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PROFª: TELMA
SOBRAL- CEARÁ
AGOSTO DE 2018
FÁBRICA DE TELHAS
Patrimônio Industrial, não se define apenas pela preservação da estrutura física, mas
principalmente e essencialmente, pela memória do que chamaremos então de patrimônio.
Memória e Arquitetura, são itens que formarão a conjuntura que nos permitirão definirmos de
maneira objetiva, patrimônio industrial. Toda essa ideia de preservação de patrimônios, fazem
parte de um roteiro cultural, onde procuramos recuperar a identidade de muitas estruturas, por
algum motivo, esquecida. A estética pode parecer fundamental, e na verdade é. Porém, de
maneira mais significativa ainda, os vestígios encontrados referentes a estruturas físicas, onde
eram desenvolvidas atividades industriais, são ainda mais importantes.
O Olhar para esse lado do resgate de memória, é sobre tudo, um dever do ser humano.
Vivenciamos momentos que passam de maneira tão rápida, que costumamos ter dificuldade em
lembrarmo-nos uma infinidade de coisas, que de alguma maneira, contribuiu para o
desenvolvimento social.
Assim como também podemos dizer, que “Ninguém vive para lembrar tudo” – Dênis Melo.
A Fábrica de Telhas, então adquirida pelo atual Excelentíssimo Senhor Prefeito da cidade,
Francisco Kilsem Pessoa Aquino, juntamente com seus dois irmãos, deram início ás atividades
da fábrica em 1999. Compraram máquinas, contrataram funcionários e industrializaram a
fábrica. No ano seguinte, aumentaram a área de produção, e trocaram as máquinas artesanais
restantes, por máquinas industriais, o que possibilitou a produção numa quantidade maior de
telhas e tijolos, resultando assim, na maior comercialização dos mesmos.
Nesse período em que a fábrica mantinha-se ativa, era um momento em que havia um elevado
número de construções na cidade, o momento econômico da cidade de Uruoca-CE, estava
ligeira ascensão.
De acordo com o ex-proprietário, uma das maiores dificuldades para manter o fluxo das
atividades da fábrica e consequentemente viabilizar ainda mais seu crescimento, era a baixa
escolaridade dos funcionários. Ele alega que o encerramento das atividades, se deu de modo
geral, pelo fato de os trabalhadores não terem uma visão ampla e clara do que era o trabalho
em uma fábrica. Na verdade, naquele período, eles tinham uma visão de trabalhadores diaristas.
Alegavam problemas comuns, como sendo motivos para se ausentarem da fábrica em
determinados dias, o que resultava em acumulo de serviços para os demais funcionários. Isso se
repetia rotineiramente, proporcionando o desgaste das relações pessoais e profissionais.
Fábricas da cidade de Sobral –CE, conseguiam comercializar produtos em Uruoca –CE com
valores bem menores que a fábrica de telhas. A quantidade de funcionários deles, era
semelhante ao número de funcionários que continha na fábrica de telhas, porém, suas máquinas
produziam dez vezes mais, resultando na redução dos preços.
“Com a globalização, o mercado ficou difícil para todo mundo” – FcºKilsem P. Aquino
Mesmo com o fim decretado, os proprietários ofereceram a estrutura da fábrica, para caso os
funcionários tivessem interesse em continuar seus serviços, porém, desta vez de maneira
independente.
O ano de 2004 para 2005, foi o marcante período em que a fábrica encerrou suas atividades,
mas continuou fazendo história.