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DIREITO CIVIL

TEORIA GERAL DO FATO JURÍDICO


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SUMÁRIO

1. CONCEITO DE FATO JURÍDICO .................................................................................................... 3


2. CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO QUANTO A SUA NATUREZA JURÍDICA .................................. 3
3. ATO JURÍDICO LATO SENSU ........................................................................................................ 5
4. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO .............................................................................. 6
5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA........................................................................................................... 6
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ATUALIZADO EM 18/07/2016

TEORIA GERAL DO FATO JURÍDICO

1. CONCEITO DE FATO JURÍDICO

O mundo jurídico nada mais é que o mundo dos fatos jurídicos, isto é, suportes fáticos que logram
entrar no mundo jurídico (Pontes de Miranda).

a) 1ª corrente: Todo evento natural ou humano que produz efeitos jurídicos, seja pela criação, modificação,
extinção ou conservação de direitos e deveres (Maria Helena Diniz, Orlando Gomes, Caio Mário, Washington de
Barros Monteiro, Silvio Rodrigues e Silvio Venosa). Ex.: choveu – não é fato jurídico, em princípio. Chuva que
alagou o estacionamento e causou vários danos. Nesse caso, é sim fato jurídico.

OBS.: Crítica – Testamento. Fazer o testamento é um fato jurídico ou não jurídico? Ele produz efeitos apenas no
momento da morte. Quando a pessoa faz um testamento, pode afirmar que ele existe, que pode ser válido, só
que enquanto a pessoa ou autor do testamento não falecer, ele não produz efeitos jurídicos. Então, esse
testamento não é um fato jurídico até o momento da morte? Lembrando que, antes da morte, esse testamento
pode ser revogado, podendo nunca produzir efeitos. Segundo essa corrente, ele não seria um fato jurídico.
Entretanto, não se pode assim considerar.

b) 2ª corrente: todo aquele que estabelece uma relação jurídica. Não é necessário que produza efeitos em
concreto; basta que seja ato/capaz a produção de efeitos. Não exige a eficácia em si, apenas a potencialidade
(Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona, Flávio Tartuce, Gustavo Tepedino, Francisco Amaral). Ex.: lavratura de um
testamento e o autor ainda não morreu. Ele revoga depois e o ato nunca produzirá efeitos, mesmo assim é fato
jurídico. Essa segunda corrente tem por base a divisão dos fatos/negócios jurídicos em planos de existência,
validade e eficácia. Não é necessário preencher os três planos para que o ato seja considerado jurídico. Ela
está em consonância com o que determina o CC.

2. CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO QUANTO A SUA NATUREZA JURÍDICA

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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
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a) Fato jurídico natural: também denominado como fato jurídico stricto sensu, é todo evento da natureza que
tem importância para o direito. Divide-se em duas espécies

a.1) Ordinários: fatos comuns da vida. O simples decurso do tempo irá provocá-los: concepção, nascimento,
maioridade, morte. Para a doutrina majoritária, prescrição e decadência são exemplos de fato jurídicos naturais
ordinários.

a.2) Extraordinários: são os fatos do acaso. Caso fortuito e força maior. A importância deles é o fato de serem
causas excludentes de responsabilidade civil, excluindo o nexo de causalidade. O nexo é elemento tanto da
responsabilidade objetiva quando da subjetiva.

OBS.: Caso fortuito e força maior. Há oito correntes, no mínimo, diferenciando os institutos. Conclusão: em
concurso é mais seguro gabaritar o entendimento de Arnoldo Wald, no sentido de que não deve ser feita
distinção entres as espécies, pois produzem o mesmo efeito, isto é, a exclusão da responsabilidade civil.

Art. 393, parágrafo único, do CC/02. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.

(1) 1ª corrente (Sérgio Cavalieri, Pablo e Tartuce): caso fortuito é o evento totalmente imprevisível (ex.:
terremoto). Força maior é o evento previsível, porém inevitável ou irresistível (ex.: enchente em uma cidade).
(2) 2ª corrente (MHD): caso fortuito seria o acidente que gera o dano; advém de uma causa desconhecida. (ex.:
rompimento de um cabo elétrico). Força maior teria causa conhecida, pois é fato da natureza (raio, enchente,
geada).
(3) 3ª corrente (Clóvis Beviláqua): caso fortuito é evento com base nas forças da natureza e força maior com
base na vontade humana (greve).

E qual seria a diferença entre fortuito externo e fortuito interno? Essa distinção é necessária, pois há
diferentes consequências. Alguns autores, como Agostinho Alvim, fazem relação direta entre as expressões
fortuito interno e externo com caso fortuito e força maior.

*#CUIDADO: Essa confusão não deve ser feita, pois caso fortuito e força maior são sempre excludentes de
responsabilidade, enquanto os fortuitos interno e externo podem ser. Fortuito interno é a situação que diz
respeito aos riscos naturais da atividade desenvolvida, excluindo a responsabilidade subjetiva, mas não a
objetiva (Tepedino). Ex.: acidente de trânsito sofrido por uma transportadora por culpa de outro motorista ou
em razão de um pneu que estourou. Risco inerente à atividade econômica. Fortuito externo é a situação que
não se inclui nos riscos naturais da atividade – afasta até a responsabilidade objetiva. Conclusão: caso fortuito
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e força maior são excludentes de responsabilidade objetiva e subjetiva (ciclone, assalto à mão armada - STJ,
furacão que atinge ônibus). O fortuito interno exclui a responsabilidade subjetiva. E o fortuito externo exclui a
responsabilidade objetiva e subjetiva.

b) Fato jurídico humano ou jurígeno: todo evento caracterizado pela manifestação e vontade que tem
importância para o direito.

Ato ilícito: Todo comportamento humano que viola o ordenamento jurídico. Compreende lei, moral,
ordem pública e bons costumes. O mais fácil de analisar é quando viola a lei. O ato ilícito pode ser civil,
administrativo, penal, etc.. O ato ilícito civil é caracterizado pela presença do dano. Art. 186. Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. Aplica-se o art. 186 toda vez que não houver dispositivo especial.
Demonstra que a regra do CC é a responsabilidade subjetiva. O dano caracteriza o ato ilícito.

Não há dúvida de que o ato ilícito é um fato jurídico (tem importância para o direito). O problema é
determinar se também é um ato jurídico. Nesse sentido, existem 2 correntes:

(1) 1ª corrente (minoritária): o ato ilícito é espécie de ato jurídico lato sensu (Pontes de Miranda, Venosa,
Moreira Alves)
(2) 2ª corrente: o ato ilícito não é espécie de ato jurídico (Stolze, Tartuce, Zeno Veloso).

O tema é polêmico, mas consideramos mais segura a 2ª corrente.

3. ATO JURÍDICO LATO SENSU

É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É composto pelo
elemento volitivo (manifestação de vontade) e pela licitude. É um fato jurídico (tem importância para o
direito) humano (manifestação de vontade) e lícito. Por isso o ato ilícito é espécie de fato e não de ato jurídico
(pela segunda corrente citada). Ele é gênero, do qual são espécies:

a) Ato jurídico stricto sensu: é toda manifestação de vontade que produz efeitos impostos pelo ordenamento
jurídico. O conteúdo e as consequências do ato estão predeterminados em lei. A autonomia se restringe a
praticar ou não o ato. Ex.: reconhecimento voluntário do filho (perfilhação). Posso negociar com a mãe as
consequências desse reconhecimento?

b) Negócio jurídico: é toda manifestação de vontade que produz efeitos desejados pelas partes e permitidos
por lei. A lei atua como simples limite. As partes podem exercer a autonomia privada (preferir essa
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denominação. Autonomia da vontade dá ideia de liberdade absoluta e tecnicamente não é correto, pois não é a
vontade que tem autonomia e sim a pessoa)/autonomia da vontade na determinação do conteúdo e das
consequências do negócio jurídico. Ex.: contrato. Por isso que Francisco Amaral diz que a eficácia do negócio
jurídico é ex voluntate, enquanto a do ato é ex lege. Uma eficácia decorre do negócio e outra da lei. Tem ampla
liberdade, mas há limites previstos em lei. Ex.: herança de pessoa viva. Ex.: testamento? Negócio jurídico. Se
uma pessoa morre sem deixar testamento, a lei determinará a divisão dos bens. Quando se realiza o
testamento, através da autonomia privada, modifica-se o que está determinado em lei, mesmo havendo alguns
limites, como a limitação de 50% dos bens.

OBS.: Pagamento. A doutrina diverge quanto à natureza jurídica do pagamento. Tem autores que falam que é
negócio jurídico bilateral ou unilateral, ato jurídico, etc. Em concurso se recomenda que considere como ato
jurídico stricto sensu, pois no CC não se anula pagamento por vício do negócio jurídico. A ação apropriada em
caso de erro ou dolo é a Ação de repetição de indébito.

c) Ato-fato jurídico: é um fato jurídico qualificado por uma atuação humana. Introduz consequências
independentemente da análise da capacidade das partes. É uma criação doutrinária com o objetivo de
reconhecer a validade e a eficácia de alguns atos que não passariam por uma análise dos requisitos do negócio
jurídico.

OBS.: o foco é a consequência e não na manifestação de vontade. Ex.: a compra de um salgado por uma
criança de 10 anos. Um menor que vai à escola de ônibus ou um menor que pesca um peixe (ele é dono do
peixe).

4. DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO

Não se aplica.

5. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA

Anotações de aula.

Anotações pessoais.

Manual de Direito Civil do Tartuce.

Jurisprudência do Dizer o Direito.

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