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Ibama arquiva processos

contra plantações de soja em


área protegida
Em despacho, presidente do órgão diz que atividades praticadas
estavam amparadas no código ambiental catarinense

19.abr.2019 às 13h05

Paula Sperb

PORTO ALEGRE O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) arquivou


diversos processos contra a plantação irregular de soja em áreas protegidas
por lei federal, nos chamados campos de altitude, na mata atlântica, na
região de Lages (SC). Um dos autos de infração cancelado equivalia a uma
multa de R$ 1,2 milhão.

A Folha apurou que os autos foram cancelados sem instrução processual e


sem análise técnica. Os produtores alegam que estão de acordo com a
legislação estadual e por isso não precisam de liberação federal.

Tanto na campanha presidencial como em seu mandato, Jair


Bolsonaro (PSL) tem atacado o que chama de indústria da multa do Ibama.
Ele próprio foi multado em 2012 (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/bolsonaro-retaliou-
por pesca irregular, e o funcionário
fiscais-do-ibama-apos-ser-multado-por-pesca-irregular.shtml)

que aplicou a penalidade foi exonerado neste ano.


(https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/03/ibama-exonera-servidor-que-multou-bolsonaro-por-pesca-irregular.shtml)

A fiscalização do Ibama faz parte da operação “Campereada”, que começou


no Rio Grande do Sul, em 2013, para proteger o bioma do pampa.

Em despacho, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, determinou


o “arquivamento das notificações e autuações expedidas” em Santa
Catarina porque entendeu que “as atividades praticadas encontravam-se
amparadas no código ambiental catarinense”.

Procurado pela reportagem, o Ibama encaminhou o mesmo despacho


enviado à Associação Rural de Lages, que pedia o arquivamento. Conforme
nota do sindicato, o cancelamento dos autos de infração foi resultado de
“cinco meses de intensa mobilização”.

Ao menos 30 produtores de soja da região foram beneficiados com a


medida, cada um com plantações de soja que variam de 50 a 700 hectares
—para se ter uma ideia, cada hectare equivale a um campo de futebol.

O arquivamento foi comemorado pelo partido Novo de Lages nas redes


sociais. O partido é o mesmo do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
O ministro defendeu na quarta-feira (17) a fusão do Ibama com o
(https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/04/ministro-do-meio-ambiente-diz-que-fusao-do-icmbio-e-ibama-traria-

ganho-de-sinergia.shtml)ICMBio (https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/04/ministro-do-meio-ambiente-diz-

que-fusao-do-icmbio-e-ibama-traria-ganho-de-sinergia.shtml) (Instituto Chico Mendes de


Conservação da Biodiversidade).

No mesmo dia, Salles escolheu o comandante da Polícia Ambiental de São


Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/04/comandante-da-policia-ambiental-de-sp-sera-presidente-do-
icmbio.shtml), coronel Homero de Giorge Cerqueira, para presidir o ICMBio, O

antecessor, o veterinário Adalberto Eberhard, pediu demissão após o


ministro ameaçar abrir processo administrativo contra servidores
(https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/04/presidente-do-icmbio-pede-demissao-apos-salles-ameacar-investigar-
ausentes em um evento que não constava na agenda oficial, no Rio
agentes.shtml)

Grande do Sul.

Os campos de altitude de Santa Catarina são regulados por uma resolução


do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). De acordo com o texto,
a área abriga espécies raras e em extinção e serve como corredor ecológico
e área de recarga de aquíferos.

A resolução, de 2010, determina que as áreas produtivas já ocupadas não


são afetadas pela regulação. Porém, novas áreas não podem ser ocupadas
sem autorização do Ibama.

Os produtores de soja alegam que a legislação estadual não exige


licenciamento para explorar o campo de altitude.

As atividades como pecuária de subsistência podem ser autorizadas no


local em situações de recuperação parcial da vegetação, que não é o caso
dos processos arquivados, que envolvem grandes produções de soja,
conforme os processos.

No despacho, o presidente do Ibama afirma que “o arquivamento das


notificações e a anulação dos autos de infração e dos termos de embargo
não significa afirmar que a atividade em questão ficará imune a todo e
qualquer controle ambiental”.

ENDEREÇO DA PÁGINA

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/04/ibama-arquiva-
processos-contra-plantacoes-de-soja-em-area-protegida.shtml

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