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Primavera, Verão e Outono: dias para admirar um mundo onde flores e animais vivem suas vidas sem se preocupar com os planos dos homens de se tornarem divinos. Cada estação traz seus ciclos naturais: em maio, filhotes chamam para nascer e em julho cobras se libertam de suas peles. O inverno é um tempo para reflexão, quando a natureza se torna mais compreensível e sinais secretos nos são revelados sobre as origens das coisas.
Primavera, Verão e Outono: dias para admirar um mundo onde flores e animais vivem suas vidas sem se preocupar com os planos dos homens de se tornarem divinos. Cada estação traz seus ciclos naturais: em maio, filhotes chamam para nascer e em julho cobras se libertam de suas peles. O inverno é um tempo para reflexão, quando a natureza se torna mais compreensível e sinais secretos nos são revelados sobre as origens das coisas.
Primavera, Verão e Outono: dias para admirar um mundo onde flores e animais vivem suas vidas sem se preocupar com os planos dos homens de se tornarem divinos. Cada estação traz seus ciclos naturais: em maio, filhotes chamam para nascer e em julho cobras se libertam de suas peles. O inverno é um tempo para reflexão, quando a natureza se torna mais compreensível e sinais secretos nos são revelados sobre as origens das coisas.
Spring-time, Summer and Fall: days to behold a world
Antecedent to our knowing, where flowers think
Theirs concretely in scent-colours and beasts, the same Age all over, pursue dumb horizontal lives On one level of conduct and so cannot be Secretary to man's plot to became divine.
Lodged in all is a set metronome: thus, in May
Bird-babes still in the egg click to each other Hatch!; June-struck cuckoos of off-pitch; when obese July Turns earth's heating up, unknotting their poisoned ropes, Vipers move into play; warned by October's nip, Younger leaves to the old give the releasing draught.
Winter, though, has the right tense for a look indoors
At ourselves, and with First Names to sit face-to-face, Time for reading to thoughts, time for the trying-out Of new metres and new recipes, proper time To reflect on events noted in warmer months Till, transmuted they take part in a human tale.
There, responding to our cry for intelligence,
Nature's mask is relaxed into a mobile grin, Stones, old shoes, come alive, born sacramental signs, Nod to us in he First Person of mysteries They know nothing about, bearing a message from The invisible sole Source of specific things.
W. H. Auden
Primavera, Verão, Outono: dias em que se adivinha
Um mundo prévio aos nossos conhecimentos, em que As flores pensam na concretude do cheiro das cores E animais de idade indefinida perseguem vidas irrisórias, Horizontais, evitando serem, com esse nível de conduta, Assessores da intriga do homem para se tornar divino.
Um metrónomo infalível instala-se em tudo: assim, em Maio
Crias de pássaros no ovo gritam às outras: Nasçam!; Os cucos surpreendidos por Junho desafinam; quando Julho Obeso liga o calor da terra, desembaraçando amarras venenosas, As víboras entram na festa; avisadas pelo beliscão de Outubro As folhas novas dão às velhas o puxão libertador.
Todavia, o Inverno tem o verbo certo de um olhar caseiro
Para nós mesmos, sentados cara a cara com os Nomes Próprios, Tempo para ler os pensamentos, o tempo exacto De experimentar novos metros e novas receitas, De reflectir nos factos que meses mais quentes trouxeram Até que transmudados, façam parte de uma história humana. Aí, respondendo à nossa exigência de compreensão, A Natureza afrouxa o esgar até um arreganho mutável, Pedras, sapatos velhos, renascem como signos sacrificiais, Acenam-nos na Primeira Pessoa dos mistérios Que desconhecem, acartando uma mensagem Da única Fonte invisível do singular das coisas.
W. H. Auden in O Massacre dos Inocentes - Uma Antologia ( trad. José Alberto Oliveira, Assírio&Alvim,