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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0008284-61.2016.8.05.0150
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MARION CAETANO DE SOUZA

Recorrido(s) : BANCO BRADESCARD S A ADMINISTRADORA DE


CARTOES DE CREDITO

Origem : 2ª VARA DOS JUIZADOS LAURO DE FREITAS


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.


ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. AUSÊNCIA
DE CONTRATAÇÃO. RÉU QUE NÃO JUNTA AOS AUTOS
INSTRUMENTO CONTRATUAL, NEM ELEMENTOS INDICATIVOS DA
REGULAR AVENÇA. (ART.373, INCISO I DO NCPC). COBRANÇA
INDEVIDA. INSCRIÇÃO DO NOME DA PARTE AUTORA NOS
CADASTROS DE PROTEÇÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL IN RE
IPSA. QUANTUM MAJORADO, PARA ADEQUAÇÃO AOS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


procedente em parte a ação, declarou a inexigibilidade da dívida impugnada e
condenou a ré em R$ 1.000,00 ( hum mil reais) em virtude da negativação do nome
da parte autora nos cadastros de proteção ao crédito.
2. Alega a parte autora que tivera o seu nome negativado nos órgãos de
proteção ao crédito em virtude de dívida que desconhece, sustentando portanto a
inexistência de relação jurídica com a parte ré. Requer indenização oriunda da
negativação, pelos danos morais sofridos, na modalidade in re ipsa. A recorrente
busca a reforma da sentença, no tocante ao quantum fixado a título de danos
morais, por entendê-lo insuficiente para recompor o dano causado.
3. A despeito das alegações da acionada sobre a legalidade da anotação
realizada, não apresenta documentação que corrobore suas alegações. Com
efeito, tendo a parte autora alegado que não firmara o contrato em tela, incumbia à
parte ré não somente a prova acera da existência da relação jurídica, através da
juntada do instrumento contratual com a assinatura da parte autora, como também
de que a inclusão do seu nome ocorrera em virtude de dívida regularmente
constituída, o que todavia não fora feito na hipótese. Insta ressaltar que a mera
juntada de telas sistêmicas, ou faturas, não se mostra suficiente para comprovar a
existência da relação jurídica, por serem documentos elaborados sem a
participação do consumidor.
4. A parte autora, por sua vez, colaciona aos autos consulta do órgão de
proteção ao crédito no evento 01, em que consta o apontamento indevido, por
solicitação da demandada, desincumbindo-se assim do ônus de provar o fato
constitutivo de seu direito , nos termos do art.373, inciso I do CPC. É cediço
na jurisprudência pátria que a negativação do nome do consumidor nos
cadastros de proteção ao crédito por cobrança indevida gera dano moral in re
ipsa, que prescinde de comprovação.
5. . O valor da reparação do dano moral deve ser fixado de acordo com os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, os quais, em síntese apertada
querem significar, aquilo que é justo e na medida certa.

6. Da mesma forma, a fixação do montante indenizatório deve guardar uma


equivalência entre as situações que tragam semelhante colorido fático. As
variações nos valores das indenizações existem conforme as circunstâncias fáticas
que envolvam o evento.

7. No particular, o prudente arbítrio do magistrado exige não deva ser


considerada, apenas, a situação econômica do causador do dano, porque, se tal
for o critério, resvalar-se-á para o extremo oposto, com amplas possibilidades de
propiciar ao ofendido o enriquecimento sem causa. Há que se atender, porém, e
também com moderação, ao efeito inibidor da atitude repugnada. No caso
proposto, entendo que tais requisitos foram atendidos, diante da gravidade da
conduta da parte demandada, da repetição do comportamento e potencial de
danos em grande escala que pode causar , máxime em se tratando o serviço
público de fornecimento de energia bem essencial.

8. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL


PROVIMENTO AO RECVURSO INTERPOSTO, para majorar o quantum
condenatório arbitrado a título de danos morais, que fixo em R$ 3.000,00
( três mil reais), corrigidos conforme definido em sentença. Sem custas
processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.

9. Salvador, Sala das Sessões, 20 de JULHO de 2017


10. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
11. Juíza Relatora
12. BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
13. Juíza Presidente
14.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0008284-61.2016.8.05.0150
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MARION CAETANO DE SOUZA

Recorrido(s) : BANCO BRADESCARD S A ADMINISTRADORA DE


CARTOES DE CREDITO

Origem : 2ª VARA DOS JUIZADOS LAURO DE FREITAS


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS
REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do
julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no
recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 20 de JULHO de 2017
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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