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FICHA CATALOGRÁFICA

Todos os direitos desta edição serão reservados à Escola Estadual de Saúde


Pública “Cândido Santiago”/Secretaria da Saúde do Estado de Goiás.

Goiás (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Educação


em Saúde e Trabalho para o SUS. Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido
Santiago”. Ciclos de Vida. Goiânia: ESAP-GO, 2018.

1. Ciclos de vida (saúde integral da mulher, criança, adolescente e Idoso). 2.


Saúde da Mulher. 3. Saúde da Criança. 4. Saúde do Adolescente. 5. Saúde do
Idoso. I. Ciclos de vida (saúde integral da mulher, criança, adolescente e Idoso).
II. Santos, Kelli Coelho.

Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido Santiago” (ESAP-GO/SEST-


SUS/SES-GO)

Rua 26, 521


74.853-070 – Jardim Santo Antônio
Goiânia, GO
Tel: (62) 3201-3410
TEMA

Ciclos de vida (saúde integral da mulher, criança, adolescente e idoso)

AONDE QUEREMOS CHEGAR

Prezado agente,

Seja bem vindo ao estudo do tema Ciclos de vida (saúde integral da mulher, criança,
adolescente e idoso). Com esse estudo, espera-se que você reconheça as
particularidades cada um desses ciclos e, com isso,
possa refletir e desenvolver competências para a atuação dentro da Rede de
Atenção à Saúde da mulher, criança, adolescente e idoso e, com isso, possa refletir
e desenvolver competências para a atuação dentro da Rede de Atenção à Saúde da
mulher, da criança, do adolescente e do idoso.
Vamos lá?!

CAMINHOS A PERCORRER

Para alcançar os objetivos propostos para esse tema, vamos conhecer sobre os
seguintes tópicos:
1. Saúde da Mulher;
2. Saúde da Criança;
3. Saúde do Adolescente;
4. Saúde do Idoso.
Unidade 3
Saúde Integral do Adolescente

Você sabe como colaborar


com a atenção integral à
saúde do Adolescente? Mas
o que é mesmo a
adolescência?

Então, caro agente de saúde, a adolescência é uma etapa da vida compreendida


entre a infância e a fase adulta, marcada por um complexo processo de crescimento
e desenvolvimento físico, moral e psicológico. Por isso, para sabermos como
acompanhar a saúde dos adolescentes da sua região, abordaremos o tema com
base nos documentos: Proteger e Cuidar da Saúde de Adolescentes na Atenção
Básica; Famílias e Adolescentes; Guia Prático do Agente Comunitário de
Saúde e Caderneta de Saúde de Adolescente, masculina e feminina. Leiam
esses documentos ok?

Os documentos estão disponíveis na íntegra nos seguintes links:


• Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica: https://bit.ly/2wiHNCF;
• Famílias e Adolescentes: https://bit.ly/2Ts9DbE;
• Guia prático do agente comunitário de saúde: https://bit.ly/2zqCFAi;
• Caderneta de Saúde de Adolescente, masculina e feminina: https://bit.ly/2z6atSW.

Módulo IV - Ciclos de Vida: Saúde Integral do Adolescente Página 4


A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde consideram que a
adolescência compreende a segunda década da vida, ou seja, a faixa etária entre 10
a 20 anos incompletos.
O art. 11 do Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o atendimento integral à
saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde,
garantindo o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Uma estratégia de sucesso no acompanhamento ao adolescente tem sido a
utilização da Caderneta de Saúde do Adolescente, masculina e feminina, que
contém informações a respeito do crescimento e desenvolvimento, da alimentação
saudável, da prevenção de violências e promoção da cultura de paz, da saúde
bucal, da saúde sexual e saúde reprodutiva desse grupo populacional. Essa
caderneta traz ainda método e espaço para o registro antropométrico (medidas e
dimensões das diversas partes do corpo humano) e dos estágios de maturação
sexual, das intervenções odontológicas e o calendário vacinal. Trata-se de um
instrumento facilitador para a abordagem dos temas de interesse das pessoas
jovens e que são, ao mesmo tempo, importantes para a promoção da saúde e do
autocuidado.
Os profissionais de saúde devem usar a Caderneta como instrumento de apoio à
consulta, registrando os dados relevantes para o acompanhamento dos
adolescentes na Atenção Básica. Cabe ao agente de saúde verificar se o
adolescente dispõe dessa caderneta e se ela tem todos os dados preenchidos de
acompanhamento ao adolescente na unidade de saúde e encaminhá-los a esse
acompanhamento na unidade de saúde.
Veja a seguir as figuras que ilustram as capas das Cadernetas de Saúde de
Adolescente, masculina e feminina para seu conhecimento. O Ministério da Saúde
disponibiliza essas cadernetas às unidades de saúde para o acompanhamento da
saúde do adolescente.

Módulo IV - Ciclos de Vida: Saúde Integral do Adolescente Página 5


Figura 1. Caderneta de Saúde de Adolescente, masculina e feminina.

Fonte: Brasil, 2015.

Para acompanhar a saúde dos adolescentes, seu trabalho requer uma relação de
vínculo e confiança, essa relação é fundamental para entender a fase pela qual
estão passando. Procure se mostrar sempre disponível para ouví-los, dentro da sua
realidade, respeitar a diversidade de idéias, sem julgar.
A promoção à saúde e prevenção de agravos para o adolescente deve ser
desenvolvida pela equipe, em integração com diferentes instituições na comunidade,
como a escola, ação social, cultura, grupos de jovens, de arte, capoeira, hip-hop,
entre outros.
Deve-se aproveitar para divulgar informações, ajudando no esclarecimento de
dúvidas e na sensibilização da comunidade.

1. Atenção Integral à Saúde de Adolescentes


Importante em sua visita domiciliar, primeiramente, identificar se existem membros
da família adolescentes (10 a 19 anos).
Veja a seguir algumas orientações importantes que você precisa direcionar para que
os adolescentes possam cuidar de sua saúde:
Para começar indique ao adolescente uma alimentação saudável. A alimentação é
uma das coisas que define quem somos hoje e quem vamos ser no futuro. Por isso,
manter uma alimentação saudável é fundamental, esclareça para o adolescente que
comer é um prazer, mas que também é da comida que tiramos energia, proteínas,
fibras e vitaminas, para o bom funcionamento do corpo.

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Para se informar mais sobre a alimentação saudável do adolescente, acesse o link:
http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/txt_465569599.pdf

Quando a alimentação do adolescente não vai bem, alguns problemas de saúde


começam a aparecer. Conheça agora alguns problemas causados pela má
alimentação para que você possa identificar durante a sua prática com os
adolescentes:
Obesidade: embora possa acontecer por fatores hormonais, geralmente é
causada por uma alimentação rica em açúcares e carboidratos, associada ou
não à falta de exercícios físicos. A obesidade pode abaixar a autoestima e
causar doenças do coração, rins, diabetes, hipertensão, irregularidades
menstruais e alguns tipos de câncer.
Bulimia: acontece quando alguém come muito, de forma descontrolada e
escondida, para depois “se livrar” do excesso forçando vômitos ou tomando
laxantes e diuréticos. Esse comportamento pode ser motivado por culpa ou
vergonha da própria falta de controle em relação à comida. A bulimia pode
causar irritação no esôfago e outros problemas mais graves.
Desnutrição: Acontece quando há um déficit entre as necessidades do corpo
e o que comemos. Não significa necessariamente que se passa fome, mas
que a alimentação não é suficiente para abastecer o organismo com os
nutrientes de que ele precisa para funcionar bem. Pode atrasar o crescimento
e prejudicar o aprendizado escolar.
Anorexia: Nesse caso, a pessoa simplesmente para de comer. Isso acontece
por uma obsessão pela aparência e pelo medo de ganhar peso. As
consequências mais frequentes são baixa autoestima, depressão, ansiedade,
insônia, desidratação, desmaios, tonturas, dores no estômago, fraqueza e até
a morte. Nas adolescentes, é comum também a ausência de menstruação.

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Ao identificar algum desses problemas, encaminhe o adolescente, juntamente com o
seu responsável, a uma consulta na unidade de saúde para avaliação.

Postura: observe a postura do adolescente quando ele se senta, anda ou


pratica uma atividade esportiva. Oriente-o para a postura ereta, que previne
problemas de coluna e dores.
Automedicação: oriente-o a não ingerir remédios por conta própria ou por
indicação do balconista da farmácia ou de outras pessoas. Que peça sempre
orientação médica.
Exercício físico: estimule ao adolescente a pratica de exercícios físicos, mas
sem exageros. É bom lembrar que a musculação deve ser feita de forma
moderada durante essa fase. Caso o adolescente esteja aumentando a
massa muscular rapidamente, desconfie! Ele pode estar tomando
anabolizantes. Algumas academias oferecem, de forma ilegal, esses
hormônios, que são perigosos e podem causar problemas sérios de saúde,
inclusive a morte. Fique atento e oriente ele e sua família sobre os riscos.
Depressão: na adolescência, é mais comum do que se imagina o jovem se
sentir um estranho no próprio corpo, incompreendido ou deslocado nos
grupos de amigos, na escola, na vida. Oriente a família sobre os sinais de
depressão: problemas para dormir, chora com facilidade, tem falta ou excesso

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de vontade de comer e fica muito tempo sozinho. Pode ser uma depressão.
Nestes casos, oriente a família que procure a ajuda de profissionais na
unidade de saúde para o correto diagnóstico e o tratamento.
Suicídio: O suicídio pode acontecer como resultado de um quadro de
depressão grave ou por outras causas que às vezes não valorizamos. Preste
atenção a comportamentos “fora do normal” e procure conversar sem acusá-
lo ou recriminá-lo. Oriente também a família sobre a importância da
convivência familiar com respeito e afeto na prevenção do suicídio e que,
além disso, ajuda todos a se conhecerem melhor e a aprenderem juntos a
lidar com as dificuldades.

2. Atenção integral à saúde sexual e saúde reprodutiva


Além das orientações e esclarecimentos que você, agente de saúde, deve fazer ao
adolescente, é muito importante orientar aos pais que conversem com seus filhos e
filhas sobre sexualidade e reprodução. Esclareça aos familiares e até à comunidade
que esse assunto não incentivará os adolescentes a iniciar as relações sexuais. Ao
contrário, é fundamental ir esclarecendo o que o adolescente for perguntando e
ajudando-os a se tornarem mais seguros, confiantes e participativos para planejarem
suas próprias vidas, estando mais conscientes de suas decisões. Não falar sobre
sexualidade e início da vida sexual pode acarretar, muitas vezes, comportamentos
sexuais sem os cuidados de prevenção para doenças sexualmente transmissíveis,
como o HIV, hepatites B e C e AIDS, ou mesmo uma gravidez não planejada.
Mostre que a vivência da sexualidade deve ser feita por opção, com maturidade,
responsabilidade, conhecimento do corpo e segurança. Não existe “hora certa” para
falar sobre assuntos relacionados à vida sexual e reprodutiva. Essas orientações
podem ocorrer desde a infância, conforme as perguntas das crianças.
Orientações verdadeiras ajudam a diminuir dúvidas e ansiedade. Escute o
adolescente, não tenha vergonha de falar que não sabe tudo e aproveite para,
juntos, buscarem informações. Tudo isso ajuda o adolescente a se tornar mais
seguro e confiante.
A maneira como construímos a nossa sexualidade ao longo da vida é que vai nos
ajudar nas escolhas e nas atitudes de maior ou menor proteção para a saúde.
Abordagem sobre o tema da sexualidade:
A abordagem pelo agente de saúde sobre o tema sexualidade não pode ser
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preconceituosa e nem carregada de códigos morais ou religiosos. É preciso estar
aberto para ouvir os adolescentes em suas escolhas, auxiliando-os a lidar com
situações difíceis, frequentes nesta fase. Devem ser usadas, de preferência,
terminologias (palavras) adequadas, evitando-se gírias. É preciso promover a
reflexão sobre a sexualidade e potencializar o senso crítico (capacidade de
questionar e analisar de forma racional e inteligente) e responsável sobre a temática
abordada.
Há necessidade de orientar os adolescentes, bem como as suas famílias, com
informações científicas e claras, sobre as transformações que ocorrem no corpo,
sobre as sensações sexuais, o caráter normal da masturbação, a curiosidade
sexual, o tamanho dos órgãos genitais, sobre o ato sexual propriamente dito e suas
consequências e sobre a diversidade sexual.
A escola é um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde e de
prevenção de agravos à saúde e de doenças. Toda essa abordagem deve respeitar
a autonomia dos adolescentes, dentro dos princípios da confidencialidade e da
privacidade, indispensáveis para estabelecer uma relação de confiança e respeito
entre profissionais e adolescentes.
A escola é a principal fonte de informação sobre sexualidade para as e os jovens
brasileiros. Por isso, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, em parceria,
trabalham o Programa Saúde na Escola (PSE), enfocando justamente a integração
da Estratégia Saúde da Família (ESF) com a rede de educação básica e a
comunidade escolar do seu território de responsabilidade. O Saúde e Prevenção nas
Escolas (SPE), direcionado para adolescentes de 13 a 19 anos de idade, é parte
integrante do PSE. A articulação entre escola, a unidade de saúde e a atenção
básica como um todo é essencial para as práticas educativas sobre saúde,
sexualidade e reprodução.

3. Infecção Sexualmente Transmissível (IST)


A atividade sexual sem orientação torna os adolescentes e jovens mais expostos às
IST. Todo adolescente com suspeita de IST que apresente os sinais ou queixas
deve ser orientado a procurar a unidade básica de saúde (UBS) para um exame
clínico.
Veja a seguir alguns sinais e queixas que indicam o surgimento de IST.

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Quadro 1. Sinais e queixas que indicam o surgimento de IST

Fonte: Brasil, 2009

Oriente o (a) adolescente sobre esses sintomas e a necessidade de procurar


atendimento na unidade de saúde para o diagnóstico e tratamento.

4. Planejamento reprodutivo
Embora o adolescente tenha o direito de decidir e programar se deseja ou não ter
filhos, em que época de sua vida e como tê-los, a gravidez em menores de 15 anos
é considerada de risco. Nesse caso, o agente de saúde deve dar atenção especial a
essa adolescente e orientá-la a procurar a unidade de saúde o quanto antes para
iniciar o pré-natal e estimular a participação do companheiro e familiares em todas
as etapas.

Cuidando de adolescentes: Orientações Básicas para a Saúde Sexual e a Saúde.


Acesse: https://bit.ly/2k0ZJ35
Programa Saúde na Escola (PSE) instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286/2007.
Acesse: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6286.htm
Saúde e sexualidade de adolescentes.
Acesse: https://bit.ly/2EpAdy7

5. Imunização do (a) adolescente


É muito importante manter os cuidados básicos de saúde e imunização adequada
para evitar futuros problemas. A seguir detalhamos as vacinas recomendadas aos
adolescentes:

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Meninas 9 a 14 anos
HPV – duas doses
Meninos 12 e 13 anos
HPV – duas doses
12 e 13 anos (ambos os sexos)
Meningocócica C (Doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo
C) – Dose única ou reforço
10 e 19 anos (ambos os sexos)
Hepatite B – Três doses, de acordo com a situação vacinal
Febre Amarela – Uma dose se nunca tiver sido vacinado
Dupla Adulto (Difteria e tétano) – Reforço a cada 10 anos
Tríplice viral – duas doses, a depender da situação vacinal anterior

Esteja atento (a) à caderneta de


vacinação ou à anotação de vacinas na
Caderneta de Saúde do adolescente.
Caso necessário, encaminhe-o para
unidade de saúde para imunização.

6. Atenção integral no uso abusivo de álcool e outras drogas por pessoas


jovens.
O consumo de drogas é um fenômeno universal, histórico e social. Entretanto, vale
enfatizar que o uso abusivo de medicamentos prescritos pode representar uma
dependência química.
O uso de drogas é assimilado com facilidade pelos adolescentes e jovens, porque,
em seu processo de desenvolvimento, buscam experimentar, sem discriminação,
todas as possibilidades desse mundo novo.
A idéia mais importante, divulgada entre os jovens, é que “drogas” são substâncias
químicas que produzem satisfação ao usuário. Estas substâncias produzem
sensações agradáveis ou de prazer baseados em um poderoso fundamento
fisiológico (sensações no corpo) e social (aceitação de “amigos”). As drogas

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recreativas estimulam os centros de encontros de jovens, principalmente
adolescentes.
Porque os adolescentes usam drogas? A seguir algumas possibilidades:

7. O que se espera da equipe de saúde, inclusive do agente de saúde, é


que:
No acolhimento, seja favorecida a formação de vínculos e o exercício do
cuidado, proporcionando segurança e tranquilidade para que adolescentes e
suas famílias possam falar de angústias, dúvidas e aflições, e se sentirem
acolhidos por você e pela unidade de saúde.
Esteja apto para identificar os adolescentes com problemas relacionados com
a ingestão aguda e crônica de drogas, bem como reconhecer suas
possibilidades e limites no manejo (quanto às orientações e
acompanhamento) e encaminhar adequadamente aos mesmos à unidade de
saúde.
Atue nas escolas do bairro, organizações juvenis e junto às famílias,
buscando entender o que leva os adolescentes ao uso abusivo de álcool e
outras drogas, as regras de convivência, as regras sociais da comunidade, as
possibilidades de autocuidado, promovendo sistematicamente atividades que
envolvam educação em saúde.

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8. Orientações para adolescentes e suas famílias
Fornecer informações sobre os tipos de drogas e as consequências de seu
consumo, gerando capacidade de autocrítica (reconhecer as qualidades e os
defeitos do próprio caráter, ou os erros e acertos de suas ações) no
adolescente.
Favorecer a presença de um referente adulto positivo para o adolescente no
desenvolvimento de um projeto de vida.
Contribuir com a distribuição e organização do horário escolar e tempo livre,
no intuito de aproveitamento das atividades recreativas saudáveis.
Ensinar o adolescente a identificar os riscos em que se envolve por sua
relação ou vínculos a uma pessoa ou grupo com práticas de consumo de
drogas.
Promover grupos juvenis com objetivos claros, promotores da saúde física e
mental.
Envolver o grupo familiar na responsabilidade de compartilhar o tempo livre
com o adolescente e de apoiar o acompanhamento e o tratamento, caso ele
esteja consumindo drogas.

Figura 2. Guia Estratégico para Cuidado de Pessoas com Necessidades Relacionadas ao


Consumo de Álcool e Outras Drogas

Fonte: Ministério da Saúde, 2015

Guia estratégico para o cuidado de pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de


álcool e outras drogas.
Acesse: https://bit.ly/2zUcUZb

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9. Violência
Entendida como sinônimo de agressão, a violência estimula valores e sentimentos
negativos, como o individualismo, a injustiça, a desonestidade, o ódio, o preconceito,
a inimizade e a indiferença. Está em todo o lugar e seu conceito muda de acordo
com a sociedade, a moral e as crenças individuais. Independentemente de quem a
pratica, pode causar sofrimento, ferimentos e até a morte.

Conhecendo os tipos de violência para direcionamento do adolescente e sua família:

Violência contra si mesmo (a)


O uso abusivo de drogas, fazer dietas rigorosas, tentar suicídio, dirigir embriagado e
praticar sexo sem proteção são alguns exemplos de violência contra nós mesmos. É
importante que você sensibilize o adolescente e sua família a respeito dos danos
que esse tipo de comportamento pode causar. Fique atento às mudanças de
comportamento que duram mais que alguns dias e oriente-o sobre a importância do
sexo seguro e do autocuidado.

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Sexual
É o uso da criança ou do adolescente para satisfação sexual de um adulto ou
adolescente mais velho, seja por meio de manipulação, toques, participação em
jogos sexuais, exibicionismo, pornografia, prática de sexo oral, anal ou estupro.

Exploração Sexual Comercial


É a prática de violência sexual com fins comerciais, seja visando ao dinheiro,
produtos como vídeos, fotos e sites de internet, serviços ou favores comerciais. Diga
ao adolescente que ele não deve se sentir obrigado a manter relações sexuais ou a
se submeter a atos libidinosos (ato cometido com violência ou grave ameaça, com
relação à dignidade sexual) com ninguém! Garanta que isso é crime e que você
tomará providências a favor dele em qualquer situação.
Violências contra adolescentes devem ser notificadas e encaminhadas
imediatamente ao serviço de saúde onde você atua, para receber a medicação e os
cuidados necessários.
Enfrente o problema denunciando todas as formas de violência para o Conselho
Tutelar, pelos telefones locais, ou por meio dos disque denúncias, estadual e
nacional – disque o número 100.

Vandalismo
O respeito com o patrimônio público melhora a qualidade de vida. Quando o
Governo não precisa repor bens que foram danificados, sobra mais dinheiro para
investir em educação, saúde e lazer. Oriente ao adolescente que destruir ou pichar
muros, telefones, pontos de ônibus e outros equipamentos, prejudica a comunidade
e pode gerar prejuízos também a sua família, tanto material como social.

Bullying
A expressão em inglês serve para definir a ameaça ou a intimidação sofrida por
meninos e meninas, geralmente na escola ou nos grupos de amigos. Mudanças no
corpo, alteração da voz, uso de óculos ou aparelhos e características individuais são
símbolos normalmente utilizados para piadas sem graça ou apelidos desagradáveis.
O bullying acarreta mudanças rápidas de humor, queda no rendimento escolar,
perda da atenção, medo da escola, diminuição ou aumento excessivo de peso,
aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil), sentimento de rejeição e vontade
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de morrer. Se o adolescente estiver sofrendo com alguns desses problemas, é
provável que ele seja vítima de bullying. O bullying é motivo de preocupação por
parte de pais, mães, professores e profissionais de saúde, porque cresce o número
de crianças e adolescentes, em todo o mundo, que enfrentam o problema e isso
pode gerar trágicas consequências físicas, emocionais e até mesmo a morte.
Estimule o adolescente a não ter esse tipo de comportamento com os colegas e a
denunciar quem o pratica e ao perceber que ele ou algum amigo está sofrendo com
a perseguição de outros estudantes, que ele procure avisar os professores ou a
direção da escola e seus familiares e, além disso, que busque ajuda também nos
serviços de saúde e no Conselho Tutelar.
Discriminação
A Constituição Federal proíbe qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, crueldade ou opressão. Esse tipo de comportamento é crime. Oriente o
adolescente para que trate todas as pessoas de forma igual e não permita a
discriminação de ninguém devido à cor, raça/etnia, característica pessoal, situação
social, orientação sexual, credo, doença ou deficiência.

Construção da Paz
A paz acontece quando enfrentamos nossos problemas e conflitos de forma não
violenta, conversando, respeitando as diferenças e defendendo os direitos das
pessoas. Oriente a família do adolescente que, se ela demonstra calma e educação
na hora de resolver as suas dificuldades e problemas, pode ser um exemplo para o
adolescente. Ser pacífico não significa “engolir sapo”, mas tomar uma atitude
positiva e cidadã diante dos problemas. A prevenção da violência e a construção da
paz começam dentro de cada um e no interior das nossas casas.

Papel da equipe de saúde


Na maioria das vezes, adolescentes não tomam a iniciativa de relatar ao profissional
de saúde que foi ou está sendo vítima de algum tipo de violência. Sentimentos de
vergonha, culpa, medo e impotência mesclam-se com tentativas de “esquecer o que
passou”, dúvidas sobre a possível reação do profissional e as consequências que tal
denúncia poderá acarretar.
Quase sempre a vítima recebe as mais variadas ameaças para que não denuncie.
Nos casos de vitimização doméstica é comum a existência de um pacto de silêncio.
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Cabe ao profissional de saúde uma postura acolhedora, proativa, consciente,
sensível e sempre alerta frente às violências que podem atingir adolescentes, em
articulação com as redes de proteção social, de garantias de direitos e outros
setores. Entre as iniciativas do profissional, incluem-se:
Estar atento a explicações que não justifiquem claramente um ferimento,
hematoma (manchas roxas na pele), fratura ou outra marca no corpo,
registrando com detalhes no seu instrumento de registro feito nas suas visitas
domiciliares.
Acreditar nos relatos do adolescente. Se qualquer adolescente relata ter
sofrido violência física ou sexual, sua afirmação deve ser encarada com total
respeito e seriedade, jamais com incredulidade ou minimização (achar que
não é nada ou que é exagero).
Promover o atendimento, respeitando princípios éticos de sigilo e privacidade.
Ficar atento a situações como fuga do lar, ameaças ou tentativa de suicídio,
prática de delitos, gravidez em idades no início da adolescência, multiplicidade
(vários) de parceiros sexuais, depressão, uso abusivo de álcool e outras
drogas, e violência intrafamiliar (violência na família).
Promover a troca permanente de informações entre a equipe multidisciplinar,
pois o adolescente pode sentir-se mais a vontade com outro profissional.
Estar articulado a setores e órgãos de proteção e garantia de direito, tais
como: Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
Adolescente, Juizado da Infância e Juventude, Delegacia da Infância e
Juventude, Delegacia da Mulher, Instituto Médico-Legal, Defensoria Pública,
além de instituições que prestam assistência a vítimas de violência na
localidade, por exemplo, os Centros de Referência Especializados de
Assistência Social (Creas), grupos de autoajuda etc.
Conhecer e cumprir as disposições de normativas em vigor conforme com
cada situação. O Estatuto da Criança e do Adolescente determina, em seus
artigos 13, 18 e 245, a obrigatoriedade de se denunciar ao Conselho Tutelar
da respectiva localidade os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos
contra criança ou adolescente, além de outras providências legais.
Estabelecer parcerias com escolas, associações de bairro, igrejas,
movimentos comunitários, ONG, grupos de jovens, órgãos de comunicação,
órgãos públicos e empresas privadas em um trabalho conjunto em prol da
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prevenção da violência e da promoção da cultura de paz.
Preencher a Ficha de Notificação/Investigação Individual de Violência
Doméstica, Sexual e/ou outras Violências, encaminhá-la para a Secretaria
Municipal de Saúde e fornecer um relato do caso para o Conselho Tutelar.

Figuras 3 e 4. Metodologias e Linha de Cuidado de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em


Situação de Violências

Fonte: Ministério da Saúde, 2010 Fonte: Ministério da Saúde, 2014

Os documentos estão disponíveis na íntegra nos seguintes links:

Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências


http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/ficha_notificacao_violencia_domestica.pdf.
Linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em
situação de violências: orientação para gestores e profissionais de saúde, MS, 2010.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_criancas_familias_violencias.pdf
Metodologias para o Cuidado de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de Violências.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/metodologia_cuidado_criancas_adolescentes_familias.pdf

Sugestões aos pais para a educação de adolescentes


Lembre-se que a educação começa na infância e continua na adolescência,
mas de forma diferente. Agora eles precisam aprender a refletir, tomar
decisões e assumir responsabilidades.
Compreenda a “idade da contestação” e da “revolução hormonal”.
Evite “brigas” desnecessárias e procure compreender seus filhos

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adolescentes.
Reconheça que a chave para chegar a acordos é sempre a negociação.
Entenda que filhos precisam que pais sejam pais, não só amigos.
Use regras claras, com autoridade e sem autoritarismo. Estabeleça e
esclareça os limites desde cedo, de acordo com os valores e referenciais de
sua família.
Não quebre as manifestações de afeto. Abraços, beijos, elogios,
agradecimentos e um ombro amigo nunca são demais!
Pense como eram as suas reações quando você tinha essa idade.
Entenda e aceite seu filho como é e não como você quer que ele seja.
Cada filho é único.

Por fim, produzir saúde com adolescentes e jovens é considerar seus projetos de
vida, é valorizar sua participação e o desenvolvimento de sua autonomia, é acreditar
que eles e elas aprendem a lidar com os seus problemas e com seu contexto de
vida tendo o apoio e a corresponsabilidade dos trabalhadores da saúde, sem
moralismos, controle e opressão. É promover a participação desse grupo
populacional em redes intersetoriais que lhes garantam proteção e a garantia de
seus direitos. É trazê-los para o centro do processo como sujeitos de direitos.

Agora que você estudou as bases da


Atenção Integral à Saúde do Adolescente,
retorne ao AVA do seu curso e teste seus
conhecimentos, realizando a atividade
proposta.
Lembre-se: você não está sozinho! Qualquer
dúvida, entre em contato com seu tutor por
meio do canal de mensagens na plataforma.
Vamos lá?

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