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Coisas para saber se uma criança tem


ansiedade
Dor de barriga antes de visitar um colega, dificuldade para dormir, pesadelos e
alterações no humor. Você pode lembrar de pelo menos um momento assim durante a
infância ou já viu alguma criança nesta situação. Na maioria dos casos pode ser algo
comum: medo da escola ou de um amigo. Porém, caso seu filho permaneça por muito
tempo com uma série de sintomas parecidos, é necessário começar a prestar atenção.
É importante que os pais saibam lidar com o transtorno de ansiedade infantil, que pode
acarretar problemas na vida adulta.
Hoje, após 20 anos, lembro-me de muitas coisas que me davam medo. Não era
qualquer medo. Eu tinha muita vontade de vomitar, principalmente na hora de comer.
E, algumas vezes, acho que tive crise de pânico, embora fosse muito pequeno para
perceber. Todas as noites eu fazia uma série de rituais — bater na madeira, falar umas
palavras — com medo de pesadelos. Pensava que conseguiria diminuir os sonhos
ruins, mas não falava para ninguém. Hoje, acompanho de perto minha filha todos os
dias neste sentido, prestando bastante atenção nos gestos e nas falas dela.

7 FORMAS DE ALIVIAR A ANSIEDADE NAS CRIANÇAS


A ansiedade é um transtorno que se destaca na atualidade como consequência
do mundo agitado, cheio de tensões. Este transtorno vem afetando a população de um
modo geral, independente da idade.
Avaliando o cenário global de transtornos psicológicos, dados internacionais
mostram que as taxas de prevalência de transtornos de ansiedade na infância e
adolescência variam entre 6% a 20%. Segundo um estudo de Fleitlich-Bilyk e
Goodman (conforme citado por Vianna, Campos & Fernandez, 2009) estima-se no
Brasil que os índices de prevalência de ansiedade em crianças e adolescentes é de
4,6% em crianças.
A estimativa de que crianças e adolescentes em algum momento de sua vida
preencham os critérios de diagnósticos para pelo menos um dos Transtorno de
Ansiedade é de aproximadamente 10%. Os quadros mais frequentes de ansiedade
são: O Transtorno de Ansiedade Generalizada e Transtorno de Ansiedade à
Separação.
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Em crianças, principalmente nas menores verifica-se que diferentemente dos


adultos, estas não conseguem reconhecer os seus medos como exagerados, ou
irracionais.
O seu desenvolvimento emocional implica sobre as causas e a maneira como
os medos e preocupações tanto normais como patológicas irão se manifestar.
Exemplo: Numa manhã como tantas outras o seu filho vira-se para você e diz:
“Eu não quero ir para a escola.
O meu estômago dói. Por favor, não me faça ir.” Você começa a ficar frustrado
e pensa: “Aqui vamos nós de novo.”
O que deveria ser uma simples rotina da manhã explode num desafio
assustador. Você olha para o seu filho e vê o terror genuíno.
Você quer consolá-lo. Você quer aliviar a preocupação excessiva que se tornou
parte integrante da sua vida quotidiana.
m primeiro lugar, tenta a lógica. “Vamos, eu coloco a música que tu gostas.” Ele
não se moveu. Você tenta tranquilizá-lo” Eu prometo que vais ficar bem.
Olhe para mim … confias em mim, certo?” A criança acena com a cabeça.
Poucos segundos depois, ele sussurra: “Por favor, não me faça ir.” Você
fica irritado: “Vais entrar no carro agora, ou haverá consequências graves.
Ficas sem iPad durante uma semana!” Ele olha para você como se o obrigasse
a ir para o inferno. Ele entra no carro, derrotado. Você sente-se terrível.
Se isto soa familiar, sei que você não está sozinho. Dói ver o seu filho a ser
vítima da preocupação e angustia sobre situações que, francamente, não parecem
assustadoras.
Mas, na verdade, para a mente da criança, essas situações são
verdadeiramente ameaçadoras. Essas ameaças percebidas podem criar uma resposta
real no sistema nervoso. Chamamos a essa resposta – ansiedade.
Muitas crianças faltam à escola, atividades sociais, e perdem uma boa noite de
descanso apenas porque têm pensamentos de preocupação na sua cabeça. Muitos
pais sofrem de frustração e um sentimento de impotência quando testemunham o seu
filho neste estado a maior parte dos dias.
Não existe uma solução pronta para a ansiedade que sirva para todas as
crianças, há sim uma infinidade de técnicas eficazes baseadas em pesquisas que
podem ajudar a controlá-la, muitas das quais são simples de aprender. É possível os
pais aprenderem.
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É possível ensinar às crianças estas habilidades de enfrentamento. É possível


ensinar as crianças a encontrarem um significado, propósito e felicidade nas suas
vidas. Para ajudar neste caminho, apresento 7 formas de aliviar a ansiedade que os
pais de crianças ansiosas podem aplicar de imediato:
1 – PARE DE TRANQUILIZAR O SEU FILHO
Você sabe que não há motivos para a criança preocupar-se, então diz, “Confia
em mim. Não há nada para te preocupares.” Todos nós desejamos que fosse tão
simples assim. Porque é que a sua tentativa de tranquilidade cai em saco roto? Na
verdade, não é porque a criança não está ouvindo.
A criança ansiosa quer desesperadamente ouvi-lo, mas o cérebro não deixa
isso acontecer. Durante os períodos de ansiedade, há uma rápida descarga de
produtos químicos e processos mentais que são ativados com um objetivo prioritário
para o corpo – a sobrevivência.
O que contribui para este fenómeno é que o córtex pré-frontal (a parte mais
lógica do cérebro) é colocada em espera, enquanto o cérebro emocional mais
automatizado assume as funções de resposta perante a situação stressante.
Por outras palavras, é realmente difícil para o seu filho pensar com clareza, usar
a lógica ou mesmo lembrar-se de como executar as tarefas básicas.
O que você deve fazer em vez de tentar racionalizar e querer que a
preocupação do seu filho desapareça? Aplique os quatro passos seguintes:
 Pare – Pare por breves momentos e faça algumas respirações profundas
com a criança. A respiração profunda pode ajudar a inverter a resposta do sistema
nervoso.
 Enfatize – A ansiedade é assustadora. A criança quer saber que você
percebe isso.
 Avalie – Assim que a criança fique mais calma, é hora de descobrir
possíveis soluções.
 Desapegue-se – Deixe de lado a sua culpa; você é um pai ou educador
incrível para a criança, fornecendo as ferramentas para gerir a sua preocupação.

2 – DESTAQUE O LADO POSITIVO DA PREOCUPAÇÃO


A ansiedade já é suficientemente perturbadora para a criança, por isso, não
podemos passar a mensagem que estar preocupada significa que algo de errado existe
com ela.
Muitas crianças ainda desenvolvem mais ansiedade por estarem ansiosas ou
preocupadas. Ensine à criança que a preocupação, de fato, tem um propósito.
Quando os nossos ancestrais iam caçar e colher alimentos havia perigo no
ambiente, e estar preocupado ajudou a evitar ataques dos animais ferozes, como por
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exemplo o tigres com dentes de sabre. Nos tempos modernos, nós não temos uma
necessidade de fugir dos predadores, mas continuamos com esse mecanismo de
resposta ansiosa que nos protege – a preocupação.
A preocupação é um mecanismo de proteção. A preocupação soa um alarme
em nosso sistema e ajuda-nos a sobreviver perante a perceção de perigo. Ensine à
criança que a preocupação é perfeitamente normal, e que pode ajudar a proteger-nos,
e que todas as pessoas de vez em quando experimentam isso.
Às vezes o nosso sistema corporal dispara alarmes falsos, mas este tipo de
preocupação (ansiedade) pode ser colocado à prova com algumas técnicas simples.
3 – ENQUADRE A ANSIEDADE DA CRIANÇA COM OS ACONTECIMENTOS
DE VIDA
Como você provavelmente sabe, ignorar a ansiedade não ajuda. Mas enquadrar
a ansiedade com os acontecimentos de vida e falar com a criança sobre a relação que
existe entre o incómodo sentido e a sua perceção dos acontecimentos, é um fator
preponderante para restabelecer oequilíbrio emocional.
Criar um personagem para explicar esta relação pode tornar mais fácil o
entendimento da criança. Por exemplo, você pode criar um personagem que
personifica a ansiedade. Vamos chamar-lhe Óscar.
O Óscar vive no velho cérebro que é responsável por proteger-nos quando
estamos em perigo. Claro que às vezes o Óscar fica um pouco fora de controle e
quando isso acontece, temos de falar calmamente para ele. Você pode usar esta
mesma ideia com um boneco de pelúcia ou mesmo teatralizar o personagem em casa.
Personificando a preocupação ou criando um personagem tem vários
benefícios. Isso pode ajudar a desmistificar as sensações incómodas sentidas no corpo
das criança quando ela fica ansiosa ou preocupada em excesso.
Este procedimento pode ajudar a que a criança reative a parte do
processamentos lógico da informação, e funcionar como uma ferramenta que pode
usar por conta própria a qualquer momento.
4 – ENSINE A CRIANÇA A SER UM DETETIVE DE PENSAMENTOS
A preocupação é a maneira que o cérebro desenvolveu para proteger-nos do
perigo. Para se certificar de que estamos realmente prestando atenção, a mente muitas
vezes exagera o objeto da preocupação (por exemplo, confundindo um pedaço de pau
com uma cobra). Você pode ter aprendido que ensinar as crianças a pensar mais
positivamente poderia acalmar as suas preocupações. Isto é verdade, mas
isoladamente não chega.
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O melhor remédio para o pensamento distorcido não é o pensamento positivo,


mas sim o pensamento preciso.
Ajude a criança a aplicar os 3 passos seguintes:
 Pegar os pensamentos: Imagine que cada pensamento que você tem
flutua acima da sua cabeça numa bolha (como o que você vê em
quadrinhos). Agora, pegue um dos pensamentos de preocupação, como:
“Ninguém na escola gosta de mim.”
 Recolher evidências: Em seguida, colete evidências para apoiar ou negar
este pensamento. Ensine a criança a não fazer julgamentos sobre as
preocupações com base apenas em sentimentos. Os sentimentos não são
fatos. (Evidências de suporte da preocupação: “Eu tive dificuldade
em encontrar alguém que quisesse sentar-se comigo no almoço.” Negar a
evidência da preocupação: “O António e eu fazemos os trabalhos de casa
juntos, ele é meu amigo.“
 Desafiar os pensamentos: A melhor maneira (e mais divertida) de fazer isso
é ensinar a criança a ter um debate consigo mesma.

5 – PERMITA QUE A CRIANÇA SE PREOCUPE


Como expliquei anteriormente, dizer à criança para não se preocupar não vai
impedi-la de fazê-lo. Se as crianças conseguissem simplesmente deixar de se sentirem
mal, elas fariam-no. O que melhor funciona é passar a mensagem que não existem
nenhum mal em preocuparmo-nos, e que em doses adequadas, pode ser útil.
Crie um ritual diário reservado exclusivamente para abordar os temas acerca
dos quais a criança se preocupa ou conduzem à ansiedade. Pode ser um período de
10 a 15 minutos, durante o qual incentiva a criança a sentir-se livre para falar ou
escrever sobre as suas preocupações.
Você pode tornar a atividade divertida. Por exemplo, decorar uma caixa da
preocupação. Durante o tempo de preocupação, não há regras sobre o que constitui
uma preocupação válida, vale tudo. Quando o tempo chegar ao fim, a caixa deve ser
fechada e dizer adeus às preocupações para esse dia.
6 – AJUDE A CRIANÇA A MUDAR O DISCURSO DE: “E SE…” PARA, “O
QUE POSSO FAZER PARA…”
Vou revelar-lhe o seguinte, nós seres humanos somos capazes de viajar no
tempo. Não fisicamente, mas mentalmente. De fato, mentalmente gastamos muito
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tempo com a cabeça no futuro. Para uma criança que sofre de ansiedade, este tipo de
viagem mental no tempo pode exacerbar a preocupação, levando-a a fazer perguntas
do género: “E se eu não conseguir abrir o meu armário e perder a aula?” ou “E se a
Inês não falar comigo hoje?” ou “E se eu não passar no teste?“A pesquisa mostra que
voltar para o momento presente pode ajudar a aliviar essa tendência.
Um método eficaz de fazer isso é praticar exercícios de conscientização. A
Atenção Plena (Mindfulness) traz uma criança do discurso “e se…” para, “o que posso
fazer para”. Para praticar isso, ajude o seu filho a concentrar-se na respiração por
alguns minutos. Deixo um pequeno exemplo:
Medida de ação: Quando a criança começa a sentir-se ansiosa, explique-lhe
que deverá usar essa sensação como uma sugestão para fazer pelo menos uma
respiração abdominal profunda. Essa respiração vai iniciar a resposta de
relaxamento. Para praticar, ajude a criança a fazer o seguinte exercício:

 Foque a sua atenção no modo como respira. Se conhecer o modo como


respira habitualmente, poderá usar a respiração para se relaxar em momentos
que se sinta ansioso.
 Concentre-se nas partes do seu corpo (tórax) que usa para respirar. Sinta
como os diferentes músculos se movem durante a inspiração e a expiração,
sinta isso.
 Esteja tento a todas as sensações que sente quando respira. Memorize
essas sensações, para poder reproduzi-las em situação em que se sente
ansioso.
 Agora, coloque uma mão em cima do peito e outra sobre o seu estômago.
 Note os movimentos de expansão e de contração do peito, à medida que
inspira e expira.
 Note os movimentos de expansão e de contração do estômago, à medida
que inspira e expira. Foque-se nessas sensações durante 1 minuto.
 Em seguida sempre que verificar que está a respirar pelo tórax, mude
para os músculos do estômago.
 Em seguida foque-se na expiração, liberte o ar por entre os lábios, para
controlar a sua saída…verifique se são os músculos do abdómen e do
diafragma que se contraem.
 Repita o processo demorando o dobro do tempo para expirar do que a
inspirar o ar.

O exercício de focar-se na respiração retira a criança da construção de um


cenário catastrófico, dando-lhe a possibilidade de posteriormente focar-se no que pode
fazer para solucionar ou minimizar o problema que o perturba.
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Passando de um discurso de: “E se a Inês não falar comigo hoje?” para “O que
posso fazer para me certificar que a Inês fala comigo hoje?“
7. NÃO EVITE TUDO QUE CAUSA ANSIEDADE À CRIANÇA
A criança quer evitar eventos sociais, os cães, a escola, aviões ou basicamente
qualquer situação que causa ansiedade? Como pai, você quer ajudá-la a não sofrer
com a ansiedade? Claro! Isso é natural.
A resposta de fuga ao que nos provoca incómodo é natural. Infelizmente, a
longo prazo, evitar a ansiedade aumenta-a.
Então, qual é a alternativa? Tente a exposição progressiva e gradual às coisas
temidas.
Vamos dizer que o seu filho tem medo de sentar-se nos balanços no parque.
Em vez de evitar essa atividade, deve criar mini-metas para chegar mais perto
do objetivo maior.
Por exemplo, vá até a limite do parque, em seguida, entre no parque, depois
aproxime-se da zona dos balanços, em seguida sente simplesmente a criança no
balanço, comece com pequenas oscilações e finalmente deixe baloiçar-se sozinha.
Toda esta progressão poderá levar alguns dias, fazendo um ou dois avanços por dia.
Você pode usar cada etapa até que a exposição se torna muito fácil e deixe de causar
desconforto à criança, esse é o momento em que você sabe que é hora de passar para
o próximo degrau na escada da exposição.
VOCÊ É O SUPORTE DA CRIANÇA
Dar suporte a uma criança que sofre de ansiedade pode ser doloroso, frustrante
e confuso. Não há um pai que não se pergunte em um momento ou outro, se eles são
a causa da ansiedade de seus filhos. É importante que você saiba que a pesquisa
mostra que a ansiedade é muitas vezes o resultado de múltiplos fatores (ou seja,
genes, fisiologia do cérebro, temperamento, fatores ambientais, eventos traumáticos do
passado, etc.). Por favor, mantenha em mente, que provavelmente você pode não ser
a causa da ansiedade da criança, mas você pode ajudá-la a superá-la.
Se verifica que apesar dos seus esforços a criança continua a sofrer de
ansiedade, e esta continua a aumentar, procure ajuda profissional.
A seguir passo 10 sinais que mostram que seu filho pode estar com ansiedade.
Hoje já existem muitos psicólogos, por exemplo, especialistas em crianças. Então, não
é difícil encontrar tratamento. Mas não quer dizer que todos os casos precisam de
profissionais. Muitas vezes, temos o “remédio” em casa: atenção e carinho.
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1 – Seu filho está com constantes dores de cabeça e febre antes de


compromissos importantes, como ir à escola ou um passeio.
2 – Não é brincadeira: criança dorme muito. Adoram uma soneca. Caso isso
não aconteça, algo pode estar errado.
3 – Você propõe uma mudança de rotina, mas o pequeno não gosta.
4 – Por mais que crianças sejam “agarradas” aos pais, a dificuldade de se
separar por um curto espaço de tempo pode ser um sinal de medo excessivo.
5 – Se você estuda junto com o pequeno e não há problemas em sala de aula,
mas seu filho continua com problemas escolares, algo está errado.
6 – A criança tem dificuldade de concentração.
7 – Por um momento o pequeno está bem, mas seu humor altera rapidamente.
Esse sintoma não é comum em crianças que não têm o transtorno.
8 – Pesadelos quase todas as noites.
9 – Embora realizar algo novo sempre nos deixa ansiosos, quando se é criança
é diferente. Quando seu filho tem muito medo de uma situação nova, tome cuidado.
10 – E, por fim, falta de apetite. Criança adora comer, principalmente doce.
Sempre noto quando minha filha está doente pelo apetite. Antes de começar a ter
outros sinais de uma gripe, por exemplo, ela tem dificuldade de comer os alimentos que
sempre gostou.
Como falei no início: a criança não terá transtorno de ansiedade se mostrar um
desses sintomas. Reconhecer isso é um trabalho atento dos pais.

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