a repressão
criminal e o modelo fomentado pelo Governo Federal, através da Secretaria Nacional
de Segurança Pública, apóia a “Assistência à Vítima” como oportunidade ampla para,
resgatar a confiança do cidadão, para melhorar a atuação da polícia e até para
elucidar o delito:
11.3 - Monitoramento
Para que o incidente criminal ocorra, três fatores são essenciais:
a) Vítima;
b) Oportunidade;
c) Delinqüente.
Havendo ausência de um desses elementos, o crime não ocorre. A prevenção
ao crime não abrange apenas o policiamento preventivo, pois este ataca apenas a
oportunidade. O delinqüente está sempre à procura de uma oportunidade para atacar
uma vítima. Quando esta está vulnerável, torna-se vítima fácil.
Uma pessoa prevenida e cautelosa não é uma vítima em potencial. Fatores
como idade, deficiência, sexo, físico e, principalmente, conduta facilitadora,
contribuem para o sucesso do delinqüente. Senhoras idosas, que vão sozinhas ao
banco e sacam integralmente suas pensões são alvos fáceis.
O ambiente composto pelo aspecto espacial (local) e temporal (horário) cria a
oportunidade ao marginal. A definição de Zona Quente de Criminalidade (ZQC)
envolve a quantidade de incidências em determinados locais e horários, exigindo a
maior presença da Polícia Militar.
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O delinqüente, por sua vez, é formando dentro da sociedade e pior, enquanto
se formava ninguém nada fez para mudar essa perspectiva. O delinqüente precisa ser
conhecido da Polícia Militar como é conhecido pela comunidade.
Com a relação estreita com a comunidade e com permanência dos policiais
militares no quadrante ocorre uma facilitação para que possa conhecer os
delinqüentes da região.
Atualmente, o cenário é favorável ao delinqüente. Primeiramente, a sensação
de insegurança inibe a denúncia, mesmo quando a vítima conhece o delinqüente.
Ainda, a apatia do cidadão que não confia na polícia fica desestimulado a procurar a
polícia por acreditar ser apenas um ato burocrático. Outra razão é a ineficiência
investigatória que deveria se iniciar no momento em que os policiais militares
atendem um incidente. Na realidade, quase tão somente aqueles casos já
encaminhados por policiais militares é que geram investigação criminal. Quase nunca
as vítimas vão à delegacia de polícia para registrar algum roubo, por exemplo.
O assaltante que rouba pequenos valores, costumeiramente, é da região, e
confia na impunidade para continuar a agir. Assim, em poucos casos de roubos e
furtos a PM é acionada, menor é o número de prisões e ínfimo é a presença da vítima
na delegacia. Esse panorama é favorável ao delinqüente.
O monitoramento é um patrulhamento realizado no quadrante pelos policiais
militares com foco na vítima, quando procura identificar suas fragilidades e buscar
orientá-la, no ambiente oportuno, com atenção às ZQC, nos horários de maior
incidência criminal. Enquanto isso, os delinqüentes conhecidos passam a ser
encontrados e abordados habitualmente com a finalidade de inibir suas ações.
O monitoramente deve ser priorizado aos ZQC e os policiais militares devem
estar atentos aos dias e horários de freqüência de pessoas, de incidentes e presença
de suspeitos.
Os delinqüentes devem ter ciência que os policiais estão patrulhando a região
com total atenção a eles. Devem estar cientes que eles são os alvos da monitoração.
É bom sabermos que os delinqüentes são agressores da sociedade e a Polícia
Militar é a defensora. Assim, é totalmente legítima a atenção fiscalizadora sobre o
delinqüente conhecido no quadrante.
11.4 - Mensuração
O policiamento comunitário é um modelo de administração gerencial, e como
tal utiliza-se da mesma metodologia e instrumentos.
Como administração gerencial o foco do policiamento também está na
qualidade e a sua definição é dada pela expectativa do cliente.
A satisfação do cliente sobre determinado produto é que define a qualidade,
independente do desempenho do produto. Nesse sentido, qual seria o produto
entregue ao cidadão, seu cliente?
O produto pode ser definido com bem (fungível) ou serviço, e no caso da Polícia
Militar, trata-se de um serviço público. Esse produto é difícil de ser mensurado, pois
ele seria composto de valores negativos.
A percepção do cidadão ocorre pela sensação de segurança, melhor sentida
pela ausência de crimes (por isso valores negativos ou decrescentes). Assim, o
produto desejado pelo cidadão é a segurança e resposta ao crime.
A segurança desejada pelo cidadão não pode ser medida pelos números
crescentes de prisões e apreensões, mas pelos valores que decrescem não podem
estar desassociados de ações. Portanto, determina-se que a Policia Militar deve
promover ações que contribuem para diminuir os crimes. Essas ações denominam-se
“proatividade”.
A segurança e a sensação de segurança é produto de um processo, que se
chama de processo produtivo. O modelo gerencial busca atentar ao processo, criando
procedimentos padrões para estabelecer a eficiência desse processo.
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Para que o produto seja aquele pretendido, o processo deve ser
minuciosamente monitorado e isto significa análise dos dados comparados aos
indicadores pré-estabelecidos. O monitoramento do processo é garantia de qualidade
do produto.
Mensurar o processo é uma delicada tarefa. Mais delicado é mensurar o produto
ofertado pela Polícia Militar. Como muitos esperam, a quantidade de prisões e
apreensões não são os produtos esperados da PM pela sociedade. O que se deseja da
Polícia Militar seria ações que favorecem a ausência de crime. Trata-se de relação
causa e efeito. Aliás, essa relação é a definição de processo.
O efeito seria a ausência de crime e da sensação de segurança, que se
denomina de produto, e quais seriam suas causas? Para relacionar causa e efeito é
necessário mensurar o processo.
Daí pergunta-se: O que a Polícia Militar pode realizar de proatividade para gerar
mais segurança e sensação de segurança?
A Polícia Militar do Estado de Goiás adotou as seguintes ações:
a) Visita Comunitária;
b) Visita Solidária;
c) Reunião Comunitária;
d) Abordagem Policial;
e) Operações Policiais;
f) Patrulhamento;
g) Monitoramento;
h) Foragido recapturado e outros.
Anteriormente, o serviço policial militar era medido pela quantidade de
ocorrências registradas. Os policiais militares acostumados a “vagar” pelas ruas a
espera de um crime para atender, chegavam a dizer que nada fizeram quando não
foram acionados.
Enquanto não são acionados para atendimento reativo, os policiais militares
devem estar produzindo segurança pública.
Medir as atividades é imprescindível para determinar a relação causa e efeito e
mensurar o quanto as ações da Polícia Militar são determinantes para diminuir a
criminalidade.
Para facilitar, a Polícia Militar utiliza o mesmo sistema para registrar os “boletins
de ocorrências” para registrar as atividades proativas. A ferramenta tecnológica
chama-se RAI-Registro de Atendimento Integrado.
Através do RAI, a guarnição de RP abre o registro assim que iniciar o
atendimento. Ao final, insere os dados pertinentes à atividade desenvolvida e encerra-
se o atendimento.
Para que a mensuração ocorra satisfatoriamente, é fundamental que o PM seja
honesto em seus lançamentos, inserindo corretamente os horários, hodômetro da RP,
local do atendimento e as providências adotadas.
Quanto melhor for o registro, mais preciso será a análise pela equipe de
planejamento da OPM. A mensuração é um processo linear, que envolve os policiais
militares do quadrante, do Centro de Operações, para o registro, como também
envolve a Seção Operacional, na captura de dados e análise para posterior relatório e
finaliza novamente nos policiais militares do quadrante para direcionar as ações
conforme orientações da Seção Operacional e do comandante do quadrante.
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O policiamento comunitário é a aplicação do modelo gerencial e, portanto, exige
essa aproximação para que a polícia possa, como prestador de serviço, definir a
qualidade pela expectativa do cliente, que é o cidadão.
O cidadão, no entanto, não é somente cliente, pois lhe exige a responsabilidade
pela segurança pública. O cliente, como tal é desprovido de deveres, enquanto que o
cidadão possui esse ônus. Com isso o cidadão, além de cliente – o qual receberá um
serviço – também é elemento ativo na consecução do serviço público prestado
juntamente com a polícia. Aliás, a Segurança Pública é “responsabilidade de todos”
(art. 144, CF/88).
O policiamento comunitário vai além da cultura reacionária ao delito. Também
transcende o planejamento estratégico e a polícia de resolução de problemas. Ele
mobiliza a comunidade para fins de solução mais ampla dos problemas comunitários e
de angariar sua simpatia para consolidar uma parceria.
A confiança e simpatia da comunidade não se compram antes de tudo se
conquista. Para formar uma parceria com a comunidade é necessário construir com
ela um relacionamento pautado na confiança e lealdade.
A reunião mensal com a mesma comunidade propicia essa construção, se
observado esses princípios éticos.
A reunião é oportunidade para prestar contas daquilo que a Polícia Militar
produziu no mês anterior e reafirmar que os resultados podem ser melhores se
houver a participação efetiva da comunidade.
Para mobilizar a comunidade, antes, porém, é necessário angariar a sua
simpatia. Para isso, a honestidade é essencial, mesmo quando os resultados não
sejam satisfatórios.
Tanto o processo quanto os resultados foram gerenciados conjuntamente,
portanto devem ser avaliados igualmente.
Na reunião mensal, além da prestação de contas é oportunidade singular para
discutir medidas preventivas e ouvir as reclamações sobre a criminalidade e da má
prestação de serviço, se houver.
Quanto a informações relevantes para a segurança pública, há três fontes: do
serviço de inteligência, das estatísticas e as comunitárias.
É bastante comum o departamento de planejamento não obter dados corretos
por falta de registros de crimes, mas as vítimas que não acionaram a emergência da
PM comentam com seus vizinhos. Daí, as situações ocultas às estatísticas emergem
nas reuniões.
Por outro lado, a presença dos policiais militares que compõem o quadrante nas
reuniões, propicia o comprometimento desses com o policiamento comunitário, pois
encurtam a distância burocrática que existe entre a polícia e a comunidade que,
historicamente, as separam uma da outra.
É vantajoso que nas reuniões comunitárias os policiais ouçam os flagelos dos
cidadãos, bem como ouçam os elogios e as críticas. O comandante da OPM ou do
quadrante deve explorar essa oportunidade para elogiar os PM do quadrante e
destacar as atuações positivas que culminaram em prisões. O destaque é recebido
pela comunidade que valorizam ainda mais os seus policiais.
A reunião mensal deve ser conduzida pelos policiais militares que também
devem aproveitar as visitas comunitárias para reforçar o convite quanto para expandir
àqueles que não compareceram a reunião anterior.
Na reunião mensal não há composição de mesa e a frente somente o cerimonial
(um policial militar) e aqueles aos quais forem franqueados. É obvio que o
comandante da OPM ou do quadrante será o expositor principal, pois divulgará os
resultados obtidos no mês anterior. A ordem de colocação deve ser conduzida pelo
cerimonial que conduzirá a pessoa à frente. Esse método evita a abordagem
desnecessária de assuntos impróprios, bem como limita a pessoa ao seu tempo.
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As reuniões devem ser breves para não permitir o retorno das pessoas em
horário impróprio, respeitando a jornada do dia seguinte. Também não poderá ser
muito cedo para permitir que haja tempo para os trabalhadores comparecer.
A reunião do mês seguinte deve ser divulgada na presente reunião, visando
facilitar a divulgação. O policiamento comunitário admite a participação de todos,
através de idéias, patrocínio e, principalmente, em tarefas assessórias, como a
confecção de panfletos, jornais, criação de páginas na internet, rede social virtual.
Esses informativos tornam-se uma extensão da reunião, alcançando um público maior
e favorecendo a troca de informações que não pode ser amplamente explorada na
reunião.
Resumidamente, a reunião mensal é um instrumento valioso para o
policiamento comunitário, pois contribui para fortalecer a parceria com a comunidade,
melhorando a confiança dos cidadãos com respeito à Polícia Militar e uma
oportunidade para a PM prestar contas, para difundir orientações e inspirar um melhor
“comprometimento” dos policiais militares que são confrontados pessoalmente com as
aflições das pessoas.
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13. POP 210 (POLICIAMENTO COMUNITÁRIO)
ESCLARECIMENTOS:
Item 1 – Monitoramento: é a atividade pela qual os policiais militares executam o
patrulhamento de acordo com o Procedimento Operacional Padrão, desenvolvendo
esta atividade com saturação de uma área, com o objetivo de verificar locais e
pessoas de forma a acompanhar a rotina das atividades da localidade, buscando
aumentar a segurança da comunidade e propiciar o convívio social harmônico.
Item 2 – Saturação: na atividade de monitoramento, a saturação indica o
policiamento repetitivo e recorrente em uma determinada localidade durante todo o
período de serviço da guarnição.
Item 3 – Agressor da sociedade: indivíduo que cause prejuízo indevido a qualidade
de vida da comunidade, através de conduta tipificada penalmente ou não.
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Item 4 – Zona Quente de Criminalidade (ZQC): localidade que possui histórico de
atendimentos policiais anteriores, dos quais geram suspeição de atividades
criminosas.
Item 5 – Atendimento Policial Militar: consiste na prestação de qualquer serviço
de atendimento proativo ou reativo ao cidadão que deva ser registrado no COPOM.
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO N. 210 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
PROCEDIMENTO
Visita Comunitária
210.02
ESTABELECIDO EM: 11/03/2011
REVISADO EM: Nº DA REVISÃO:
REPONSÁVEL: Comandante da guarnição
ATIVIDADES CRÍTICAS
1. Definição de locais e pessoas a serem visitados (Esclarecimento item 1);
2. Aproximação do local;
3. Primeiros contatos com os locais e pessoas a serem visitados.
SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
1. Definir o local ou pessoa a ser visitada;
2. Aproximar de forma segura, observando o cenário do ambiente;
3. Posicionar a viatura, conforme POP 201;
4. Registrar o atendimento no Centro de Operações – COPOM;
5. Apresentar-se ao cidadão informando o seu posto/graduação, nome de guerra
e função no quadrante (Esclarecimento item 2), o número do telefone móvel
da viatura e o de emergência, 190.
6. Conhecer o cidadão, identificar seus dados pessoais, atividade profissional,
tempo de fixação no local, seus anseios e necessidades;
7. Orientar o cidadão a ter um comportamento proativo (Esclarecimento item 3),
não ser uma vítima fácil (Esclarecimento item 4 e ação corretiva nº 1) e ser
um fiscal da segurança pública (Esclarecimento item 5);
8. Esclarecer ao cidadão, que sua identidade será preservada, quando o mesmo
contribuir com informações úteis à segurança pública;
9. Finalizar e informar os dados do atendimento ao COPOM;
10. Consultar os antecedentes do visitado, após o encerramento da visita
comunitária.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que a visita comunitária estabeleça uma relação de parceria entre a Polícia
Militar e comunidade;
2. Que o visitado se torne um agente ativo na promoção da segurança pública;
3. Que ocorra o fenômeno da empatia (Esclarecimento item 6) entre os policiais
militares e a comunidade com a qual atua;
4. Que sejam obtidos dados precisos para melhorar o serviço policial militar;
5. Que o policial seja parte integrante da comunidade, aumentando o nível de
segurança daquela região;
6. Que o policial identifique possíveis situações nas quais o visitado possa ser
classificado como vítima fácil ou agressor da sociedade.
AÇÕES CORRETIVAS
1. Caso o cidadão seja identificado como vítima fácil o policial deve orientar a
conduta correta a ser tomada e monitorar o mesmo; (Sequência das ações nº
7)
2. Caso o cidadão seja identificado como agressor da sociedade, o policial deve
adotar as medidas policiais cabíveis para o caso constatado;
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3. Caso o agressor da sociedade visitado não tiver contra si a situação de
flagrante delito ou mandado de prisão, o policial deve orientar a conduta
correta a ser tomada e monitorar o mesmo;
4. Caso o endereço da visita comunitária não corresponda à constatação,
cientificar ao COPOM sobre tal situação.
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Executar visita comunitária fora do seu quadrante de responsabilidade;
2. Aproximar do local, desconsiderando o possível grau de periculosidade e
agindo com desatenção, apatia, desrespeitando as normas técnicas do POP;
3. Desconsiderar as vulnerabilidades do local de visita;
4. Deixar de dar a devida atenção às pessoas envolvidas, na visita comunitária;
5. Priorizar estabelecimentos comerciais, em detrimento das residências.
ESCLARECIMENTOS:
Item 1 – Visita Comunitária: Consiste no ato do policial militar deslocar-se a uma
residência, escola, igreja, estabelecimento comercial ou qualquer outro local de
interesse da segurança pública, para repassar as orientações necessárias ao
incremento da segurança, além de integrar-se de maneira proativa na vida social da
comunidade.
Item 2 – Quadrante: Consiste no espaço geográfico de responsabilidade de uma
Guarnição de policiamento militar.
Item 3 – Comportamento Proativo do Cidadão: Atividade na qual o cidadão passa
a ser agente direto na promoção da segurança individual e coletiva, adotando um
comportamento que dificulte a ação de um agressor da sociedade.
Item 4 – Vítima Fácil: Consiste no ato do cidadão conduzir-se ou comportar-se de
maneira tal a que facilite a ação do agressor da sociedade sobre a sua integridade
física e o seu patrimônio.
Item 5 – Fiscal de Segurança: atitude a ser desenvolvida pelo cidadão, pela qual o
mesmo assume uma conduta fiscalizadora frente às possíveis causas de criminalidade,
passando a acionar os setores competentes do poder público, ou da sociedade civil,
para solucionar estas não conformidades.
Item 6 – Empatia: Consiste na condição de poder colocar-se no lugar do outro.
33
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO 210 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
PROCEDIMENTO
Visita Solidária
210.03
ESTABELECIDO EM: 11/03/2011
REVISADO EM: Nº DA REVISÃO:
REPONSÁVEL: Comandante da guarnição
ATIVIDADES CRÍTICAS
1. Identificação da vítima a ser visitada;
2. Aproximação do local;
3. Primeiros contatos com o visitado.
SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
1. Coletar os dados referentes ao atendimento, havido no seu quadrante
(Esclarecimento item 1), no dia anterior;
2. Relacionar o nome da vítima e dados característicos do atendimento reativo
para a Visita Solidária (Esclarecimento item 2);
3. Aproximar de forma segura, observando o cenário do ambiente;
4. Registrar o atendimento no Centro de Operações – COPOM;
5. Apresentar-se à vítima e informar o seu posto/graduação, nome e função no
quadrante;
6. Solicitar da vítima o relato sobre o fato e o atendimento policial militar;
7. Analisar com a vítima se a sua conduta dentro do evento favoreceu ou não o
acontecimento do fato delituoso (Ação corretiva nº 1);
8. Informar ao visitado sobre as suas atribuições como parceiro na promoção de
segurança pública;
9. Informar o número do celular da viatura e o telefone geral de emergência 190
ao término da visita solidária;
10. Esclarecer ao cidadão, que sua identidade será preservada, quando o
mesmo contribuir com informações úteis à segurança pública;
11. Finalizar e informar os dados do atendimento ao COPOM;
12. Após o encerramento da visita solidária, consultar os antecedentes do
visitado.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que ocorra o acompanhamento dos fatos registrados no quadrante e a
guarnição tenha pleno conhecimento do número de atendimentos ocorridos no
dia anterior, além dos dados específicos de cada atendimento;
2. Que ocorra o fenômeno da empatia (POP 210.02) entre os policiais militares e
as vítimas de delinquência do seu quadrante de atuação;
3. Que sejam obtidos dados precisos, para melhor conduta policial, na ação
específica da visita solidária;
4. Que a guarnição possa estabelecer contato efetivo com a comunidade
estreitando laços entre o cidadão e a Polícia Militar;
5. Que o cidadão sinta-se valorizado pelo serviço policial militar.
AÇÕES CORRETIVAS
1. Caso a conduta da vítima tenha favorecido o fato delituoso, orientar o cidadão
a adequar sua conduta para não ser uma vítima fácil (Sequência das ações nº
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7);
2. Caso o policial militar constate erro na execução do atendimento reativo,
relatar este ao escalão competente;
3. Caso a pessoa indicada não esteja no momento da visita, realizá-la com a
pessoa presente;
4. Caso o local da visita solidária, indicada no atendimento não corresponda à
constatação, cientificar ao COPOM sobre tal situação.
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Executar visita fora do seu quadrante de responsabilidade;
2. Considerar somente às informações recebidas pelo atendimento reativo,
desconsiderando possíveis variações;
3. Aproximar do local, desconsiderando o possível grau de periculosidade e
agindo com desatenção, apatia e sem técnica;
4. Deixar de dar a devida atenção às pessoas envolvidas;
5. Executar visita solidária somente ao atendimento policial de vulto desprezando
os outros tipos de natureza.
ESCLARECIMENTOS:
Item 1 – Quadrante: Consiste no espaço geográfico de responsabilidade de uma
Guarnição de policiamento militar.
Item 2 – Visita Solidária: consiste no atendimento policial militar à pessoa vítima
de ação delituosa.
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO 210 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
PROCEDIMENTO
Reunião mensal de segurança comunitária
210.04
ESTABELECIDO EM: 11/03/2011
REVISADO EM: Nº DA REVISÃO:
REPONSÁVEL: Comandante da Unidade Policial Militar – UPM
ATIVIDADES CRÍTICAS
1. Seleção dos participantes da reunião;
2. Definição do local, data e horário da reunião;
3. Condução da reunião.
SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
1. Estimar o público;
2. Definir o local adequado, data e horário;
3. Fazer levantamento de dados estatísticos da produtividade policial militar
referente ao mês imediatamente anterior;
4. Escalar os policiais militares do quadrante envolvido, inclusive os de folga
(POP 210.02);
5. Presidir a reunião mensal de segurança comunitária, estando fardado (Ação
corretiva nº 1);
6. Definir o secretário da reunião;
7. Definir como mestre de cerimônia da reunião um policial militar fardado com
boa oratória;
8. Convidar todas as forças vivas (Esclarecimento item 1) atuantes no
quadrante;
9. Preparar o local da reunião;
10.Registrar o atendimento no Centro de Operações – COPOM;
11.Recepcionar os convidados;
12.Registrar em ata a reunião e coleta de assinaturas dos presentes;
13.Iniciar as atividades da reunião;
14.Apresentar as autoridades públicas e lideranças comunitárias presentes;
15.Apresentar os dados dos trabalhos da PMGO;
16.Emitir orientações de cultura de segurança (Esclarecimento item 2) aos
presentes;
17.Dar a oportunidade aos demais segmentos do poder público;
18.Dar a oportunidade às lideranças comunitárias presentes;
19.Dar a oportunidade às demais pessoas;
20.Divulgar o local, data e horário da próxima Reunião Mensal de Segurança
Comunitária (Esclarecimento item 3);
21.Encerrar a reunião;
22.Finalizar e informar os dados do atendimento ao COPOM.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que as forças vivas atuantes no quadrante sejam congregadas;
2. Que sejam criadas parcerias em prol da Segurança Pública;
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3. Que o cidadão seja um divulgador de cultura de segurança;
4. Que aproxime o cidadão e a Polícia Militar;
5. Que forneça dados para que o Comandante da UPM possa planejar ações.
AÇÃO CORRETIVA
1. Caso surja situação imprevista durante a atividade o Comandante da UPM
deve solucioná-la (Sequência das ações nº 5).
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Compor mesa de autoridades;
2. Ter ou parecer ter: cunho religioso, político-partidário, empresarial, financeiro
ou de autopromoção;
3. Permitir que uma pessoa ou Instituição monopolize ou tire proveito particular
da reunião;
4. Permitir que a reunião tenha o seu propósito descaracterizado para fins
festivos ou artísticos;
5. Permitir que a reunião exceda o tempo de uma hora;
6. Não controlar o tempo de palavra dos participantes ocasionando
prolongamento da reunião;
7. Não estar fardados os policiais militares escalados para a reunião;
8. Permitir que pessoas mal intencionadas promovam grau de animosidade e
polêmica impróprias.
ESCLARECIMENTOS:
Item 1 – Forças vivas: são todas as pessoas ou instituições que tem o poder de
influenciar a qualidade de vida das pessoas que moram e trabalham no quadrante, a
saber: Poder Judiciário, Autoridades Políticas, Ministério Público, Corpo de Bombeiros
Militar, Polícia Civil, Escolas Públicas e Particulares, Conselho Tutelar, Conselhos
Comunitários, Associações de Moradores e outras representatividades, Igrejas,
Empresas, Imprensa e, principalmente, o máximo possível de moradores.
Item 2 – Cultura de Segurança: consiste em informações que capacitem o cidadão
a ser um agente promotor de sua segurança particular e pública.
Item 3 – Reunião Mensal de Segurança Comunitária: Consiste na obrigação de
cada Comandante de UPM em promover Reunião Comunitária para agrupar as forças
vivas atuantes nos quadrantes para discutir e estabelecer parcerias em prol da
melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram e trabalham no quadrante com
interesse direcionado para a segurança pública, com periodicidade mínima mensal.
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO 210 POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
PROCEDIMENTO
Mensuração da produtividade
210.05
ESTABELECIDO EM: 11/03/2011
REVISADO EM: Nº DA REVISÃO:
REPONSÁVEL: Gestor do Sistema de Informação Operacional da PMGO
ATIVIDADES CRÍTICAS
1. Coleta de dados;
2. Registro de todos os atendimentos.
SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
1. Registrar o atendimento no Sistema de Informação Operacional da PMGO,
solicitado pelo telefone móvel funcional, ocasional ou por iniciativa da
guarnição;
2. Confirmar e coletar dados;
3. Aplicar a sequência de ações prevista nos procedimentos, conforme a natureza
do atendimento;
4. Lançar todos os dados do atendimento no mesmo registro dentro do Sistema
de Informação Operacional da PMGO.
RESULTADOS ESPERADOS
1. Que mensure todos os atendimentos proativos e reativos do serviço policial
militar, para que se apure a produtividade integral do serviço prestado à
sociedade (Esclarecimento item 3);
2. Que a mensuração possa subsidiar o planejamento de ações, visando à
qualidade no serviço policial militar.
AÇÃO CORRETIVA
1. Caso o atendimento proativo (Esclarecimento item 1) resultar em atendimento
reativo (Esclarecimento item 2) deve-se fazer um único registro, sendo que a
primeira natureza deve ser a proativa seguida da natureza reativa.
POSSIBILIDADES DE ERRO
1. Coletar e inserir dados inverídicos ou incompletos;
2. Deixar de registrar os atendimentos proativos;
3. Trocar naturezas de atendimentos com a finalidade de obter resultados
estatísticos dissimulatórios;
4. Deixar de conciliar e diferenciar um procedimento do outro, conforme a
natureza;
5. Deixar de registrar na natureza do atendimento a conduta proativa que
oportunizou o resultado reativo.
ESCLARECIMENTOS:
Item 1 – Atendimento Proativo: é o trabalho que tem início de ofício pela própria
PM, com o propósito preventivo. Excetuando-se as solicitações de atendimentos não
decorrentes de ação delituosa.
Abordagem Policial: é aquela oriunda da ação preventiva, ainda que o resultado
gere atendimento reativo. Neste caso, a natureza do atendimento deverá ser
registrada como abordagem, seguida das demais;
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Apoio Policial: ação cuja finalidade seja a prevenção com o objetivo de evitar
uma progressão danosa ao interesse da segurança pública;
Averiguação: é todo atendimento de checagem de informação com destino certo
e sabido, diferindo do patrulhamento que não possui objeto definido e do
monitoramento que faz o acompanhamento de pessoa ou local definido;
Patrulhamento (POP 202);
Bloqueio em via pública (POP 209);
Abordagem estática (POP 208);
Monitoramento (POP 210.01);
Visita comunitária (POP 210.02);
Visita solidária (POP 210.03);
Reunião Comunitária: se dá de duas formas, a mensal de segurança
comunitária (POP 210.04); e de forma excepcional, quando solicitada por
determinados grupos ou representatividade local e ainda por iniciativa da própria
PM.
Item 2 – Atendimento Reativo: é o trabalho realizado pela PM no atendimento
policial militar empenhado através do COPOM, telefone móvel funcional ou de forma
ocasional, resultante da notícia de ação delituosa, infracional ou de trânsito.
Item 3 – Produtividade: é a somatória dos atendimentos proativos e reativos.
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14. POP 213 (POLICIAMENTO RURAL)
MAPA DESCRITIVO DO PROCESSO 213
NOME DO PROCESSO POP 213 POLICIAMENTO RURAL
MATERIAIS NECESSÁRIOS
1. Equipamentos de Uso Individual – EUI e de viatura (POP 101 e 102);
2. Viatura operacional específica para trafegar em estradas;
3. Arma longa com bandoleira e 02 (dois) carregadores sobressalentes;
4. Global Positioning System (GPS) – Sistema de Posicionamento Global;
5. Dispositivo Móvel Eletrônico de Comunicação – DMEC (POP 117);
6. Veículo aéreo não tripulado (VANT);
7. Capa de chuva padrão policial militar, com material refletivo na parte posterior e
anterior;
8. Facão para mato com lâmina em aço carbono de 12” (doze polegadas), no
mínimo, com bainha;
9. Luz auxiliar (cilibrim);
10. Corda de multifilamento trançada, 100% em material polipropileno, de 12
(doze) milímetros de largura e 20 (vinte) metros de comprimento, no mínimo;
11. Garrafa térmica de 5 (cinco) litros;
12. Bolsa de equipamentos (Esclarecimentos item 1).
ETAPAS PROCEDIMENTOS
Patrulhamento rural POP 213.01
Visita comunitária rural com georreferenciamento POP 213.02
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO PAG
Poder de polícia Art. 78 do Código Tributário Nacional – CTN 347
Deslocamento para o Art. 29, inc. VII do Código de Trânsito Brasileiro – 317
local da CTB
ocorrência
Velocidade máxima Art. 61, inc. II do Código de Trânsito Brasileiro – 354
CTB
Anexo I do CTB
Velocidade mínima Art. 62 e 219 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB 355
ESCLARECIMENTO
Item 1 – Bolsa dos equipamentos
Confeccionada em material resistente na cor preta.
Medidas: 70 (setenta) centímetros de comprimento, 40 (quarenta) centímetros de
largura e 40 (quarenta) centímetros de altura.
Sistema de fechamento, entre as alças, de zíper em todo seu comprimento.
Itens previstos para serem acondicionados na bolsa dos equipamentos: Luz auxiliar
(cilibrim), a corda e o facão com bainha.
41
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO POP 213 POLICIAMENTO RURAL
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44
15. BIBLIOGRAFIA
GOIÁS. Polícia Militar. Procedimento operacional padrão: POP. 3ª ed. rev. e amp.
Goiânia: PMGO, 2014.
45
ANEXO 1
46