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CURSO: TAC – TREINAMENTO AVANÇADO PARA CONCURSOS
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MODALIDADE: Online
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MATÉRIA: Processo Penal PROFESSOR: Marcelo Machado
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DATA DA AULA: MONITOR: Marcelo Melo
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Indicações de bibliográficas:
Fernando da Costa Tourinho Filho - Manual de Processo Penal ou Curso
de Processo Penal. 58
Júlio Fabbrini Mirabete – Curso de Processo Penal
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Renato Brasileiro de Lima – Manual de Processo Penal
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Palavras-chave:
Processo penal. Princípios processuais penais; Contraditório e ampla
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O professor inicia a aula se apresentando, descrevendo seu trabalho
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como defensor público e como professor. Após uma breve apresentação,
passa ao conteúdo da aula propriamente dito.
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Princípio do contraditório e da ampla defesa – artigo 5º, LV, da
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Constituição Federal.
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Art. 5º...
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
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aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
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ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
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de forma individualizada.
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que lhe são imputadas. Contudo, tal direito é disponível, desde que o réu
manifeste expressamente esta vontade ao, por exemplo, reservar-se ao direito
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de permanecer calado.
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Imaginemos a seguinte situação: acusado, não hipossuficiente, deixa
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dolosamente de constituir advogado para fazer sua defesa técnica. Em tal
situação, poderia o juiz nomear defensor público para que defenda os seus
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interesses? A resposta é sim!
É obrigatório constituir um defensor para o acusado em juízo, sob pena
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de nulidade absoluta, conforme já visto. Contudo, em tal hipótese, o acusado
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será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, nomeado pelo juiz e
referida verba será destinada ao Centro de Estudos Jurídicos da Defensoria
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Pública, conforme artigo 263, parágrafo único, do CPP:
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Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado
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defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo,
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nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se,
caso tenha habilitação.
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a seguinte: imaginemos que uma pessoa tenha sido vítima de uma tentativa de
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mecanismo para que o réu exerça sua autodefesa. Caso esse direito seja
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tolhido, haverá nulidade absoluta, nos termos do art. 564 c/c 572 do CPP.
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Entretanto, vale ressaltar que, caso o réu abra mão deste direito e decida ficar
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calado, não haverá que se arguir qualquer nulidade, já que, como visto
anteriormente, o direito à autodefesa é disponível.
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- Direito de presença (em todos os atos processuais): o réu tem o direito
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de, em regra, participar de todos os atos processuais. Há situações que a
própria lei excepciona essa regra, como a prevista no artigo 217 do CPP. A
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ausência do réu gera nulidade? Depende da situação, já que o direito à
autodefesa é disponível. Há alguns exemplos trazidos pelo professor que
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ajudam a elucidar a questão.
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Situação A - Réu solto, regularmente intimado, não comparece à
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audiência. A audiência será realizada sem a sua presença.
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Entende-se que o réu abriu mão de seu direito de estar presente.
Situação B - Se o réu estiver preso, o Estado tem o dever de
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apresenta-lo no dia e na hora marcados para a audiência. Se o
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réu não chegar à audiência por culpa do Estado, teremos dois
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desfechos possíveis: a) defensor não aceita fazer a audiência
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do STF que este ato seria nulo, eis que o defensor não pode
dispor de direito alheio.
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CPP), para pedir revisão criminal (art. 623, CPP), para impetrar Habeas Corpus
(art. 654, CPP), entre outros.
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legais. Ex.: o réu fica com medo de recorrer da sentença e ver sua pena ser
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aumentada. Contudo, desconhece a vedação da reformatio in pejus prevista no
art. 617 do CPP.
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Princípio da presunção de inocência – artigo 5º, LVII, da Constituição
Federal.
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Art. 5º...
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LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória.
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O princípio da presunção de inocência, também conhecido como
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presunção de não culpabilidade, afirma que ninguém será culpado até o
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trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Possui reflexos no campo
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probatório, como regra de tratamento e como garantia ao acusado.
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- Reflexo no campo probatório: o órgão acusador deve provar o fato
constitutivo do seu direito, nos termos do artigo 156, do CPP:
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da prova passa a ser seu. Ex.: réu alega legitima defesa. Tem que comprovar
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Paulo Rangel e Afrânio Silva Jardim que afirmam que a defesa não precisa
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provar nada. Caberia à acusação fazer prova do que alega. O réu seria
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- Reflexo como regra de garantia: será respeitado o devido processo
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legal. Exemplo trazido pelo professor é o previsto no artigo 152 do CPP, que
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trata de doença mental superveniente ao cometimento do ato ilícito. Em virtude
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do fato do réu não poder se defender, o processo fica suspenso até que ele
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recobre a consciência, privilegiando-se, com isso, a presunção de inocência.
Vale ressaltar o entendimento atual do STF acerca da presunção de
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inocência. A Suprema Corte vem mudando de entendimento sobre o tema no
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decorrer da última década, de modo que, atualmente, fixou-se a tese que é
possível a execução provisória da pena antes do trânsito em julgado. A ratio
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por trás desse posicionamento seria que os recursos interpostos junto aos
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Tribunais de Superposição (STF e STJ) discutiriam apenas matéria de direito,
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já que as matérias fáticas não poderiam ser rediscutidas pela via do Recurso
Especial e do Recurso Extraordinário.
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Princípio da isonomia
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Público.
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habilitado ou não nos autos, para interpor o recurso de apelação, já que tanto o
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MP como a defesa possuem o prazo de 5 dias para tanto. Em tese, essa
diferença de prazos violaria a isonomia. Contudo, na hipótese do ofendido não
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estar habilitado nos autos, tal prazo torna-se razoável, eis que ele não está
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sendo intimado dos atos.
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Aplicação da lei processual no tempo
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Existem alguns sistemas teóricos que visam dar tratamento à aplicação
da lei processual no tempo. Dentre eles, podemos destacar:
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- Unidade processual: o processo só pode ser regido por uma única lei.
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Se um processo começou com uma lei, tem que terminar com ela. Nova lei só
atingiria os processos não iniciados. Não foi adotada no Brasil.
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- Fases processuais: O processo seria composto de quatro fases:
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postulatória, instrutória, decisória e recursal. A lei processual nova só seria
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aplicada na fase processual seguinte. Também não foi aplicada no Brasil.
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intimação se deu antes da alteração, vale o prazo de 5 dias. A lei passa a valer
para os atos praticados posteriormente à intimação.
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material. Exemplo: crime era de Ação Penal Pública Incondicionada e lei altera
para Ação Pública Condicionada à Representação. Ocorre que a falta de
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No exemplo citado anteriormente, o crime cometido passa a ser de Ação
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Pública Condicionada à Representação, mais benéfico ao réu. Logo, a norma
retroagirá para atingir os fatos praticados antes da edição desta norma.
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Caso concreto: Lei 9.099/95. Artigo 88 passou a exigir a representação
nos crimes lesão corporal leve e culposa. Antes da alteração, tais crimes eram
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processados mediante ação penal pública incondicionada. Legislador estipulou
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prazo para que os autores representassem nos processos já em curso (art. 91).
Prazo de 30 dias, sob pena de decadência intercorrente (no curso do
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processo).
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Há, ainda, as normas mistas/híbridas, que são aquelas de conteúdo de
direito processual e material. Não se confundem, portanto, com as normas
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processuais com reflexos nas normas materiais.
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Exemplo de norma mista é o artigo 366 do CPP, pois trata de normas de
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direito processual (suspensão do processo) e de direito material (suspensão do
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a correr.
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3ª corrente: STF não admite a cisão da norma mista. Deve ser aplicada
como um todo. Se o conteúdo for prejudicial, não posso retroagir. Desta forma,
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STF não permitiu a retroação aos fatos anteriores. Aos fatos anteriores, aplica-
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se a lei anterior (tempus regit actum).
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Resumo final sobre Lei Processual no Tempo:
- Lei de caráter estritamente processual: aplicação imediata.
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- Lei de caráter processual com reflexo no direito material: ver qual é a
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mais benéfica.
- Norma mista/híbrida: STF não admite cisão da norma. Deve ser
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aplicada como um todo. Deve ser observado o conteúdo de direito material. Se
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benéfico, retroage. Se prejudicial, não retroage.
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Inquérito Policial
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Procedimento persecutório realizado pela polícia judiciária que objetiva a
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apuração da infração penal e sua autoria, cuja finalidade é servir de base para
a denúncia ou queixa.
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administrativo. Contudo, não significa dizer que não haverá o direito de defesa.
Exemplo disso é a oitiva do indiciado, a possibilidade de impetração de Habeas
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que diz:
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ter acesso às gravações e transcrições, justamente para que possa contradizer
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as provas que foram produzidas. Antes de ser ouvido, poderá, portanto, ter
acesso aos elementos de prova carreados aos inquérito policial.
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Em regra, a Polícia Judiciária é exercida, no âmbito dos Estados, pela
Polícia Civil e, no âmbito da União, pela Polícia Federal. Excepcionalmente a
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Polícia Militar exercerá a função de Polícia Judiciária: apenas nos casos
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envolvendo crimes militares, cuja competência para julgamento será da Justiça
Militar.
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Nada impede que um inquérito realizado pela Polícia Federal sirva como
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base para uma ação ajuizada na Justiça Estadual ou que um inquérito
realizado pela Polícia Civil seja utilizado como base para ajuizar uma ação na
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Justiça Federal. Não há que se falar em “incompetência de polícia”, portanto.
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Também não se fala em arguição de suspeição de autoridade policial,
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conforme dispõe o artigo 107, do CPP.
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pela autoridade”.
- Inquisitoriedade: a autoridade policial preside o inquérito, sem que haja
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13, II, do CPP.
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- Sigiloso: Dispõe o artigo 20, do CPP que “a autoridade assegurará no
inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
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sociedade”.
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