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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

DISCIPLINA: HISTÓRIA E PATRIMÔNIO INDISTRIAL

PROFª: TELMA

JONATA GOMES FONSECA

HISTÓRIA E PATRIMÔNIO INDUSTRIAL

FÁBRICA DE TELHAS, EM URUOCA-CEARÁ.

SOBRAL- CEARÁ

AGOSTO DE 2018
FÁBRICA DE TELHAS

Patrimônio Industrial, não se define apenas pela preservação da estrutura física, mas
principalmente e essencialmente, pela memória do que chamaremos então de patrimônio.

Memória e Arquitetura, são itens que formarão a conjuntura que nos permitirão definirmos de
maneira objetiva, patrimônio industrial. Toda essa ideia de preservação de patrimônios, fazem
parte de um roteiro cultural, onde procuramos recuperar a identidade de muitas estruturas, por
algum motivo, esquecida. A estética pode parecer fundamental, e na verdade é. Porém, de
maneira mais significativa ainda, os vestígios encontrados referentes a estruturas físicas, onde
eram desenvolvidas atividades industriais, são ainda mais importantes.

O Olhar para esse lado do resgate de memória, é sobre tudo, um dever do ser humano.
Vivenciamos momentos que passam de maneira tão rápida, que costumamos ter dificuldade em
lembrarmo-nos uma infinidade de coisas, que de alguma maneira, contribuiu para o
desenvolvimento social.

“Conhece a ti mesmo” – Pedro Abelardo. Certamente, conhecermo-nos de verdade, é também,


lembrar-se de muitas das nossas experiências ao longo da vida.

Assim como também podemos dizer, que “Ninguém vive para lembrar tudo” – Dênis Melo.

Porém, há a necessidade de preservar as coisas que marcaram uma época, colecionando


costumes e cultura de um povo, que viveu um momento em que as coisas não eram ainda tão
desenvolvidas, nem se alimentavam ainda de um capitalismo tão poluído de interesses
exacerbados.

Na cidade de Uruoca-CE, há registros de atividade industrial, desenvolvida na fábrica de Telhas


da cidade.

A Fábrica de Telhas, então adquirida pelo atual Excelentíssimo Senhor Prefeito da cidade,
Francisco Kilsem Pessoa Aquino, juntamente com seus dois irmãos, deram início ás atividades
da fábrica em 1999. Compraram máquinas, contrataram funcionários e industrializaram a
fábrica. No ano seguinte, aumentaram a área de produção, e trocaram as máquinas artesanais
restantes, por máquinas industriais, o que possibilitou a produção numa quantidade maior de
telhas e tijolos, resultando assim, na maior comercialização dos mesmos.

Nesse período em que a fábrica mantinha-se ativa, era um momento em que havia um elevado
número de construções na cidade, o momento econômico da cidade de Uruoca-CE, estava
ligeira ascensão.

Nesse período de crescimento econômico da fábrica junto à cidade, a fabricação de seus


produtos não se limitou apenas à sua cidade, houve uma expansão na comercialização para as
cidades vizinhas, como Senador SÁ –CE, Martinópolis – CE, Moraújo –CE, e até mesmo em Granja
–CE e Camocim –CE.

A fábrica contava com uma média de 25 a 30 funcionários, onde trabalharam durante 4 a 5


anos. Seus horários de serviço eram horários comerciais, manhã e tarde, mas também havia
trabalhos com horas especiais, de acordo com a atividade exercida em determinado dia. Haviam
os funcionários que trabalhavam na linha de produção e outros que ficavam responsáveis pela
queima da matéria prima, nos chamados Fornos. Quando ascendia o fogo, os responsáveis por
essa atividade deveriam permanecer na fábrica até que a queima do produto fosse totalmente
concluída. Após a conclusão, os responsáveis por essa atividade recebiam uma folga, pois era
um exercício que exigia um pouco mais do corpo.

A função do entrevistado, naquele período um dos proprietários, era de administrar a fábrica.


Muito esforçado nesse ideal, cursava a faculdade de Administração, o que contribuía para o
gerenciamento das planilhas dos produtos, do fluxo dos trabalhadores e da fábrica de telhas em
geral.

De acordo com o ex-proprietário, uma das maiores dificuldades para manter o fluxo das
atividades da fábrica e consequentemente viabilizar ainda mais seu crescimento, era a baixa
escolaridade dos funcionários. Ele alega que o encerramento das atividades, se deu de modo
geral, pelo fato de os trabalhadores não terem uma visão ampla e clara do que era o trabalho
em uma fábrica. Na verdade, naquele período, eles tinham uma visão de trabalhadores diaristas.
Alegavam problemas comuns, como sendo motivos para se ausentarem da fábrica em
determinados dias, o que resultava em acumulo de serviços para os demais funcionários. Isso se
repetia rotineiramente, proporcionando o desgaste das relações pessoais e profissionais.

Um momento que o entrevistado definiu como marcante, foi o momento de ampliação da


fábrica. A construção de uma grande chaminé, dois fornos e consequentemente o aumento
significativo da produção.
A fábrica de Telhas foi muito importante para a cidade de Uruoca –CE, um marco em sua história,
sendo a única fábrica com registros factuais até hoje. “As pessoas não tinham o costume de ver
a transformação de produtos”, disse o ex-proprietário. A fábrica possibilitou aos funcionários
uma experiência profissionalmente incrível. Passaram a compreender como uma matéria prima
como a argila, se transformava em telhas e tijolos, isso fomentava o interesse e curiosidade das
pessoas em admirar tal atividade. “Se estivesse em atividade ainda hoje, seria a única fábrica do
município”.

Mas, além da dificuldade na relação com os funcionários, do entendimento do que seria


trabalhar em uma fábrica, surgiu outro problema, que acabou se tornando até mais relevante,
a aparição de novas fábricas na região, com alto investimento. Suas máquinas produziam
milhões de unidades, e consequentemente, baixava muito o custo de produção. Assim, ficava
cada vez mais difícil de competir com empresas que produziam dez vezes mais que a fábrica de
telhas.

Fábricas da cidade de Sobral –CE, conseguiam comercializar produtos em Uruoca –CE com
valores bem menores que a fábrica de telhas. A quantidade de funcionários deles, era
semelhante ao número de funcionários que continha na fábrica de telhas, porém, suas máquinas
produziam dez vezes mais, resultando na redução dos preços.

“Com a globalização, o mercado ficou difícil para todo mundo” – FcºKilsem P. Aquino

No momento em que suas atividades estavam ameaçadas, pelos motivos já citados, os


proprietários reuniram-se com os funcionários, e deram a triste notícia do fim das atividades da
fábrica de telhas. O fim das atividades, é atribuído pelos proprietários, aos próprios funcionários,
unido com a dificuldade de competir com as demais fábricas além de outras dificuldades.

Mesmo com o fim decretado, os proprietários ofereceram a estrutura da fábrica, para caso os
funcionários tivessem interesse em continuar seus serviços, porém, desta vez de maneira
independente.

O ano de 2004 para 2005, foi o marcante período em que a fábrica encerrou suas atividades,
mas continuou fazendo história.

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