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Outro indicador semelhante ocorre com os níveis de CO2. Ainda de acordo com
Ruddiman (2003), estima-se que entre 8 mil anos e o início do século XIX, foram
lançados por fontes antropogênicas cerca de 0,04 GtC/ano, que ao longo de 7.800 anos
representariam 320 GtC lançados na atmosfera. Este valor equivale a um aumento de
40ppm de CO2 na atmosfera. Este crescimento na concentração também coincide com o
período de surgimento e expansão da agricultura na Eurásia a 10 mil anos atrás.
Análises de testemunhos de gelo evidenciam que o aumento de CO2 acompanhou as
últimas interglaciações, ou seja, o máximo de CO2 ocorre quando há um mínimo de
volume de gelo. A partir deste ponto, inicia-se um período de queda de concentração do
CO2 De acordo com a figura 3, a última interglaciação teve este comportamento até o seu
início em 10 mil anos atrás. No entanto, em cerca de 8000 anos atrás houve um
crescimento anômalo sem justificativa natural. Passando de 261 ppm para 285 ppm
aproximadamente. A este fenômeno, Ruddiman (2003), atrela o período de forte
crescimento da agricultura na região da Eurasia.
Figura 3: Variação da temperatura e do CO2 e da temperatura no período interglacial
O autor finaliza seu estudo dizendo que a combinação do aumento de 250 ppb de
metano e 40 ppm de dióxido de carbono neste período foram responsáveis pelo aumento
aproximado de 0,8°C nas temperaturas globais, chegando a 2°C em altas latitudes,
elevação essa que foi despercebida por ter sido diluída num período bastante longo.
3.0 -REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E OS IMPACTOS
A visão mais aceita, tanto dentro da academia quanto na sociedade, acredita que
as contribuições antrópicas só adquiriram um papel significativo após a revolução
industrial(TANIMOTO; LINDOSO; DEBORTOLI, 2008).
Neste período, devido a alteração no modo de produção e das fontes energéticas, foram
lançados bilhões de toneladas de gases do efeito estufa.
No início do século XIX, a população começou a migrar no campo para as cidades na
Europa. Antes da revolução industrial, a principal fonte de trabalho era a agricultura ou
pequenos comércios localizados. No entanto, com o avanço tecnológico menos mão-de-
obra passou a ser requerida nos serviços e os produtos consumíveis passaram a ser
produzidos em grande escala. Isso acarretou em uma sonda de desemprego extensa entre
homens mulheres e, inclusive crianças. Tal situação forcou que boa parte da população
migrasse para os centros urbanos a procura de oportunidades de trabalho.
De acordo com Blainey, (2011), entre 1750 e 1850, o número de habitantes na Europa
deu um salto de 80%. Londres, por exemplo passou de 1 milhão de habitantes em 1800
para 3 milhões em 1860. Este crescimento foi possível também devido ao avanço na
medicina que diminuiu a disseminação de novas epidemias como as que ocorreram na
idade média. No entanto o crescimento das cidades não trouxe consigo, a princípio uma
consciência higiênica e ambiental. Os esgotos iam direto para os rios, poluindo as águas
que chegavam na cidade seguinte. Além disso, houve um maior impacto na atmosfera
devido às emissões de gases poluentes com a utilização de combustíveis fósseis em larga
escala (figura 4).
Figura 4: Paisagem de uma cidade Europeia no início do período Industrial
Fonte:(HISTORIA, 2018)
Neste período, deu-se início a uma série de diferentes tipos de poluições que só
tiveram seus efeitos mensurados muitas décadas depois. Dentre eles podemos citar efeito
estufa, destruição da camada de ozônio, dissipação de inúmeras substâncias tóxicas no
ambiente, acúmulo nos leitos dos rios de substância não-biodegradáveis, além do
crescimento do desmatamento e diminuição da biodiversidade.
4.0 CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS RECENTES
SOBRE O CLIMA.
Com o final da 2º guerra mundial, os países vencedores concordaram na criação
da Organização das Nações Unidas (ONU). A mesma foi criada em fevereiro de 1945 na
cidade de São Francisco, EUA e teve a anuência de 50 países, excluindo as nações que
haviam feito parte do Eixo.
Este foi um passo de grande importância para as questões ambientais pois permitiu que
mais adiante as nações passassem a discutir de maneira conjunta as questões ambientais
globais que passavam cada vez mais a afligir o planeta e que, devido aos avanços
tecnológicos, agora podiam ser mensuradas.
A seguir serão citados e explicados os principais acontecimentos das últimas décadas que
moldaram a maneira como a sociedade passou a tratar os temas relacionados como clima
no mundo.
1972 - A CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
Em uma de suas reuniões, no ano de 1969 foi decidido na Assembleia Geral das
Nações Unidas, foi decidido convocar para o ano de 1972 uma conferência global em
Estolcomo com o objetivo de “servir de meio prático e encorajamento e promover
diretrizes para proteger e melhorar o meio ambiente além de prevenir e remediar a sua
deterioração” (Resolução da Assembleia Geral 2581 (XXVI)(ONU)
Figura 5: Conferência de Estocolmo 1972
Fonte: (ONU)
Fonte:(FEDERAL, 2018)