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Novas perspectivas para o desenvolvimento paranaense: as possibilidades da

comercialização dos produtos florestais não madeiráveis pelas comunidades


rurais da área de proteção ambiental estadual de Guaratuba

Marcia Regina Ferreira1


Raquel Rejane Bonato Negrelle2
William Antonio Borges3

Resumo: Este artigo discorre sobre a necessidade de novas perspectivas para o


desenvolvimento paranaense relacionando-o com a proteção do meio ambiente e a
valorização de comunidades rurais. Desta forma, apresentam-se algumas questões
sobre o desenvolvimento buscando abordar a importância dos produtos florestais
não madeiráveis (PFNM) e quais são extraídos da Área de Proteção Ambiental
(APA) de Guaratuba-Paraná, assim como sobre a importância da valorização da
comunidade rural que vive no entorno dessa APA. A partir dessas reflexões, busca-
se abordar as possibilidades de comercialização dos PFNM pela comunidade rural
da APA através da formação de empresas rurais, apresentando-os como elementos
possíveis para o processo de desenvolvimento destas comunidades.
Palavras-chave: desenvolvimento rural sustentável, comunidades rurais, PFNM e
empresas rurais.

Abstract: This article discuss about the necessity of new perspectives for the
Paraná’s development, relating it with the protection of the environment and the
valorization of rural communities. Some questions about the development are
presented with the intention of accosting the importance of the non-wood forest
products (NWFP) and witch of them are extracted from the Environment Protection
Area (EPA) in Guaratuba, Paraná, and also what is the importance of the
valorization of the rural community that live around this EPA. From these reflections
on, possibilities are search for the commercialization of the NWFP by the EPA’s rural
community through the creation of rural enterprises, presenting them as possible
elements for the development process of these communities.
Key-Words: maintainable rural development, rural communities, NWFP and rural
enterprises

Área I - Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente Paranaense

1
Universidade Federal do Paraná (UFPR). Endereço eletrônico: marciaregina@ufpr.br
2
Universidade Federal do Paraná (UFPR).
3
Universidade Federal do Paraná (UFPR).
1 - Introdução

Vivemos atualmente um período de transição neste novo século em termos


econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticos, aliada à necessidade da
construção de uma nova agenda que repense a questão do desenvolvimento e das
alternativas propostas. Esta transição, para muitos autores (SEN, 2000; SACHS,
2002; SANTOS; 2000; FURTADO 2004, MORIN, 2004) passa pela reflexão do que
é desenvolvimento? O Próprio Morin (2004), alerta sobre os perigos da tal
alfabetização que destrói culturas milenares em nome do desenvolvimento humano
– a educação para o desenvolvimento. Que educação é essa que desconsidera os
saberes locais e não valoriza as culturas, a sabedoria, o saber, os modos de fazer,
de conhecimentos sutis sobre o mundo vegetal? Assim, a questão de uma nova
agenda para o desenvolvimento ético em uma perspectiva em que seja de fato
socialmente includente, ambientalmente sustentável e economicamente sustentado
no tempo torna-se necessária. Para SEN (2000), desenvolvimento tem a ver com
liberdade, o autor procura demonstrar a necessidade de se reconhecer o papel das
diferentes formas de liberdade no combate as absurdas privações, destituições e
opressões existentes em um mundo marcado por um grau de opulência que teria
sido difícil até mesmo imaginar um ou dois séculos atrás.
Para VEIGA (2005) o século XX estabeleceu o regime democrático e
participativo como modelo preeminente de organização política. Conseguiu-se
avançar em relação aos direitos humanos e a liberdade política no Brasil. Porém,
problemas novos convivem com outros muito antigos: a persistência da pobreza e
de necessidades essenciais não satisfeitas e mais a ampla disseminação de fome
crônica no mundo. Nesse sentido, o autor corrobora com a proposta de SEN (2000)
sobre a necessidade da expansão da liberdade como principal fim e também como
o principal meio para o desenvolvimento.
ABRAMOVAY (2000) também entende que a mais precisa definição de
desenvolvimento é o aumento da capacidade dos indivíduos fazerem suas próprias
escolhas. Diante disto, o autor pergunta: o meio rural, áreas não densamente
povoadas, onde hoje se concentram os piores indicadores sociais, podem oferecer
a base a processos consistentes de desenvolvimento? Ou, ao contrário, por mais
caudalosa que seja a corrente de “sangue, suor e lágrimas”, a vida em grandes
aglomerações urbanas e metropolitanas ainda é a premissa para a emancipação

2
social dos milhões de brasileiros que vivem em situação de pobreza e miséria
absoluta no campo? O autor ainda indaga: É possível que, nas áreas não
densamente povoadas, construa-se o processo de ampliação das possibilidades
que os indivíduos tem de fazer escolhas?
Dentro dessas perspectivas, a proposta deste artigo é apresentar alguns
estudos realizados sobre o extrativismo na Área de Proteção Ambiental (APA) de
Guaratuba- Paraná, refletindo sobre como esses Produtos Florestais Não
Madeiráveis (PFNM) vêem sendo utilizados pela comunidade rural e quais são os
possíveis caminhos para a comercialização desses recursos através do surgimento
de empresas rurais.
Para tanto, inicia-se uma revisão de literatura sobre o desenvolvimento e o
meio ambiente, a conceituação dos PFNM e o reconhecimento de seu valor na
economia nacional, assim como, a sua relação com as comunidades rurais.
Na seção seguinte, apresenta-se a localização da APA de Guaratuba no
Paraná, suas características, como foi criada e qual sua importância na reflexão
sobre o homem e o meio ambiente, com ênfase nas pesquisas já realizadas sobre
os PFNM extraídos pela comunidade rural, e também sobre as características dessa
comunidade rural, assim como, apontar possibilidades de trabalhos de pesquisa
acerca desse tema.
Por fim, aborda-se as possibilidades de pensar na preservação da APA de
Guaratuba relacionando-a com a valorização e empoderamento da comunidade
rural, citando algumas experiências que deram certo na América Central sobre o
extrativismo e comercialização dos PFNM.

2 - Desenvolvimento e meio ambiente

A Agenda 21 ao discutir o Desenvolvimento Rural sustentável apresenta


que é preciso redescobrir o potencial do desenvolvimento sustentável no Brasil
rural. O grande enfoque esta na valorização da área rural, na maior capacitação de
absorção de força de trabalho dos sistemas produtivos de caráter familiar e no
reconhecimento que o Brasil é mais rural do que se imagina. Estimativas baseadas
em critérios atualmente em uso nas organizações internacionais indicam que quase
um terço da população – 52 milhões de pessoas – vivem nos 4.500 municípios do
Brasil Rural e outros 22 milhões em 570 municípios suficientemente ambivalentes

3
para que sejam considerados “rurbanos” (MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE,
2004).
Depois dessa análise sobre o Brasil Rural e pensando nas ações para o
Desenvolvimento Rural Sustentável, o documento apresenta recomendações aos
estados e municípios brasileiros em seu objetivo 11 da Agenda 21, propondo as
seguintes ações: incentivos a valorização da biodiversidade, ao aproveitamento da
biomassa e aos incentivos á expansão e o fortalecimento das empresas de pequeno
porte de caráter familiar, incentivos à redução das desigualdades de renda, gênero,
etnia e idade.
Quanto ao capitulo que trata dos recursos naturais estratégicos como água,
biodiversidade e florestas, a Agenda 21 destaca a importância de realizar a
transição das formas predatórias para formas sustentáveis de uso dos ecossistemas
brasileiros, definindo instrumentos de gestão apropriados, usando indicadores para
assegurar as metas de desmatamento da Mata Atlântica, bem como a recuperação
nas APAs (áreas de proteção ambiental). Nesse sentido, a Agenda 21 colabora
com a comercialização de Produtos Florestais Não Madeiráveis, ao apoiar medidas
para melhorar a exploração econômica da floresta em pé, tais como o
desenvolvimento de ações extrativistas (frutos, sementes, cipós, flores), e também
busca atribuir valor econômico aos recursos naturais, o que tornará possível avaliar
a conveniência e a possibilidade de sua exploração sustentável. Preocupando-se
inclusive que os detentores das matérias-primas ou desses conhecimentos levem,
ou recebam um aproveitamento econômico de nossa biodiversidade, e que eles
sejam justamente remunerados.
Nesse sentido, observa-se que o Paraná poderá alcançar o
desenvolvimento sustentável ao apoiar a numerosa população rural. Existem muitas
discussões que o rural não é idêntico ao agrícola e que há outros empregos neste
setor que o de agricultor. No entanto, observa-se que para prosperar outros
empregos não agrícolas será fundamental buscar alternativas dinâmicas e
sustentáveis dos recursos naturais já existente no Brasil.
ABRAMOVAY (1998) ao trabalhar o tema Desenvolvimento Rural
sustentável, apresenta que por maior que seja a importância dos agricultores
familiares em sua contribuição, uma rede territorial de desenvolvimento é tanto mais
forte, quanto mais ela consegue ampliar o círculo social de seus participantes e

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protagonista. Aqui o autor destaca, que a ruralidade é um conceito de natureza
territorial e não setorial.
Nesse sentido VEIGA (2001), alerta que o Brasil rural ainda não encontrou
seu eixo de desenvolvimento na perspectiva do Desenvolvimento Sustentável. Para
o autor, a promoção da diversidade biológica poderá ser um fator crucial na
dinamização das regiões rurais, particularmente nas áreas tropicais do País, nas
quais o crescimento econômico já não tenha destruído os atrativos naturais que
podem captar rendas urbanas da classe média e alta. Nelas será perfeitamente
possível incentivar simultaneamente a conservação da biodiversidade e a criação
de empresas rurais e empregos. Assim, para VEIGA (2001) as restrições ambientais
poderão alavancar o dinamismo econômico em vez de prejudicá-lo.
Desta forma, não se deve permitir que as perspectivas da agricultura
patronal sirvam de argumento para subestimar o potencial do desenvolvimento rural
por outras perspectivas. Tanto mais que os custos sociais e ambientais da
agricultura patronal, sobretudo do Cerrado, devem ser levados em conta ao se
definirem as estratégias de Desenvolvimento Rural Sustentável no País.
Dentro dessa nova perspectiva do desenvolvimento rural, apresenta-se o
extrativismo dos produtos florestais não madeiráveis, já que esses produtos têm
sido apontados nos últimos anos, como alternativas econômicas ao desmatamento
dos recursos florestais tropicais mundiais à medida que possibilitam a geração de
renda e trabalho a grupos importantes da região local e alia tudo isso a preservação
e conservação da floresta.

2.1 - Produtos Florestais Não Madeiráveis e Desenvolvimento Rural

Observa-se que no passado, uma serie de fatores, alguns dos quais


parecem de caráter social e político, impediram o desenvolvimento dos Produtos
Florestais Não Madeiráveis (PFNM). No entanto, nos últimos anos (FAO, 2004;
CECOECO,2004) iniciaram pesquisas e informações detalhadas sobre a extração
de produtos da floresta, com a intenção de disponibilizar aos pequenos produtores
rurais, estudos que possam identificar mecanismos viáveis para organização
empresarial que proporcionem rendimentos, qualidade, comercialização,
preparação e utilização da maior parte dos PFNM, assim como, sobre sua
importância para a economia rural local em uma perspectiva de sustentabilidade.

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Para FAO (1992), os Produtos florestais não madeireiros (PFNM), são bens
de subsistência para o consumo humano o industrial e serviços derivados de
recursos e biomassa florestais renováveis, que dão possibilidades para aumentar e
melhorar o emprego nas comunidades rurais. Os produtos incluem os provenientes
de plantas para sua utilização como alimentos, bebidas, combustível, ornamentos,
mel, aves, peles, plumas e os serviços relacionados nas terras para fim de
conservação e recreação. Estes elementos citados formam uma base preliminar
para a classificação dos PFNM.
Quanto à conceituação do termo Produtos Florestais não Madeiráveis,
Santos (2003), apresenta que para alguns autores o termo “produtos não
madeireiros” é insatisfatório porque pode excluir importantes recursos como
combustível de madeira, no entanto, é necessário classificar e conceituar a
terminologia, embora existam alguns problemas de divergência de opiniões. O
Autor ao citar WICKENS (1991), argumenta que os produtos não madeireiros da
floresta podem ser definidos como todo material biológico (que na madeira roliça de
uso industrial e derivado de madeira serrada, placas, painéis e polpa de madeira)
que podem ser extraídos, por exemplo, de ecossistema naturais ou de plantios
manejados, e serem utilizados para uso domestico ou comercial, ou dotados de
uma significância social, religiosa ou cultural especifica.
A FAO (1992) ao elaborar um documento sobre Produtos Florestais Não
Madeireiros: Possibilidades futuras, o qual foi organizado por WICHENS da
Inglaterra, teve por finalidade servir de guia geral de aspectos e potencialidades
referentes ao desenvolvimento dos PFNM. Neste documento, apresenta-se que os
principais fatores que tem impedido o aproveitamento dos PFNM por muitos países
são:
a)Inexistência de valor ao PFNM na economia nacional;
b) A incompreensão do papel dos Produtores florestais não madeireiros na
vida da comunidade rural;
c) Os prejuízos, tanto dos trabalhadores do campo como dos científicos, em
favor de produtos que exigem uma tecnologia muito especializada, frente aos
produtos naturais, que freqüentemente só requerem uma elaboração simples.
d)Sua substituição na industria por produtos sintéticos para reduzir custos;
e) A falta de informação, a dificuldade para ter acesso a leituras técnicas
existentes e a falta de capacitação adequada.

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Quanto aos principais fatores que impulsionam o Desenvolvimento dos
PFNM, destacam-se:
a) A deteriorização dos fatores econômicos internos e externos que
limitam as importações e determina que se utilizem cada vez mais os recursos
naturais da floresta;
b) A crescente publicidade sobre os benefícios derivados do
aproveitamento dos PFNM para a economia nacional e comunitária e para a
conservação do meio ambiente;
c) As oportunidades de novos mercados que tem criado o movimento
verde nos paises ocidentais e novos mercados étnicos criados pela imigração das
populações;
d) A busca cada vez mais intensa de novos produtos bioquímicos para
elaborar produtos farmacêuticos e para a industria.
Ainda, sobre a valorização do PFNM, CAMPEBELL E TEWARI (1996),
apresentam que tem crescido o sentimento de que o manejo e desenvolvimento dos
recursos não madeireiros são indispensáveis, por várias razões:
a) manejo florestal voltado à produção de produtos não madeireiros pode
ser ecologicamente e economicamente sustentável;
b) Comunidades indígenas têm sido envolvidas na utilização desses
produtos, sem destruir a base dos recursos;
c) manejar florestas para a produção de PFNM também implica em manter a
diversidade biológica de espécies de animais e de plantas;
e) Recursos não madeireiros são produtos vitais para a sobrevivência de
uma grande porção de moradores pobres que vivem dentro o no entorno das
florestas, principalmente nos paises tropicais.
f) Além da subsistência e potencial de renda, esses produtos
proporcionam segurança alimentar para uma grande parte da população de baixa
renda.
Os produtos Florestais Não Madeireiros apresentam também o desafio pela
sua grande variedade de recursos (riqueza), como pela dificuldade de valoração de
seus produtos para efeito de comercialização no mercado, já que para se obter o
valor do recurso florestal é preciso pensar na floresta como um todo, e o seu valor
de substituição. Assim, aponta-se que sobre o PFNM precisa-se desenvolver uma

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serie de pesquisas nas universidades para um maior detalhamento da importância
socioeconômica desse grupo de produtos possa ser conhecido.

2.2 - PFNM, Floresta Tropical e comunidades rurais

Para WILSON (1988) as pesquisas e a valorização dessas áreas florestais


precisam ocorrer de forma urgente. Pois, segundo o autor, as florestas tropicais que
cobrem 7% da superfície terrestre estão sendo destruídas muito rapidamente,
podendo até desaparecer no século XXI, levando com elas centenas ou milhares de
espécies a extinção. Segundo BARBIER, BURGES E FOLKER, 1994 apud SONDA
(2002) a América Latina e o Caribe são os detentores da maior extensão da floresta
tropical. Dentro da Zona Tropical, mais de 50% das florestas naturais concentram-
se no Brasil, Zaire e Indonésia.
Assim, a perda da biodiversidade pode ser irreversível e suas
conseqüências incertas o que impõe cautela sobre as explorações dos recursos
naturais. Para SONDA (2002), a gestão da atual crise de biodiversidade requer
mudanças fundamentais nas relações econômicas, o que, certamente, repercutirá
no ambiente.
A floresta Atlântica é um bioma importante para o Brasil. Além de conter um
número de espécies expressivas (55.000 e 60.0000), ou seja, 22 a 24% do total de
espécies de angiospermas do mundo, ela abriga populações tradicionais de
caboclos (caiçaras), quilombolas, índios e agricultores familiares de subsistência.
Segundo pesquisa realizada por SONDA (2002) sobre as comunidades da
Área de Proteção de Guaratuba, essas populações encontram-se atualmente
ameaçadas por processos relacionados com atividade de turismo e de especulação
imobiliária, extração ilegal de recursos pesqueiros e madeira. A grande
preocupação da pesquisadora, é que essas populações possuem riquíssima
diversidade cultural e são de grande importância na formulação de estratégias para
a proteção e uso sustentável da biodiversidade na Floresta Atlântica.
Em pesquisa anterior, SONDA (1996) relata que existem diferentes
realidades naturais, econômicas e sociais que impedem o cumprimento efetivo da
legislação ambiental na Floresta Atlântica. E que no Paraná, a floresta que restou, é
em sua maior parte de domínio privado e encontra-se mal distribuída. As maiores
superfícies florestais remanescentes concentram-se em grandes explorações

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agrícolas, constituídas, geralmente por produtores capitalizados. Assim, se a
legislação ambiental fosse devidamente aplicada, contribuiria para conter e reverter
o quadro florestal. No entanto, o que ocorre nesses tipos de explorações são
licenciamentos e fiscalizações, que esbarram, na maioria das vezes, com questões
políticas, onde prevalece uma ilegalidade consentida.
É nesse aspecto que o Paraná apresenta alguns problemas. Pois para a
autora, as explorações agrícolas de menores dimensões, geralmente familiares,
com diferentes potenciais de capitalização e tecnificaçao, possui menores
superfícies florestais ou não as possuem. E é bem nesse tipo de exploração que o
rigor imposto pela lei às inviabiliza do ponto de vista produtivo. Neste sentido, a
autora argumenta que o Código Florestal nas situações rurais precisaria considerar
o conjunto de produtores bem como suas condições objetivas de produção. Uma
vez identificadas e compreendidas as realidades naturais, econômicas e sociais,
poderia se partir para a definição de estratégias diferenciadas de conservação e de
reposição das Florestas.
O litoral paranaense possui a maior área continua de Floresta Atlântica
ainda em bom estado de conservação, integrando a reserva da biosfera da Mata
Atlântica, formalizada pela UNESCO. Composto por seis municípios – Morretes,
Antonina, Guaraqueçaba, Pontal do Paraná, Paranaguá, Matinhos e Guaratuba –
com menos de 20.000 habitantes a exceção do Município de Paranaguá, com uma
população de 140.000 habitantes e possui o porto de exportações de grãos do
Brasil. Os municípios do litoral sul (Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná) no
verão recebem mais de 500.000 turistas. De acordo com a pesquisa de
MARCHIORO (1999) apud SONDA (2002), as áreas rurais do litoral apresentam
crescimento demográfico negativo ou abaixo da média, em função da atração
urbana e da falta de serviços. Destacando-se que em Guaratuba Sul, os conflitos
gerados pela apropriação de área para fins de plantios florestais, determinaram a
marginalização e os deslocamentos da população rural para área urbana.

3 - APA de Guaratuba e o extrativismo

Ë também na região litorânea que se encontra a Área de Proteção


Ambiental (APA) de Guaratuba. Dentro das Unidades de conservação encontram-se
dois grandes grupos: as de proteção integral, em sua maior parte de domínio

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público, cujo uso direto dos recursos naturais não é permitido e, as de manejo
sustentável, em que a utilização dos recursos é restrita e regulada, podendo ser
tanto de domínio público como privado. É nesse segundo grupo que se encontram
as Áreas de Proteção Ambiental - APA(s).
A APA de Guaratuba localiza-se geograficamente entre as coordenadas 25o
40’ e 26o 00’ de latitude sul e 48o 35’e 48o 50’de longitude Oeste (Figura 1). Possui
uma superfície total de 199.596,51 hectares, abrangendo os municípios de
Guaratuba e parte dos municípios de Marinhos, Tijucas do Sul, São Jose dos
Pinhais e Morretes.

Figura 1 - Macro- localização da APA de Guaratuba


Fonte: MOTTA,2005

Essa APA abrange a bacia da baía de Guaratuba e a área tombada da


Serra do Mar, limitando-se ao sul pela divisa estadual do Paraná e Santa Catarina,
a oeste pela linha do tombamento, ao norte e nordeste pelas rodoviais BR 277 e PR
508, conforme figura abaixo. É possível também identificar na Área de Proteção
ambiental um Parque Nacional e um parque estadual, sendo os parques unidades
de proteção integral.

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Figura 2 - Mapa ilustrativo da APA de Guaratuba

Fonte: Silveira: FIORI e FIORI, 2005

A APA busca proteger a rede hídrica, os remanescentes da Floresta


Atlântica e os manguezais, disciplinar o uso turístico, conservar a fauna, flora e os
sítios arqueológicos. A APA de Guaratuba estende-se por um mosaico variado de
características ambientais, desde as áreas situadas no primeiro planalto
paranaense até os complexos estuarino-lagunares integrantes da baía de
Guaratuba.
Sobre esse mosaico, ocorrem atividades humanas diversificadas, entre as
quais o desmatamento para práticas agropecuárias não recomendadas, uso de
agrotóxicos não permitidos e a extração clandestina de recursos florestais, com

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distintos graus de intervenção ambiental. Uma pressão importante é representada
pelo afluxo de veranistas nos meses de verão, quando a população da APA chega a
triplicar, o que impõe forte pressão sobre determinados recursos naturais e sobre a
infraestrutura local. Entretanto, este afluxo de turistas e práticas ambientalmente
incorretas pouco tem aliviado a precária situação sócio-econômica vivenciada pela
maioria da população residente na região rural da APA, conforme explicitado em
SANTOS et al.(2006). Desse panorama resulta a necessidade de adequada
proteção do ecossistema local, como indicado em Pró Atlântica – IAP (2006), como
medidas que contemplem o desenvolvimento socioeconômico rural de maneira
sustentável.
Assim, destaca-se a importância nessa abordagem do Desenvolvimento
Rural Sustentável, a necessidade de incluir nas pesquisas acadêmicas, a busca de
medidas que colaborem para o Desenvolvimento Local através do fomento ao
empreendedorismo a pequenos produtores rurais, observando a vocação regional,
realizando estudos de viabilidade de produção e comercialização de Produtos
Florestais Não Madeiráveis em Área de Proteção Ambiental, como a APA de
Guaratuba.
Quando se analisa o desenvolvimento, uma questão que sempre aparece, e
é pertinente (e só ver o que o crescimento em nome do desenvolvimento fez ao
meio ambiente), é sobre empreendedorismo e a natureza. Como conciliar a visão do
Desenvolvimento Rural Sustentável? Até hoje, as empresas sempre tiveram uma
postura dominadora do homem em relação ao meio circundante, com uma
abordagem positivista das ciências agronômicas e com um sentimento de
dominação, ou seja, exploração. Nessa perspectiva esse artigo, quando se afirma
sobre empreedimentos de produtos da floresta (Ecoempresas/ empresas rurais),
considera-se a conciliação entre homem e meio ambiente, pois caso contrário seria
como apresenta SCHUMACHER (1983 p.18)

"o homem moderno não se experiência como parte da natureza, mas


como uma força exterior destinada a dominá-la e a conquistá-la. Ele fala
mesmo de uma batalha contra a natureza, esquecendo que, se ganhar
a batalha, estará do lado perdedor."

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Nesse sentido, este artigo pretende refletir sobre o que já foi apresentado e
avaliado sobre o extrativismo na APA de Guaratuba (ANACLETO, 2001a, 2001;
NEGRELLE e. al, 2005; SANTOS, 2003; SONDA, 2002; ANACLETO, 2005;
MURARO, 2006) e, considerar essas informações junto à comunidade rural e
relaciona-las com propostas já desenvolvidas sobre o fortalecimento
empreendedorismo de pequeno porte, como forma de luta contra o desemprego e
ao mesmo tempo, desenvolver a possibilidade de fortalecer o tecido social dos
territórios rurais (ABRAMOVAY, 2003).

3.1 - APA de Guaratuba, extrativismo e a comunidade rural

SONDA (2002) ao pesquisar as comunidades rurais da área de proteção


ambiental Estadual de Guaratuba identificou que 1/3 das famílias tem no
extrativismo a única fonte de renda e que existem diferentes formas de vender o
PFNM. Por exemplo, o extrativismo do Cipó Preto (Philodendrons Melanorrhizum
Reitz), em comunidades como a de Rasgadinho, ocorre a extração e sua
comercialização, na forma bruta (somente descascado), já outras comunidades
confeccionam os arranjos (descascam, secam e elaboram o material). A
pesquisadora identificou também que 93% das famílias que residiam na APA, não
sabiam o significado da APA e, tampouco tinha conhecimento que vivia dentro de
uma (SONDA, 2002, p.90).
A questão do extrativismo de Bromélias no litoral paranaense também é
grande, até pelo fato das plantas terem varias espécies por causa do clima e das
variedades de Bromeliaceae (56 gêneros e 2880 espécies), das quais 1.200
espécies reproduzem na Floresta Atlântica brasileira. De acordo, com Muraro
(2006), as bromélias são plantas ornamentais (PFNM) amplamente comercializadas
nos centros urbanos e muito procuradas para jardins. Por serem tão procuradas, no
Paraná, observa-se que no Município de Guaratuba, só em 1999, forma retiradas da
Mata Atlântica 200.000 exemplares. Em que a comercialização dessas plantas
movimentou aproximadamente R$ 550.000,00. No entanto, esse extrativismo que é
feito pelas comunidades rurais do entorno da APA permanecem com baixa renda e
com situação de vida precária, não conseguem ter uma melhora significativa em sua
qualidade de vida com o extrativismo e a venda, porque o preço que eles

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conseguem comercializar o PFNM é insatisfatório em função da baixa qualidade
visual dos produtos.
Nesse sentido, o extrativismo de PFNM como a Bromélias, passa a ser para
o pequeno produtor rural uma atividade fortuita e sem a eficiente conexão com
potenciais mercados receptores e sem regularidade de comercialização, porém,
mesmo assim, para NEGRELLE et. al.(2005), os produtores continuam com o
extrativismo, pois o mesmo determina um expressivo acréscimo financeiro e
ampliando desta forma, ainda mais pressão extrativista.
Estas pesquisas apresentadas nesse artigo subsidiam e mostram a
relevância de estudos sobre esse tema e a necessidade de aprofundar o
conhecimento especialmente no que tange a comercialização dos PFNM relativo ao
extrativismo do cipo-preto (Philodendron melanorhizum), das bromélias (Vriesea
incursvata Guaudich), do musgo (Sphagnum sp) e da guaricana (Geonoma gamiova
e G. schottiana.) e a situação dessa comunidade na Área de Proteção Estadual de
Guaratuba-Paraná, nos municípios litorâneos, buscando encontrar alternativas de
melhoria da qualidade de vida dessas famílias.
Pois, quanto às informações de origem e profissão da comunidade rural da
APA de Guaratuba, foram constatado por SONDA (2002, p.86) que com exceção de
um responsável pela família, o restante era paranaense, do município de Guaratuba
e pertencentes as seguintes localidades: Rasgadinho (67%), Taquaral (6,7%),
Pedreira (6,7%), Guaratuba (6,67%) e Cubatão (6,67%). A grande maioria (86,7%)
era lavrador e posseiro (86,7%). O que aponta para futuras pesquisas elementos
importantes para se pensar ações na perspectiva do Desenvolvimento Rural
Sustentável. Nessa pesquisa, a autora definiu as comunidades da APA de
Guaratuba por dois critérios: o geográfico e a sua integração com o mercado. O
grau de integração com o mercado entre as comunidades foi avaliado em função do
seu isolamento geográfico, isto é, a partir da existência de estradas e suas
condições de acesso entre as comunidades e as sedes dos municípios mais
próximos (Guaratuba-Pr e Guaruva-SC) e também pela existência e regularidade de
ônibus ou barcos até elas.
A idéia aqui, é que após a proposta de diálogo sobre esse tema, os
pesquisadores sobre o desenvolvimento do Paraná, possam desenvolver um olhar
mais atento ao extrativismo florestal pelas comunidades rurais, em uma perspectiva

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complexa e integradora sobre toda as dimensões (econômico, social, ambiental,
cultural, político).
Assim, analisar a APA de Guaratuba em uma perspectiva complexa e
integradora é mais um dos fatores de motivação para a realização de futuros
trabalhos. Nessa perspectiva é interessante citar que o Ministério do Meio Ambiente
apresenta que toda APA precisa dispor de um Conselho Gestor, presidido pelo
órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos
Órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente na
APA, conforme previsto no regulamento. Porém, embora a APA de Guaratuba
foi instituída pelo Decreto Estadual 1234 de 27/03/1992, não houve praticamente
nenhuma ação por parte do órgão estadual, e por mais que ROOPER (2001)
apresente que foram criados em 2000 os Conselhos das Unidades de Gestão para
a APA através do planejamento participativo, e que MOTTA (2005) apresente os
avanços democráticos na APA de Guaratuba sobre o Plano de Manejo. O que se
percebe através da pesquisa de SONDA (2002) e pelo CORDRAP-Conselho
Regional de Desenvolvimento Rural, Pesqueiro e do Artesanato do Litoral
Paranaense (2006), é que os demais atores, como a própria comunidade rural,
ainda não tem conhecimento desses conselhos e dos Planos.
As pesquisas e os relatos apontam, que as próprias comunidades urbanas e
rurais não conseguem ter clareza quanto à legitimidade e importância de uma APA.
Recentemente em reunião do CORDRAP, foi apresentado que o litoral tem o seu
Território como a área mais Conservada da Mata Atlântica e é o Terceiro maior
estuário de reprodução Aquática do mundo. Devido a sua importância quanto às
riquezas naturais e biodiversidade foram criadas as APAS – Áreas de Proteção
Ambiental, que atingem aproximadamente oitenta e cinco por cento (85%) da área.
Assim, para o CORDRAP esse fato por um lado é positivo, pois possibilita a
conservação ambiental, mas até o momento não foram encontradas alternativas
práticas eficazes que contemplem o desenvolvimento regional e a manutenção dos
recursos naturais para as futuras gerações, causando conflitos entre o setor
produtivo e entidades de preservação ambiental.
É a partir desse cenário tão complexo que envolve a falta de
reconhecimento sobre a importância da preservação ambiental, a presente situação
das comunidades rurais como a falta de acesso digno à geração de trabalho e
renda e também a precariedade das famílias em relação educação, como a própria

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manutenção da floresta da mata atlântica através da APA de Guaratuba pela sua
riqueza em biodiversidade e com um extrativismo de PFNM sem controle, que se
analisa e se busca o Desenvolvimento Rural sustentável no Paraná.
Ao refletir sobre toda essa situação, indaga-se: o que se pode constituir em
estratégias mais sólidas para a conservação da APA de Guaratuba e, ao mesmo
tempo, gerar um desenvolvimento socioeconômico rural de forma sustentável para a
comunidade local?

3.2 - Possibilidades de trabalhos de pesquisa

Assim, espera-se que esses estudos possam no futuro contribuir


diretamente com a comunidade rural, talvez até mesmo com a própria incubação de
um projeto piloto de uma ecoempresas comunitária. Dessa forma, poder-se-ia ao
longo dos trabalhos desenvolvidos, fortalecer o tecido social da comunidade e gerar
uma proposta concreta de trabalho e renda através de vários atores em prol do
desenvolvimento do Paraná.

Diagrama dos possíveis atores envolvidos

Floresta (Biodiversidade)
UNIVERSIDADE
PREFEITURA

COMERCIO COMUNIDADE
• IAP
DE PFNM e
ecoempresas • EMBRAPA
PLANTAS
FLORESTA
ORNAMENTAIS
• EMATER
Projeto Piloto de empresa rural • IBAMA

A universidade pode ser um ator importante nessa perspectiva, pois através


das publicações de artigos científicos, de ações como o Diagnostico Participativo na
comunidade da APA de Guaratuba, das identificações das potencialidades do
PFNM, seus desafios e limitações, da análise das Políticas Públicas para áreas de
Florestas e pesquisa sobre as condições das comunidades, poderia subsidiar

16
ações, para fomentar empreendimentos e iniciativas do Desenvolvimento Rural
Sustentável e conservação da APA de Guaratuba, através do apoio ao
estabelecimento de pequenas ecoempresas voltadas PFNM.
Assim, observa-se que alguns esforços de pesquisa seriam necessários
para ter um mapeamento real da situação, as quais poderiam ser como:
• Realizar um diagnostico nas comunidades da APA de Guaratuba,
utilizando parâmetros socioeconômicos, avaliados nas comunidades dos municípios
litorâneos:
• Aprofundar e avaliar os sistemas de extração, intermediário,
distribuição e varejo (consumidor final) dos Produtos florestais não madeireiros e
sua normatização.
• Identificar demandas de organizações empresarias de pequenos
produtores rurais (ecoempresas) e oportunidades de mercado e comércios
especiais.
• Avaliar a existência e demandas de políticas públicas de fomento de
pequenas empresas rurais de mercados especiais no entorno da APA;
• Gerar propostas e recomendações para a organização da produção
atual através de desenvolvimento associativista e cooperativista, com o apoio de
diferentes atores públicos e privados para o fomento da ecoempresa rural baseada
no extrativismo dos PFNM.
Desta forma, as pesquisas poderiam ter uma fundamentação teórica e ao
mesmo tempo a realização de um estudo de caso do APA de Guaratuba junto à
comunidade rural visando compreender e responder as seguintes hipóteses: a) a
falta de percepção sobre a importância dos PFNM (como fins econômicos) pela
comunidade rural de Guaratuba é que contribui para falta de atenção sobre a forma
que se dá o extrativismo hoje nessa região? b) é possível proteger o meio ambiente
(a natureza) através da área de proteção ambiental e ao mesmo tempo, ter o
desenvolvimento sócio econômico rural da comunidade de Guaratuba? É possível a
comercialização dos produtos florestais não madeiráveis pelas comunidades rurais
da APA de Guaratuba de forma ecologicamente sustentável ?

Essas são algumas questões que poderão ao longo das pesquisas


realizadas, constituírem estratégias mais sólidas para a conservação da APA de

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Guaratuba e fomentar o desenvolvimento socioeconômico rural de forma
sustentável para a comunidade local.

4 - Considerações finais

O Objetivo geral deste artigo foi pensar sobre as possibilidades de novas


perspectivas para o desenvolvimento paranaense relacionando-o com a proteção do
meio ambiente e a valorização de comunidades rurais através da comercialização
dos PFNM extraídos da APA de Guaratuba na perspectiva do Desenvolvimento
Rural Sustentável. Algumas reflexões deste artigo tiveram como embasamento
teórico e como principio norteador as experiências e relatos do Vietnam Central nos
Distritos de Tuyen Hoa e Minh Hoa (FAO,2005), o qual apresentaram algumas
exitosas experiências na perspectiva do Desenvolvimento rural sustentável através
de empreendimentos de produtos florestais, assim como da FAO (2004), sobre
Analise e Desenvolvimento de Mercado para pequenas empresas comunitárias de
produtos da Floresta.
Desta forma, buscou-se para tais reflexões materiais da FAO sobre
pequenas empresas comunitárias de produtos da floresta (LECUP e NICHOLSON,
2005 e 2004), e também algumas experiências sobre as propostas apresentadas
pela CECOECO – Centro para competitividade de Ecoempresas, quanto à
organização empresarial de pequenos produtores e produtoras rurais de mercados
especiais (CECOECO, 2005), a qual trabalha com o desenvolvimento empresarial
no setor florestal através do fortalecimento das capacidades empresarias de
pequenos grupos extrativistas da Costa Rica.
A busca dessas referências se deu pelas características que existem no
litoral paranaense em relação às Unidades de Conservação e a própria
precariedade de vida dessas comunidades, como baixo grau de escolarização e
baixo poder aquisitivo permitindo que esses pontos negativos possam ser
transformados através da implementação de novas atividades no meio rural,
refletidas a luz de experiências que já deram certo em paises como Costa Rica e
Guatemala.
É muito importante neste contexto avaliar a existência e a demandas de
políticas públicas para as Unidades de Conservação no Brasil, principalmente no

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tocante a APA de Guaratuba, visando as possibilidades do fomento de
empreendimentos rurais de mercados especiais (FFNM). Nesse sentido, é possível
pensar na manutenção das comunidades rurais e sua valorização, assim como, a
preservação da APA de Guaratuba com a construção do dialogo dos conselheiros
da APA de Guaratuba, dos Conselheiros do CORDRAP, da Prefeitura de
Guaratuba, da EMATER, da Pastoral da Terra – CPT, do Instituto Ambiental do
Paraná e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Pois, através deste dialogo seá
possível a elaboração de estratégias e formas de trabalho que possam oportunizar
a comunidade Rural do entorno da APA de Guaratuba uma melhoria na qualidade
de vida através da geração do trabalho e renda.
Por fim, este artigo não aponta respostas, apenas reflete e provoca sobre as
possibilidades de pesquisas acerca desse tema e, deseja-se que mais
pesquisadores possam debruçar-se sobre essa área, para que os conhecimentos
gerados na academia possam contribuir para o desenvolvimento econômico e o
meio ambiente Paranaense. Pois, os recursos florestais não madeiráveis são
produtos vitais para a sobrevivência de comunidades rurais que vivem no entorno
das florestas, principalmente no Brasil.

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