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Processo: 460/11.4TVLSB.L1.S2
Nº Convencional: 7ª SECÇÃO
Relator: SILVA GONÇALVES
Descritores: ACÇÃO DE REIVINDICAÇÃO
AÇÃO DE REIVINDICAÇÃO
DIREITO DE PROPRIEDADE
BEM IMÓVEL
USUCAPIÃO
REQUISITOS
POSSE TITULADA
POSSE PÚBLICA
POSSE PACÍFICA
POSSE DE BOA FÉ
REGISTO PREDIAL
PRAZO
AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA
FALÊNCIA
Nº do Documento: SJ
Data do Acordão: 09-02-2017
Nº Único do Processo:
Votação: UNANIMIDADE
Texto Integral: S
Privacidade: 1
Meio Processual: REVISTA
Decisão: CONCEDIDA A REVISTA
Área Temática:
DIREITO CIVIL - DIREITOS REAIS / POSSE / USUCAPIÃO / DIREITO DE
PROPRIEDADE.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL - PROCESSO DE DECLARAÇÃO / SENTENÇA (
NULIDADES ).
Doutrina:
- Alberto dos Reis, “Código de Processo Civil” Anotado, Vol. V, 139, 140.
- Galvão Telles, in O Direito, 121.º, 652.
- Menezes Cordeiro, A Posse, Perspectivas Dogmáticas Actuais, 54 e ss.; Direitos Reais, II
Volume, 670, 675, 684.
Legislação Nacional:
CÓDIGO CIVIL (CC): - ARTIGOS 1251.º, 1252.º, N.º 1, 1258.º, 1260.º, 1287.º, 1294.º, AL.
A), 1296.º.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC): - ARTIGOS 590.º, N.º 3, 615.º, N.º 1, AL. B), 639.º,
N.º 3, 652.º, N.º 1, AL. A).
Jurisprudência Nacional:
ACÓRDÃOS DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA:
-DE 26.10.1975, BOLETIM, 250.º, 150, ANOTADO NA R.L.J. N.º 109, 311.
-DE 14.01.1993, B.M.J., 423.º, 519.
-DE 6.4.2000, SUMÁRIOS, 40.º, 25.
Sumário :
I. Sendo a posse de boa fé e havendo título de aquisição e registo deste,
é de 10 (dez) anos, contados desde a data do registo - alínea a) do art.º
1294.º do C.Civil - o prazo capaz de legitimar a aquisição do direito de
propriedade sobre uma coisa imóvel.
II. Não obstante todas as vicissitudes processuais por que passou o
processo de falência - designadamente a anulação de todos os seus
trâmites processuais posteriores aos despachos de 17.07.1987 -
possuindo o prédio de boa fé e apresentando título e registo de
aquisição deste imóvel desde 05.07.1988 até 17.07.2002, isto é, durante
mais de 10 anos, a ré adquiriu o prédio, por usucapião, ainda antes de
02.01.2002.
III. A usucapião constitui um modo de aquisição originária, ou seja, é
uma forma de constituição de direitos reais e não uma forma de
transmissão e, por isso, a propriedade conferida com base na usucapião
não está dependente de qualquer outro circunstancialismo
juridicamente relevante que surja ao lado do seu processo aquisitivo e
que, só aparentemente poderá interferir neste procedimento de
consignação de direitos; porque se trata de uma aquisição originária, o
decurso do tempo necessário à sua conformação faz com que
desapareçam todas as incidências que neste processo eventualmente
possam ter surgido.
Decisão Texto Integral: Acordam no Supremo Tribunal de Justiça
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