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Capítulo 8 – Cisalhamento Transversal

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CISALHAMENTO TRANSVERSAL

1.0 O CONCEITO DE CISALHAMENTO


Talvez a melhor forma de explicar o significado de cisalhamento seja entender o
seu efeito, de um ponto de vista microscópico, relacionado à ciência dos
materiais.
Em geral, esforços de cisalhamento são responsáveis por deformações do tipo
escorregamento entre planos cristalinos, conforme representado ao lado.

De maneira bem simples, definimos esforços de cisalhamento como forças


atuantes em sentidos opostos, que tendem a cortar (cisalhar) o material. Este
cisalhamento é denominado transversal, quando ocorre na área de seção
transversa de um elemento estrutural, e longitudinal, quando ocorre em seu
comprimento.

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Também podemos verificar a ocorrência do cisalhamento longitudinal, além do


transversal, em um elemento retirado do interior da seção transversal de uma
viga.

Fica fácil imaginar o cisalhamento longitudinal através do típico exemplo abaixo


ilustrado, onde temos um conjunto de chapas de madeira fixadas entre si (b) e
outro com as mesmas chapas de madeira, porém, sem fixação (a). Ambos os
conjuntos estão sujeitos a um esforço P. Neste caso, o esforço P irá gerar um
escorregamento longitudinal entre as chapas do grupo a, devido à ausência de
fixação. Este escorregamento representa, de maneira simbólica, o cisalhamento
que ocorre no eixo longitudinal de uma viga.

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Distorções resultantes do cisalhamento:

Esforços de cisalhamento em um elemento de fixação (rebite ou parafuso),


quando sujeito à esforços de sentidos opostos (chapas metálicas);

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2.0 CÁLCULO DO CISALHAMENTO TRANSVERSAL


As aplicações básicas do estudo do cisalhamento em resistência de materiais
consistem em encontrar os valores de tensão cisalhante (causadas por forças
cortantes) máxima, e em um ponto específico ou arbitrário. Para isso, podemos
elaborar um roteiro básico, que subdivide o cálculo em algumas etapas:

a) Calcular o Momento de Inércia (I) da seção transversal


b) Calcular o Momento Estático para um ponto P específico (Q)
c) Calcular a Tensão de Cisalhamento no ponto P (τp)
d) Calcular o Momento Estático para a tensão máxima da seção (Q’)
e) Calcular a Tensão de Cisalhamento máxima da seção (τmáx)

2.1 EXEMPLO
Considerando que a viga ilustrada ao lado recebe uma força cortante de 3kN,
determine:
a) a tensão de cisalhamento no ponto P;
b) a tensão máxima de cisalhamento transversal da viga;

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Etapa a: Calcular o momento de inércia da seção


Podemos calcular o momento de inércia de áreas de seção transversal
retangular através da fórmula abaixo:

𝑏 𝑥 ℎ3 0,1𝑚 𝑥 (0,125𝑚)3
𝐼= = = 1,63𝑥10−5 𝑚4
12 12

Etapa b: Calcular o momento estático para o ponto P (Q)


O momento estático pode ser obtido pela fórmula abaixo:

𝑄 = 𝑦 ′ 𝑥 𝐴′

onde:
y’: distância do centroide de A’ até o eixo neutro
A’: porção superior ou inferior da área de seção transversal do elemento (ponto
específico)

Logo, precisamos identificar os valores de y’ e A’.

Trace uma reta paralela ao eixo neutro interceptando o ponto desejado (P) e
demarque a área imediatamente superior à mesma. A área identificada
representa A’, agora basta calculá-la:

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𝐴′ = 𝑏 ′ 𝑥 ℎ′ = 0,1𝑚 𝑥 0,05𝑚 = 0,005𝑚2 𝑜𝑢 5𝑥10−3 𝑚2

Agora que já obtivemos o valor de A’, devemos encontrar o valor de y’:

Relembrando seu conceito:


...“distância do centroide de A’ até o eixo neutro da viga”...

Logo, podemos afirmar que y’ = 12,25mm + 25mm

y’ = 37,5mm, ou 0,00375m

Agora já podemos calcular o valor de Q:

𝑄 = 𝑦 ′ 𝑥 𝐴′ = 0,00375𝑚2 𝑥 0,005𝑚 = 𝟏, 𝟖𝟕𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟑 𝒎𝟑

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Etapa c: Calcular a tensão no ponto P (τp)


A tensão de cisalhamento pode ser obtida pela expressão:

𝑉𝑥𝑄
𝜏𝑝 =
𝐼𝑥𝑡

onde:
V: força cortante (N)
Q: momento estático da área A’
I: momento de inércia da seção transversal
t: largura da seção transversal da viga

Logo:

3000𝑁 𝑥 1,875𝑥10−3 𝑚3
𝜏𝑝 = = 𝟎, 𝟑𝟔𝟒𝑴𝑷𝒂
1,63𝑥10−5 𝑚4 𝑥 0,1𝑚

Etapa d: Calcular o momento estático para a tensão máxima na viga (Q’)

O momento estático para a tensão máxima é obtido através da mesma


expressão:

𝑄 = 𝑦 ′ 𝑥 𝐴′

Porém, devemos ter ciência de que a máxima tensão de cisalhamento em uma


viga ocorre em seu eixo neutro, sendo assim, iremos realizar o mesmo
procedimento já explicado, mas considerando o eixo neutro como referência.

Neste caso consideramos A’’ como sendo a área imediatamente superior ao eixo
neutro.

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A área identificada representa A’’, agora basta calculá-la:


𝐴′′ = 𝑏′′ 𝑥 ℎ′ = 0,1𝑚 𝑥 0,0625𝑚 = 0,00625𝑚2 𝑜𝑢 6,25𝑥10−3 𝑚2

Obs: Considere que o eixo neutro está perfeitamente centralizado em relação


aos eixos de simetria da seção transversal

Da mesma forma que antes, identificamos o y’’, que representa a distância entre
o centroide de A’’ até o eixo neutro

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y’’ = 31,25mm, ou 0,03125m

Agora já podemos calcular o valor de Q:

𝑄 ′ = 𝑦 ′′ 𝑥 𝐴′′ = 0,00625𝑚 𝑥 0,03125𝑚2 = 𝟏, 𝟗𝟓 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 𝒎𝟑

Etapa e: Calcular a tensão de cisalhamento máxima na viga (τmáx)

𝑉 𝑥 𝑄′ 3000𝑁 𝑥 1,95𝑥10−4 𝑚3
𝜏𝑚á𝑥 = = = 𝟑𝟓𝟖, 𝟗𝑴𝑷𝒂
𝐼𝑥𝑡 1,63𝑥10−5 𝑚4 𝑥 0,1𝑚

2.2 EXEMPLO
Considerando a viga ilustrada, determine:
a) A força cortante (V) que atua sobre a viga;
b) a tensão de cisalhamento no ponto P;
c) a tensão máxima de cisalhamento transversal da viga;

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a) Calculando a força cortante (V):

𝑄 𝑥 𝑙 20𝑘𝑁/𝑚 𝑥 4𝑚
𝑉= = = 𝟒𝟎𝒌𝑵
2 2

b) Calculando o momento de inércia (I):

𝑏 𝑥 ℎ3 0,04𝑚 𝑥 0,123
𝐼= = = 𝟓, 𝟕𝟔𝒙𝟏𝟎−𝟔 𝒎𝟒
12 12

c) Identificando y’, calculando A’ e Q’:

𝐴′ = 𝑏 ′ 𝑥 ℎ′ = 0,04𝑚 𝑥 0,02𝑚 = 0,0008𝑚2 𝑜𝑢 8𝑥10−4 𝑚2

𝑦 ′ = 50𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,05𝑚

𝑄 = 𝑦 ′ 𝑥 𝐴′ = 0,05𝑚 𝑥 0,0008𝑚2 = 𝟒 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝒎𝟑

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d) Calculando a tensão no ponto P:

𝑉𝑥𝑄 40000𝑁 𝑥 4𝑥10−5 𝑚3


𝜏𝑝 = = = 𝟔, 𝟗𝑮𝑷𝒂
𝐼𝑥𝑡 5,76𝑥10−6 𝑚4 𝑥 0,04𝑚

e) Identificando y’, calculando A’ e Q’:

𝐴′′ = 𝑏′′ 𝑥 ℎ′′ = 0,04𝑚 𝑥 0,06𝑚 = 0,0024𝑚2 𝑜𝑢 2,4𝑥10−3 𝑚2

𝑦 ′′ = 30𝑚𝑚 𝑜𝑢 0,03𝑚

𝑄′ = 𝑦 ′′ 𝑥 𝐴′′ = 0,03𝑚 𝑥 0,0024𝑚2 = 𝟕, 𝟐 𝒙 𝟏𝟎−𝟓 𝒎𝟑

f) Calculando a tensão máxima na viga:

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𝑉 𝑥 𝑄′ 40000𝑁 𝑥 7,2𝑥10−5 𝑚3
𝜏𝑚á𝑥 = = = 𝟏𝟐, 𝟓𝑴𝑷𝒂
𝐼𝑥𝑡 5,76𝑥10−6 𝑚4 𝑥 0,04𝑚

2.3 EXERCÍCIO PROPOSTO


Considerando que a viga ilustrada está sujeita à uma força cortante (V) de 80kN,
determine:
a) As tensões nos pontos B, B’ e C;
b) A força de cisalhamento máxima (Vmáx) que a alma da viga resiste;
c) A distribuição de tensões na alma da viga (perfil de tensões / curva de
tensões);

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