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Código
do IRS
Guia Prático
e Descomplicado
www.e-konomista.pt
Conteúdos
Tabela de
Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Prazos do IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. E-Fatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
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2. Declaração de IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3. IRS automático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4. Preencher o IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5. Anexos do IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
6. IRS de trabalhadores por conta de outrem . . 34
7. IRS de trabalhadores independentes . . . . . . . 38
8. Outros Rendimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
9. Deduções no IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
10. Benefícios fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
11. Entregar IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
12. Corrigir o IRS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
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Editorial
O início de um novo ano assinala também o início de um novo ano fiscal. 2019 introduz
algumas mudanças importantes que se vão fazer notar na carteira de todos os
contribuintes. Como não poderia deixar de ser, o IRS é a obrigação fiscal que mais
dúvidas suscita junto dos portugueses.
Este ano, reunimos a informação essencial num guia prático que desconstrói e simplifica
o Código do IRS. Nas próximas páginas, encontra a explicação e o passo a passo dos
vários procedimentos, desde o registo e validação de faturas no portal E-Fatura, à
declaração de IRS e seus vários anexos, sem esquecer os benefícios fiscais e outras
dúvidas recorrentes.
Importa referir que o conteúdo apresentado tem por base informação disponível até
à data de publicação e é prestado de forma geral, tratando-se de textos meramente
informativos, pelo que não constitui nem dispensa a assistência profissional qualificada.
Tenha atenção aos prazos, consulte o nosso Guia e os nossos artigos em E-Konomista.pt
e verá que o IRS não é um bicho de sete cabeças.
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Prazos do IRS
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1. E-Fatura
Para poder usufruir da dedução de despesas em sede de IRS, tem até ao dia 25 de
fevereiro para validar faturas no Portal das Finanças.
Em 2019, tem até ao dia 25 de fevereiro para validar as faturas pendentes no portal
E-Fatura. Recorde-se que só pode usufruir da dedução de despesas em sede de IRS se
estas faturas (referentes ao ano fiscal de 2018) tiverem o seu Número de Identificação
Fiscal (NIF), também conhecido como número de contribuinte, e forem validadas dentro
do prazo definido para esse efeito.
Importa também sublinhar que só as faturas com NIF permitem recuperar parte do IVA
suportado nas despesas de cabeleireiros e serviços de estética; oficinas e serviços de
reparação automóvel e motociclos; despesas de restauração e alojamento; serviços de
veterinária e passes mensais para utilização de transportes públicos.
Confirmar faturas no Portal das Finanças é fundamental para que as mesmas não
fiquem pendentes, sejam mal classificadas ou corram o risco de nunca chegarem a ser
registadas.
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1.1. Como pedir a senha de acesso ao Portal das Finanças?
Antes de mais, caso ainda não esteja registado no Portal das Finanças, deve pedir a
senha de acesso o mais rapidamente possível - uma vez que esta senha também é a
forma de acesso ao portal E-Fatura. O processo é relativamente simples, sendo que
estes são os passos a seguir:
Caso não receba a senha dentro do prazo indicado, deverá dirigir-se à repartição
de Finanças da sua área de residência ou telefonar para o Centro de Atendimento
Telefónico (+351 217 206 707) para esclarecer a situação.
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Alterar a senha
Depois de receber a senha enviada pela AT, pode entrar no Portal das Finanças e
alterá-la quando bem entender, sendo que a nova senha deverá conter entre 8 e 16
caracteres.
Recuperar a senha
Se já está registado no Portal das Finanças, mas, entretanto, não se recorda da
senha de acesso - e esqueceu-se de tomar nota da pergunta de segurança e da
resposta que escolheu no preenchimento do formulário de adesão - envie um
e-mail para portal-senhas@at.gov.pt. Deve escrever no assunto - “Cancelamento
de senha” e, no corpo do e-mail, indicar o seu nome completo, NIF e morada fiscal.
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1.2. Como validar faturas?
O primeiro passo é aceder à página inicial do E-Fatura e entrar no menu “Despesas
dedutíveis em IRS”. Depois, clique no botão com a designação “Consumidor” e insira o
seu NIF e a sua senha de acesso.
Se se deparar com a indicação (no topo da página) de que tem faturas pendentes, clique
no botão “Complementar Informação Faturas”. Encontrará todas as despesas inseridas
pelos comerciantes, sendo que, nesta fase, deverá, preencher o setor em falta a que
se referem as despesas efetuadas. Se não reconhecer o nome do estabelecimento
comercial, procure as faturas em papel ou pesquise num motor de busca.
Caso o portal também o alerte para faturas que incluem despesas de saúde sujeitas
à taxa normal de IVA sem associação de receita médica, clique em “Associar receita”.
Ou seja, se tem alguma receita médica associada a essas despesas, assinale “Sim” na
resposta à questão “Tenho receita” e indique o valor relativo à prescrição médica. Depois
de tudo isto, basta clicar no botão “Guardar” (no fundo da página).
Se for trabalhador independente, deve ter uma atenção especial na validação de faturas,
uma vez que é preciso mencionar se estas estão afetas à atividade profissional, se se
tratam de despesas de foro pessoal, ou se são despesas mistas (parte ligada à atividade
profissional e outra parte do foro pessoal).
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1.3. Como registar faturas?
Se tem faturas que não estão no Portal, deve registá-las manualmente. Para tal, basta
entrar no menu “Faturas” e clicar em “Registar Faturas”.
Após este passo, deve preencher os campos em falta: NIF do comerciante, tipo e número
de fatura, data de emissão, taxa de IVA e base tributável (valor sem IVA). No fim, não se
esqueça de clicar no botão “Registar Fatura”.
Relembramos...
Que os comerciantes e prestadores de serviços têm até ao dia 20 do mês seguinte à
emissão da fatura para lançarem as mesmas no sistema. Por isso, aguarde até ao fim
desse prazo para registar faturas manualmente - caso contrário poderá vir a ter faturas
duplicadas no portal.
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Registar faturas de despesas contraídas no estrangeiro
Se efetuou despesas de saúde, educação ou encargos com habitação
num outro país da União Europeia poderá deduzi-la no IRS, mas terá
de a registar manualmente.
Assim sendo, entre os dias 15 e 31 de março, poderá apresentar uma reclamação dos
montantes das deduções assumidos pelas Finanças, caso não estejam corretos. Terá de
o fazer através da designada reclamação graciosa, a qual poderá ser feita:
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2. Declaração de IRS
Antes de entregar a declaração de IRS, é importante que saiba que rendimentos estão
(e não estão) sujeitos a IRS.
2. Subsídio de desemprego
Os subsídios da Segurança Social, como o subsídio de desemprego, por exemplo, não são
sujeitos a tributação de IRS. Portanto, se no ano passado esteve desempregado e a receber
este subsídio, não precisa de declarar os montantes recebidos – até porque este é um
rendimento que não está previsto em nenhuma das categorias de IRS e, como tal, está
isento de imposto.
3. Juros de depósitos
Os juros provenientes da aplicação em depósitos a prazo, certificados de aforro, obrigações
ou de outros rendimentos sujeitos às taxas liberatórias previstas no artigo nº 71 do Código
do IRS, também não são para declarar no IRS. Porém, é de referir que esta regra não se
aplica aos contribuintes que optarem pelo englobamento dos rendimentos de uma mesma
categoria.
4. Baixa médica
Se, por razões de saúde, teve de apresentar baixa médica, fique a saber que este é
um rendimento que não é necessário declarar no IRS. Mesmo que tenha sido o único
meio de subsistência do contribuinte ao longo de 2018, este rendimento não entra na
declaração Modelo 3.
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6. Bolsas e prémios atribuídos aos atletas e treinadores de desportos de
alta competição
Bolsas atribuídas pelo Comité Olímpico ou Paralímpico de Portugal aos praticantes de
alto rendimento desportivo e respetivos treinadores, no âmbito do contrato-programa
de preparação para os Jogos Olímpicos, Paralímpicos ou Surdolímpicos, ou pela respetiva
federação titular do estatuto de utilidade pública desportiva não são sujeitas a tributação.
São também excluídos de IRS os prémios de reconhecimento do valor e mérito de êxitos
desportivos.
7. Subsídio de refeição
Os trabalhadores que recebam um subsídio de alimentação diário, em dinheiro, até aos
4,77 euros vão ter esse rendimento livre de tributação para IRS.
Quanto aos cartões de refeição ou vales de refeição, o limite não tributável é de 7,63 euros
por dia. Acima destes valores é obrigatório declarar os montantes recebidos. No entanto,
importa sublinhar, os contribuintes serão tributados em IRS apenas pelo excedente.
8. Indemnizações
Encontram-se isentas de IRS todas as indemnizações e pensões atribuídas na sequência de:
1. Lesão corporal;
2. Doença ou morte;
3. Acidente de viação;
4. No cumprimento do serviço militar;
5. Ao abrigo de contratos, de decisões judiciais ou pagas pelo Estado.
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2.2. Que rendimentos tem de declarar no IRS?
1. Categoria A
Os rendimentos da categoria A dizem respeito aos rendimentos do trabalho dependente.
Ou seja, a tributação desta categoria diz respeito às remunerações provenientes do
trabalho por conta de outrem, tais como vencimentos, gratificações, comissões, subsídios
ou prémios, indemnizações, pré-reforma ou pré-aposentações, entre outras.
2. Categoria B
Fazem parte desta categoria os rendimentos empresariais e profissionais. Assim
sendo, são incluídas nos rendimentos da categoria B as atividades agrícolas, comerciais,
industriais, pecuárias ou silvícolas e, ainda, as atividades por conta própria, ou seja, os
trabalhadores independentes (incluindo os “recibos verdes”).
Este tipo de rendimentos deve ser declarado no anexo B (para quem está no regime
simplificado ou na situação de ato isolado) ou no anexo C (para rendimentos profissionais
e empresariais na opção do regime de contabilidade organizada).
3. Categoria E
Esta categoria engloba os rendimentos de capitais, incluindo juros de depósitos à ordem
ou a prazo e dividendos, sendo que são declarados no anexo E do IRS.
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4. Categoria F
Os rendimentos da categoria F dizem respeito aos rendimentos prediais. Assim sendo,
são os tipos de rendimentos resultantes das “rendas dos prédios rústicos, urbanos ou
mistos, pagas ou colocadas à disposição dos respetivos titulares”.
5. Categoria G
Na categoria G enquadram-se os incrementos patrimoniais que não são considerados
nas restantes categorias de rendimentos. São eles: indemnizações “que visem a
reparação de danos emergentes não comprovados e de lucros cessantes” e que “visem
reparar danos não patrimoniais, exceto as fixadas por decisão judicial ou arbitral”,
bem como mais-valias resultantes da venda de ações ou de imóveis. Estes tipos de
rendimentos devem ser declarados nos anexo G e G1.
6. Categoria H
Os rendimentos da categoria H dizem respeito às pensões (de alimentos, de velhice,
reforma ou invalidez, bem como as de sobrevivência, desde que não sejam consideradas
trabalho dependente) e rendas temporárias ou vitalícias. Este tipo de rendimentos deve
ser declarado no anexo A.
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3. IRS automático
O IRS automático já não é propriamente uma novidade, mas ainda suscita dúvidas. Veja
como poupar tempo no preenchimento da sua declaração de IRS.
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Alguns exemplos práticos
De acordo com as FAQ disponíveis no Portal das Finanças, isto significa que se, por
exemplo, for pensionista e também receber juros de depósitos a prazo ou de outras
aplicações financeiras que quer englobar na declaração, não poderá ser abrangido pelo
IRS automático.
Por outro lado, se além do rendimento de trabalho dependente, auferir também outro
tipo de rendimentos, por exemplo, prediais, vai ter que entregar a declaração normal.
Mesmo que estejam sujeitos a tributação autónoma e não os queira englobar na sua
declaração de IRS, os rendimentos prediais não estão abrangidos pela declaração
automática de rendimentos.
O mesmo se aplica se, embora seja trabalhador por conta de outrem, tiver vendido um
imóvel e auferido rendimentos decorrentes dessa operação.
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Os casados também podem dispor do IRS automático?
No caso dos contribuintes nesta situação, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)
disponibiliza três simulações no fim da declaração pré-preenchida: uma que considera
os rendimentos conjuntos e outras duas que considera os rendimentos separados do
casal. A AT disponibiliza também as liquidações provisórias correspondentes a essas
declarações.
No caso de um dos cônjuges não ter auferido rendimentos e o outro ser trabalhador por
conta de outrem podem, igualmente, beneficiar do IRS automático.
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3.3. Como validar a declaração?
Se está entre os eleitos para poder usufruir desta funcionalidade, para validar se os
campos pré-preenchidos pela AT foram, de facto, bem preenchidos, deverá aceder ao
Portal das Finanças, selecionar a opção “Cidadãos” e depois “IRS”.
Deverá, então, recorrer ao seu olhar clínico e ter atenção a todos os dados que respeitam à
sua identificação e situação contributiva, como: nome, NIF, estado civil, sem dependentes,
bem como elementos materiais, como os rendimentos, as retenções na fonte, as
contribuições sociais, as despesas para dedução à coleta, IBAN, entre outros.
E depois?
Após confirmar cuidadosamente todos os valores inscritos na modalidade de IRS
automático e confirmar que está tudo bem e que os dados que se encontram pré-
preenchidos são os corretos, basta-lhe clicar nos botões “Validar” e depois “Submeter”.
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3.4. Como corrigir?
Se após verificar os dados da sua declaração de IRS, detetar informação incorreta ou
incompleta, poderá transmitir essa situação à AT, que a corrigirá em conformidade
ou também poderá optar por preencher uma declaração “tradicional” pré-
preenchida, corrigir os campos que necessitam de correção e entregá-la dentro do
prazo legal, a qual substituirá a declaração pré-preenchida. Poderá, também, optar
pela criação de uma declaração vazia e preencher todos os campos necessários.
De acordo com a informação prestada pelas Finanças, poderá entregar uma declaração
dentro do prazo legal e com os dados corretos, que substituirá a anteriormente
submetida.
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4. Preencher o IRS
Existem exceções para quem, no ano a que o imposto respeita, apenas tenha auferido:
1. Rendimentos sujeitos a taxas liberatórias que não estejam englobados;
2. Pensões e/ou rendimentos do trabalho dependente de montante totais
inferiores a 4.104 euros.
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4.2. Como preencher a declaração de IRS?
A declaração de IRS ou, em linguagem fiscal, o Modelo 3, deve ser preenchido com
atenção e precaução. Deverá aceder ao Portal das Finanças e entrar com o seu NIF e
senha na sua área pessoal.
Se estiver abrangido pelo IRS automático é mais simples: basta escolher a opção
“Confirmar Declaração”, verificar se todos os elementos estão corretos e submetê-la.
No caso de não estar abrangido pelo IRS automático, deverá selecionar a opção
“Entregar Declaração” e será direcionado para uma nova página em que deverá escolher
a primeira opção “Preencher Declaração” referente ao ano a que o imposto reporta.
Folha de rosto
A folha de rosto deve incluir todos os dados do sujeito ou sujeitos passivos, bem
como toda a informação relevante que respeite ao seu agregado familiar. Se auferir
rendimentos que tenham sido comunicados previamente decorrentes do recebimento
de rendas ou rendimentos provenientes do trabalho por conta de outrem, surgirão
separadores correspondentes aos anexos referentes a esses rendimentos.
Anexos
Os rendimentos provenientes do trabalho e de pensões figuram nos anexos A
(trabalho dependente e pensões) e B (trabalho independente). Deverá entrar no
separador respetivo e confirmar todos os dados que já estão preenchidos.
Há ainda uma panóplia de outros anexos que respeitam a outros rendimentos, como
poderá ler mais à frente.
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Benefícios fiscais
Poderá verificar as suas despesas dedutíveis em IRS no anexo H, clicando no botão
“Novo Anexo” e escolhendo o anexo H. Se optou pela declaração pré-preenchida, os
valores já devem estar preenchidos e a fonte para essa informação foi o E-Fatura,
no qual deve ter confirmado todas as suas faturas.
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Consignar imposto
O Código do IRS dá-lhe a possibilidade de doar 0,5% do seu IRS a uma entidade de
solidariedade, cultural ou ambiental e essa consignação é efetuada no preenchimento
da sua declaração (modelo 3).
Esta possibilidade chama-se consignação do imposto e permite-lhe escolher como
será gasto pelo menos 0,5% do IRS que entrega ao Estado e que pode vir a destinar-se
a uma instituição à sua escolha. Representa, assim, um ato solidário que não lhe vai
custar absolutamente nada.
A entidade à qual vai consignar o imposto pode ser uma Instituição Particular de
Solidariedade Social (IPSS), uma Instituição Religiosa, Pessoa Coletiva de Utilidade
Pública de Fins, bem como uma instituição cultural com estatuto de utilidade pública e
que, além disso, se tenha registado como interessada em receber este apoio.
Últimos passos
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5. Anexos do IRS
Preparámos um guia para o ajudar a identificar os 12 anexos do IRS que fazem parte do
sistema fiscal português. Saiba ainda como preenchê-los.
Tal como no ano fiscal transato, também em 2019 existe apenas um prazo de entrega
do IRS, independentemente da categoria dos rendimentos. Assim sendo, de 1 de abril
a 30 de junho de 2019, a declaração Modelo 3 e respetivos anexos do IRS terão de ser
entregues via Portal das Finanças.
Antes de explicarmos cada um dos anexos do IRS e como deve preenchê-los, deve tomar
nota do seguinte:
1. No caso dos rendimentos de categoria A e H, a declaração será preenchida
automaticamente;
2. Quem tem de entregar anexos como o B, C, D, E, I, L tem de preencher a
declaração online;
3. Se tiver auferido rendimentos destas categorias no estrangeiro, terá de
preencher o Anexo J;
4. Se tiver benefícios fiscais, deduções à coleta, acréscimos ou rendimentos
isentos sujeitos a englobamento, deverá juntar à sua declaração de
rendimentos com o anexo H.
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5.1. Anexo A - Trabalho dependente e pensões
O anexo A do IRS serve para declarar rendimentos de trabalho dependente e/ou de
pensões. Ou seja, os rendimentos da categoria A.
Este anexo é destinado a todo o agregado familiar, o que significa que tem de preencher
apenas um, tendo uma coluna para cada membro da família com o tipo de rendimentos
aplicável. É de sublinhar, contudo, que no caso de sujeitos casados ou unidos de facto, há
a possibilidade de optar pela tributação separada ou conjunta.
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5.2. Anexo B – Rendimentos da categoria B
(Regime Simplificado/ Ato Isolado)
O anexo B do IRS destina-se a declarar os rendimentos empresariais e profissionais
(categoria B), ou atos isolados, desde que não exista uma situação de contabilidade
organizada. Ou seja, se é trabalhador independente (recibos verdes, empresário em
nome individual) em regime simplificado de tributação, este é um dos anexos que terá,
obrigatoriamente, de preencher.
Como o anexo B do IRS só pode ser preenchido por um contribuinte, cada elemento do
agregado familiar com rendimentos de trabalho independente deverá preencher um
anexo, incluindo os dependentes.
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5.4. Anexo D – Transparência fiscal e herança indivisa
Destinado a membros societários ou a contribuintes com obrigações ao nível da
transparência fiscal, o anexo D também é válido para rendimentos oriundos de herança
indivisa (bens transmitidos por morte, mas que não são imediatamente distribuídos
pelos herdeiros). Este é outro dos anexos do IRS que é preenchido de forma individual.
Neste anexo, deve começar por identificar os sujeitos passivos e os prédios que lhe
deram rendimentos. Além disso, deve incluir as despesas relevantes que teve de
suportar com os mesmos.
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5.7. Anexo G – Mais-valias e outros incrementos
patrimoniais
Valores associados à venda de imóveis e/ou títulos de investimentos devem ser
declarados no anexo G, onde são calculados os lucros ou os prejuízos (mais-valias e
menos-valias) apurados.
Ou seja, este anexo destina-se a declarar os incrementos patrimoniais, tal como são
definidos nos artigos 9.º e 10.º do Código do IRS.
Se, em 2018, vendeu um imóvel, essa venda deverá ser refletida na sua declaração
de IRS. Para isso terá de preencher, para além dos anexos habituais, o Anexo G. Isto
porque as mais-valias obtidas pela alienação de imóveis têm de ser declaradas às
Finanças, estando sujeitas a tributação. Esteja atento, contudo, às situações em que
poderá estar isento de imposto.
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5.9. Anexo H – Benefícios fiscais e deduções
É no anexo H do IRS que entram as despesas que os contribuintes reuniram ao longo do
ano e que são alvo de benefícios fiscais. Encargos com imóveis, formação, educação e
saúde são as despesas mais populares. É preciso ter em conta que os dados não devem
ser apresentados de forma individual. Deve considerar-se todo o agregado familiar.
Apesar de, como referido anteriormente, o anexo H ser um dos anexos do IRS que é
preenchido automaticamente, voltamos a sublinhar a importância de verificar toda a
informação que lá consta e acrescentar/alterar o que não estiver em conformidade.
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5.11. Anexo J – Rendimentos obtidos no estrangeiro
Residentes em Portugal com rendimentos obtidos fora do território nacional estão
obrigados a considerar o anexo J. Os originais dos comprovativos do pagamento de
imposto pago no estrangeiro devem ser conservados e apresentados à Autoridade
Tributária, sempre que esta o solicitar.
Este anexo serve também para eliminar a dupla tributação de rendimentos obtidos no
estrangeiro.
6. IRS de trabalhadores
por conta de outrem
Se é trabalhador por conta de outrem, fique a par dos rendimentos que estão sujeitos a
imposto, bem como das taxas de retenção na fonte.
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6.2. Qual o valor sujeito a imposto?
Dentro dos rendimentos que o trabalhador por conta de outrem aufere, há os
que são tributáveis e os que não são tributáveis em sede de IRS. Nesta categoria,
os rendimentos dos contribuintes provêm principalmente de remunerações
do trabalho por conta de outrem e, além dos ordenados ou vencimentos,
também incluem gratificações, subsídios e prémios. Na declaração do IRS, estes
rendimentos surgem no anexo A e estão logo pré-preenchidos.
Rendimentos tributáveis
O artigo 2.º do CIRS identifica os rendimentos que são tributáveis em sede de IRS
para os trabalhadores da categoria A. Consideram-se rendimentos tributáveis em
sede de IRS, além do vencimento, “todos os direitos, benefícios ou regalias não
incluídos na remuneração principal que sejam auferidos devido à prestação de
trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário uma
vantagem económica”.
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Rendimentos não tributáveis
Há outros rendimentos que não são englobados na coleta para efeitos de IRS, como
uma parte do subsídio de almoço e, de acordo com o artigo 12.º do CIRS, os seguintes
rendimentos: subsídio de desemprego, abonos de família, subsídios de refeição, abonos
para falhas, ajudas de custo; valores recebidos pela utilização de automóvel próprio
em serviço da entidade patronal; prémios atribuídos a praticantes de desportos de alta
competição, literários, artísticos ou científicos e indemnizações.
Se por acaso ficar doente, e precisar de ficar de baixa, saiba que a baixa médica também
não é tributada em sede de IRS.
Retenção na fonte
O rendimento líquido que um trabalhador dependente recebe não corresponde à
totalidade daquilo que a entidade patronal lhe paga, ou seja, o rendimento bruto.
Poderia corresponder se se observasse em Portugal uma taxa de retenção na fonte
de 0%. Mas o que acontece e corresponde ao vencimento líquido é o recebimento de
parte do que a entidade patronal despende com o trabalhador, uma vez que a entidade
patronal entrega ao trabalhador um montante e reserva outro montante – a retenção na
fonte – para entregar ao Estado.
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As retenções na fonte são efetuadas segundo as tabelas de retenção definidas
anualmente pelo Governo, nas quais está estipulada a taxa de retenção na fonte, que
varia de acordo com aspetos como o montante do rendimento do trabalhador ou a sua
situação familiar. As tabelas para 2019 estão fixadas no Despacho n.º 791-A/2019, de 18
de janeiro.
Nesse anexo surgirá, então, o valor correspondente aos seus rendimentos anuais
relativo ao ano a que reporta o imposto. Se além destes rendimentos provenientes do
trabalho dependente também auferir outros rendimentos, como rendas prediais, tiver
valores mobiliários ou acumular com algum trabalho independente, terá mais trabalho e
terá de preencher a declaração manualmente.
7. IRS de trabalhadores
independentes
Ser trabalhador independente pode dar-lhe maior liberdade, mas essa liberdade
também paga imposto. Esclareça as suas dúvidas relativamente ao IRS de
trabalhadores independentes.
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Rendimentos empresariais e profissionais
O artigo 3.º do Código do IRS (CIRS) delimita o que se entende por rendimentos
empresariais e profissionais, que se referem a:
1. Rendimentos que sejam decorrentes do exercício de qualquer atividade
comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;
2. Rendimentos auferidos no exercício, por conta própria, de qualquer atividade
de prestação de serviços, incluindo as de caráter científico, artístico ou
técnico, qualquer que seja a sua natureza, ainda que conexa com atividades
mencionadas na alínea anterior;
3. Rendimentos provenientes da propriedade intelectual ou industrial ou da
prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no
setor industrial, comercial ou científico, quando auferidos pelo seu titular
originário;
4. Rendimentos prediais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos
empresariais e profissionais;
5. Rendimentos de capitais imputáveis a atividades geradoras de
rendimentos empresariais e profissionais importâncias auferidas, a título
de indemnização, conexas com a atividade exercida, nomeadamente a sua
redução, suspensão e cessação, assim como pela mudança do local do
respetivo exercício;
6. Subsídios e subvenções.
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7.2. Como funciona o IRS para quem passa recibos verdes?
Um contribuinte, para exercer uma atividade independente, deve ter atividade aberta
nas Finanças. A forma de comprovar os rendimentos auferidos pelos serviços prestados
é através de recibos verdes, que são passados de forma eletrónica, através do Portal
das Finanças e devem incluir a identificação da pessoa individual ou coletiva à qual foi
prestado o serviço, a data e respetivo montante a que pode ou não acrescer IVA ou ser
efetuada retenção na fonte.
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Qual o valor sujeito a imposto?
Regime simplificado
Mas há exceções: o valor sujeito a imposto para quem iniciou atividade em 2016 ou
2017 é 56,25% e 37,5%, respetivamente, caso o contribuinte não possua rendimentos
provenientes do trabalho dependente, pensões ou se não tiver encerrado atividade há
menos de cinco anos.
Há ainda outras atividades, fora do âmbito das que estão indicadas no artigo 151.º do
CIRS, tributadas em 35%, para os quais também se aplica uma tributação mais leve para
o primeiro e segundo ano de atividade, 17,5% e 26,25%, respetivamente.
Contabilidade organizada
Os trabalhadores independentes que ganhem, por ano, mais de 200 mil euros
inserem-se no regime de contabilidade organizada, ou seja, uma modalidade de
tributação dos rendimentos sujeita a regras mais complexas e cujas declarações de
IRS precisam de ser enviadas por um contabilista certificado e permite a dedução da
generalidade dos encargos e despesas relacionadas com a atividade.
No caso da aplicação deste regime, o valor sujeito a imposto será apurado através
do resultado líquido da atividade, após ser retirado o montante das despesas e
encargos ao volume de negócios, sendo sobre esse valor - que corresponde ao valor
faturado deduzido das despesas - que irá incidir o imposto.
7.3. Quais as taxas de retenção na fonte?
Os trabalhadores independentes estão sujeitos a retenção na fonte e existem diferentes
escalões para os quais se aplicam taxas diferenciadas. Essas taxas estão mencionadas
no artigo 101.º do CIRS e distribuem-se da seguinte forma:
1. 25% para rendimentos provenientes de atividades exercidas por médicos,
advogados, arquitetos, entre outros;
2. 20% para rendimentos provenientes de atividades científicas, artísticas ou
técnicas, previamente definidas;
3. 16,5% para os rendimentos provenientes de propriedade intelectual,
industrial ou de prestação de informação sobre experiência nos setores
comercial, industrial ou científico;
4. 11,5% para os outros trabalhadores independentes e atos isolados.
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7.4. Como é feita a tributação enquanto trabalhador
dependente?
Sabia que é possível ser tratado fiscalmente como trabalhador dependente (categoria A)?
Se presta serviço apenas a uma entidade, saiba que lhe é dada a oportunidade de escolher
como quer ver os seus rendimentos tributados: se de acordo com as regras de tributação
para os trabalhadores dependentes ou como trabalhador independente.
Existe, contudo, uma exceção a esta condição especial para as “prestações de serviços
efetuadas por um sócio a uma sociedade abrangida pelo regime de transparência fiscal”,
como menciona o CIRS.
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8. Outros Rendimentos
Além dos típicos rendimentos provenientes do trabalho ou pensões, há outros
rendimentos que precisam de ser declarados ao Fisco.
Além destes, há também um leque de outros rendimentos que não derivam apenas do
trabalho, mas estão também abrangidos pelo IRS e que precisam de ser declarados.
Para o efeito, a sua declaração de IRS, o Modelo 3, apresenta anexos específicos para
cada uma das tipologias de rendimento, que terá que preencher consoante os tipos de
rendimentos que aufere e que estão sujeitos a IRS.
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8.2. Pensões
As pensões são um desses rendimentos sujeitos a imposto, conforme mencionado
no artigo 53.º do CIRS e devem ser declaradas no anexo A.
Se a fonte dos rendimentos de capitais se situar num paraíso fiscal, a taxa de imposto é de
35%. Os rendimentos provenientes de investimentos devem ser declarados no anexo E.
8.5. Venda de imóveis
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8.4. Arrendamento (rendimentos prediais)
Os rendimentos provenientes das rendas de prédios rústicos e urbanos pagas ou
postas à disposição dos respetivos titulares são também um tipo de rendimento
que é tributável em sede de IRS. Estes rendimentos são tributados e ficam sujeitos a
tributação à taxa especial de 28%, nos termos do artigo 72.º do CIRS.
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8.5. Venda de imóveis
As vendas de imóveis podem gerar mais-valias, as quais também são tributadas em
sede de IRS e devem ser mencionadas no anexo G. A mais-valia corresponde à diferença
entre o valor de aquisição e o valor de venda, deduzido das despesas com a escritura e o
registo e do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de outros
quaisquer encargos na operação.
As mais-valias são tributadas em 50% do seu valor. No entanto, podem ficar isentas de
tributação se foram aplicadas na aquisição de habitação permanente do seu titular.
E as heranças?
Normalmente, as heranças estão sujeitas ao pagamento de Imposto de Selo. Os bens
recebidos pelo respetivo cônjuge ou unido de facto, descendentes ou ascendentes, não
pagam IRS. Mas os restantes herdeiros, tendo ou não grau de parentesco com a pessoa
falecida, terão um Imposto de Selo de 10% sobre os bens herdados.
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8.7. Rendimentos provenientes do estrangeiro
Os rendimentos obtidos no estrangeiro, provenientes do trabalho, remunerações
empresariais ou pensões devem ser declarados no anexo J.
Importa ter muita atenção para evitar a dupla tributação de rendimentos, podendo
ser relevante pedir à Autoridade Tributária um Certificado de Residência Fiscal que
prove perante as entidades estrangeiras a sua residência para efeitos fiscais. Assim,
poderá beneficiar de isenções, dispensa de retenção ou de redução de taxas sobre os
rendimentos obtidos no estrangeiro.
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9. Deduções no IRS
Além dos benefícios fiscais, existem despesas específicas que podem ser deduzidas ao seu
rendimento e contribuir para um desagravamento do imposto.
Normalmente, para que as despesas possam ser deduzidas em sede de IRS, precisará de
validar as faturas que as atestam ou, pelo menos, verificar se as mesmas se encontram
corretamente declaradas no portal E-Fatura.
Caso contrário, o Fisco não as converterá em deduções efetivas no IRS. Se não encontrar as
suas faturas no portal E-Fatura poderá registá-las também. O melhor é estar atento e fazer
regularmente o exercício de ir à sua área no E-Fatura e conferir se estão todas as faturas que
lhe podem trazer benefícios fiscais e são passíveis de dedução em sede de IRS.
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9.3. Como verificar as deduções provisórias?
Pode verificar quais são as deduções provisórias no IRS no E-Fatura através do seguinte
procedimento: aceda ao portal e, após se autenticar com o seu NIF e respetiva senha,
clique em “Despesas dedutíveis em IRS” e depois em “Confira aqui”. Serão, de seguida,
apresentadas todas as faturas que pode deduzir no seu IRS.
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9.4. Quais as despesas que permitem deduções no IRS?
Despesas gerais e familiares
O Fisco dá-lhe a possibilidade de deduzir, até ao limite de 250 euros
individualmente ou 500 euros para o casal, despesas gerais e familiares, ou
seja, todas as despesas que não pode incluir naquelas “gavetas” de despesas que
permitem deduções no IRS.
Nas despesas gerais e familiares pode incluir, por exemplo, os encargos com a sua
casa, como serviços de limpeza ou serviços especializados de reparação, como
canalizadores ou eletricistas.
Despesas de saúde
As despesas de saúde correspondem a todos os gastos relacionados com hospitais,
farmácias, fisioterapia, consultas com especialistas, aquisição de óculos ou lentes
de contacto, ginásios ou mesmo medicinas alternativas.
A autoridade tributária considera 15% de todos os encargos com saúde,
independentemente de estarem ou não isentos de IVA, até ao limite de 1000 euros.
Nesta modalidade pode esperar ver deduzidas as taxas moderadores e prémios
pagos com seguros de saúde.
Ginásio
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Medicinas alternativas
Juros
É possível deduzir 15% dos juros com créditos à habitação e encargos com a
casa (como as despesas com condomínio), com o limite de 296 euros, pagos
no ano a que respeita o imposto, mas só se tiver pedido empréstimo até 31 de
dezembro de 2011 e se for habitação própria e permanente.
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Rendas
Se morar numa casa arrendada, pode também deduzir 15% do valor respetivo até ao
limite de 502 euros, desde que o contrato tenha sido comunicado à AT e o senhorio
cumpra as obrigações legais, isto é, passe o recibo eletrónico no E-Arrendamento, ou
caso emita recibos manuais, envie a modelo 44 com o valor das rendas recebidas.
Com esses dados, a dedução é atribuída de forma automática.
Lares
São apenas passíveis de dedução despesas com lares, instituições de apoio à
terceira idade e residências para pessoas com deficiência (pais, avós, tios, irmãos ou
dependentes), que aufiram rendimentos até 7.798 euros anuais.
IVA
Pode ainda usufruir da devolução de 15% do montante do IVA suportado na aquisição
de bens e serviços relacionados com despesas de restauração e hotelaria, serviços
de estética e cabeleireiros, despesas com animais de estimação, e reparação de
automóveis e motociclos, até ao limite de 250 euros.
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10. Benefícios fiscais
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10.2. Quais são os principais benefícios fiscais?
Recapitalização de empresas
Os “business angels”, ou seja, os investidores individuais que aplicam o seu capital
em determinadas empresas - muito frequentemente em empresas que estão a
nascer e que apresentam elevado potencial de valorização - por meio de entrada
de capital em dinheiro, podem beneficiar de uma dedução de 20% desse valor com
o limite de 15% da respetiva coleta.
Donativos
Se for solidário e doar uma parte dos seus rendimentos ou património sob a forma
de donativo, o Fisco ainda lhe devolve uma parte, uma vez que pode deduzir 25%
com o limite de 15% da coleta.
Pensão de alimentos
Outro dos benefícios fiscais que pode usufruir, se paga pensão de alimentos, é
através da possibilidade de deduzir 20% dos montantes pagos a que o contribuinte
esteja obrigado por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei
civil, com exceção das situações em que o seu beneficiário integre o mesmo agregado
familiar para efeitos fiscais.
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Aplicações financeiras
Aplicações a prazo
Contas-poupança de reformados
Contas-poupança de emigrantes
Os juros de depósitos a prazo de contas para emigrantes têm uma retenção na fonte
inferior, estando sujeitas à taxa de 11,5% apenas sobre os juros de depósitos efetuados
até 31 de dezembro de 2007.
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11. Entregar IRS
Embora, em 2019, o prazo para entregar a declaração de IRS tenha sido alargado,
continua a ser importante conhecer bem todos os procedimentos.
No início do ano surgem sempre dúvidas sobre como entregar a declaração de IRS. Se há
aspetos que não mudam, outros há que se alteram com mais frequência. Por isso, será
sempre útil e pertinente estar atento.
Por exemplo, este ano há alterações dos prazos de entrega da declaração de IRS. É
casado ou vive em união de facto? Descubra se lhe é mais conveniente apresentar a
declaração conjunta ou separada, confira os anexos que tem que preencher e os passos
que deve seguir para entregar com sucesso a sua declaração de IRS.
Conta, assim, com um período de entrega único e dispõe de mais um mês para
poder declarar ao Fisco os seus rendimentos e as respetivas deduções.
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11.2. Deve optar pela declaração conjunta ou separada?
No momento da entrega do IRS, uma dúvida que existe sempre é se tem mais vantagens
em apresentá-la conjuntamente com o seu cônjuge/companheiro ou separadamente.
Há vantagens e desvantagens e o melhor que tem a fazer para descobrir se lhe convém
ou não é simular antes de submeter a declaração.
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11.5. Como entregar a sua declaração de IRS?
Validar
Quando terminar o preenchimento da folha de rosto e anexos ou apenas quiser
confirmar o que o Fisco já preencheu por si no caso de usufruir da possibilidade de IRS
automático, deverá clicar no botão “Validar” que surge no cabeçalho da folha e verificar
todos os campos.
Tenha atenção a todos os tópicos relevantes para registar coisas na sua declaração de
IRS, como o registo dos benefícios fiscais com despesas como pensões de alimentos,
seguros, encargos com habitação como rendas.
Não se esqueça também, caso o deseje, de consignar 0,5% do seu IRS a uma entidade
que defenda uma causa em que acredite.
Simular
Após validar a sua declaração, deverá efetuar uma simulação para conhecer o montante
de imposto que irá pagar ou que poderá ter direito a ser reembolsado. Trata-se de uma
simulação da liquidação da declaração que deverá sempre efetuar, até mesmo para
detetar erros que o valor da simulação lhe pode suscitar se fugir ao padrão dos anos
anteriores e não conseguir justificar essa diferença. Poderá ser um sinal de que se
esqueceu de declarar alguma coisa.
Entregar
Após validar e efetuar a respetiva simulação da liquidação da declaração, é o momento
de a submeter para apreciação pela Autoridade Tributária (AT) através do botão verde
“Entregar”. E já está!
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A partir daqui é só esperar a confirmação por parte da AT que ateste a
receção da mesma. Recomendamos que imprima e guarde em suporte
papel ou digital uma cópia da declaração que entregou, para prevenir um
qualquer erro ou falha informática.
Comprovativos
No prazo de 48 horas após ter submetido a sua declaração, ficará
disponível na sua área reservada um comprovativo da AT que atesta a
entrega da declaração, ao qual deverá aceder e guardar.
Para isso, deve aceder ao Portal das Finanças dois dias após a
submissão da sua declaração de IRS e, dentro da sua área reservada
- isto é, após autenticar-se com o seu NIF e respetiva senha -,
escolher a opção “Obter comprovativos” que pode encontrar no menu
do lado esquerdo, escolher o respetivo ano e, finalmente, clicar em
“Comprovativo”.
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12. Corrigir o IRS
Se for esse o seu caso e se detetou algum erro, antes de submeter uma nova declaração,
a declaração de substituição, valide primeiro os dados com um técnico da Autoridade
Tributária ou procure acompanhamento especializado.
Claro está, pode corrigir a declaração de IRS já submetida. Para isso deve proceder ao
envio de uma declaração de substituição. Uma declaração de substituição, conforme o
nome indica, é uma nova declaração que substitui a declaração inicialmente submetida
à Autoridade Tributária.
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12.2. Quando entregar a declaração de substituição?
Se tiver detetado algum erro ou lapso na declaração que entregou, a qual pode consultar
48 horas após a sua submissão, dispõe dos 30 dias para efetuar correções, sem qualquer
encargo. Para isso terá que aceder ao Portal das Finanças, autenticar-se através do
NIF e respetiva senha e, já na sua área reservada, escolher a opção “Cidadãos”, depois
“Entregar”, clicar em “Declarações”, escolher a opção “IRS”, selecionar o ano a que respeita
a declaração e, por fim, clicar em “Corrigir”.
Deve, seguidamente, identificar o(s) sujeito(s) passivo(s), fazer as correções que tiver por
convenientes e submeter a nova declaração, clicando em “Entregar”.
Se detetar alguma incorreção nos 30 dias seguintes após ter terminado o prazo para
a apresentação da declaração de substituição livre de quaisquer ónus, ou seja, dois
meses após a entrega da sua declaração inicial, a Autoridade Tributária dá-lhe a
possibilidade de proceder às respetivas correções, mas com uma penalização. Terá
de desembolsar, pelo menos, 46,87 euros, o valor da coima reduzida.
Coima reduzida
Os contribuintes que regularizem a sua situação fiscal nos 30 dias seguintes ao término
do prazo legal para o efeito terão de desembolsar, no mínimo, 46,87 euros.
Coima agravada
O valor da coima reduzida só é válido se o contribuinte efetuar o pagamento no prazo de
15 dias. Caso contrário, o contribuinte fica sujeito a uma coima que vai desde 375 euros
até 22.500 euros, a que acrescem as despesas associadas a encargos com o processo, de
acordo com o artigo 119.º do RGIT.
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Redação
Catarina Gonçalves
Viviane Soares
Revisão
Cátia Gonçalves
Editora
Ana Bárbara Matos
Coordenadora Editorial
Aline Soares
Diretor
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Nuno Soares
Paginação
Marina Pinto
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