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TRIBUTAÇÃO MUNICIPAL

RECEITAS PRÓPRIAS

AMPLIAÇÃO DAS RECEITAS


JANEIRO DE 2019
1. APRESENTAÇÃO

Desenvolvemos o presente trabalho com olhos


voltados aos aplicadores da lei. Contamos com um razoável número
de doutrinadores, ao qual não ousaria me incluir, embora confesso
que as vezes expresso minhas opiniões, calçadas na experiência
que obtivemos pela lonjura de tantos anos estudando os Tributos
Municipais, suas tendências, estudos e modos de operação.

Portanto, este trabalho está mais relacionado à


prática do que à doutrina propriamente dita, diante de inúmeras
pesquisas, perplexo com a escassez de recursos que a tendência
jurídica, econômica e financeira do País demonstra.

Uso de todos os doutrinadores possíveis e da


jurisprudência em respaldo as minhas convicções com referência a
aplicabilidade dos referidos Tributos. Deixo aos que nos
acompanham a liberdade para refletir e tirar suas próprias
conclusões, expressando minha recomendação para que busquem
um maior aprofundamento aos aspectos jurídicos aqui tratados.

Por fim, deixamos aqui nossa certeza de que este


material seja de serventia aos Auditores Fiscais, Contadores,
Alunos Universitários, e, quem sabe até aos profissionais do Direito,
mentores da justiça, acostumados a uma busca incessante, quase
que obsessiva, de mais e mais informações.
S.m.j

Leandro Costantin
Ministrante – EGP/FAMURS
JANEIRO/2019
1. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

O Conceito de Legislação Tributária pode ser definido como sendo o


conjunto de normas jurídicas assim compreendidas, os dispositivos
constitucionais, leis complementares, leis ordinárias e toda a legislação
infralegal que instituem e dispõem sobre tributos em todos os seus aspectos.

Os tributos, por exigência constitucional, em obediência ao princípio da


legalidade tributária, não podem ser criados senão por lei.

(CF/88 Art 150, I)

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é


vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Mas os decretos, portarias e outros dispositivos normativos são também fonte


importante do Direito Tributário, uma vez que aspectos secundários da relação
tributária, tais como regulamentação de lançamento e quitação de impostos, podem
ser normatizados por estes instrumentos.

É certo que a realidade atual apresenta uma alta concentração da


participação no bolo tributário nacional, a União com escandalosos 50%, os Estados
com 31%, ficando os municípios com algo em torno de minguados 19% da
arrecadação.
PARTICIPAÇÃO EM %
19%

50%
31%

UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS

No entanto, o que se ouvimos é que os Municípios “não fizeram o dever de


casa pós Constituição de 1988”, os municípios não arrecadam com competência
as suas receitas, que mais que direito, é uma obrigação constitucional. A
cobrança e a arrecadação das suas receitas próprias são, portanto, obrigação do
agente público municipal – com penalidades previstas na lei para quem não o fizer.
(LC 101/2000 – art 1º §1º e art 11°)
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em
que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas
públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas
com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a
Pagar.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,


previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente
da Federação.

Afinal, o administrador não pode interferir – sem que a lei o permita, na


cobrança dos tributos – há muito já não se vê pedir desconto, abatimento ou que
não se cobre um imposto Federal ou Estadual na Receita Federal ou na Secretaria
da Fazenda. Não cobrar o previsto na Constituição não está na área de decisão do
agente público – é lei. Se não cobrar tem penalização......

Os Municípios devem estruturar a sua Administração Tributária Municipal,


setor que deve ser responsável pelo lançamento, cobrança, arrecadação e inscrição
da dívida ativa para a competente execução dos inadimplentes.
(Resolução n° 987/2013 TCE-RS)
(CF 88 art 37, XXII)
Os apontamentos do tribunal de Contas de acordo com a Resolução n°
987/2013 começaram a surgir e os gestores serão penalizados pela renúncia de
receita e falta de organização funcional.
Podemos ver claramente que há uma desconformidade com a Constituição
Federal especificamente aquelas contidas no inciso XXII do art 37 e especialmente
no que diz respeito a Resolução TCE 987/2013 e ainda com a Resolução TCE
1009/14, especialmente no art 2°, incisos IX, XXII e XXIII.
RESOLUÇÃO N. 1009/2014

Dispõe sobre os critérios a serem observados na apreciação


das contas de governo, para fins de emissão de parecer prévio,
e no julgamento das contas de gestão dos administradores e
demais responsáveis por bens e valores públicos da
Administração Direta e Indireta e dá outras providências.

O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO


SUL, sobre os critérios a serem observados na apreciação das contas de governo, para
fins de emissão de parecer prévio, e no julgamento das contas de gestão dos
administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos da Administração
Direta e Indireta, na forma dos artigos 70 e 71, caput e incisos I e II, da Constituição da
República; e considerando o contido no Processo n° 003295-02.00/14-8,
RESOLVE:
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre critérios para a emissão de
parecer prévio sobre as contas de governo do Governador do Estado e dos Prefeitos
Municipais, assim como para o julgamento das contas de gestão dos administradores e
responsáveis por bens e valores públicos da Administração Direta e Indireta.
Art. 2º A prática dos seguintes atos de governo e de gestão,
arrolados exemplificativamente, poderá ensejar a emissão de parecer prévio desfavorável
à aprovação das contas ou julgamento pela irregularidade das contas dos agentes
públicos pelo Tribunal de Contas do Estado:
I – autorização de despesa sem recurso orçamentário próprio;
II – empenho de despesas por conta de dotações criadas ou
suplementadas por créditos adicionais cujos recursos não se realizarem, quando ficar
configurada intencionalidade na criação de dotações fictícias e não apenas falha de
previsão ou erro de estimativa;
III – empenho de despesas por conta de dotações criadas ou
suplementadas por créditos adicionais abertos sem autorização legislativa;
IV – autorização de despesas sem cumprimento do devido
processo licitatório;
V – ausência de licitação para concessão de serviços públicos,
exigida nos termos dos artigos 175 da Constituição da República e 14, 42 e 43 da Lei
Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
VI – autorização de pagamento a servidores admitidos sem
concurso público ou sem autorização legislativa, em descumprimento do disposto nos
incisos II e IX do artigo 37 da Constituição da República;
VII – contratações reiteradas por prazo determinado sem a
realização do devido concurso público ou quando ainda existirem candidatos aprovados
em concurso público com prazo de validade em vigor;
VIII – ausência de desconto ou de recolhimento das contribuições
previdenciárias, e/ou existência de irregularidades na aplicação dos recursos dos regimes
próprios de previdência;
IX – desobediência às normas de inscrição e cobrança da Dívida
Ativa;
X – deficiência do Sistema de Controle Interno mantido pelo Poder
Executivo, sempre que essa circunstância tenha impedido ou dificultado a criação das
condições indispensáveis para assegurar eficácia ao controle externo e regularidade à
realização da receita e da despesa, de acordo com o que preveem o caput e os incisos
do artigo 74 da Constituição da República;
XI – elaboração da Lei Orçamentária em desconformidade com as
disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias, do Plano Plurianual e da Lei Federal nº
4.320, de 17 de março de 1964;
XII – concessão de vantagens ou aumento de remuneração,
criação de cargos ou alteração de estrutura de cargos e admissão de pessoal, em
desacordo com o disposto nos incisos I e II do artigo 169 da Constituição da República;
XIII – realização de despesas em desacordo com os princípios
constitucionais, particularmente os da moralidade, da impessoalidade e da legalidade,
estabelecidos no caput do artigo 37 da Constituição da República;
XIV – obstaculização da atuação fiscalizatória do Tribunal de
Contas do Estado no exercício de atividades de auditoria, inspeções, diligências e outras;
XV – descumprimento das diretrizes gerais de política urbana,
instituídas pela Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e pela Lei Federal nº
12.587, de 3 de janeiro de 2012;
XVI – descumprimento das diretrizes gerais de política de
resíduos sólidos e dos prazos instituídos pela Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de
2010, regulamentada pelo Decreto nº 7.404, 23 de dezembro de 2010;
XVII – não atingimento das metas estabelecidas pelo Plano
Nacional de Educação;
XVIII – ausência de Plano de Saneamento Básico elaborado em
conformidade com a Política Nacional de Saneamento Básico, na forma do que dispõe a
Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, regulamentada pelo Decreto nº 7.217, de
21 de junho de 2010;
XIX – descumprimento das exigências de acesso à informação
previstas na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2012, e/ou na Lei
Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009;
XX – descumprimento das disposições da Resolução nº 979, de
27 de maio de 2013, e modificações supervenientes, que dispõe sobre as exigências
relativas à gestão fiscal contidas na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000;
XXI – descumprimento do disposto no artigo 11 da Lei
Complementar nº 101, de 2000, em face da ausência de instituição, previsão,
lançamento ou respectiva cobrança dos tributos da competência local;
XXII – ausência de estrutura fazendária mínima que atenda às
exigências constitucionais previstas para funcionamento e realização das
atividades de gestão;
XXIII – ausência de adoção, por parte da administração
tributária municipal, de medidas tendentes a evitar a renúncia de receita,
especialmente a decorrente de concessão de anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido e isenção em caráter não geral, bem como de alteração de alíquota ou
de modificação de base de cálculo que impliquem redução discriminada de tributos
ou contribuições, além de outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado;
XXIV – descumprimento do princípio da evidenciação contábil, nos
termos dos artigos 83, 89 e 104 da Lei Federal nº 4.320, de 1964, e artigo 50 da Lei
Complementar nº 101, de 2000;
XXV – descumprimento do princípio da universalidade dos
registros contábeis, nos termos dos artigos 93 e 100 da Lei Federal nº 4.320, de 1964, e
do artigo 50 da Lei Complementar nº 101, de 2000;
XXVI – descumprimento das exigências constitucionais e legais
relativas à aplicação de recursos na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino e nas
Ações e Serviços Públicos de Saúde;
XXVII – inobservância dos prazos de entrega ao Tribunal de
Contas do Estado dos documentos para exame das contas exigidos pela Resolução nº
962, de 26 de dezembro de 2012, e modificações supervenientes, nos termos previstos
nos artigos 113 e 115 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado, aprovado
pela Resolução nº 544, de 21 de junho de 2000;
XXVIII – descumprimento de determinação e/ou decisão exaradas
pelo Tribunal de Contas do Estado; e
XXIX – ausência de adoção de medidas atinentes à cobrança de
título executivo emitido pelo Tribunal de Contas do Estado.
Parágrafo único. A emissão de parecer prévio desfavorável à
aprovação das contas ou o julgamento pela irregularidade poderão implicar, ainda, o
emprego das medidas previstas nos incisos VII a XI do artigo 33 da Lei Estadual nº
11.424, de 6 de janeiro de 2000, de acordo com a gravidade e o alcance da infração,
assim como a representação ao Ministério Público e ao Poder Legislativo
correspondente, para providências cabíveis, nos casos em que forem constatados
indícios de existência de crime contra a Administração Pública, de ato de improbidade
administrativa ou de crime de responsabilidade.
Art. 3° A prática isolada de falhas administrativas ou de
inconformidades que não comprometam as contas do agente público, em seu conjunto,
não impedirá a emissão de parecer favorável ou o julgamento pela regularidade de suas
contas com ou sem ressalvas, contendo recomendações e/ou advertências, sem prejuízo
da aplicação das medidas previstas nos incisos VII a XI do artigo 33 da Lei Estadual nº
11.424, de 2000.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Fica revogada a Resolução nº 414, de 5 de agosto de
1992, mantendo-se seus efeitos para fins de emissão de parecer prévio e de julgamento
das contas relativas aos exercícios anteriores ao de 2014.
Art. 6º Fica revogada a Resolução nº 1006, de 5 de
fevereiro2014.

PLENÁRIO GASPAR SILVEIRA MARTINS,


19 de março de 2014.
2. RECEITAS TRIBUTÁRIAS MUNICIPAIS

2.1 Tributos Municipais

A definição de TRIBUTOS na prática pode ser conceituada como sendo o


preço que a população paga pelos serviços que lhe são prestados pelo Estado
e que visam o bem comum. Essa é a função social do tributo.

A Importância dos Tributos Municipais:

1. São instituídos pelo próprio ente (Município)


2. Ficam mais próximos do contribuinte
3. Possuem uma maior transparência devido ao montante para se
analisar
4. Pode ser cobrada sua devolução com mais eficiência e eficácia uma
vez que são utilizados diretamente na comunidade.
5. Uma aplicação mais direta e com menor burocracia em políticas
públicas.

O tema Tributação Municipal é de extrema relevância para o


administrador municipal, bem como para os profissionais das áreas técnicas, pois
somente através da habilidade em conhecer plenamente os tributos de ordem
municipal na teoria é que podemos aplica-lo com segurança na prática.

Todo Tributo Municipal é Receita Própria, portanto requer sempre uma


atenção especial, pois com o crescimento das demandas da população, a constante
diminuição das fontes de recursos dos repasses constitucionais, os recursos
próprios são na verdade os grandes responsáveis pela manutenção da máquina
pública e os investimentos nas políticas públicas municipais.
DIVISÃO DOS TRIBUTOS PRÓPRIOS DENTRO DO MUNICÍPIO

ARRECADAÇÃO PROPRIA 100%

25%

15% 60%

CAIXA LIVRE SAUDE EDUCAÇÃO

CONCEITO DE TRIBUTOS

É “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou


cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”. (lei n° 5.172/66 art 3°)
2.1.1 – ESPÉCIES DE TRIBUTOS MUNICIPAIS
Estabelecido pelo Art 5° do CTN

1. IMPOSTOS
2. TAXAS
3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
4. CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA (Art 149-A CF/88 – EC39/02)

2.2 – Gestão Tributária

Gestão Tributária é o processo de gerenciamento dos aspectos tributários de


uma determinada administração tributária, com a finalidade de adequação e
planejamento, visando controle das operações que tenham relação direta com a
arrecadação dos tributos.

O “Planejamento Fiscal” materializa-se no esforço concentrado para


identificação de seus objetivos e ações estratégicas para o ano seguinte, assim
como, para a construção de sua agenda capaz de impulsionar a atuação da
administração tributária do Município e fazê-la cumprir com sua missão institucional.
A prática de planejar permite antever algo que se pretende alcançar adiante, o que,
com o auxílio de algumas ferramentas, possibilita a criação de processos, planos de
ações a serem postos em prática em um tempo determinado, capazes de direcionar
para um caminho pensado coletivamente, com maior possibilidade de êxito em sua
avaliação da realidade concreta e nas propostas que orientarão a Administração
Tributária no cumprimento de suas metas e ao alcance de seus objetivos.

Apresentamos um modelo de
planejamento Tributário, o qual pode ser
definido para qualquer tributo que se faça
necessário:
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
MUNICÍPIO DE.....................................
SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA
SEÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DO ISS

PLANO ANUAL DA FISCALIZAÇÃO DO ISS 2019

CONSIDERANDO o disposto no artigo XX da Instrução Normativa SECFAZ nºXX de


XX/XX/XXXX, o planejamento das ações fiscais relativas aos tributos municipais,
será elaborado pelos Fiscais de Tributos, sob a supervisão da chefia imediata, no
âmbito de sua respectiva lotação, observados os princípios do interesse público, da
impessoalidade, da imparcialidade e da justiça fiscal.
A SEÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DO ISS, no uso das atribuições legais que lhe são
conferidas pela Lei Municipal nº xxxxx de xx/xx/xxxx (CTM) é responsável pelos
seguintes processos de trabalho:
(i) monitorar o comportamento fiscal dos contribuintes;
(ii) promover a conformidade tributária;
(iii) realizar pesquisa e seleção dos sujeitos passivos que serão fiscalizados; e
(iv) realizar procedimentos de fiscalização de natureza interna ou externa.

Para atingir esses objetivos, todas as ações estão condicionadas a este tripé:
(i) disponibilizar as melhores ferramentas tecnológicas;
(ii) apacitar continuamente cada profissional que atua nos respectivos
processos de trabalho; e
(iii) disseminar o conhecimento produzido.
Tais esforços são potencializados para permitir que o Fiscal de Tributos, autoridade
tributária designada pelo Código Tributário Municipal, tenha condições plenas para
exercer sua missão institucional em prol da Fazenda Municipal.

1 DAS AÇÕES FISCAIS


As ações fiscais realizadas junto aos sujeitos passivos terão o intuito de verificar o
cumprimento das obrigações tributárias conforme previsto na legislação municipal.
As ações fiscais terão as seguintes espécies:
I. Pedagógica;
II. Punitiva;

1.1 DA AÇÃO PEDAGÓGICA A ação fiscal pedagógica tem a finalidade de


orientar o sujeito passivo no tocante ao cumprimento das suas obrigações
tributárias, realizar cobranças diversas e obter informações ou elementos
de interesse da administração tributária, inclusive para instrução
processual, assim como para coletar informações e documentos de
terceiros destinados a subsidiar procedimento de auditoria relativo a outro
sujeito passivo. A instauração de ação fiscal pedagógica não suspenderá
a espontaneidade do sujeito do passivo, podendo o mesmo, no curso da
ação, realizar denúncia espontânea de infrações à legislação tributária,
para fins de exclusão de responsabilidade por infração, acompanhada, se
for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros e multa de mora,
ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa,
quando o montante do tributo dependa de apuração.
A ação fiscal pedagógica poderá ser realizada por telefone, por carta, por
e-mail e pessoalmente junto ao sujeito passivo, por meio de procedimento
fiscal de diligência. Na ação fiscal pedagógica não poderá haver lavratura
de auto de infração, salvo quando for constatada sonegação ou, ainda, na
ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço ao
procedimento. O disposto não impede que o responsável, no curso da
diligência, realize levantamentos, faça intimação aos sujeitos passivos
para apresentação de informações, livros, documentos, programas e
arquivos magnéticos, assim como lavrar termos de apreensão, quando
estejam irregulares e façam prova de infração à legislação tributária. O
responsável pela ação fiscal comunicará a ocorrência à chefia imediata
para fins de conversão da diligência em procedimento de fiscalização.

1.2 DA AÇÃO PUNITIVA


A ação fiscal punitiva tem por objetivo a verificação do cumprimento das
obrigações tributárias por parte do sujeito passivo, relativas aos tributos
municipais, podendo resultar em constituição de crédito tributário com
aplicação de multas punitivas, se for o caso. A instauração de ação fiscal
punitiva suspenderá o direito do sujeito passivo à exclusão da
responsabilidade por infração, por meio de denúncia espontânea,
relativamente aos tributos fiscalizados. Qualquer lançamento tributário, no
curso da ação fiscal punitiva, será realizado por meio de auto de infração.
A ação fiscal punitiva será sempre executada por meio de procedimento
de fiscalização.
Procedimentos permanentes e contínuos de monitoramento da
arrecadação dos maiores contribuintes do ISS, dos inadimplentes e do
comparativo entre contribuintes com a mesma atividades, com a finalidade
de detectar oportunamente qualquer flutuação significativa na
arrecadação, para fins de direcionar a realização de fiscalizações.

2 CONFORMIDADE TRIBUTÁRIA Promover a conformidade tributária é


um dos processos de trabalho permanentes do Setor de Fiscalização do
ISS que tem como objetivo incentivar e facilitar o cumprimento da
obrigação tributária, seja ela principal ou acessória. No âmbito da
Fiscalização, estão definidas ações de conformidade para os diversos
segmentos de contribuintes que apresentem indícios de erros no
cumprimento da obrigação tributária, oportunizando a esses, de uma
forma transparente, corrigir suas informações e pagar seus tributos sem a
imposição de multas sancionatórias. A auto regularização ocorre quando o
próprio contribuinte constata erro nas informações declaradas e as corrige
por meio de declaração retificadora. A auto regularização só é permitida
se feita antes de o contribuinte ser intimado ou notificado pela Fazenda
Municipal. A vantagem para o contribuinte é evitar eventual início de
procedimento fiscal e o pagamento de multa de, no mínimo, 50% sobre o
valor do imposto não pago que vier a ser apurado pelo Fiscal de Tributos.

3 SELEÇÃO DO SUJEITO PASSIVO

3.1 DISPOSIÇÕES GERAIS Conforme o disposto no artigo xx da


Instrução Normativa SECFAZ nº xx de xx/xx/20xx, o planejamento da
fiscalização do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN
deverá ser segmentado por setores de prestação de serviços, observados
os critérios definidos para a seleção dos sujeitos passivos em cada
exercício. O processo de seleção prioriza a busca de indícios de ilícitos
praticados por pessoas jurídicas de grande porte responsáveis pelos
valores mais significativos a serem cobrados. Serão também verificadas
infrações cometidas pelos demais pessoas físicas e jurídicas.

3.2 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Programa permanente de fiscalizações


nas Instituições Financeiras, contribuintes do ISS no Município, de modo a
apurar e lançar o imposto com base na movimentação econômica
informada na Cosif e na Declaração Eletrônica dos Serviços de
Instituições Financeiras (DESIF)

3.3 CONSTRUÇÃO CIVIL Programa permanente de fiscalizações em


contribuintes de construção civil no Município. Ações fiscais em diligência
externa em contribuintes de construção civil, tomadores de serviços.
Instituição do arbitramento para os responsáveis solidários, no caso de
edificação de obras particulares, onde o proprietário não exige os
documentos fiscais dos prestadores de serviços. Lançamento da diferença
do ISS, deduzidos dos recolhimentos efetuados durante a obra, nos casos
previstos na norma municipal. Trabalho em conjunto com a fiscalização de
obras para identificação do ISSQN da construção civil.
3.4 SIMPLES NACIONAL Programa permanente de fiscalizações em
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, contribuintes do ISS no
Município, optantes pelo regime do Simples Nacional, no intuito de
comparar o faturamento bruto informado para o recolhimento do Simples
Nacional, por meio do PGDAS-D, com o faturamento declarado com base
na emissão de documentos fiscais, para fins de apurar o ISS devido com
base na movimentação econômica. A auto regularização para o
contribuinte do Simples Nacional é importante para que se mantenha no
regime tributário simplificado e favorecido de pagamento de tributos. Caso
contrário, poderá ser objeto de procedimento de fiscalização e, ainda,
excluído do regime.

3.5 GRANDES EMPRESAS Programa permanente de fiscalizações nas


grandes empresas, estabelecidas no Município, na condição de tomadores
de serviços responsáveis tributários do ISS conforme disposição do artigo
xx da Lei Complementar Municipal nº xxxx de xx/xx/xxxx (Código
Tributário Municipal).

3.6 CARTÓRIOS Programa permanente de fiscalizações pertinentes aos


serviços cartorários e notariais, bem como de registros público em geral,
contribuintes de ISS no Município, de modo a comparar o faturamento da
movimentação econômica informada na Declaração Mensal do Imposto
Sobre Serviços (DMS) com o faturamento semestral disponibilizado pelo
Conselho Nacional de Justiça, devendo, entretanto, observar que os
números ali apresentados, bem como os valores individualizados de cada
selo, são somatórios que incluem valores não tributáveis como acréscimos
para Fundos Públicos.

3.7 FORNECEDORES DA PREFEITURA Programa permanente de


fiscalização aos fornecedores da Prefeitura, quer sejam do Município, quer
sejam de fora. Segundo a Lei Federal 8.666/1993 (Lei de Licitações e
Contratos), contribuintes em débito com o fisco, não podem comercializar
com o órgão público, além do controle interno do setor de retenções
tributárias da sec da fazenda onde necessitamos acompanhar para a
verificação da correta retenção a evitar as renúncias de receitas.
3.8 OMISSOS DE DECLARAÇÃO MENSAL DE SERVIÇOS DO ISS
Programa permanente de fiscalização aos omissos das DMS do ISS.
Conforme descrito no artigo xx do Decreto nº xxxx/xx (obrigação
acessória), decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data
limite prevista para o Fechamento da Declaração Mensal do ISS (DMS),
ou ultrapassado o limite de 03 (três) retificações, os respectivos
contribuintes e responsáveis tributários ficam sujeitos à ação de
fiscalização e às demais medidas previstas em lei.

3.9 PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR Programa permanente de


cadastramento de profissionais autônomos de nível superior no
cadastro mobiliário de contribuintes do Município para recolhimento do
ISSQN Fixo.
4.METODOLOGIA A Fiscalização priorizará ações internas, para
ampliar e diversificar os critérios de seleção de contribuintes, a fim de
aumentar o número de empresas que serão estimuladas à auto
regularização em 2017. O sistema adotado para o Plano Anual de
Fiscalização é a divisão do exercício em períodos de atuação para
cada atividade. Em tal procedimento, a supervisão estabelece um
planejamento global, definindo o período de fiscalização de cada
atividade. O sistema adotado permitirá a planificação da fiscalização,
além de aproveitar a sazonalidade existente em certas atividades
econômicas. As atividades de seleção de contribuintes a serem
fiscalizados são desempenhadas por equipes de Fiscais de Tributos,
de modo a privilegiar a especialização das análises, diminuindo o
retrabalho e aumentando a eficiência da Fiscalização. Como o
processo de monitoramento é constante, o Plano Anual de
Fiscalização prevê momentos de avaliação, quando novas ações
podem ser inseridas, ainda que não mapeadas anteriormente, desde
que sejam de maior interesse fiscal.
A equipe de fiscalização deverá compreender a forma de
funcionamento da atividade fiscalizada para que em seguida possa
apurar o tributo devido identificando-se ocorrências, quer de omissão
de receita, quer de diferença de base de cálculo ou ainda insuficiência
de recolhimento dos tributos. Assim como nas demais ações de
conformidade, a Fiscalização fará alertas para determinados indícios,
oportunizando que os contribuintes alertados, após análise individual
das informações prestadas à Fazenda Municipal, possam retificar
essas informações e pagar os tributos devidos com os acrescimentos
dos juros e multa de mora. Para atender aos contribuintes e manter
uma fiscalização pedagógica permanente a Fiscalização estabelecerá
Plantões Fiscais.
Os Plantões Fiscais serão atendimentos presenciais para prestar
esclarecimentos aos contribuintes sobre a legislação do ISS, a forma
de apuração e o preenchimento de declarações exigidas pela
Secretaria Municipal de Fazenda.
O acompanhamento e atualização do planejamento deve ser feito
através de reuniões mensais da equipe de fiscalização com base na
análise dos relatórios fiscais emitidos pelo Sistema Tributário do
Município.
Tais reuniões devem ser realizadas com o auxílio de pautas prévias e
da redação de atas, sob pena de ausência de responsabilidade,
quando da cobrança dos resultados.
O controle da fiscalização será exercido pelo responsável da
Fiscalização através da emissão de Ordem de Serviço, documento
este que precede a abertura de ação fiscal e é emitido para ciência do
Fiscal incumbido da tarefa.

Local e data,.................
Chefe do Setor de Fiscalização
2.3. O SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

2.3.1 Princípios da Tributação

As duas principais abordagens do problema da equidade utilizam o


princípio do benefício e o princípio da capacidade de pagamento.

O princípio do benefício propõe que cada indivíduo pague um tributo


de acordo com o montante de benefícios que recebe, estabelecendo um vínculo
entre os dispêndios e as receitas do orçamento público.

Por conseguinte, o sistema tributário realmente eqüitativo irá variar


conforme a estrutura de dispêndios do setor público. Assim, esse critério abrange
não apenas a política tributária, mas também, a política de dispêndios do governo.

O princípio da capacidade de pagamento é consagrado na legislação


tributária brasileira. A Constituição do Império de 1924 já previa que ``ninguém será
isento de contribuir para as despesas do Estado, em proporção dos seus haveres”.

Na Constituição de 1946 o princípio consta nos seguintes termos: ``Os


tributos terão caráter pessoal sempre que isso for possível, e serão graduados
conforme a capacidade econômica do contribuinte.”

Por sua vez a Emenda Constitucional n° 18, de 1965, suprimiu esta


disposição, embora o princípio tenha continuado a ser considerado, ainda que
implicitamente, dentro do sistema (Nogueira, 1990, p.12).

A Constituição de 1988 veio reinstituir de forma explícita o princípio da


capacidade de pagamento ao dispor em seu Artigo 145:

“§ 1º- Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e


serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado
à Administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.
2.3.3. Componentes do Sistema Tributário Brasileiro

Os Tributos Municipais e suas espécies

Tributos são as receitas derivadas que o Município recolhe do


patrimônio dos indivíduos, baseado no seu poder fiscal, mas disciplinado por normas
de direito público que formam o Direito Tributário.

As Espécies de tributos previstos pela legislação brasileira são:


imposto, taxa, contribuição de melhoria e também a Contribuição para custeio
da iluminação pública.

Imposto

Sua previsão está contida no Art 145 da Constituição Federativa do


Brasil de 1988,

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - .....................
III - ...........................”

Sua definição está contida no Art 16 da Lei n° 5.172/66 (Código


Tributário Nacional) assim descrito,

“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato


gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte.”

O contribuinte fica adstrito ao adimplemento da prestação pecuniária


independentemente de qualquer ato do Poder Público.

Portanto, no caso da cobrança do imposto, o Estado não necessita


criar nenhum serviço nem oferecer qualquer atividade especial ao contribuinte em
troca do seu pagamento, uma vez que não há no imposto, a contrapartida requerida
pela taxa.

Basta que o ente público com competência crie o imposto por lei,
podendo ainda o imposto ser direto ou indireto.
Imposto Direto

Permite graduar diretamente a quantia devida por um


contribuinte, de acordo com a sua capacidade contributiva (exemplo
típico é o IR).

Imposto Indireto

Estabelece a relação entre o ônus tributário e um evento


jurídico ou material e não dispõe de um parâmetro direto para apurar a
capacidade econômica do contribuinte. (Ex: IPI, o indivíduo que comprar
a mercadoria, rico ou pobre, pagará o mesmo quantum).

Entretanto, por meio de certas categorias da técnica de tributação, o


legislador procura corrigir esses aspectos utilizando-se de não incidências, isenções,
imunidades ou graduação das alíquotas de incidências, em função da natureza e
destinação dos produtos ou mercadorias.

Taxa

A taxa, artigo 145 da Constituição, é de competência da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos municípios, e que só pode ser arrecadada em
razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos
efetivamente à sua disposição.

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
I - .............;
II - Taxas
III - ...........................”

A competência em relação às taxas é comum, todavia, cada pessoa


jurídica de direito público poderá cobrá-las em razão de exercício regular do poder
de polícia, o que significa somente quando exercer poder de polícia que lhe tenha
sido conferido pela Constituição.
A mesma regra se aplica aos serviços prestados ou postos à
disposição dos contribuintes que deverão se restringir, evidentemente, àqueles
constitucionalmente atribuídos ao respectivo governo tributante.

Caso o poder de polícia não seja regular ou o serviço não seja de


atribuição do ente federativo tributante, a taxa não terá legitimidade.

É adequado esclarecer, que o termo ``atividade discricionária da


administração´´, não tem o significado de arbitrária já que dentro do estado de direito
não existe campo para o arbitrário.

O termo significa, que quando há várias formas legais de proceder em


determinada situação, é dada à administração a faculdade de escolha, ou seja, o
exercício do poder discricionário.

Deve-se esclarecer, ainda, o significado da expressão ``pela utilização,


efetiva ou potencial, de serviços públicos, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição´´. Para que o Poder Público possa exigir a taxa é preciso que o serviço
esteja em efetivo funcionamento, de forma que mesmo quando o contribuinte dele
não se utilizar, deve contribuir para sua manutenção.

Contribuição de Melhoria

Também inserida no artigo 145, inciso III, da Constituição, a


contribuição de melhoria é de competência da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos municípios, decorrente de obras públicas que decorra da valorização
imobiliária.

O CTN, artigo 81, dispõe que a contribuição de melhoria ``é instituída


para fazer face ao custo de obras públicas de que decorre valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada, e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado´´.

Fazemos então uma distinção entre a Contribuição de Melhoria e a


Taxa.

Para a cobrança da primeira, é necessária a realização da obra e sua


influência positiva sobre o imóvel, ‘benefício’ ou ‘valorização’.
Para a segunda, decorre de serviço já existente, utilizado ou não pelo
contribuinte.

2.4 O PODER DE TRIBUTAR E SUAS LIMITAÇÕES

O sistema tributário nacional tem, além das disposições gerais, um elemento


fundamental: as limitações constitucionais do poder de tributar.

A Constituição de 1988 determinou que cabe à lei complementar regular as


limitações constitucionais do poder de tributar. Todavia, a própria Constituição já
estabelece estas limitações, mediante a enunciação de princípios constitucionais da
tributação.

Tais princípios são plenamente eficazes, já que não dependem de lei


complementar para sua incidência direta e imediata às situações ocorrentes.

Os princípios constitucionais da tributação classificam-se em:

2.4.1 Princípios Gerais:

 Da legalidade estrita,
 Da igualdade tributária,
 Da personalização dos impostos e da capacidade tributária,
 Da irretroatividade tributária,
 Da anualidade do lançamento do tributo,
 Da proporcionalidade,
 Da razoabilidade,
 Da destinação pública dos tributos,
 Da ilimitabilidade do tráfego de pessoas ou bens;

2.4.2 Princípios Especiais:

 Da uniformidade tributária,
 Da limitabilidade da tributação da renda das obrigações da dívida
pública estadual ou municipal e dos proventos dos agentes dos
Estados e municípios,
2.4.3. Princípios Específicos:
 Da progressividade,
 Da não cumulatividade do imposto,
 Da seletividade do imposto (variar a alíquota de acordo com a
essencialidade do bem)

2.4.4 Imunidades Fiscais:


Instituídas por razões de privilégio, ou de considerações de interesse
geral, excluem a atuação do poder de tributar.
Nas hipóteses imunes de tributação, não ocorre o fato gerador da
obrigação tributária.

A Constituição Federativa do Brasil de 1988, consolida aos entes federativos


as limitações do poder de tributar.

O Artigo 150, limita os poderes da União, Estados, Distrito Federal e


Municípios a instituir e gerir tributos pela as livre vontade.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

Sujeito Ativo

CTN – LEI 5.172/66 – ART 119

``sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da


competência para exigir o seu cumprimento.”

É aquele que recebe competência, para instituir tributos.

A determinação da competência pode ser apurada mediante a atribuição de


fatos geradores.

Somente a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios poderão ser


sujeitos ativos da obrigação tributária.

Sujeito Passivo

CTN – LEI 5.172/66 – ART 121

" Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de


tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação pecuniária diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que


constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua


obrigação decorra de disposição expressa de lei".

É aquele sujeito obrigado a pagar os tributos.


Contribuinte

A qualidade de contribuinte decorre da realização do fato gerador.

É a pessoa que realiza o fato previsto na lei como tributável adquirindo, deste
modo, o status de contribuinte.

Será responsável quando, sem ser o contribuinte, tiver sua obrigação


decorrente de disposição expressa da lei. O responsável é, assim, um terceiro em
relação ao contribuinte, mas não alheio ao fato gerador.

2.5 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

A obrigação tributária nasce com o fato gerador da obrigação principal. (CTN


Art 113 §1°)

“ Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente”

A obrigação tributária é principal ou acessória e surge sempre com o fato


gerador do tributo.
2.5.1 Obrigação Principal
Prevista no § 1° do Art 113 do Código Tributário Nacional, como próprio
parágrafo já menciona,

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por


objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente
com o crédito dela decorrente.

Já o Artigo 114 do CTN nos dá a condição pela qual a obrigação principal se


gera,

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei


como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Assim, resumindo em palavras práticas e de fácil interpretação, podemos


dizer que, obrigação principal é,
“É a obrigação que a pessoa jurídica tem de recolher os tributos.”
A obrigação principal somente se extingue com o pagamento (recolhimento)
do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, não se considera extinto.

2.5.2 Obrigação Acessória

A obrigação é acessória quando, por força de lei, a prestação a ser cumprida


é a de fazer ou não fazer alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo Fisco, tudo
no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (artigo 113, § 2, do
CTN).

Exemplo: escrituração das operações de prestação de serviços sujeitas ao ISS, e a


apuração do respectivo valor através de declarações de serviços prestados ou da
emissão da respectiva nota fiscal de serviços.

Independentemente de ser exigido ou não o cumprimento de obrigação


principal, o contribuinte é sempre obrigado a cumprir a obrigação acessória.

Em outras palavras mais práticas, a obrigação acessória, nada mais é do que,

“É a obrigação que a pessoa jurídica tem de escriturar, demonstrar


e declarar a forma pela qual a obrigação principal foi cumprida.

Documentos Fiscais – notas fiscais, faturas e recibos.”

Para os Municípios, especificamente falando de seus tributos, há uma grande


importância na exploração destas obrigações. É através delas que podemos melhor
ajustar e controlar os contribuintes.

Não é uma Obrigação de Dar e sim Obrigação de Fazer

“Ao falar em prestações positivas ou negativas, o legislador tributário quis se referir às


obrigações que os civilistas classificam como de fazer ou deixar de fazer. Não se incluem as
obrigações de dar dinheiro, porque estas (...) são consideradas "principais". São, na realidade,
obrigações meramente instrumentais, simples deveres burocráticos que facilitam o
cumprimento das obrigações principais.” (ALEXANDRE, 2010, p. 276)

Existem muitas obrigações acessórias que podemos criar, e estas sim, se


previstas no CTM, são criadas através de Decretos.

- Notas fiscais eletrônicas;

- Declarações Mensais de Serviços (mesmo para inscritos no simples nacional)

- Declarações de um modo geral (DIRF – DIPJ – etc)

- Informações Mensais de Transmissões de Escrituras Públicas

- Informações Mensais de Registros de Óbitos

- Substitutos Tributários (retenção obrigatoriedade)

2.5.3. CRÉDITO TRIBUTÁRIO: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

Crédito tributário pode ser definido como o direito de exigir o pagamento de


uma obrigação tributária. Nas palavras de Hugo de Brito Machado, “é o vínculo
jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode
exigir do particular, contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do
tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional).”

Para compreender o conceito de crédito tributário pode-se pensar a relação


tributária em três momentos. O primeiro momento da relação tributária consiste na
obrigação tributária. Esta surge com a ocorrência do fato gerador, que é a
concretização da hipótese de incidência abstratamente prevista na norma. Assim, no
momento em que o sujeito passivo realiza o fato gerador, há o surgimento da
obrigação tributária. Nesse primeiro momento, a obrigação é ilíquida e inexigível.
Posteriormente, ocorre a constituição do crédito tributário. A partir da constituição, o
crédito se torna líquido e exigível. Por fim, há o terceiro momento, que é a inscrição
em dívida ativa. Com a inscrição, o crédito torna-se exequível, ou seja, passível de
cobrança judicial.
LEI FATO OBRIGAÇÃO CREDITO DIVIDA EXECUÇÃO
(hipótese de GERADOR TRIBUTARIA FISCAL
TRIBUTÁRIO ATIVA
Incidência)
TRIBUT

INEXIGÍVEL EXIGÍVEL EXEQUÍVEL

ENTÃO,

Exigível é todo crédito vencido e não pago. Sua eficácia não se subordina mais a
qualquer condição, termo ou encargo. É o crédito atual cujo cumprimento do
pagamento já foi solicitado ao devedor ou esperado até o prazo limite para
pagamento.

Certo é aquele crédito indubitável acerca de sua existência, capaz de evidenciar com
exatidão todos os elementos da respectiva relação jurídica (sujeitos, vínculo jurídico
e prestação).

Líquido é o crédito certo quanto à sua existência e determinado quanto ao seu


objeto (art. 1533 do Código Civil Brasileiro de 1916). A liquidez é um "plus" em
relação à certeza. Não há crédito líquido que não seja certo. A liquidez do objeto se
evidencia pela possibilidade de se calcular o valor a ser cobrado mediante meras
operações aritméticas.

Exequível é o crédito líquido e certo que, depois de realizado o controle da


legalidade do seu lançamento pela Administração, é regularmente inscrito no livro de
dívida ativa, do qual pode ser extraído uma certidão que tem validade de título
executivo extrajudicial.

2.5.3 - Revisão da Legislação

As Prefeituras devem estar atentas na melhoria das receitas próprias e na


obrigação de arrecadar, investindo e fortalecendo os Setores de Arrecadação de
seus Tributos.
É possível arrecadar com eficácia e eficiência, observando critérios
específicos para que tenhamos resultados satisfatórios:
1. Quadro de Fiscais Tributários em número suficiente (mínimo 2);
2. Pessoal treinado e bem informado;
3. Equipamentos de informática e soluções em sistemas que agilizem e
organizem eletronicamente os cadastros e as cobranças e, ainda,
promova a gestão dos créditos e da dívida ativa;
4. Legislações atualizadas e obrigações acessórias suficientes para se obter
as informações das quais se necessita com facilidade e objetividade.
5. Planejamento Estratégico Tributário e Fiscal como ferramenta auxiliar de
arrecadação.

Para que os Municípios arrecadem as suas receitas próprias, é necessário o


enfrentamento das demandas, entre elas, a consolidação das suas legislações
tributárias permanentemente, conforme determina o Código Tributário Nacional, em
seu art 212.

Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedirão,


por decreto, dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei, a
consolidação, em texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos
tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano.

2.6 FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA

A fiscalização tributária constitui atividade administrativa destinada à


verificação, pela Administração Tributária, do pagamento dos tributos e do
cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Obrigatoriedade esta contida na CF/88 em seu artigo 37, inciso XVIII e


XXII, aqueles destinados a representar a importância da fiscalização tributária, como
podemos observar,
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores
de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais, na forma da lei ou convênio.

Assim, tendo em vista que representa espécie de atividade administrativa


para a qual são dedicados muitos agentes públicos, os órgãos responsáveis pela
Administração Tributária costumam expedir atos normativos infralegais para definir
procedimentos de fiscalização, de modo a orientar os servidores sobre como devem
proceder nos atos de procedimento de fiscalização tributária.
O TCE RS, em resolução emitida em 2013, regulamenta no âmbito do
estado do Rio Grande do Sul a organização das Administrações Tributárias
Municipais, através da Resolução nº 987/2013 e que passa a integrar o sistema de
controle externo nas auditorias municipais.

Diretrizes e Procedimentos de Auditoria do TCE-RS


RESOLUÇÃO N. 987/2013
Dispõe sobre as diretrizes e os procedimentos de
auditoria a serem adotados pelo Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul, quando no exercício do
controle externo relativo à administração tributária e
fazendária municipal, e dá outras providências.
O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso de
suas atribuições constitucionais e legais,
Considerando a oportunidade de fixar diretrizes capazes de promover a valorização
e o aperfeiçoamento do controle externo da administração tributária municipal;
Considerando que o artigo 37, inciso XVIII, da Constituição da República, estabelece
a existência da administração fazendária municipal;
Considerando que o artigo 37, inciso XXII, da Constituição da República, incluído
pela Emenda Constitucional n. 42, de 19 de dezembro de 2003, institui a
administração tributária municipal exercida por servidores de carreira específica, a
qual atuará de forma integrada com as administrações tributárias da União e dos
Estados, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais,
na forma de lei ou convênio;
Considerando que o mesmo artigo 37, inciso XXII, da Constituição da República,
incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 2003, determinou que a administração
tributária municipal terá recursos prioritários para a realização de suas atividades;
Considerando que o artigo 167, inciso IV, da Constituição da República,
excepcionou da vedação à vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa a destinação de recursos para realização de atividades de administração
tributária;
Considerando que o artigo 70, caput, da Constituição da República, estabeleceu o
controle externo de renúncias de receitas; Considerando que os artigos 145, incisos
I, II e III, 149, § 1º, e 149-A, todos da Constituição da República, estabelecem as
exações que integram a competência tributária dos Municípios;
Considerando que o artigo 145, § 1º, da Constituição da República, estabeleceu que,
sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte;
Considerando que a Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (artigo 11),
estabeleceu como requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a
instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional dos Municípios;
Considerando a relevância da regular constituição, estruturação e funcionamento da
administração tributária no juízo a ser formulado por este Tribunal de Contas a
respeito das contas dos gestores públicos municipais;
Considerando que a administração pública deve pautar sua atuação sob os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência;
Considerando que a administração tributária é informada, entre outros, pelos
princípios da indisponibilidade do interesse público, da isonomia de tratamento e da
transparência fiscal, devendo em sua ação observar os direitos fundamentais dos
contribuintes, sobretudo o que concerne à justiça fiscal; e
Considerando, ainda, o contido no Processo n. 007439-02.00/13-5;

RESOLVE:

Art. 1º A presente Resolução dispõe sobre as diretrizes a serem adotadas pelo


Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul nos procedimentos de auditoria
ou inspeção junto aos sistemas de administração tributária e fazendária municipal.
Art. 2º Para efeitos desta Resolução, considera-se:
I – administração tributária (AT): atividade de caráter permanente, vinculada ao
interesse público, essencial à gestão pública municipal, organizada sob a forma de
sistema, responsável pela administração tributária; e
II – administração fazendária (AF): atividade de caráter permanente, vinculada ao
interesse público, essencial à gestão pública municipal, organizada sob a forma de
sistema, responsável pela administração orçamentário-financeira.
Art. 3º Para os fins previstos no artigo 1º desta Resolução, serão verificados,
segundo os critérios de criticidade e materialidade constantes da matriz de risco
aplicável, se os sistemas de administração tributária e fazendária municipal
desempenham, no mínimo, as atribuições a seguir elencadas:
I – quanto à administração tributária (AT):
a) gerir, administrar, planejar, normatizar e executar as atividades de fiscalização e
de imposição tributária;
b) preparar e julgar os processos administrativo-tributários de contencioso fiscal,
inclusive nos casos de pedidos de reconhecimento de imunidade, de não-incidência
e de isenção, ou, ainda, decidir sobre pedidos de moratória e de parcelamento de
créditos tributários e não-tributários;
c) acompanhar a formulação da política econômico-tributária, inclusive em relação a
benefícios fiscais e incentivos financeiros e fiscais;
d) decidir ou encaminhar para deliberação pedidos de cancelamento ou qualquer
outra forma de extinção de crédito tributário e não-tributário, nos termos do Código
Tributário Municipal;
e) divulgar a legislação tributária;
f) acompanhar e controlar as transferências intergovernamentais no âmbito de sua
competência;
g) verificar a regularidade da participação do Município no produto da arrecadação
dos tributos da União e do Estado;
h) promover medidas de aperfeiçoamento e regulamentação da legislação tributária
municipal, bem como adotar providências no sentido da sua consolidação;
i) preparar e julgar os processos administrativos, em primeira instância, que
contenham pedidos de restituição de receita pública municipal;
j) celebrar convênio com a administração tributária federal, estadual e dos demais
Municípios, para compartilhamento de cadastros e informações fiscais;
k) prestar apoio técnico ao órgão responsável pela representação judicial do
Município em matéria fiscal;
l) executar os procedimentos de formação e instrução de notificações relacionadas a
crimes praticados contra a ordem tributária; e
m) disponibilizar dados e prestar as informações necessárias para a atuação do
controle interno no exercício das atribuições descritas em Resolução específica
desta Corte de Contas.
II – quanto à administração fazendária (AF):
a) supervisionar, planejar, acompanhar e executar a ação da despesa orçamentária;
b) realizar a avaliação da despesa pública;
c) controlar as condições para abertura de créditos orçamentários adicionais e
outras alterações orçamentárias;
d) examinar proposições que impliquem impacto orçamentário, econômico ou
financeiro relevante nas contas do Município;
e) planejar, acompanhar e executar o fluxo financeiro do Município e o pagamento
de despesas públicas, bem como administrar os ingressos e respectivas
disponibilidades de caixa;
f) administrar e fiscalizar o pagamento de pessoal;
g) acompanhar a gestão financeira das entidades da administração indireta;
h) planejar e administrar a dívida pública municipal, bem como propor o
estabelecimento de normas específicas relativas às operações de crédito;
i) promover encontros de contas entre débitos e créditos no âmbito da administração
pública municipal;
j) examinar propostas de alienação de valores mobiliários e outros ativos financeiros
de propriedade do Município;
k) avaliar e acompanhar convênios e ajustes celebrados pela administração pública
municipal com a União, Estados e demais Municípios;
l) examinar os limites globais para a despesa pública municipal, compatíveis com as
estimativas de receita, a serem observados na elaboração orçamentária;
m) monitorar os gastos e inversões previdenciárias e avaliar seu impacto na
condução da política fiscal de longo prazo e na necessidade de financiamento;
n) editar atos normativos de caráter cogente para a administração pública municipal
direta e indireta em matéria financeira, orçamentária e de pessoal;
o) propor, implantar e acompanhar medidas concernentes à qualificação e eficiência
do gasto público;
p) avaliar os limites e parâmetros econômico-financeiros para a elaboração do
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e do projeto de lei orçamentária anual;
q) formular, gerir e acompanhar as diretrizes da política financeira municipal;
r) exercer o acompanhamento das receitas orçamentárias e extra-orçamentárias;
s) exercer a coordenação e a execução da política de crédito público, a
centralização e a guarda dos valores mobiliários; e
t) propor e acompanhar as metas fiscais para os fins da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
Art. 4º Além da verificação do desempenho das atribuições previstas no artigo 3º,
serão tratadas como irregularidades passíveis de aponte em relatório a configuração
das seguintes situações:
I – não adoção, de parte da AT, de medidas tendentes a evitar a renúncia de
receita, especialmente quando relacionada à concessão de anistia, remissão,
subsídio, crédito presumido, isenção em caráter não geral, à alteração de alíquota
ou à modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos
ou contribuições, além de outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado;
II – unidade gestora do sistema de administração tributária do município, prevista no
inciso I do artigo 3º, integrada por servidores não investidos em cargos de
provimento efetivo, organizados em carreira, com previsão de atuação exclusiva na
unidade e/ou cuja habilitação não seja compatível com a natureza das respectivas
atribuições.
Art. 5º O Tribunal de Contas poderá requisitar dados e informações referentes às
ações, atividades e procedimentos de responsabilidade das administrações tributária
e fazendária municipal, através de seus sistemas informatizados, ficando
asseguradas, nos termos da lei, a manutenção do sigilo fiscal e a desidentificação
do respectivo contribuinte, enquanto o crédito tributário não for passível de inscrição
em dívida ativa.
Art. 6º As disposições dos artigos 3º e 4º deverão ser observadas por ocasião da
elaboração da programação anual das auditorias e inspeções a serem realizadas
nos Municípios com população a partir de vinte mil habitantes, a contar do plano
operativo anual de auditorias do exercício de 2013, e nos municípios com menos de
vinte mil habitantes, a partir do plano operativo anual de auditorias do exercício de
2014.
Art. 7º Esta Resolução entrará em vigor na data da sua publicação.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
PLENÁRIO GASPAR SILVEIRA MARTINS, 10 de julho de 2013.
Presidente CONSELHEIRO CEZAR MIOLA
Relator CONSELHEIRO ALGIR LORENZON
CONSELHEIRO MARCO ANTONIO LOPES PEIXOTO
CONSELHEIRO IRADIR PIETROSKI
CONSELHEIRO ESTILAC MARTINS RODRIGUES XAVIER
CONSELHEIRO-SUBSTITUTO CESAR SANTOLIM
Fui presente: PROCURADOR-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO A ESTE
TRIBUNAL, GERALDO COSTA DA CAMINO

Assim, mais especificamente, o quadro fiscal dos Municípios necessitam


aprimorar seus conhecimentos para que possam desempenhas as funções que por
ventura lhe sejam cobradas pelo TCE, vindo a ser responsabilizado aquele gestor
que não constituir sua AT e AF conforme dispões a Resolução do TCE e, se assim
disponibilizar, o fisco tem a obrigação da observância destes preceitos para não
3. TRIBUTOS MUNICIPAIS

3.1 IMPOSTOS

3.1.1. IPTU

Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, de competência


Municipal, conforme prevê o art 156, inciso I, da CF/88,

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II –.........................
III - .......................
E regrado pelo dispositivo legal contido no artigo 32 da Lei n° 5.172/66 (CTN),

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial
urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por
natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão
urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à
habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos
termos do parágrafo anterior.

O imposto previsto no art 32, possui certos regramentos definidos, conforme


podemos observar no § 1°, incisos I ao V do mencionado artigo, sendo que sem no
mínimo 2 dos elementos vinculados, não será considerada zona urbana, sendo
assim o IPTU não poderá ser cobrado.
3.1.1.1 LANÇAMENTO E BASE DE CÁLCULO

Fato Gerador

O artigo 32 do Código Tributário Nacional, por sua vez, dispõe que o fato
gerador do IPTU é:

“a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por


acessão física, localizado na zona urbana do Município.”

Podemos observar neste conceito, parte do Direito Civil, sendo o conceito de


proprietário encontrado no artigo 1.228 do Código Civil, que determina que o
proprietário é aquele que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa,
configurando o direito real mais amplo.

“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da


coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha.”

O domínio útil, por sua vez, configura o direito de usufruir do imóvel da


maneira mais ampla possível, podendo, inclusive, transmiti-lo a terceiro.

O pagamento do IPTU deve ser realizado mesmo em se tratando de imóvel


irregular. Cumpre ressaltar que o pagamento de IPTU de imóveis irregulares não
implica em sua regularização, que deverá ser feita pela via administrativa ou
judiciária.
Por meio do lançamento, a autoridade competente declara formalmente a
ocorrência do fato gerador, identificando o sujeito passivo e demais elementos da
obrigação, constituindo o crédito tributário. É isso que define o art. 142 do CTN:
“Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação
da penalidade cabível.”

A partir desta definição, pode-se considerar que o lançamento é um


acertamento da relação jurídica obrigacional tributária pela autoridade administrativa.
Além de definir o que é lançamento, o art. 142, em seu parágrafo único, determina
as características do lançamento:
“Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.”
Como já determina o dispositivo, o lançamento é atividade vinculada e
obrigatória.
Entende-se por atividade obrigatória aquela que deve ser realizada, que não
é facultativa. No caso do lançamento, quando ocorre o fato gerador da obrigação
tributária, a autoridade tem o dever de constatar o fato, apurar o valor devido e
promover-lhe a cobrança. Ou seja, ocorrido o fato gerador, a autoridade
administrativa tem a obrigação verificá-lo e promover-lhe o lançamento.
Atividade vinculada é aquela em que todos os seus elementos estão
definidos na lei. Como o lançamento é o ato que constitui o crédito tributário, pode-
se concluir que todos os elementos para constituição do crédito tributário são
definidos na lei, cabendo à autoridade administrativa constituir o crédito nos exatos
termos da norma. Dessa forma, não cabe à autoridade administrativa, por exemplo,
escolher a alíquota ou base de cálculo, dar desconto, ampliar prazo etc. Deve aplicar
exatamente o que está previsto na lei. Como ato administrativo, o lançamento
para se aperfeiçoar requer a notificação do contribuinte.
No IPTU não há a necessidade de notificação do contribuinte, basta o envio
do carnê, conforme súmula 397 do STJ:
Súmula397

“O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê


ao seu endereço.”

Ainda assim recentemente temos a súmula 626

Súmula STJ 626 – A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área


considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está
condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN.
Base de Cálculo

A Base de Cálculo do IPTU está definida no artigo 33 do CTN, e baseia-se


no valor venal do imóvel, que é aquele que o bem atingiria se fosse ser colocado à
venda e cujo preço seria equivalente ao apurado na venda à vista.

“Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.”

Para efeito de entendimento da legislação, Valor Venal, pode ser entendido


como aquele valor estipulado pelo Município, tomando por base vários elementos
norteadores e basilares para sua medição, como valores de mercado para
determinada localização imobiliária, valor do metro quadrado da construção pelo
CUB, valores de transações do mesmo nível em determinada área e assim por
diante.
Podemos ainda afirmar que a avaliação do imóvel, seja ele edificado ou não,
merece toda a atenção para que não deixemos de fazer uma avaliação correta e
assim ocorrer para uma possível renúncia de receita, diminuindo nosso valor de
lançamento do Imposto.
Na Planta Genérica de Valores do IPTU necessitamos observar que os
valores a serem avaliados devem condizer o mais próximo possível daqueles
praticados no mercado, devendo em casos de cálculos fora da realidade, atualizar
as nossas alíquotas.
O cálculo do valor do IPTU é feito através da multiplicação do valor venal do
imóvel pela respectiva alíquota, assim definida em lei municipal, aquela cujo
percentual se encontra ajustado devidamente para cada situação imobiliária.

Contribuinte do IPTU

O contribuinte do IPTU está disciplinado no art 34 do CTN,

“Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu


domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.”
Mas que tenha a intenção de ser dono da coisa.

Dessa forma, não são contribuintes o mero detentor, o titular de direito de


habitação, o locatário, o arrendatário e o comodatário.

Em relação ao usufrutuário, prevalece o entendimento de que o mesmo é


responsável pelo pagamento do IPTU por possuir direito à posse, ao uso e à
administração, bem como dos frutos do imóvel.

Importante ressaltar que o contribuinte é aquele que tem uma relação com o
fisco, aquele que pode sofrer uma execução fiscal.

Superior Tribunal de Justiça. 2ª Turma. AgRg no AREsp 789835 / SP. 03/11/2015


Ementa
TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPTU. ILEGITIMIDADE
ATIVA DO LOCATÁRIO PARA POSTULAR DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA
TRIBUTÁRIA E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRECEDENTES. 1. A jurisprudência deste Superior Tribunal
de Justiça é no sentido de que "o locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável
tributário, não tem legitimidade ativa para postular a declaração de inexistência de relação jurídica
tributária, bem como a repetição de indébito referente ao IPTU, à Taxa de Conservação e Limpeza Pública
ou à Taxa de Iluminação Pública" (AgRg no REsp 836.089/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 23/02/2011, DJe 26/04/2011). 2. Agravo regimental não provido.
Decisão
Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas,
o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental,
nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães, os Srs.
Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin e Og Fernandes (Presidente) votaram com o Sr. Ministro
Relator.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 434.251 RIO DE JANEIRO 19/04/2017


RELATOR : MIN. EDSON FACHIN REDATORA DO ACÓRDÃO RISTF : MIN. CÁRMEN LÚCIA RECTE.(S)
:MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) :JOSÉ EDUARDO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
RECDO.(A/S) :DISBARRA - DISTRIBUIDORA BARRA DE VEÍCULOS LTDA ADV.(A/S) :ANDRÉ FURTADO
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (ART. 150, INC. VI, AL. A,
DA CONSTITUIÇÃO). BEM IMÓVEL DA UNIÃO. CESSÃO A EMPREENDIMENTO PRIVADO EXPLORADOR
DE ATIVIDADE ECONÔMICA. INAPLICABILIDADE DA SALVAGUARDA CONSTITUCIONAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
SEGUNDOS EMB .DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.720 RIO DE JANEIRO
12/04/2018 EMBARGOS DECLARATÓRIOS – ACÓRDÃO – VÍCIO – INEXISTÊNCIA. Inexistindo, no
acórdão formalizado, qualquer dos vícios que os respaldam – omissão, contradição, obscuridade e
erro material –, impõe-se o desprovimento.

“Incide o IPTU considerado o imóvel de pessoa jurídica de direito


público cedido a pessoa jurídica de direito privado devedora do
tributo”.
“Ministro Marco Aurélio” RE 434.251
3.1.1.2 IPTU PROGRESSIVO

A progressividade do IPTU, está inserida nas normas legais, especificamente


na Constituição Federal de 1988, no parágrafo 3°, incisos I e II do art 156,

Art. 156. ...........................


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - ...........................
III - ..........................
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, §
4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

(alterado pela EC 29/2000)

A Emenda Constitucional 29/2000 estipulou que o Imposto sobre a


Propriedade Predial e Territorial Urbana teria características de progressão ("IPTU
Progressivo"), determinando que o imposto poderá:

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

O Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) estabelece normas de ordem pública


e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ambiental.

Progressão do IPTU

Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos no plano


diretor, ou não sendo cumpridas as etapas previstas nos empreendimentos de
grande porte, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado no plano diretor e não
excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota
máxima de quinze por cento.

Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos,
o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida
obrigação.

PRESCRIÇÃO DO IPTU – CONTAGEM DO PRAZO – QUANDO???

Em decisão recente, foi publicado acórdão no qual o STJ consolidou


entendimento, em recurso repetitivo (REsp 1641011) no seguinte sentido:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.641.011 - PA (2016/0313842-4) RELATOR : MINISTRO


NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : MUNICIPIO DE BELEM
PROCURADOR : JOBER NUNES DE FREITAS E OUTRO(S) - PA009782 RECORRIDO :
JOSÉ DE SOUZA CAVALCANTE ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS
AUTOS - SE000000M INTERES. : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA -
"AMICUS CURIAE" EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO
ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. IPTU. PRESCRIÇÃO. TERMO
INICIAL. DIA SEGUINTE AO VENCIMENTO DA EXAÇÃO. PARCELAMENTO DE
OFÍCIO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA. NÃO CONFIGURAÇÃO DE CAUSA SUSPENSIVA
DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO. MORATÓRIA OU PARCELAMENTO APTO A
SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NECESSÁRIA
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO CONTRIBUINTE. PARCELAMENTO DE
OFÍCIO. MERO FAVOR FISCAL. APLICAÇÃO DO RITO DO ART. 1.036 E
SEGUINTES DO CPC/2015. ART. 256-I DO RISTJ. RECURSO ESPECIAL DO
MUNICÍPIO DE BELÉM/PA A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

Também, podemos observar mesmo entendimento, do STJ, no julgamento


do REsp 1658517,

RECURSO ESPECIAL Nº 1.658.517 - PA (2016/0305954-5) RELATOR :


MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : MUNICÍPIO DE
BELÉM PROCURADOR : MARIA DOS SANTOS ANTUNES E OUTRO(S) -
PA011599 RECORRIDO : SEBASTIÃO DA S OLIVEIRA ADVOGADO : SEM
REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M INTERES. : DEFENSORIA
PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA - "AMICUS CURIAE" ADVOGADO :
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA INTERES. : DEFENSORIA
PÚBLICA DA UNIÃO - "AMICUS CURIAE" EMENTA PROCESSUAL CIVIL E
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA.
IPTU. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DIA SEGUINTE AO VENCIMENTO DA
EXAÇÃO. PARCELAMENTO DE OFÍCIO DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA. NÃO
CONFIGURAÇÃO DE CAUSA SUSPENSIVA DA CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO.
MORATÓRIA OU PARCELAMENTO APTO A SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. NECESSÁRIA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO
CONTRIBUINTE. PARCELAMENTO DE OFÍCIO. MERO FAVOR FISCAL.
APLICAÇÃO DO RITO DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015. ART. 256-I
DO RISTJ. RECURSO ESPECIAL DO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA A QUE SE NEGA
PROVIMENTO.

Ementa: TRIBUTÁRIO. IPTU. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. FALTA DE


PREQUESTIONAMENTO DA TESE. IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO
FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ.1. Constituído o crédito tributário pelo
envio do carnê ao endereço do sujeito passivo e encontrando-se pendente o
prazo de vencimento para o pagamento voluntário, ainda não surge para o
credor a pretensão executória, sem a qual não tem início o prazo
prescricional. Precedentes: EDcl no AREsp 44.530/RS, Rel. Ministro CASTRO
MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/03/2012, DJe 28/03/2012; AgRg no Ag
1310091/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
02/09/2010, DJe 24/09/2010; e REsp 1180299/MG, Rel. Ministra ELIANA CALMON,
SEGUNDA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 08/04/2010.

3.1.1.3 RECOMENDAÇÕES PERTINENTES

Atribuições Fiscais no IPTU


1) Análise e crítica dos relatórios de lançamento por bairro, por tipo de utilização dos
imóveis, por valor lançado e outras modalidades de relatórios;
2) Análise e parecer sobre reclamação ou recurso de contribuinte;
3) Análise e aprovação/recomendação de retificação de dados cadastrais e de
parcelamentos de débitos;
4) Aprovação/recomendação de novo lançamento ou por ofício.
5) Procedimentos Fiscais de Diligência Interna;
6) Procedimentos Fiscais Administrativos.

Cuidados com IPTU

1. Nunca aumentar Base de cálculo ou alíquotas através de Decreto, isso fere o


dispositivo constitucional do art 150, inciso I da CF/88 e inteligência do Art 97
do CTN.

2. Observar os dispositivos do CTM, para que o contribuinte seja notificado do


lançamento e dos prazos e assim poder exercer seu direito de contestação.

3. Refiz.........observar para não beneficiar somente o mau pagador

4. Desconto progressivo para beneficiar o bom pagador

Recadastramento Imobiliário

A gestão eficaz das Receitas Próprias de forma a cumprir os preceitos


constitucionais e otimizar a arrecadação pode ser implementada gradativamente,
mas exige medidas concretas e efetivas.

O bom administrador está constantemente voltado para os interesses dos


seus munícipes, buscando levar aos mesmos, entre outras coisas, "justiça fiscal".

Em se tratando de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a dinâmica de


crescimento de uma cidade requer uma constante "atualização dos dados de seu
cadastro imobiliário" e uma "reavaliação periódica dos valores venais dos
seus imóveis", pois o simples lançamento anual de índices de atualização ou
reajuste de tributos podem acarretar grandes injustiças.

Vários são os prejuízos causados pelo mau controle imobiliário municipal,


dentre eles podemos citar:

1. Não lançamento dos acréscimos das áreas construídas, benfeitorias e novas


construções;
2. Não acompanhamento das melhorias por obras públicas onde o imóvel se
auto valoriza;
3. Não acompanhamento por razões diversas de construções irregulares que
não são devidamente lançadas no cadastro imobiliário.

O Cadastramento e Recadastramento Imobiliário, Cadastro de Logradouro e a


Atualização da Planta Genérica de Valores e de suas Tabelas, são instrumentos
técnicos que o administrador municipal dispõe para levar aos seus munícipes
"Justiça Fiscal", a qual não reside apenas em fazer com que todos paguem seus
impostos, mas que paguem o justo valor do seu Imposto Predial e Território Urbano
e suas taxas.

Os benefícios do Recadastramento Imobiliário

1. Atualização e consistência das informações disponíveis ao administrador


público e à sociedade;
2. Redução de despesas como resultado direto da melhor utilização de
recursos públicos;
3. Melhoria na arrecadação e consequente aumento de recursos disponíveis aos
projetos de interesse da sociedade;
4. Justiça fiscal através da agilidade na apuração de informações que afetam o
cálculo de impostos;
5. Mecanismos de geo-referenciamento que permite uma constante avaliação
por parte da administração tributária de possíveis modificações e/ou alterações da
planta imobiliária;
6. Transparência no processo de planejamento tributário;
7. Melhor controle do lançamento e arrecadação do IPTU e controle da Coleta
de Lixo.
Planta Genérica de Valores

Um dos instrumentos mais importantes para melhorar a fonte de recursos,


atua na cobrança do imposto predial e territorial urbano – IPTU.
Esta planta permite a fixação prévia de valores básicos unitários dos
terrenos, expresso por metro quadrado de área edificada em função do tipo,
localização dentro do perímetro e padrão de localização dentro da quadra a qual
pertence.
A Planta Genérica de Valores, reflete os índices de valorização imobiliária e
pode facilitar a ação reguladora do governo municipal quanto ao uso e ocupação do
solo.
A PGV, sem sombra de dúvidas deverá ser a responsável pela ampliação das
receitas de forma justa. O que mais deve ser levado em consideração é a correta
avaliação dos bens imóveis para fins de tributação de ITBI.
Cadastro de Informações Sociais

Deve ter inserido no sistema de gestão de controle da Planta Imobiliária,


Informações sobre as condições sociais e econômicas, demográficas, emprego e
renda, educação, habitação, saúde e saneamento da população local.
Isso propicia à administração o controle estatístico e a obtenção em
segundos da situação da vida daquela família que reside naquele imóvel, como
quantas pessoas, quem são, frequência escolar, uso da unidade de saúde etc...
.
Cadastro de informações econômicas

É composto por um conjunto de informações de cada agente econômico:


comércio, indústria e prestação de serviços, existentes no município.
É dado ênfase ao levantamento de informações sobre o setor terciário da
economia local especialmente os prestadores de serviços face à importância deste
segmento na ocupação da mão de obra e como fonte de recursos possibilitando a
comunidade para cobrança de impostos sobre serviços, ISS.

3.1.2 ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza

O Imposto de Serviços de qualquer natureza, também conhecido como ISS, é


um imposto Municipal previsto na CF/88 no inciso III do art 156, com
regulamentação dada pela LC n° 116/2003 e sua lista de serviços, alterada
recentemente pela LC n° 157/2016, a qual inseriu serviços a lista, bem como alterou
locais da incidência de alguns serviços e tratou de medidas relativas isenções e
alíquotas mínimas a serem aplicadas.
O ISS é responsável em grande parte dos casos pela maior arrecadação
própria dos Municípios.
Em alguns casos, esse imposto é relativamente maior inclusive que a
arrecadação de ICMS.

FATO GERADOR

O Art 1° da LC n° 116/2003, assim define o fato gerador do ISS como sendo a


prestação de serviços constantes da lista anexa.

“Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de


competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a
prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador.”

Com a promulgação da LC n° 157/2016, muitos serviços foram inseridos a


lista e outros foram devidamente alterados, tendo como local da incidência o
domicilio do tomador de serviços.

O Art 3° da LC n° 116/2003 recepcionou as alterações trazidas pela nova legislação,


incluindo incisos e modificando outros, conforme podemos observar:

Art. 3o O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento


prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas
hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto será devido no local:
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1 o do art. 1o desta Lei
Complementar;
II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos
serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista
anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem,
separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos,
imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos
no subitem 7.10 da lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos,
químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio,
silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e
serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para
quaisquer fins e por quaisquer meios;
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêneres,
no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista
anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no
subitem 11.01 da lista anexa;
XVI - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou
monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, no
caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no
caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços
descritos pelo item 16 da lista anexa;
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimento,
onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da lista anexa;
XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento,
organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da lista
anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviário, no
caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09;
XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas
administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem 15.01;
XXV - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09.

Pacificado ainda a incidência de alíquotas mínimas no referido imposto, de


que trata a legislação, sendo incluído na LC n° 116/2003 o Art 8°A, o qual fixa em
2% a alíquota mínima do imposto, conforme parágrafos constantes do artigo 8°A,
assim descritos:

Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2%


(dois por cento).
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios
tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou
outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga
tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput,
exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta
Lei Complementar.
§ 2o É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as
disposições relativas à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a
tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o
prestador do serviço.
§ 3o A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para o prestador do serviço,
perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o
direito à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza calculado sob a égide da lei nula.

Nota-se que o legislador ao editar a presente norma, deixou a exceção das


concessões de incentivos e benefícios tributários, 3 itens da lista de serviços anexa,
ou seja, os itens 7.02, 7.05 e 16.01, sendo que os dois primeiros referentes a
construção civil e o último aos sérvios de transportes coletivos municipais de
passageiros, sejam eles rodoviários, ferroviários, metroviários ou aquaviários, assim
dispostos:

7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção


civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de
poços, escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a
instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de
mercadorias produzidas pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços,
que fica sujeito ao ICMS).

7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres


(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local
da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e


aquaviário de passageiros.

Reproduzimos na íntegra a LC n° 116/2003 com as suas alterações


compostas pela LC n° 157/2003, já alteradas tanto a legislação quanto a lista de
serviços anexa, servindo assim para maior e melhor entendimento do fisco municipal
no acompanhamento da legislação aplicável:

LEI COMPLEMENTAR Nº 157, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2016


Altera a Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe
sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, a Lei no 8.429, de
2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa), e a Lei
Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990, que “dispõe sobre critérios
e prazos de crédito das parcelas do produto da arrecadação de impostos
de competência dos Estados e de transferências por estes recebidos,
pertencentes aos Municípios, e dá outras providências”.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1o A Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, passa a vigorar com as


seguintes alterações:
“Art. 3o O serviço considera-se prestado, e o imposto, devido, no local do estabelecimento
prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas
hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto será devido no local:
.............................................................................................
XII - do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio,
silagem, colheita, corte, descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e
serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas para
quaisquer fins e por quaisquer meios;
.............................................................................................
XVI - dos bens, dos semoventes ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou
monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;
.............................................................................................
XIX - do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos
pelo item 16 da lista anexa;
.............................................................................................
XXIII - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 4.22, 4.23 e 5.09; (Partes
mantidas)
XXIV - do domicílio do tomador do serviço no caso dos serviços prestados pelas
administradoras de cartão de crédito ou débito e demais descritos no subitem 15.01;
XXV - do domicílio do tomador dos serviços dos subitens 10.04 e 15.09.
XXIV - (VETADO);
XXV - (VETADO).
.............................................................................................

§ 4o § 4o Na hipótese de descumprimento do disposto no caput ou no § 1o, ambos do


art. 8o-A desta Lei Complementar, o imposto será devido no local do estabelecimento do
tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de estabelecimento, onde ele estiver
domiciliado
“Art. 6o ..........................................................................
§ 2o ..............................................................................
III - a pessoa jurídica tomadora ou intermediária de serviços, ainda que imune ou isenta, na
hipótese prevista no § 4o do art. 3o desta Lei Complementar.
§ 3o No caso dos serviços descritos nos subitens 10.04 e 15.09, o valor do imposto é
devido ao Município declarado como domicílio tributário da pessoa jurídica ou física
tomadora do serviço, conforme informação prestada por este.
§ 4o No caso dos serviços prestados pelas administradoras de cartão de crédito e
débito, descritos no subitem 15.01, os terminais eletrônicos ou as máquinas das operações
efetivadas deverão ser registrados no local do domicílio do tomador do serviço.

Art. 2o A Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, passa a vigorar acrescida


do seguinte art. 8o-A:

“Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2%


(dois por cento).
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios
tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou de crédito presumido
ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, direta ou indiretamente, em carga
tributária menor que a decorrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput,
exceto para os serviços a que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a
esta Lei Complementar.
§ 2o É nula a lei ou o ato do Município ou do Distrito Federal que não respeite as
disposições relativas à alíquota mínima previstas neste artigo no caso de serviço prestado a
tomador ou intermediário localizado em Município diverso daquele onde está localizado o
prestador do serviço.
§ 3o A nulidade a que se refere o § 2o deste artigo gera, para o prestador do serviço,
perante o Município ou o Distrito Federal que não respeitar as disposições deste artigo, o
direito à restituição do valor efetivamente pago do Imposto sobre Serviços de Qualquer
Natureza calculado sob a égide da lei nula.”

Art. 3o A lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003,


passa a vigorar com as alterações constantes do Anexo desta Lei Complementar.

Art. 4o A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa),


passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Seção II-A
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação
Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.”
“Art. 12. .......................................................................
.............................................................................................
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício
financeiro ou tributário concedido.
...................................................................................” (NR)
“Art. 17. ........................................................................
.............................................................................................
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente
tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e
o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.” (NR)
Art. 5o O art. 3o da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990, passa a vigorar
acrescido dos seguintes §§ 1o-A e 1o-B: (Produção de efeito)
“Art. 3 ..........................................................................
o

.............................................................................................
§ 1o-A. Na hipótese de pessoa jurídica promover saídas de mercadorias por
estabelecimento diverso daquele no qual as transações comerciais são realizadas,
excluídas as transações comerciais não presenciais, o valor adicionado deverá ser
computado em favor do Município onde ocorreu a transação comercial, desde que ambos os
estabelecimentos estejam localizados no mesmo Estado ou no Distrito Federal.
§ 1o-B. No caso do disposto no § 1o-A deste artigo, deverá constar no documento fiscal
correspondente a identificação do estabelecimento no qual a transação comercial foi
realizada.

Art. 6o Os entes federados deverão, no prazo de 1 (um) ano contado da publicação


desta Lei Complementar, revogar os dispositivos que contrariem o disposto no caput e no §
1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

Art. 7o Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

§ 1o O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º do art. 8o-A da Lei Complementar no 116, de


31 de julho de 2003, e no art. 10-A, no inciso IV do art. 12 e no § 13 do art. 17, todos da Lei
no 8.429, de 2 de junho de 1992, somente produzirão efeitos após o decurso do prazo
referido no art. 6o desta Lei Complementar.
§ 2o O disposto nos §§ 1º-A e 1o-B do art. 3o da Lei Complementar no 63, de 11 de
janeiro de 1990, produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exercício subsequente ao da
entrada em vigor desta Lei Complementar, ou do primeiro dia do sétimo mês subsequente a
esta data, caso este último prazo seja posterior.
Brasília, 29 de dezembro de 2016; 195o da Independência e 128o da República.
MICHEL TEMER
Henrique Meirelles
Marcos Pereira
ANEXO
(Lista de serviços anexa à Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003)
“1 - .................................................................................
.............................................................................................
1.03 - Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens,
vídeos, páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres.
1.04 - Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos,
independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será
executado, incluindo tablets, smartphones e congêneres.
.............................................................................................
1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e
texto por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a
distribuição de conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que
trata a Lei no 12.485, de 12 de setembro de 2011, sujeita ao ICMS).
.............................................................................................
6 - ..................................................................................
.............................................................................................
6.06 - Aplicação de tatuagens, piercings e congêneres.
7 - .................................................................................
.............................................................................................
7.16 - Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo,
plantio, silagem, colheita, corte e descascamento de árvores, silvicultura, exploração
florestal e dos serviços congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de
florestas, para quaisquer fins e por quaisquer meios.
.............................................................................................
11 - ..............................................................................
.............................................................................................
11.02 - Vigilância, segurança ou monitoramento de bens, pessoas e semoventes.
.............................................................................................
13 - ...............................................................................
.............................................................................................
13.05 - Composição gráfica, inclusive confecção de impressos gráficos,
fotocomposição, clicheria, zincografia, litografia e fotolitografia, exceto se destinados a
posterior operação de comercialização ou industrialização, ainda que incorporados, de
qualquer forma, a outra mercadoria que deva ser objeto de posterior circulação, tais como
bulas, rótulos, etiquetas, caixas, cartuchos, embalagens e manuais técnicos e de instrução,
quando ficarão sujeitos ao ICMS.
14 - ................................................................................
.............................................................................................
14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento,
lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, plastificação,
costura, acabamento, polimento e congêneres de objetos quaisquer.
.............................................................................................
14.14 - Guincho intramunicipal, guindaste e içamento.
.............................................................................................
16 - ...............................................................................
16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e
aquaviário de passageiros.
16.02 - Outros serviços de transporte de natureza municipal.
17 - ................................................................................
.............................................................................................
17.25 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade,
em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita).
.............................................................................................
25 - ................................................................................
.............................................................................................
25.02 - Translado intramunicipal e cremação de corpos e partes de corpos
cadavéricos.
.............................................................................................
25.05 - Cessão de uso de espaços em cemitérios para sepultamento.
Lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

1 – Serviços de informática e congêneres.

1.01 – Análise e desenvolvimento de sistemas.

1.02 – Programação.

1.03 - Processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos,


páginas eletrônicas, aplicativos e sistemas de informação, entre outros formatos, e
congêneres. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

1.04 - Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos,


independentemente da arquitetura construtiva da máquina em que o programa será executado,
incluindo tablets, smartphones e congêneres. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de
2016)

1.05 – Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação.

1.06 – Assessoria e consultoria em informática.

1.07 – Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de


programas de computação e bancos de dados.

1.08 – Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas.

1.09 - Disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto
por meio da internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos (exceto a distribuição de
conteúdos pelas prestadoras de Serviço de Acesso Condicionado, de que trata a Lei no 12.485, de 12
de setembro de 2011, sujeita ao ICMS). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

2 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.

2.01 – Serviços de pesquisas e desenvolvimento de qualquer natureza.

3 – Serviços prestados mediante locação, cessão de direito de uso e congêneres.

3.01 – (VETADO)

3.02 – Cessão de direito de uso de marcas e de sinais de propaganda.

3.03 – Exploração de salões de festas, centro de convenções, escritórios


virtuais, stands, quadras esportivas, estádios, ginásios, auditórios, casas de espetáculos, parques de
diversões, canchas e congêneres, para realização de eventos ou negócios de qualquer natureza.

3.04 – Locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso,


compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de qualquer natureza.

3.05 – Cessão de andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário.

4 – Serviços de saúde, assistência médica e congêneres.

4.01 – Medicina e biomedicina.


4.02 – Análises clínicas, patologia, eletricidade médica, radioterapia, quimioterapia, ultra-
sonografia, ressonância magnética, radiologia, tomografia e congêneres.

4.03 – Hospitais, clínicas, laboratórios, sanatórios, manicômios, casas de saúde, prontos-


socorros, ambulatórios e congêneres.

4.04 – Instrumentação cirúrgica.

4.05 – Acupuntura.

4.06 – Enfermagem, inclusive serviços auxiliares.

4.07 – Serviços farmacêuticos.

4.08 – Terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia.

4.09 – Terapias de qualquer espécie destinadas ao tratamento físico, orgânico e mental.

4.10 – Nutrição.

4.11 – Obstetrícia.

4.12 – Odontologia.

4.13 – Ortóptica.

4.14 – Próteses sob encomenda.

4.15 – Psicanálise.

4.16 – Psicologia.

4.17 – Casas de repouso e de recuperação, creches, asilos e congêneres.

4.18 – Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.

4.19 – Bancos de sangue, leite, pele, olhos, óvulos, sêmen e congêneres.

4.20 – Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais biológicos de qualquer
espécie.

4.21 – Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e congêneres.

4.22 – Planos de medicina de grupo ou individual e convênios para prestação de assistência


médica, hospitalar, odontológica e congêneres.

4.23 – Outros planos de saúde que se cumpram através de serviços de terceiros contratados,
credenciados, cooperados ou apenas pagos pelo operador do plano mediante indicação do
beneficiário.

5 – Serviços de medicina e assistência veterinária e congêneres.

5.01 – Medicina veterinária e zootecnia.

5.02 – Hospitais, clínicas, ambulatórios, prontos-socorros e congêneres, na área veterinária.


5.03 – Laboratórios de análise na área veterinária.

5.04 – Inseminação artificial, fertilização in vitro e congêneres.

5.05 – Bancos de sangue e de órgãos e congêneres.

5.06 – Coleta de sangue, leite, tecidos, sêmen, órgãos e materiais biológicos de qualquer
espécie.

5.07 – Unidade de atendimento, assistência ou tratamento móvel e congêneres.

5.08 – Guarda, tratamento, amestramento, embelezamento, alojamento e congêneres.

5.09 – Planos de atendimento e assistência médico-veterinária.

6 – Serviços de cuidados pessoais, estética, atividades físicas e congêneres.

6.01 – Barbearia, cabeleireiros, manicuros, pedicuros e congêneres.

6.02 – Esteticistas, tratamento de pele, depilação e congêneres.

6.03 – Banhos, duchas, sauna, massagens e congêneres.

6.04 – Ginástica, dança, esportes, natação, artes marciais e demais atividades físicas.

6.05 – Centros de emagrecimento, spa e congêneres.

6.06 - Aplicação de tatuagens, piercings e congêneres. (Incluído pela Lei Complementar nº


157, de 2016)

7 – Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo, construção civil,


manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e congêneres.

7.01 – Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia, urbanismo, paisagismo e


congêneres.

7.02 – Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção


civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços,
escavação, drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e
montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas
pelo prestador de serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

7.03 – Elaboração de planos diretores, estudos de viabilidade, estudos organizacionais e


outros, relacionados com obras e serviços de engenharia; elaboração de anteprojetos, projetos
básicos e projetos executivos para trabalhos de engenharia.

7.04 – Demolição.

7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres


(exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos serviços, fora do local da
prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

7.06 – Colocação e instalação de tapetes, carpetes, assoalhos, cortinas, revestimentos de


parede, vidros, divisórias, placas de gesso e congêneres, com material fornecido pelo tomador do
serviço.
7.07 – Recuperação, raspagem, polimento e lustração de pisos e congêneres.

7.08 – Calafetação.

7.09 – Varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, separação e destinação


final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer.

7.10 – Limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés,


piscinas, parques, jardins e congêneres.

7.11 – Decoração e jardinagem, inclusive corte e poda de árvores.

7.12 – Controle e tratamento de efluentes de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos


e biológicos.

7.13 – Dedetização, desinfecção, desinsetização, imunização, higienização, desratização,


pulverização e congêneres.

7.14 – (VETADO)

7.15 – (VETADO)

7.16 - Florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação, reparação de solo, plantio,


silagem, colheita, corte e descascamento de árvores, silvicultura, exploração florestal e dos serviços
congêneres indissociáveis da formação, manutenção e colheita de florestas, para quaisquer fins e por
quaisquer meios. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

7.17 – Escoramento, contenção de encostas e serviços congêneres.

7.18 – Limpeza e dragagem de rios, portos, canais, baías, lagos, lagoas, represas, açudes e
congêneres.

7.19 – Acompanhamento e fiscalização da execução de obras de engenharia, arquitetura e


urbanismo.

7.20 – Aerofotogrametria (inclusive interpretação), cartografia, mapeamento, levantamentos


topográficos, batimétricos, geográficos, geodésicos, geológicos, geofísicos e congêneres.

7.21 – Pesquisa, perfuração, cimentação, mergulho, perfilagem, concretação, testemunhagem,


pescaria, estimulação e outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás
natural e de outros recursos minerais.

7.22 – Nucleação e bombardeamento de nuvens e congêneres.

8 – Serviços de educação, ensino, orientação pedagógica e educacional, instrução, treinamento


e avaliação pessoal de qualquer grau ou natureza.

8.01 – Ensino regular pré-escolar, fundamental, médio e superior.

8.02 – Instrução, treinamento, orientação pedagógica e educacional, avaliação de


conhecimentos de qualquer natureza.

9 – Serviços relativos a hospedagem, turismo, viagens e congêneres.

9.01 – Hospedagem de qualquer natureza em hotéis, apart-service condominiais, flat, apart-


hotéis, hotéis residência, residence-service, suite service, hotelaria marítima, motéis, pensões e
congêneres; ocupação por temporada com fornecimento de serviço (o valor da alimentação e gorjeta,
quando incluído no preço da diária, fica sujeito ao Imposto Sobre Serviços).

9.02 – Agenciamento, organização, promoção, intermediação e execução de programas de


turismo, passeios, viagens, excursões, hospedagens e congêneres.

9.03 – Guias de turismo.

10 – Serviços de intermediação e congêneres.

10.01 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, de seguros, de cartões de


crédito, de planos de saúde e de planos de previdência privada.

10.02 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de títulos em geral, valores mobiliários e


contratos quaisquer.

10.03 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de direitos de propriedade industrial,


artística ou literária.

10.04 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de contratos de arrendamento mercantil


(leasing), de franquia (franchising) e de faturização (factoring).

10.05 – Agenciamento, corretagem ou intermediação de bens móveis ou imóveis, não


abrangidos em outros itens ou subitens, inclusive aqueles realizados no âmbito de Bolsas de
Mercadorias e Futuros, por quaisquer meios.

10.06 – Agenciamento marítimo.

10.07 – Agenciamento de notícias.

10.08 – Agenciamento de publicidade e propaganda, inclusive o agenciamento de veiculação


por quaisquer meios.

10.09 – Representação de qualquer natureza, inclusive comercial.

10.10 – Distribuição de bens de terceiros.

11 – Serviços de guarda, estacionamento, armazenamento, vigilância e congêneres.

11.01 – Guarda e estacionamento de veículos terrestres automotores, de aeronaves e de


embarcações.

11.02 - Vigilância, segurança ou monitoramento de bens, pessoas e semoventes. (Redação


dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

11.03 – Escolta, inclusive de veículos e cargas.

11.04 – Armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda de bens de qualquer


espécie.

12 – Serviços de diversões, lazer, entretenimento e congêneres.

12.01 – Espetáculos teatrais.

12.02 – Exibições cinematográficas.


12.03 – Espetáculos circenses.

12.04 – Programas de auditório.

12.05 – Parques de diversões, centros de lazer e congêneres.

12.06 – Boates, taxi-dancing e congêneres.

12.07 – Shows, ballet, danças, desfiles, bailes, óperas, concertos, recitais, festivais e
congêneres.

12.08 – Feiras, exposições, congressos e congêneres.

12.09 – Bilhares, boliches e diversões eletrônicas ou não.

12.10 – Corridas e competições de animais.

12.11 – Competições esportivas ou de destreza física ou intelectual, com ou sem a participação


do espectador.

12.12 – Execução de música.

12.13 – Produção, mediante ou sem encomenda prévia, de eventos, espetáculos,


entrevistas, shows, ballet, danças, desfiles, bailes, teatros, óperas, concertos, recitais, festivais e
congêneres.

12.14 – Fornecimento de música para ambientes fechados ou não, mediante transmissão por
qualquer processo.

12.15 – Desfiles de blocos carnavalescos ou folclóricos, trios elétricos e congêneres.

12.16 – Exibição de filmes, entrevistas, musicais, espetáculos, shows, concertos, desfiles,


óperas, competições esportivas, de destreza intelectual ou congêneres.

12.17 – Recreação e animação, inclusive em festas e eventos de qualquer natureza.

13 – Serviços relativos a fonografia, fotografia, cinematografia e reprografia.

13.01 – (VETADO)

13.02 – Fonografia ou gravação de sons, inclusive trucagem, dublagem, mixagem e


congêneres.

13.03 – Fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, reprodução,


trucagem e congêneres.

13.04 – Reprografia, microfilmagem e digitalização.

13.05 - Composição gráfica, inclusive confecção de impressos gráficos, fotocomposição,


clicheria, zincografia, litografia e fotolitografia, exceto se destinados a posterior operação de
comercialização ou industrialização, ainda que incorporados, de qualquer forma, a outra mercadoria
que deva ser objeto de posterior circulação, tais como bulas, rótulos, etiquetas, caixas, cartuchos,
embalagens e manuais técnicos e de instrução, quando ficarão sujeitos ao ICMS. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

14 – Serviços relativos a bens de terceiros.


14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração,
blindagem, manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores,
elevadores ou de qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

14.02 – Assistência técnica.

14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas
ao ICMS).

14.04 – Recauchutagem ou regeneração de pneus.

14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento, lavagem,


secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, plastificação, costura, acabamento,
polimento e congêneres de objetos quaisquer. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de
2016)

14.06 – Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, inclusive montagem


industrial, prestados ao usuário final, exclusivamente com material por ele fornecido.

14.07 – Colocação de molduras e congêneres.

14.08 – Encadernação, gravação e douração de livros, revistas e congêneres.

14.09 – Alfaiataria e costura, quando o material for fornecido pelo usuário final, exceto
aviamento.

14.10 – Tinturaria e lavanderia.

14.11 – Tapeçaria e reforma de estofamentos em geral.

14.12 – Funilaria e lanternagem.

14.13 – Carpintaria e serralheria.

14.14 - Guincho intramunicipal, guindaste e içamento. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 157, de 2016)

15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro, inclusive aqueles prestados por


instituições financeiras autorizadas a funcionar pela União ou por quem de direito.

15.01 – Administração de fundos quaisquer, de consórcio, de cartão de crédito ou débito e


congêneres, de carteira de clientes, de cheques pré-datados e congêneres.

15.02 – Abertura de contas em geral, inclusive conta-corrente, conta de investimentos e


aplicação e caderneta de poupança, no País e no exterior, bem como a manutenção das referidas
contas ativas e inativas.

15.03 – Locação e manutenção de cofres particulares, de terminais eletrônicos, de terminais de


atendimento e de bens e equipamentos em geral.

15.04 – Fornecimento ou emissão de atestados em geral, inclusive atestado de idoneidade,


atestado de capacidade financeira e congêneres.

15.05 – Cadastro, elaboração de ficha cadastral, renovação cadastral e congêneres, inclusão


ou exclusão no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF ou em quaisquer outros
bancos cadastrais.
15.06 – Emissão, reemissão e fornecimento de avisos, comprovantes e documentos em geral;
abono de firmas; coleta e entrega de documentos, bens e valores; comunicação com outra agência
ou com a administração central; licenciamento eletrônico de veículos; transferência de veículos;
agenciamento fiduciário ou depositário; devolução de bens em custódia.

15.07 – Acesso, movimentação, atendimento e consulta a contas em geral, por qualquer meio
ou processo, inclusive por telefone, fac-símile, internet e telex, acesso a terminais de atendimento,
inclusive vinte e quatro horas; acesso a outro banco e a rede compartilhada; fornecimento de saldo,
extrato e demais informações relativas a contas em geral, por qualquer meio ou processo.

15.08 – Emissão, reemissão, alteração, cessão, substituição, cancelamento e registro de


contrato de crédito; estudo, análise e avaliação de operações de crédito; emissão, concessão,
alteração ou contratação de aval, fiança, anuência e congêneres; serviços relativos a abertura de
crédito, para quaisquer fins.

15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e


obrigações, substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais
serviços relacionados ao arrendamento mercantil (leasing).

15.10 – Serviços relacionados a cobranças, recebimentos ou pagamentos em geral, de títulos


quaisquer, de contas ou carnês, de câmbio, de tributos e por conta de terceiros, inclusive os
efetuados por meio eletrônico, automático ou por máquinas de atendimento; fornecimento de posição
de cobrança, recebimento ou pagamento; emissão de carnês, fichas de compensação, impressos e
documentos em geral.

15.11 – Devolução de títulos, protesto de títulos, sustação de protesto, manutenção de títulos,


reapresentação de títulos, e demais serviços a eles relacionados.

15.12 – Custódia em geral, inclusive de títulos e valores mobiliários.

15.13 – Serviços relacionados a operações de câmbio em geral, edição, alteração, prorrogação,


cancelamento e baixa de contrato de câmbio; emissão de registro de exportação ou de crédito;
cobrança ou depósito no exterior; emissão, fornecimento e cancelamento de cheques de viagem;
fornecimento, transferência, cancelamento e demais serviços relativos a carta de crédito de
importação, exportação e garantias recebidas; envio e recebimento de mensagens em geral
relacionadas a operações de câmbio.

15.14 – Fornecimento, emissão, reemissão, renovação e manutenção de cartão magnético,


cartão de crédito, cartão de débito, cartão salário e congêneres.

15.15 – Compensação de cheques e títulos quaisquer; serviços relacionados a depósito,


inclusive depósito identificado, a saque de contas quaisquer, por qualquer meio ou processo,
inclusive em terminais eletrônicos e de atendimento.

15.16 – Emissão, reemissão, liquidação, alteração, cancelamento e baixa de ordens de


pagamento, ordens de crédito e similares, por qualquer meio ou processo; serviços relacionados à
transferência de valores, dados, fundos, pagamentos e similares, inclusive entre contas em geral.

15.17 – Emissão, fornecimento, devolução, sustação, cancelamento e oposição de cheques


quaisquer, avulso ou por talão.

15.18 – Serviços relacionados a crédito imobiliário, avaliação e vistoria de imóvel ou obra,


análise técnica e jurídica, emissão, reemissão, alteração, transferência e renegociação de contrato,
emissão e reemissão do termo de quitação e demais serviços relacionados a crédito imobiliário.

16 – Serviços de transporte de natureza municipal.


16.01 - Serviços de transporte coletivo municipal rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário
de passageiros. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

16.02 - Outros serviços de transporte de natureza municipal. (Incluído pela Lei Complementar
nº 157, de 2016)

17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres.

17.01 – Assessoria ou consultoria de qualquer natureza, não contida em outros itens desta lista;
análise, exame, pesquisa, coleta, compilação e fornecimento de dados e informações de qualquer
natureza, inclusive cadastro e similares.

17.02 – Datilografia, digitação, estenografia, expediente, secretaria em geral, resposta audível,


redação, edição, interpretação, revisão, tradução, apoio e infra-estrutura administrativa e congêneres.

17.03 – Planejamento, coordenação, programação ou organização técnica, financeira ou


administrativa.

17.04 – Recrutamento, agenciamento, seleção e colocação de mão-de-obra.

17.05 – Fornecimento de mão-de-obra, mesmo em caráter temporário, inclusive de empregados


ou trabalhadores, avulsos ou temporários, contratados pelo prestador de serviço.

17.06 – Propaganda e publicidade, inclusive promoção de vendas, planejamento de campanhas


ou sistemas de publicidade, elaboração de desenhos, textos e demais materiais publicitários.

17.07 – (VETADO)

17.08 – Franquia (franchising).

17.09 – Perícias, laudos, exames técnicos e análises técnicas.

17.10 – Planejamento, organização e administração de feiras, exposições, congressos e


congêneres.

17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de alimentação e


bebidas, que fica sujeito ao ICMS).

17.12 – Administração em geral, inclusive de bens e negócios de terceiros.

17.13 – Leilão e congêneres.

17.14 – Advocacia.

17.15 – Arbitragem de qualquer espécie, inclusive jurídica.

17.16 – Auditoria.

17.17 – Análise de Organização e Métodos.

17.18 – Atuária e cálculos técnicos de qualquer natureza.

17.19 – Contabilidade, inclusive serviços técnicos e auxiliares.

17.20 – Consultoria e assessoria econômica ou financeira.


17.21 – Estatística.

17.22 – Cobrança em geral.

17.23 – Assessoria, análise, avaliação, atendimento, consulta, cadastro, seleção,


gerenciamento de informações, administração de contas a receber ou a pagar e em geral,
relacionados a operações de faturização (factoring).

17.24 – Apresentação de palestras, conferências, seminários e congêneres.

17.25 - Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e publicidade, em


qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas modalidades de serviços de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita). (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de
2016)

18 – Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e


avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos
seguráveis e congêneres.

18.01 - Serviços de regulação de sinistros vinculados a contratos de seguros; inspeção e


avaliação de riscos para cobertura de contratos de seguros; prevenção e gerência de riscos
seguráveis e congêneres.

19 – Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos, cartões,


pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de capitalização e
congêneres.

19.01 - Serviços de distribuição e venda de bilhetes e demais produtos de loteria, bingos,


cartões, pules ou cupons de apostas, sorteios, prêmios, inclusive os decorrentes de títulos de
capitalização e congêneres.

20 – Serviços portuários, aeroportuários, ferroportuários, de terminais rodoviários, ferroviários e


metroviários.

20.01 – Serviços portuários, ferroportuários, utilização de porto, movimentação de passageiros,


reboque de embarcações, rebocador escoteiro, atracação, desatracação, serviços de praticagem,
capatazia, armazenagem de qualquer natureza, serviços acessórios, movimentação de mercadorias,
serviços de apoio marítimo, de movimentação ao largo, serviços de armadores, estiva, conferência,
logística e congêneres.

20.02 – Serviços aeroportuários, utilização de aeroporto, movimentação de passageiros,


armazenagem de qualquer natureza, capatazia, movimentação de aeronaves, serviços de apoio
aeroportuários, serviços acessórios, movimentação de mercadorias, logística e congêneres.

20.03 – Serviços de terminais rodoviários, ferroviários, metroviários, movimentação de


passageiros, mercadorias, inclusive suas operações, logística e congêneres.

21 – Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.

21.01 - Serviços de registros públicos, cartorários e notariais.

22 – Serviços de exploração de rodovia.

22.01 – Serviços de exploração de rodovia mediante cobrança de preço ou pedágio dos


usuários, envolvendo execução de serviços de conservação, manutenção, melhoramentos para
adequação de capacidade e segurança de trânsito, operação, monitoração, assistência aos usuários
e outros serviços definidos em contratos, atos de concessão ou de permissão ou em normas
oficiais.

23 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.

23.01 – Serviços de programação e comunicação visual, desenho industrial e congêneres.

24 – Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners,


adesivos e congêneres.

24.01 - Serviços de chaveiros, confecção de carimbos, placas, sinalização visual, banners,


adesivos e congêneres.

25 - Serviços funerários.

25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de caixão, urna ou esquifes; aluguel de capela;


transporte do corpo cadavérico; fornecimento de flores, coroas e outros paramentos; desembaraço de
certidão de óbito; fornecimento de véu, essa e outros adornos; embalsamento, embelezamento,
conservação ou restauração de cadáveres.

25.02 - Translado intramunicipal e cremação de corpos e partes de corpos


cadavéricos. (Redação dada pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

25.03 – Planos ou convênio funerários.

25.04 – Manutenção e conservação de jazigos e cemitérios.

25.05 - Cessão de uso de espaços em cemitérios para sepultamento. (Incluído pela Lei
Complementar nº 157, de 2016)

26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos, bens


ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres.

26.01 – Serviços de coleta, remessa ou entrega de correspondências, documentos, objetos,


bens ou valores, inclusive pelos correios e suas agências franqueadas; courrier e congêneres.

27 – Serviços de assistência social.

27.01 – Serviços de assistência social.

28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.

28.01 – Serviços de avaliação de bens e serviços de qualquer natureza.

29 – Serviços de biblioteconomia.

29.01 – Serviços de biblioteconomia.

30 – Serviços de biologia, biotecnologia e química.

30.01 – Serviços de biologia, biotecnologia e química.

31 – Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações e


congêneres.
31.01 - Serviços técnicos em edificações, eletrônica, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações
e congêneres.

32 – Serviços de desenhos técnicos.

32.01 - Serviços de desenhos técnicos.

33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres.

33.01 - Serviços de desembaraço aduaneiro, comissários, despachantes e congêneres.

34 – Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.

34.01 - Serviços de investigações particulares, detetives e congêneres.

35 – Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas.

35.01 - Serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas.

36 – Serviços de meteorologia.

36.01 – Serviços de meteorologia.

37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.

37.01 - Serviços de artistas, atletas, modelos e manequins.

38 – Serviços de museologia.

38.01 – Serviços de museologia.

39 – Serviços de ourivesaria e lapidação.

39.01 - Serviços de ourivesaria e lapidação (quando o material for fornecido pelo tomador do
serviço).

40 – Serviços relativos a obras de arte sob encomenda.

40.01 - Obras de arte sob encomenda.

ADI 5835 – Liminar – MIN Alexandre Moraes


MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
5.835 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. ALEXANDRE DE MORAES
Decisão
Trata-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade, com pedido de medida
cautelar, ajuizada pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro - CONSIF e
pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada
e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização - CNSeg, em face do artigo 1º da Lei
Complementar 157/2016, na parte que modificou o art. 3º, XXIII, XXIV e XXV, e os
parágrafos 3º e 4º do art. 6º da Lei Complementar 116/2003 para determinar que o
ISS será devido no Município do tomador, em relação aos serviços (i) de planos de
medicina de grupo ou individual; (ii) de administração de fundos quaisquer e de
carteira de cliente; (iii) de administração de consórcios; (iv) de administração de
cartão de crédito ou débito e congêneres; (v) de arrendamento mercantil.
A presente ação foi distribuída por dependência à ADPF 499, ajuizada pela
Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços - CNS,
observada a coincidência parcial de objetos. Também foram distribuídas por
dependência à ADPF 499 as seguintes ações: ADI 5.840, proposta pela ANPV -
Associação Nacional dos Prefeitos e Vice-Prefeitos da República Federativa do
Brasil; ADI 5.844, apresentada pela Confederação Nacional das Cooperativas -
CNCOOP e pela Unimed do Brasil - Confederação Nacional das Cooperativas
Médicas; e a ADI 5.862, de autoria do Partido Humanista da Solidariedade – PHS.
Todas as ações têm por objeto dispositivos da Lei Complementar 116/2003, com a
redação conferida pela Lei Complementar 157/2016, que definiram que o ISS é
devido no domicílio do tomador para determinados serviços.
Foi admitido o ingresso dos seguintes amici curiae: Município da Estância
Hidromineral de Poá, Confederação Nacional dos Municípios - CNM, Frente
Nacional dos Prefeitos e Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das
Capitais - ABRASF, e Associação Matogrossense dos Municípios.
Adotou-se o rito do art. 12 da Lei 9.868/1999.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde - ABRAMGE (Petição STF
78.202/2017, peça 83 do processo eletrônico) e o Município de São Bernardo do
Campo (Petição STF 1.760/2018, peça 104) requereram seu ingresso no processo
como amici curiae.
Durante o recesso judiciário, foi formulado pedido de concessão de cautelar à
Presidência desta COLENDA CORTE (Petição STF 73/2018, peça 92), o qual foi
indeferido (peça 100).
O Congresso Nacional e o Presidente da República prestaram informações
(peças 108 e 110, respectivamente), tendo sido colhida também a manifestação da
Advocacia-Geral da União (peça 139).
As Autoras peticionaram no processo (Petição STF 9271/2018, peça 112)
reiterando o pedido de concessão de medida cautelar até o julgamento definitivo da
ação.
Sucessivamente, requereram a concessão da medida ao menos para
suspender-se a aplicação do art. 1º da LC 157/2016 até que o Congresso Nacional
edite as normas necessárias para dar completude aos dispositivos impugnados.
Noticiam as Requerentes que, após a adoção do rito do art. 12 da Lei 9.868/1999,
foram editados atos normativos municipais conferindo tratamento tributário diferente
aos serviços discutidos na presente ação.
Argumentam que referida disparidade decorreria da indeterminação normativa
constante da Lei Complementar 157/2016, a qual teria ensejado conflitos de
competência entre Municípios da Federação, que disciplinaram distinta e
contraditoriamente a definição de quem seriam os tomadores dos serviços
tributados. Cita atos normativos que exemplificariam a situação.
Informam que a própria Confederação Nacional dos Municípios CNM -
teria se manifestado no sentido de que apresentaria emenda a projeto de lei
em trâmite no Congresso Nacional para definir quem são os tomadores de
serviços de administração de cartão de crédito, de leasing, de planos de saúde
e de fundo de investimento.
Narram que a disciplina das obrigações acessórias e de normas atinentes à
responsabilidade pelo recolhimento do tributo estabelecidas pelos Municípios para a
tributação dos serviços em questão também seguiu padrões distintos.
Com esses fundamentos, concluem haver novo quadro fático apto a justificar
a concessão de medida cautelar.
É o relatório.
A concessão de medida cautelar nas ações de jurisdição constitucional
concentrada exige a comprovação de perigo de lesão irreparável (IVES GANDRA
MARTINS, Repertório IOB de jurisprudência, n 8/95, p. 150/154, abr. 1995), uma vez
que se tratar de exceção ao princípio segundo o qual os atos normativos são
presumidamente constitucionais (ADI 1.155-3/DF, Pleno, Rel. Min. MARCO
AURÉLIO, DJ de 18/5/2001).
Conforme ensinamento de PAULO BROSSARD, segundo axioma
incontroverso, a lei se presume constitucional, porque elaborada pelo Poder
Legislativo e sancionada pelo Poder Executivo, isto é, por dois dos três poderes,
situados no mesmo plano que o Judiciário (A constituição e as leis a ela anteriores.
Arquivo Ministério Justiça. Brasília, 45 (180), jul./dez. 1992. p. 139).
A análise dos requisitos do fumus boni iuris e periculum in mora para sua
concessão admite maior discricionariedade por parte do SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL, com a realização de verdadeiro juízo de conveniência política da
suspensão da eficácia (ADI 3.401 MC, Rel. Min. GILMAR MENDES, Pleno,
decisão: 3/2/2005), pelo qual deverá ser analisada a conveniência da suspensão
cautelar da lei impugnada (ADI 425 MC, Rel. Min. PAULO BROSSARD, Pleno,
decisão: 4/4/1991; ADI 467 MC, Rel. Min. OCTÁVIO GALLOTTI, Pleno, decisão:
3/4/1991), permitindo, dessa forma, uma maior subjetividade na análise da
relevância do tema, bem assim em juízo de conveniência, ditado pela gravidade que
envolve a discussão (ADI 490 MC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, decisão:
6/12/1990; ADI 508 MC, Rel. Min. OCTÁVIO GALLOTTI, Pleno, decisão: 16/4/1991),
bem como da plausibilidade inequívoca e dos evidentes riscos sociais ou individuais,
de várias ordens, que a execução provisória da lei questionada gera imediatamente
(ADI 474 MC, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Pleno, decisão: 4/4/1991), ou,
ainda, das prováveis repercussões pela manutenção da eficácia do ato impugnado
(ADI 718 MC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno, decisão: 3/8/1992), da relevância
da questão constitucional (ADI 804 MC, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Pleno,
decisão: 27/11/1992) e da relevância da fundamentação da arguição de
inconstitucionalidade, além da ocorrência de periculum in mora, tais os entraves à
atividade econômica (ADI 173 MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Pleno, decisão:
9/3/1990) ou social.
É o que ocorre na presente hipótese, onde os panoramas fático e jurídico
resultantes da edição da referida Lei Complementar demonstram a presença dos
requisitos necessários para a concessão da medida liminar.
Diferentemente do modelo anterior, que estipulava, para os serviços em
análise, a incidência tributária no local do estabelecimento prestador do serviço, a
nova sistemática legislativa prevê a incidência do tributo no domicílio do tomador de
serviços.
Essa alteração exigiria que a nova disciplina normativa apontasse com
clareza o conceito de “tomador de serviços”, sob pena de grave insegurança
jurídica e eventual possibilidade de dupla tributação, ou mesmo inocorrência
de correta incidência tributária.
A ausência dessa definição e a existência de diversas leis, decretos e atos
normativos municipais antagônicos já vigentes ou prestes a entrar em vigência
acabarão por gerar dificuldade na aplicação da Lei Complementar Federal,
ampliando os conflitos de competência entre unidades federadas e gerando forte
abalo no princípio constitucional da segurança jurídica, comprometendo, inclusive, a
regularidade da atividade econômica, com consequente desrespeito à própria razão
de existência do artigo 146 da Constituição Federal.
Em hipótese assemelhada, esta SUPREMA CORTE teve a oportunidade de
invalidar norma geral de direito tributário, com fundamento na dificuldade de sua
aplicação, que teria fomentado conflitos de competência entre unidades federadas
(ADI 1600, Rel. SYDNEY SANCHES, Rel. P/ Acórdão Min. NELSON JOBIM,
Tribunal Pleno, DJ de 26/6/2003), tendo sido salientado no voto do eminente
DECANO, Ministro CELSO DE MELLO: “Impregnada dessa relevante destinação
constitucional, a lei complementar – ao veicular regras disciplinadoras dos conflitos
de competência em matéria tributária e ao dispor sobre normas gerais de direito
tributário – deve fazê-lo de modo apropriado, disciplinando, com inteira adequação,
a realidade fática ou econômica sobre a qual deva incidir, sob pena de comprometer
a sua própria razão de ser, frustrando, por completo, a realização das finalidades a
que se refere o art. 146 da Constituição da República” (grifo nosso).
Diante de todo o exposto:
a) com fundamento no art. 10, § 3º, da Lei 9.868/1999 e no art. 21, V, do
RISTF, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR pleiteada, ad referendum do Plenário
desta SUPREMA CORTE, para suspender a eficácia do artigo 1º da Lei
Complementar 157/2016, na parte que modificou o art. 3º, XXIII, XXIV e XXV, e os
parágrafos 3º e 4º do art. 6º da Lei Complementar 116/2003; bem como, por
arrastamento, para suspender a eficácia de toda legislação local editada para sua
direta complementação.
b) nos termos do art. 7º, § 2º, da Lei 9.868/1999, DEFIRO OS PEDIDOS DE
INGRESSO COMO AMICI CURIAE, pois os peticionários das peças 83 e 104
preencheram os requisitos essenciais.
Uma vez admitidos como amici curiae, sua participação deverá ser a mais
ampla possível. Juntamente com as audiências públicas, este instituto é instrumento
de democratização e maior legitimação da atuação do SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL em sede de jurisdição constitucional, tanto concentrada (ADPF 54/DF,
Rel. Min. MARCO AURÉLIO; ADI 4.357/ED, Rel. Min. LUIZ FUX), quanto difusa (RE
631.053/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO; RE 566.349/MG, Rel. Min. CÁRMEN
LÚCIA), na medida em que concretiza maior abertura e pluralidade nas discussões,
ensejando a colaboração com pareceres, dados e informações importantes sobre a
questão controvertida, bem como acerca dos reflexos de eventual decisão da
SUPREMA CORTE.
Comunique-se o Congresso Nacional e o Presidente da República para
ciência e cumprimento desta decisão.
Nos termos do art. 21, X, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal,
peço dia para julgamento, pelo Plenário, do referendo da medida ora concedida.
À Secretaria, para as anotações pertinentes.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 23 de março de 2018.
Ministro Alexandre de Moraes Relator Documento assinado digitalmente

Inteligência do Art 4° da LC n° 116/2003

Art. 4o Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte


desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou
temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto
de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer
outras que venham a ser utilizadas.

Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível : AC


10024133920769001 MG
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL - ISSQN -
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA - ARTIGOS 3º E 4º DA LEI COMPLEMENTAR
FEDERAL Nº 116/2003 - UNIDADE ECONÔMICA OU PROFISSIONAL NO LOCAL
EM QUE OS SERVIÇOS FORAM PRESTADOS - AUSENTE COMPROVAÇÃO -
REGRA GERAL - APLICAÇÃO - IMPOSTO DEVIDO NO LOCAL DO
ESTABELECIMENTO PRESTADOR OU DOMICÍLIO DO PRESTADOR.
A Lei Complementar Federal nº 116/03, que dispõe sobre o ISSQN, prescreve a
incidência do imposto sobre a prestação dos serviços nela especificados.
O local da prestação e da consequente competência tributária será o discriminado
nas hipóteses dos incisos do art. 3º da Lei Complementar Federal nº 116/03 quando
configuradas e, em caso diverso, será o local do estabelecimento prestador ou, na
falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, consoante o caput da
norma referida.
Nos termos do art. 4º Lei Complementar Federal nº 116/03, para fins de incidência
do ISSQN, considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte
desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e
que configure unidade econômica ou profissional, independentemente da
denominação utilizada para caracterizá-lo.
Ao autor da ação incumbe fazer prova dos fatos alegados como fundamento do
direito invocado, consoante determina o art. 373, inciso I, do CPC, sob pena de não
obter a tutela jurisdicional pretendida.
O simples deslocamento de recursos humanos e materiais para a prestação de
serviços não enseja o surgimento de estabelecimento prestador nem a competência
tributária em favor da municipalidade de destino.
Ausente comprovação da alegada existência de unidade econômica ou profissional
prestadora em Municípios diversos, a competência tributária configura-se no local do
estabelecimento prestador ou, caso ausente, do domicílio do prestador.
Processo
Apelação Cível 1.0024.13.392076-9/001 3920769-87.2013.8.13.0024 (1)
Relator(a)
Des.(a) Leite Praça
Órgão Julgador / Câmara
Câmaras Cíveis / 19ª CÂMARA CÍVEL
Súmula
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, À UNANIMIDADE
Comarca de Origem
Belo Horizonte
Data de Julgamento
28/02/2019
Data da publicação da súmula 12/03/2019
DECISÃO SOBRE A APLICAÇÃO DA TRIBUTAÇÃO DO ISS SOBRE
SOCIEDADES DE ADVOGADOS.........RE 940769/RS

Julgado mérito de tema com repercussão geral


TRIBUNAL PLENO

Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 918 da repercussão


geral, deu provimento ao recurso extraordinário, com a declaração
incidental de inconstitucionalidade dos arts. 20, § 4º, II, da Lei
Complementar 7/73, e 49, IV, §§ 3º e 4º, do Decreto 15.416/2006,
ambos editados pelo Município de Porto Alegre, nos termos do voto do
Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio. Em seguida, por maioria,
fixou-se a seguinte tese: "É inconstitucional lei municipal que estabelece
impeditivos à submissão de sociedades profissionais de advogados ao
regime de tributação fixa em bases anuais na forma estabelecida por lei
nacional", vencido o Ministro Marco Aurélio. Falaram: pela recorrente, o
Dr. Rafael Nichele; pelo recorrido, o Dr. Roberto Silva da Rocha,
Procurador do Município de Porto Alegre; pelo amicus curiae
Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais
Brasileiras - ABRASF, o Dr. Ricardo Almeida Ribeiro da Silva; pelo
amicus curiae Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil -
CFOAB, o Dr. Mattheus Reis e Montenegro; pelo amicus curiae Centro
de Estudos das Sociedades de Advogados - CESA, o Dr. Gustavo
Brigagão; e, pela Procuradoria-Geral da República, o Dr. Humberto
Jacques de Medeiros, Subprocurador-Geral da República. Ausentes,
justificadamente, os Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Roberto
Barroso. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 24.04.2019.

LANÇAMENTO DO ISS

O lançamento surge com o fato gerador do imposto e consequentemente a


obrigação tributária que tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade
pecuniária, sendo extinta pelo crédito dela decorrente.

Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento. (Art 142 CTN)

Sendo assim, cabe ao auditor fiscal verificar a ocorrência do fato gerador da


obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e propor a aplicação de penalidade
cabível, conforme o caso.

‘Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário


pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a
aplicação da penalidade cabível.”

Não há qualquer discricionariedade no ato de lançar. A atividade é vinculada


e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (Parágrafo único art 142 CTN)
Tratando-se do Imposto Sobre Serviços (ISS), o lançamento se dá por
homologação, quando se atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o
pagamento sem exame prévio da autoridade administrativa.

Opera-se pelo ato em que o auditor fiscal, tomando conhecimento da


atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa, atestando ser
devido o montante recolhido.

O lançamento reporta-se a data da ocorrência do fato gerador, conforme Art


144 do CTN,

“Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se
pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.”

A extinção do crédito pelo pagamento antecipado permanece sob condição


resolutória até a homologação do lançamento por parte do auditor fiscal.

Constatada a existência de omissão ou inexatidão e detectada falsidade ou


erro quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária, o lançamento é
efetuado e revisto de ofício, enquanto não for extinto o direito da Fazenda Pública,
tornando-se obrigatória a lavratura de uma notificação fiscal de lançamento para
cobrar o imposto correto.

Caso a lei não fixe prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha
se pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o
crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Sendo assim, o papel da administração tributária no monitoramento e


fiscalização é importantíssimo para que o lapso temporal não venha a impedir a
constituição do crédito tributário devido, evitando a decadência. (§ 4° do Art 150
CTN)

Além do cumprimento da obrigação principal que é o pagamento do tributo, o


contribuinte tem o dever de realizar prestações positivas ou negativas no interesse
da arrecadação ou fiscalização, a exemplo da obrigatoriedade da emissão de notas
fiscais de serviços eletrônicas (NFS-e), na contraprestação pelos serviços prestados
e ainda de Obrigações acessórias como a DMS ou a DESIF.

A simples emissão da nota fiscal eletrônica não pode determinar o envio do


débito para a Dívida Ativa, por não se tratar de lançamento tributário, sendo
estritamente necessária a apuração por parte da fiscalização das informações
prestadas pelo sujeito passivo na nota fiscal e demais obrigações acessórias, de
acordo com o que determina a lei complementar acerca das normas gerais em
matéria de legislação tributária, especialmente sobre o lançamento do tributo.

A administração tributária não pode presumir que os dados fornecidos pelas


empresas estão corretos, é imprescindível conferi-los e exigir as Declarações de
Serviços, itens estes criados por normativa como obrigações acessórias.

Desta forma, eventuais equívocos cometidos nas declarações do contribuinte


ou na emissão de documentos fiscais só podem ser corrigidos e verificados por um
Fiscal Tributário, sob pena de todos os atos da administração fazendária para
cobrança dos débitos serem considerados nulos. (CF/88 art 37, inciso XXII)

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais,
na forma da lei ou convênio.”

Constituição do crédito pela declaração do contribuinte


A Súmula 436 do STJ aprovada em 2010 pacificou o entendimento de que “a
entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o
crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco”. A
súmula tomou como base votações do STJ relacionadas ao tema, sobretudo de
processos em que se discutiu o período a partir do qual determinadas empresas
poderiam ser consideradas em débito com a Fazenda e o prazo de prescrição para
ajuizamento de ação referente a cobrança. Nesses casos, o STJ reconheceu a
prescrição dos débitos contada a partir da data de entrega da declaração.
AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.146.516 - SP (2009/0003105-4)
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. ENTREGA DA
DCTF. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TAXA SELIC.
LEGALIDADE. ORIENTAÇÕES ADOTADAS POR ESTA CORTE EM RECURSOS
REPETITIVOS, NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C, DO CPC. ENCARGOS DO DL
N. 1.25/69. SÚMULA N. 400/STJ.
1. A jurisprudência desta Corte já pacificou entendimento, em sede de
recurso repetitivo, na sistemática do art. 543-C, do CPC, no sentido de
que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação,
a entrega da DCTF ou documento equivalente constitui definitivamente
o crédito tributário, dispensando outras providências por parte do
Fisco, não havendo portanto, que se falar em necessidade de
lançamento expresso ou tácito do crédito declarado e não pago (REsp
962.379, Primeira Seção, DJ de 28.10.2008).

“SÚMULA N. 436
A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada
qualquer outra providência por parte do fisco.”

ISS DE INSITUIÇÕES FINANCEIRAS

São inúmeros os conceitos de Instituições Financeiras existentes, mas vamos


nos apegar ao conceito jurídico o qual foi dado através da Lei n° 7.492/86, que
define os crimes contra o sistema financeiro nacional e da outras providências,
assim descrito:

Art 1° - Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito
público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não,
a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda
nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou
administração de valores mobiliários.

As instituições financeiras prestam serviços e esses são tributados pelo


Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, especialmente aqueles contidos no
item 15 da lista de serviços, podendo ainda ser tributados serviços dos itens 10 e 17.
Há, porém, duas grandes dificuldades para fiscalizar e apurar o devido valor
tributável dessas instituições:
a) não emitem nota fiscal de serviços; e
b) somente uma parcela da receita sofre incidência do imposto municipal.

O Banco Central, por meio da Circular nº 1273, de 29 de dezembro de 1987,


instituiu o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF),
para uso obrigatório pelas instituições financeiras.
Para o devido acompanhamento daquilo que é efetivamente devido pelas
instituições, devemos criar medidas acessórias para garantir no mínimo a
informação sobre as contas que o Banco tributa.
Sugere-se nos dias atuais o uso da DES-IF, Declaração Eletrônica de
Serviços de Instituições Financeiras, devido a praticidade, confiança nas
informações e facilidade de auditar periodicamente através dos sistemas de
auditoria.
A DES-IF foi criada pela ABRASF no ano de 2012 para atendimento as
Prefeituras das Capitais dos Estados.
As auditorias bancárias são positivas e desvendam algumas falhas na
arrecadação, possibilitando os Municípios a buscarem diferenças apuradas nos
últimos 5 anos.
CIRCULAR N° 1.273
Às Instituições Financeiras e demais Entidades Autorizadas a Funcionar pelo Banco Central do
Brasil
Comunicamos que a Diretoria do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 16.12.87, com
fundamento no artigo 4º, inciso XII, da Lei nº 4.595, de 31.12.64, por competência delegada pelo
Conselho Monetário Nacional, decidiu instituir, para adoção obrigatória a partir do Balanço de
30.06.88, o anexo PLANO CONTÁBIL DAS INSTITUIÇÕES DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL –
COSIF.
2. As normas consubstanciadas no COSIF aplicam–se aos bancos comerciais, bancos de
desenvolvimento, bancos de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de arrendamento mercantil, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários,
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários, sociedades de crédito imobiliário,
associações de poupança e empréstimo, caixas econômicas e cooperativas de crédito.
3. O período compreendido entre janeiro e junho de 1988 é considerado como de implantação,
devendo as Instituições financeiras tomar as providências necessárias para que a sua escrituração
esteja em condições de fornecer, em 30.06.88, os dados indispensáveis ao levantamento das
demonstrações financeiras exigidas.
4. Observar-se-á também o seguinte:
a) considerada a data-base de 30.06.88, remeter-se-á ao Banco Central o Balancete Geral Analítico
(Doc. nº 01), confeccionado de acordo com os planos contábeis vigentes, ou na forma usual, no
caso de Instituições que não possuam, ainda, demonstrações padronizadas pelo Banco Central;
b) juntar-se-ão ao Balancete Geral Analítico, indicado no item 4.a, as demonstrações financeiras
previstas no COSIF, dispensada a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR
(Doc. nº 12);
c) a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, relativa ao Balanço de 31.12.88,
será elaborada segundo as variações patrimoniais que afetarem o disponível no período de 01.07 a
31.12.88;
d) dispensar-se-á, em 30.06 e 31.12.88, a publicação das demonstrações financeiras de forma
comparada com as de outros períodos.
Brasília (DF), 29 de dezembro de 1987 Fernando Milliet de Oliveira Presidente

O plano Geral de Contas das Instituições Financeiras, deram uma maior


racionalidade aos entes públicos para realizar as conferências e realizar as
auditorias.
A título de informação, o COSIF é constituído das seguintes contas assim
dispostas:
ISS CARTÓRIOS

Considerado prestação de serviços, incluídos na lista de serviços anexa a LC


n° 116/2003, no item 21. “Serviços de registros públicos, cartorários e notariais”.

Cumpre, inicialmente, informar, que a lista anexa à Lei Complementar


Federal n° 116/2003, elencou, como passíveis de tributação, no item 21 e subitem
21.1: os serviços de registros públicos, cartorários e notariais.
Conforme se observa do artigo 236 da Constituição, os serviços notariais e
de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do poder público.
A Constituição no artigo 236, assim estabeleceu

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter


privado, por delegação do Poder Público.
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e
criminal dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá
a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso
público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de
seis meses.

A Constitucionalidade da incidência

Por se tratar de ‘serviços públicos’, a Associação dos Notários e


Registradores do Brasil – ANOREG – ingressou com ação de
inconstitucionalidade contra tal incidência no Supremo Tribunal Federal.

Um dos argumentos era que ‘custas e emolumentos’ são remunerações de


serviços públicos específicos e divisíveis e, assim, só deveriam ser auferidas por
meio de taxas de serviços.

E tributo não pode incidir sobre a receita de outro tributo.

Todavia, o Supremo Tribunal Federal discordou de tal interpretação,


decidindo pela constitucionalidade da exação, conforme ADI n. 3.089-DF, de
2008, assim ementada:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ITENS 21


E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISSQN SOBRE SERVIÇOS DE REGISTROS
PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta de
Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar
116/2003, que permitem a tributação dos serviços de registros públicos, cartorários e
notariais pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN. Alegada violação dos
arts. 145, II, 156, III, e 236, caput, da Constituição, porquanto a matriz constitucional do
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza permitiria a incidência do tributo tão
somente sobre a prestação de serviços de índole privada. Ademais, a tributação da
prestação dos serviços notariais também ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º, da
Constituição, na medida em que tais serviços públicos são imunes à tributação recíproca
pelos entes federados. As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à
tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com
intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º, da Constituição. O recebimento
de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A
imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas
federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços
públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. Não há
diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a não
tributação das atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas
julgada improcedente”.

Foi no ano de 2013, que o STF reconheceu a repercussão geral em matéria


sobre a cobrança do ISS incidente sobre as atividades de cartórios, notários e
serviços de registro público, ao prover o RE 756915, no qual o Município de
Guaporé (RS) questionava decisão da Justiça gaúcha que havia declarado
inconstitucionais os dispositivos da lei do Município sobre o tema.

O Sujeito Passivo

De acordo com a descrição acima, não há dúvidas que o ISS somente incide
sobre pessoas que exercem a atividade notarial com intuito de obter lucros.

Assim sendo, não se trata de cobrar o imposto da ‘instituição’ Cartório (ente


não personificado), mas de quem o explora, portanto o ISS dos Cartórios deve ser
lançado para o tabelião ou o oficial.

Assim também fica claro que não cabe a incidência do ISS sobre cartórios
ou serventias judiciais, cujas atividades são diretamente administradas por
serventuários servidores públicos, que auferem salários e não receita proveniente
da exploração daquelas atividades.

O sujeito passivo do ISS é o tabelião ou o oficial, nomeado como delegatário


da serventia extrajudicial, que deverá, às suas expensas, administrar o cartório e
buscar a margem de ganhos que lhe proporcionará lucro pelos serviços
prestados.

A Base de Cálculo

Ultrapassada a questão da incidência, esbarra-se na base de cálculo do


imposto. Fica a pergunta: por se tratar de pessoa física, o ISS deve ser calculado
em valores fixos anuais, ou calculado pela receita auferida?

As duas Turmas do Superior Tribunal de Justiça afastaram a hipótese do


ISS fixo nos casos de serviços de registros públicos, cartorários e notariais.
Seguem as decisões:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ISS. SERVIÇOS DE REGISTROS


PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. BASE DE CÁLCULO. ART. 9º, § 1º,
DO DL 406/1968. TRIBUTAÇÃO FIXA. MATÉRIA APRECIADA PELO STF. ADIN
3.089/DF. 1. Hipótese em que se discute a base de cálculo do ISS incidente sobre
serviços de registros públicos, cartorários e notariais. A contribuinte defende
tributação fixa, nos termos do art. 9º, § 1º, do DL 406/1968, e não alíquota sobre o
preço do serviço (art. 7º, caput, da LC 116/2003), ou seja, sobre os emolumentos
cobrados dos usuários. 2. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a incidência
do ISS, in casu, ao julgar a Adin 3.089/DF, proposta pela Associação dos Notários
e Registradores do Brasil – Anoreg. Na oportunidade, ratificou a competência
municipal e afastou a alegada imunidade pretendida pelos tabeliães e cartorários
(i) ao analisar a natureza do serviço prestado e, o que é relevante para a presente
demanda, (ii) ao reconhecer a possibilidade de o ISS incidir sobre os
emolumentos cobrados (base de cálculo), mesmo em se tratando de taxas. 3. O
acórdão do Supremo Tribunal Federal, focado na possibilidade de os
emolumentos (que são taxas) servirem de base de cálculo para o ISS, afastou,
por imperativo lógico, a possibilidade da tributação fixa, em que não há cálculo e,
portanto, base de cálculo. 4. Nesse sentido, houve manifestação expressa
contrária à tributação fixa no julgamento da Adin, pois "descabe a analogia –
profissionais liberais, Decreto nº 406/68 –, caso ainda em vigor o preceito
respectivo, quando existente lei dispondo especificamente sobre a matéria. O art.
7º da Lei Complementar nº 116/03 estabelece a incidência do tributo sobre o
preço do serviço". 5. Ademais, o STF reconheceu incidir o ISS à luz da
capacidade contributiva dos tabeliães e notários. 6. A tributação fixa do art. 9º, §
1º, do DL 406/1968 é o exemplo clássico de exação ao arrepio da capacidade
contributiva, porquanto trata igualmente os desiguais. A capacidade contributiva
somente é observada, no caso do ISS, na cobrança por alíquota sobre os preços,
conforme o art. 9º, caput, do DL 406/1968, atual art. 7º, caput, da LC 116/2003. 7.
Finalmente, o STF constatou que a atividade é prestada com intuito lucrativo,
incompatível com a noção de simples "remuneração do próprio trabalho", prevista
no art. 9º, § 1º, da LC 116/2003. 8. A Associação dos Notários e Registradores do
Brasil – Anoreg, quando propôs a Ação Direta de Inconstitucionalidade, pretendia
afastar o ISS calculado sobre a renda dos cartórios (preço dos serviços,
emolumentos cobrados do usuário). 9. A tentativa de reabrir o debate no Superior
Tribunal de Justiça, em Recurso Especial, reflete a inconfessável pretensão de
reverter, na seara infraconstitucional, o julgamento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade, o que é, evidentemente, impossível. 10. De fato, a
interpretação da legislação federal pelo Superior Tribunal de Justiça – no caso a
aplicação do art. 9º, § 1º, do DL 406/1968 – deve se dar nos limites da decisão
com efeitos erga omnes proferida pelo STF na Adin 3.089/DF. 11. Nesse sentido,
inviável o benefício da tributação fixa em relação ao ISS sobre os serviços de
registros públicos, cartorários e notariais. 12. Recurso Especial não provido. (STJ
– REsp nº 1.187.464– RS – 2ª Turma – Rel. Min. Herman Benjamin – DJ
01.07.2010)
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. ATIVIDADE NOTARIAL E DE
REGISTRO PÚBLICO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO FIXA. ARTIGO 9º, § 1º, DO
DECRETO-LEI N. 406/68. AUSÊNCIA DE PESSOALIDADE NA ATIVIDADE.
INAPLICABILIDADE.
1. A controvérsia do recurso especial cinge-se ao enquadramento dos cartórios
no regime de tributação fixa, conforme disposição do artigo 9º, § 1º, do Decreto-
Lei 406/68, cuja vigência é reconhecida pela jurisprudência deste Tribunal
Superior. Precedentes: REsp 1.016.688/RS, Primeira Turma, Rel. Min. José
Delgado, DJe de 5.6.2008; REsp 897.471/ES, Segunda Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, DJ de 30.3.2007.
2. Os serviços notariais e de registro público, de acordo com o artigo 236 da
Constituição Federal, são exercidos em caráter privado por delegação do Poder
Público.
3. Ainda que essa delegação seja feita em caráter pessoal, intransferível e haja
responsabilidade pessoal dos titulares de serviços notariais e de registro, tais
fatores, por si só, não permitem concluir as atividades cartoriais sejam prestadas
pessoalmente pelo titular do cartório.
4. O artigo 20 da Lei n. 8.935/94 autoriza os notários e os oficiais de registro a
contratarem, para o desempenho de suas funções, escreventes, dentre eles
escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados. Essa faculdade legal
revela que a consecução dos serviços cartoriais não importa em necessária
intervenção pessoal do tabelião, visto que possibilita empreender capital e
pessoas para a realização da atividade, não se enquadrando, por conseguinte,
em prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte,
nos moldes do § 1º do artigo 9º do Decreto-Lei n. 406/68.
5. Recurso especial não provido.”
1ª Turma do STJ - RESP nº 1.185.119, Rel. Min. Benedito Gonçalves.

O Preço do Serviço

Desta forma, a base de cálculo do ISS relativo aos serviços notariais e de


registro público é o preço do serviço.
No entanto, o preço pago pelo usuário do serviço não é o mesmo que vai se
incorporar ao patrimônio do delegatário.
Em todas as leis dos Estados há uma parcela do valor total destinada aos
cofres públicos estaduais, sendo o titular do cartório o responsável por essa
cobrança e posterior depósito ao Estado.
Atua, portanto, como mero receptor da receita pública.

O que Solicitar em Ações Fiscalizatórias dos Serviços Notariais


De forma ilustrativa, apresentamos a seguir listagem de alguns documentos
que podem ser solicitados por meio de intimação formal para o início da ação fiscal,
no caso de serviços de registros públicos, cartorial e notarial:

1) Cópia da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física;

2) Livro Caixa previsto no artigo 104 da Instrução Normativa SRF 1500/2014;

Art. 104. O contribuinte que receber rendimentos do trabalho não assalariado,


inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão
deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade:
I - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os
respectivos encargos trabalhistas e previdenciários;
II - os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à
retribuição pela execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais
e extrajudiciais;
III - as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à
manutenção da fonte produtora; e
IV - as importâncias pagas, devidas aos empregados em decorrência das relações
de trabalho, ainda que não integrem a remuneração destes, caso configurem
despesas necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora,
observado o disposto no § 5º.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica:
I - a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a
despesas de arrendamento;
II - a despesas de locomoção e transporte, salvo, no caso de representante
comercial autônomo, quando o ônus tenha sido deste;
III - em relação aos rendimentos da prestação de serviços de transporte em veículo
próprio, locado, arrendado ou adquirido com reserva de domínio ou alienação
fiduciária;
IV - ao rendimento bruto percebido por garimpeiros na venda, a empresas
legalmente habilitadas, de metais preciosos, pedras preciosas e semipreciosas por
eles extraídos.
§ 2º O contribuinte deve comprovar a veracidade das receitas e despesas mediante
documentação idônea, escrituradas em livro Caixa, que será mantida em seu poder,
à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência.
§ 3º O excesso de deduções apurado no mês pode ser compensado nos meses
seguintes, até dezembro, não podendo ser transposto para o ano seguinte.
§ 4º O livro Caixa independe de registro.

3) Cópia das guias de Recolhimento Mensal do Imposto de Renda Pessoa


Física – Carnê Leão – conforme inciso III do artigo 53 da mesma instrução;
Recolhimento Mensal ("carnê-leão")

Art. 53. Está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física


residente no País que recebe:
I - rendimentos de outras pessoas físicas que não tenham sido tributados
na fonte no País, tais como decorrentes de arrendamento,
subarrendamento, locação e sublocação de móveis ou imóveis, e os
decorrentes do trabalho não assalariado, assim compreendidas todas as
espécies de remuneração por serviços ou trabalhos prestados sem vínculo
empregatício;
II - rendimentos ou quaisquer outros valores de fontes do exterior, tais
como trabalho assalariado ou não assalariado, uso, exploração ou
ocupação de bens móveis ou imóveis, transferidos ou não para o Brasil,
lucros e dividendos;
III - emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães,
notários, oficiais públicos e outros, independentemente de a fonte
pagadora ser pessoa física ou jurídica, exceto quando forem remunerados
exclusivamente pelos cofres públicos;

4) Os recibos – Nota de Emolumentos

5) Livro previsto no artigo 6º da lei Estadual nº 8.938/89, onde são


escriturados os emolumentos recebidos e as despesas realizadas;
LEI ESTADUAL Nº 8.938, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1989.
Art. 6º - Os emolumentos recebidos e as despesas realizadas serão
escriturados em livro próprio.

6) Cópia dos relatórios previstos no artigo 19 da Consolidação Normativa


Notarial e Registral Corregedoria-Geral da Justiça instituída pelo Provimento nº
32/06-CGJ;
Art. 19 – O titular do Serviço remeterá os seguintes relatórios, de acordo
com os modelos anexos:
a) até o dia 10 de cada mês, extrato do movimento financeiro do mês
anterior, à Corregedoria-Geral da Justiça;
b) até o dia 31 de janeiro, extrato do movimento dos atos praticados no ano
anterior, ao Serviço de Cadastro dos Servidores Judiciários – SECASEJ, da
Corregedoria-Geral da Justiça, via e-mail para: cadastrocgj@tj.rs.gov.br.
Parágrafo único – O não-encaminhamento dos relatórios sujeitará o
responsável à pena de infração a dever profissional.

7) Livro de Controle de Selos previstos no artigo 24-E da Consolidação


Normativa Notarial e Registral Corregedoria-Geral da Justiça instituída pelo
Provimento nº 32/06-CGJ;
Art. 24-E – Cada serventia deverá manter, obrigatoriamente, um livro
denominado Livro de Controle de Selos, onde serão lançados diariamente os
números dos Lotes de Selos Digitais de Fiscalização recebidos e o número dos
Selos utilizados, devendo ser encerrado diariamente com a assinatura do titular.

8) Livro de Receita e Despesa prevista no artigo 365, da Consolidação


Normativa Notarial e Registral Corregedoria-Geral da Justiça instituída pelo
Provimento nº 32/06-CGJ;
SEÇÃO VII
DO LIVRO DE RECEITA E DESPESA
Art. 365 – A escrituração desse livro, feita em consonância com as
regras tributárias da Secretaria da Receita Federal, deverão conter escrituração
segundo a qual as despesas devem ser relacionadas e devidamente
discriminadas. • Lei Estadual nº 8.938/89, art. 6º; Ofício-Circular nº 25/01-CGJ.

9) Recibos e relatórios das demais receitas, tais como, fotocópias;

10) Relação Anual de Informações Sociais – RAIS;

11) Livro de Registro de Empregados.

Solicitação de documentos para a Corregedoria-Geral de Justiça

Na hipótese do Ofício se negar a apresentar os documentos por parte dos


prestadores de serviços de Registros Públicos, Cartoriais ou Notariais, o município
poderá, também, solicitar à Corregedoria-Geral de Justiça, cópia da documentação,
já citada, objetivando analisar as informações contidas nos documentos, por
exemplo, do Cartório de Registro de Títulos e Documentos, em decorrência de
auditoria fiscal em andamento, iniciada por meio de processo administrativo de ação
fiscal.
Solicitação de documentos para a Receita Federal
O município poderá, ainda, solicitar à Receita Federal do Brasil, cópia da
documentação, a seguir relacionada, objetivando análisar as informações contidas
nos documentos, por exemplo, do Oficial do Cartório de Registro de Imóveis, em
decorrência de auditoria fiscal em andamento, iniciada por meio de processo
administrativo de ação fiscal:
- Cópia da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física com as
informações cadastrais e financeiras, referentes ao Livro Caixa previsto no artigo
104 da Instrução Normativa SRF 1500/2014;

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

O ISS, é um imposto já qualificado, instituído e previsto no Art 156 da CF/88


e portanto pertencente ao Municípios, tributado segundo a lista anexa a LC n/
116/2003, recentemente alterada pela LC n° 157/2016.
Acontece que as formas de cobrança do ISS são inúmeras, peculiaridades
emblemáticas para cada um dos serviços prestados e por cada prestador distinto,
inclusive pelos prestadores pessoas jurídicas que estariam enquadrados no
Simples Nacional.
Dessa forma, devemos criar medidas acessórias que nos permitam ter um
certo controle sobre aquilo que efetivamente é prestado pelo contribuinte e utilizado
também como forma de controle de informações para os vários entes.
Podemos citar várias obrigações acessórias para controle de ISS, porém
todas elas tem caráter idêntico, porém apresentadas de forma diferente, como
citamos:
a) Declaração Mensal de Serviços, também chamada de DMS, possui caráter
informativo, devendo ser apresentada pelo contribuinte mensalmente,
mesmo que este esteja obrigado ao recolhimento por meio de guia unificada
(Simples Nacional), ou ainda que por razões de isenção não são tributados;
b) Declaração Eletrônica de ISS – normalmente acoplada a algum sistema de
gestão tributária ou de NFSe, fazendo o mesmo trabalho da DMS, porém de
forma eletrônica
c) DES-IF, que constitui-se de ferramenta devidamente aprovada pela Abrasf,
nos padrões estabelecidos pela mesma, onde recepciona-se as declarações
informativas das Instituições Financeiras. Pode estar ou não ligada ao
sistema de gestão tributária.

Em nota, a Abrasf informa que o uso da DESIF também servirá para


recepcionar as novas informações constantes das movimentações com
cartões de crédito/débito e leasing.
Como já vimos anteriormente o ISS é um importantíssimo tributo municipal,
classificado como IMPOSTO, e, uma das principais fontes de receitas para os
Municípios, desde que bem gerida e aplicada a legislação. (CF art 156, III)

Existem muitas maneiras de se agregar valor ao ISS e faze-lo render mais


receita.

a) Aumento de Alíquotas;
- Respeitar a legalidade (CF/88 art 150, I)
- Respeitar as alíquotas mínima e máxima (lc 116/03 art 8°,II e 8°A)
-
b) Revogação das leis de incentivo tributário;
- legalidade dada pela LC 157/2016 caput do art 2° § 1°, 2° e 3°)
c) Adequar a legislação através das modificações trazidas pela LC n° 157/2016
que alterou a LC n° 116/2003

d) Manter uma fiscalização adequada quanto as principais empresas tributadas,


inclusive nas alterações trazidas pela LC 157/16

- Cartões de Crédito/débito (suspenso por liminar na ADI 5835)


- Leasing (suspenso por liminar na ADI 5835)
- Planos de Saúde de Empresas privadas (suspenso por liminar na ADI 5835)
- Instituições Financeiras
- Serviços e Planos Funerários
e) Implantação da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica com a gerência e
implantação de medidas acessórias e ferramentas de controle eletrônico
corretas para maximizar a arrecadação evitando a sonegação e burlo ao
fisco.
EX: DMS (eletrônica ou manual) e DESIF

f) Controle efetivo das retenções e substituição tributária, mantendo a legislação


atualizada.

3.1.3 I T B I – Imposto de Transmissão de Bens “Intervivos”

O ITBI é o imposto de competência municipal que incide sobre transmissão


de bens imóveis entre vivos, a título oneroso.

CTN art 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e
de direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por
natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

O ITBI é imposto sujeito a lançamento por homologação, assim entendido


aquele “que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa”, e
que “opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa” (Código
Tributário Nacional, art. 150).

A CF/88 em seu Art 156, §2°, inciso II, delega a competência do referido
imposto aos Municípios da situação dos bens imóveis a serem transmitidos e
também dos direitos a eles relativos

No tocante ao sujeito passivo, o art. 42 do CTN deixou a critério do ente


público a eleição do contribuinte, que poderá ser qualquer uma das partes
envolvidas na operação tributada.
Na maioria dos Municípios, consideramos como contribuinte do imposto o
seguinte:

Contribuinte do imposto é:
I - nas cessões de direito, o cessionário;
II - na permuta, cada um dos permutantes
III - nas demais transmissões, o adquirente do imóvel ou do direito transmitido.

Das Alíquotas

O art 39 do CTN diz que a alíquota do imposto não excederá os limites


fixados em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação
de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de
habitação.

Daí declinamos para o Ato Complementar n° 27/66, em seu Art 8°, I, II e III,
onde o mesmo estabelece o seguinte:

Art. 8º Até que sejam fixadas pelo Senado Federal os limites a que se refere o artigo 39 da Lei
nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, ficam estabelecidas, para a cobrança do impôsto a que se
refere o artigo 35 da mesma, lei, as seguintes alíquotas máximas:

I - Transmissões compreendidas no sistema financeiro da habitação a que se refere a Lei


nº 4.380, de 21 de agosto de 1964 e legislação complementar 0,5%

II - Demais transmissões a título oneroso 1,0%

III - Quaisquer outras transmissões 2,0%

O Supremo Tribunal Federal se manifestou através da Súmula n° 656,


que é inconstitucional a progressividade das alíquotas do ITBI, portanto
devendo seguir a regra de manter a base de cálculo pelo valor venal do
imóvel.

Segundo dispõe o art. 38 do CTN, a base de cálculo desse imposto é o valor


venal dos bens ou direitos transmitidos.

Segundo ensinamentos do ilustre doutrinador Hugo de Brito Machado:


"A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos (CTN, artigo 38). Não é o preço de venda, mas o valor venal. A
diferença entre preço e valor é relevante. O preço é fixado pelas partes, que em
princípio são livres para contratar. O valor dos bens é determinado pelas
condições do mercado. Em princípio, pela lei da oferta e da procura" (in Curso
de Direito Tributário, 26ª ed., Malheiros, 2005, p. 395).

Vale dizer, o valor venal, para fins de incidência do ITBI, nada mais é que o
valor pelo qual o bem seria transmitido em condições de mercado, ou seja, o valor
de venda do imóvel objeto da transação imobiliária.

O Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) deve ser calculado


sobre o valor efetivo da venda do bem, mesmo que este seja maior do que o valor
venal adotado como base de cálculo para o lançamento do Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU).

“Processual civil e tributário. Embargos de declaração recebidos como agravo


regimental. ITBI. IPTU. Apuração da base de cálculo. Valor venal. Inexistência de
vinculação.

1. A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido de que 'o valor venal do imóvel
apurado para fins de ITBI não coincide, necessariamente, com aquele adotado para
lançamento do IPTU'. Precedentes: AgRg no REsp 1.226.872/SP, Rel. Ministro Castro
Meira, DJe 23/4/2012; AgRg no AREsp 36.740/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe
22/11/2011; AgRg no Ag 1.120.905/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe 11/9/2009.

2. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental a que se nega


provimento”. (EDcl no AREsp 424555 / SP, Ministro OG Fernandes, Segunda Turma, DJe
20/02/2014)” G.N.
“Tributário. ITBI. Base de cálculo. Exame de Lei Municipal. Impossibilidade. Súmula
280 do STF.

1. Prevalece nesta Corte o entendimento de que a forma de apuração da base de


cálculo e a modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão que,
em princípio, justifica a não vinculação dos valores desses impostos.

“TRIBUTÁRIO. ITBI. BASE DE CÁLCULO. VALOR VENAL DO IMÓVEL. APURAÇÃO


DISSOCIADA DO VALOR APURADO PELA MUNICIPALIDADE PARA COBRANÇA DE
IPTU. POSSIBILIDADE.

1. Nos termos da jurisprudência desta Corte, o Fisco não está obrigado a utilizar o
mesmo valor apurado pelo Município quando da apuração do valor venal do imóvel para o
cálculo do IPTU, podendo arbitrar o seu valor nos termos do art. 148 do CTN.
2. In casu, não há modificação na base de cálculo do ITBI ou do IPTU, pois ambos têm
como base de cálculo o valor venal do imóvel, o que difere é a forma de apuração desse
valor, possibilitando a diferença numérica.

Agravo regimental improvido” (AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 36.740


- RS (2011⁄0109125-9); Relator: Ministro Humberto Martins)

Como vimos anteriormente, a lei 5.172/66 (CTN), define o fato gerador do


ITBI no seu art 35, I, II e III, assim disciplinado,

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de
direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por
natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos
reais de garantia;
III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

Cabe-nos a observar que o inciso I do art 35, diz que o fato gerador do ITBI é
a transmissão a qualquer titulo, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis,
por natureza ou acessão física, como definidos em lei civil.

Assim, para que possamos entender melhor a definição do inciso I, devemos


nos reportar a lei civil, ou seja, o Código Civil Brasileiro, especialmente nos arts 79 à
81, os quais dão a definição de bens imóveis assim descritos:

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem
removidas para outro local;
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Ainda assim, é pertinente a observação do Art 82 da mesma legislação, onde
define o que são bens móveis, porém com uma ressalva no caput do artigo,
podendo o mesmo ser interpretado de acordo com a situação de cada caso,
especialmente nas transmissões de pessoa jurídica, assim:

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força
alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Importante ressaltar, na definição de Eduardo Sabbag:

"É fato gerador do ITBI a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso (e não gratuito), de bens imóveis (e não móveis), por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos à sua aquisição (art. 156, II da CF e art. 35 do CNT)."

Consideram-se bens imóveis para fins de imposto:

I - O solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais,


compreendendo as árvores e os frutos pendentes;
II - tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como as
construções e a semente lançada à terra, de modo que não se possa retirar sem
destruição, modificação, fratura ou dano.

Imunidades

O art. 156, § 2º, I/CF define as imunidades, excluindo do campo de


incidência do tributo a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio
da pessoal jurídica em realização de capital, bem assim a transmissão em virtude
de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens
ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

São responsáveis pela avaliação, para incidência do imposto,


independentemente de serem os imóveis urbanos ou rurais, os Agentes Fiscais da
Receita Municipal, integrantes da Administração Tributária dos Municípios.
Há, ainda, um tema controverso a respeito de reconhecimento de imunidades
de ITBI sob condição resolutória.

Diz respeito ao caso em que um sócio que tenha um imóvel avaliado em, por
exemplo, R$100.000,00, pretende incorporá-lo ao patrimônio da empresa, para
integralizar capital social em valor de R$50.000,00.

A controvérsia diz respeito a se o município deve: reconhecer a imunidade


somente do montante necessário para integralização (R$50.000,00, no caso) e
lançar o ITBI sobre os R$50.000,00 restantes; ou reconhecer a imunidade do ITBI
sobre o valor de avaliação do imóvel, independentemente do montante necessário
para integralizar o capital social da empresa.

O STF, em decisão de 05.03.15, reconheceu repercussão geral no RE


796.376/SC, que ainda está pendente de julgamento, portanto, por ora, está mantida
a controvérsia.

Entretanto, quando resolvida a questão, por conta da repercussão geral,


caberá a todos os municípios seguir a decisão. Vale acompanhar o deslinde da
questão !!

Alcance da imunidade tributária do ITBI, prevista no art. 156, §


2º, I, da Constituição, sobre imóveis incorporados ao patrimônio
de pessoa jurídica, quando o valor total desses bens
excederem o limite do capital social a ser integralizado.
Relator: MIN. MARCO AURÉLIO

Leading Case: RE 796376

TRIBUTÁRIO - ITBI - INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS


PARA INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL SOCIAL DE PESSOA
JURÍDICA - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA (ART. 156, §
2º, INCISO II, DA CF/1988) - VALOR DOS IMÓVEIS
SUPERIOR AO DO CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO E
DAS COTAS DOS SÓCIOS RESPECTIVOS - IMUNIDADE
QUE ALCANÇA APENAS O LIMITE DO CAPITAL E DAS
COTAS INTEGRALIZADAS COM IMÓVEIS - EXCEDENTE
SUJEITO À TRIBUTAÇÃO - SENTENÇA REFORMADA.
A imunidade tributária prevista na primeira
parte do inciso II do § 2º do art. 156, da
Constituição Federal de 1988 impede a
incidência do imposto de transmissão de bens
imóveis "inter vivos" somente sobre o valor do
imóvel necessário à integralização da cota do
capital social. Vale dizer, sobre o valor do
imóvel incorporado que excede o limite do
capital social a ser integralizado ou da
própria cota do sócio respectivo, haverá
incidência do tributo.

O referido RE ainda se encontra em discussão, mas até que se defina na


decisão do STF, continua a repercussão geral e a controvérsia.

3.1.4 – TAXAS

As taxas são devidas em razão de uma prestação estatal de serviços


efetiva ou potencialmente usufruídos pelo cidadão ou pelo exercício do poder
de polícia.
É UM TRIBUTO.............Art 5° CTN

A conceituação legal fica por conta do CTN

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição.

Em resumo podemos afirmar que as TAXAS dividem-se em duas espécies:


 TAXA DE POLÍCIA OU FISCALIZAÇÃO – regrada pelo art 78 do CTN

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
 TAXA DE SERVIÇO OU UTILIZAÇÃO – regrada pelo Art 79 do CTN
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição
mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de
utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos
seus usuários.
As bases de cálculo de taxas não podem ser iguais às dos impostos. A base
de cálculo é o valor econômico sobre o que se calculará, após aplicada
a alíquota, o valor devido a título de obrigação tributária e, no caso das taxas,
deve ser baseada no custo do serviço prestado ou do exercício do poder de
polícia.
(CF/88 Art 145 - § 2°) (CTN L 5.172/66 art 77 Parágrafo Único)

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - ...................;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - .......................
§ 1º ......................
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

A título de exemplo, a jurisprudência do TRF-1:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ARGUIÇÃO DE


INCONSTITUCIONALIDADE. TAXA DE FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA. ANVISA.
LEI 9.782/1999. RESOLUÇÃO-RDC 346/2003. NATUREZA JURÍDICA. TAXA.
BASE DE CÁLCULO DE IMPOSTO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS. ILEGALIDADE.

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Contribuinte

Contribuinte de taxa será a pessoa que provoca a atuação estatal caracterizada


pelo exercício do poder de polícia, ou a pessoa a quem seja prestada, ou à
disposição de quem seja colocada a atuação do Estado traduzida em um serviço
público divisível.

Tipos de Taxas

Taxas de Polícia:

 Tx de Fiscalização e Vistoria
 Tx de Licença e Localização de Estabelecimento (Renovação de Alvará)

STJ SÚMULA N. 157 (CANCELADA) É ilegítima a cobrança de taxa, pelo Município, na renovação
de licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial.

Superior Tribunal de Justiça:


“ A jurisprudência da Primeira Seção/STJ, seguindo orientação do STF,
firmou-se no sentido de que é legítima a cobrança da taxa de fiscalização e
funcionamento quando notório o exercício do poder de polícia pelo aparato
administrativo do ente municipal, de modo que é dispensável a comprovação
do exercício efetivo de fiscalização” (REsp 936487 / ES - Rel. Min. Mauro
Campbell Marques – DJ 30/09/2010).

 Tx de Licença Sanitária
 Tx Venda ambulante
 Tx Realização de Evento Público

Taxas de Serviços:

 Coleta de Lixo
 Limpeza Urbana
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de
imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
 Transporte de Materiais
 De Expediente
 Serviços diversos
“É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização e

funcionamento quando notório o exercício do poder de polícia

pelo aparato administrativo do ente municipal, sendo

dispensável a comprovação do exercício efetivo de

fiscalização.”

Precedentes: AgRg no AREsp 308841/SC, Rel. Ministro HERMAN

BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 05/12/2013;

AgRg no AREsp 358371/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,

SEGUNDA TURMA, julgado em 17/09/2013, DJe 25/09/2013; AgRg no

Ag 1320125/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 27/11/2012; REsp 936487/ES, Rel.

Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em

24/08/2010, DJe 30/09/2010; AgRg no Ag 1273129/MG, Rel. Ministro

HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 27/04/2010,

DJe 21/05/2010; REsp 1039720/PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,

PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/05/2009, DJe 18/06/2009. (VIDE

REPERCUSSÃO GERAL – TEMA 217)

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535


DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. ALEGADA
AFRONTA AO ART. 20 DO CPC. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE.
TRIBUTÁRIO. TAXA DE FISCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. LEGITIMIDADE
DA COBRANÇA. DISCUSSÃO SOBRE OS REQUISITOS DE ESPECIFICIDADE
E DIVISIBILIDADE. ENFOQUE CONSTITUCIONAL DA MATÉRIA. 1. Não
havendo no acórdão recorrido omissão, obscuridade ou contradição não fica
caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 2. "É inadmissível o recurso
extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata
compreensão da controvérsia" (Súmula 284/STF). 3. Não obstante a cobrança da
taxa em comento seja baseada no exercício do poder de polícia (e não na
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível), cumpre
esclarecer que eventual discussão sobre a necessidade da taxa ser específica e
divisível é inviável em sede de recurso especial, porquanto requer a verificação
sobre eventual contrariedade ao art. 145, II, da CF/88. 4. Considerada válida pelo
Tribunal de origem a legislação municipal que instituiu a taxa de fiscalização e
funcionamento, mostra-se inviável, em sede de recurso especial, verificar a
compatibilidade entre tal legislação e o art. 97, IV, do CTN, tendo em vista que
compete ao Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso extraordinário, as
causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida julgar
válida lei local contestada em face de lei federal. 5. A jurisprudência da Primeira
Seção/STJ , seguindo orientação do STF, firmou-se no sentido de que é legítima a
cobrança da taxa de fiscalização e funcionamento quando notório o exercício do
poder de polícia pelo aparato administrativo do ente municipal, de modo que é
dispensável a comprovação do exercício efetivo de fiscalização. 6. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.

(STJ - REsp: 936487 ES 2007/0068495-4, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL


MARQUES, Data de Julgamento: 24/08/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 30/09/2010)

TAXA X TARIFA

A taxa é instituída pelo Estado, ou seja, União, Estado, Município ou Distrito


Federal, motivo pelo qual é um tributo que se refere a uma atividade pública e não
privada. Existe apenas duas modalidades de taxa, a de serviço, que corresponde a
prestação de um serviço indivisível e público específico, e a de polícia, que
corresponde ao efetivo poder de fiscalização do Estado.
Assim, taxa não pode ser confundida com tarifa, já que essa segunda ocorre
por meio de contrato e é voluntária, não sendo, portanto, compulsória. Também não
se trata de um serviço essencial, podendo cada cidadão escolher se submeter a ela
ou não. É o caso, por exemplo, da tarifa de ônibus. Ademais, a tarifa consiste em o
preço de venda de um bem que é exigido pelas empresas prestadoras de serviços
públicos.
O regime jurídico da taxa é definido pelo Direito Público, ao passo que o regime da
tarifa corresponde ao do Direito Privado. Nas tarifas pode-se dizer que há a
liberdade de contratá-las ou não, mas o mesmo não ocorre com as taxas, já que é
compulsória a submissão aos efeitos tributários.

Por fim, ressalta-se que o traço mais importante para diferenciar uma taxa de um
tributo não consiste se o serviço é compulsório ou facultativo, mas sim se a atividade
é exercida diretamente pelo Poder Público. Se houver clara vinculação do serviço
com o desempenho de função do Estado, haverá taxa. Por outro lado, se houver
desvinculação com o Estado e não existir nenhum óbice para desempenho da
atividade por parte de um ente particular, haverá tarifa.

TARIFAS:
 Transporte coletivo
 Água e Esgoto

3.1.5 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Prevista no Art 5° do CTN e disciplinada no art 81 e 82 da mesma legislação,


a contribuição de Melhoria é criada para fazer custeio de obras públicas onde
configure valorização imobiliária, sendo que o limite de custo total é o limite da obra
e o limite de cada indivíduo é o acréscimo que a obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para
cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a
que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função
dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do
montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

FATO GERADOR

Só há fato gerador da Contribuição de Melhoria se a propriedade do


contribuinte for valorizada em decorrência de obra pública, ou seja, valorização
imobiliária decorrente de obra dessa natureza.

É preciso haver a relação obra pública e valorização imobiliária.

Pode-se traduzir por Obra Pública a efetivação do trabalho feito pela


administração estatal, na consecução de seus fins e em atendimento aos
interesses da sociedade.

No entendimento de Geraldo Ataliba,

“a realização de obras públicas, em regra, gera um efeito específico notável:


determina o incremento no valor dos imóveis adjacentes e vizinhos. Esta
valorização é algo novo no mundo, introduzido como repercussão da obra. É algo
de novo que não se confunde com a obra, mas é nitidamente efeito seu”

Nesse sentido, da obra deve resultar um acréscimo no patrimônio público,


com um novo elemento ou bem. O resto é considerado serviço de manutenção e
enseja a exigência de taxa.
Dispõe o Decreto Lei 195/67 abaixo explicitado:

Que será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade


privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: abertura, alargamento,
pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias
públicas; construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos;
construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive todas as obras e edificações
necessárias ao funcionamento do sistema; serviços e obras de abastecimento de água potável,
esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de
suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; proteção contra
secas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais,
desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação;
construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de
rodagem; construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; aterros e realizações de
embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto
paisagístico.

REQUISITOS PARA INSTITUIÇÃO

Para a cobrança da Contribuição de Melhoria é necessária observância de


um processo rigoroso sob pena de anulação do lançamento.

Há uma sequência que não pode ser burlada, indispensável para se exigir o
tributo.

Para cobrança da Contribuição de Melhoria, a Administração competente


deverá publicar o Edital, contendo:

 delimitação das áreas direta e indiretamente beneficiadas e a relação dos


imóveis nelas compreendidos;
 memorial descritivo do projeto;
 orçamento total ou parcial do custo das obras e
 determinação da parcela do custo das obras a ser ressarcida pela
contribuição, com o correspondente plano de rateio entre os imóveis
beneficiados.

Tal exigência aplica-se também aos casos de cobrança da Contribuição de


Melhoria por obras públicas em execução, constantes de projetos ainda não
concluídos.
Segundo o STF, o edital deve ser prévio em relação à cobrança, mas pode ser
posterior à obra.

Executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente


para beneficiar determinados imóveis, de modo a justificar o início da cobrança da
Contribuição de Melhoria, proceder-se-á ao lançamento referente a esses imóveis,
depois de publicado o respectivo demonstrativo de custos.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

 Esta relacionada com atividade do Poder Público - realização de obra


pública.
 Tem como fato gerador o benefício advindo ao imóvel, benefício este em
consequência da obra pública
 Não há restituição
 Destinada a custear obras públicas que tragam benefício imobiliário para o
contribuinte

CÁLCULO
O cálculo da Contribuição de Melhoria é feito dividindo proporcionalmente o
custo da obra pela valorização dos imóveis na área beneficiada.
O contribuinte pagará a Contribuição de Melhoria no limite do valor de
acréscimo na valorização do imóvel. O limite total das contribuições também não
poderá ser superior ao total custo da obra.
O montante de valorização é de difícil determinação, podendo uma
autoridade administrativa fazer um arbitramento deste, precisando da concordância
do contribuinte. Caso contrário, conforme o artigo 148 do Código Tributário
Nacional, pode o contribuinte impugnar o arbitramento.
A base de cálculo é o quantum de valorização imobiliária. Exemplificando: se
um imóvel de R$ 10.000,00 é valorizado em 10% desse valor, devido à obra
pública realizada, o contribuinte pagará uma alíquota sobre R$ 1.000,00 (10% de
R$ 10.000,00), correspondente à valorização do imóvel, a título de Contribuição de
Melhoria.
MATERIALIZAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IGUALDADE
O tributo deve ser um ônus suportável, um encargo que o contribuinte deva
pagar sem sacrifício do desfrute normal dos bens da vida.
O tributo é justo desde que adequado à capacidade econômica da pessoa
que deva suportá-lo. Não basta que seja legal, mister se faz que o mesmo seja
legítimo.

HIPÓTESE DE DESVALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA


Em outra situação, o artigo 2º do Decreto-lei n. 195 especifica os casos de
valorização dos imóveis, que propiciariam a cobrança de Contribuição de Melhoria.
Alguns de seus incisos, contrariando a ideia de valorização, na prática trazem
desvalorização e malefício para os imóveis. Exemplo é o inciso VII do referido
artigo: na construção de um aeroporto próximo a residências, não há valorização
dos imóveis, uma vez que a obra traz consigo excesso de barulho e insegurança.

Hugo de Brito Machado diz que:


É induvidosa, portanto, a impossibilidade jurídica de Contribuição de Melhoria sem valorização
imobiliária. Um tributo que, com esse nome, seja instituído, indecentemente, de melhoria, será
verdadeiro imposto, e assim, salvo o exercício da denominada competência residual, com as
limitações a ela inerentes, será inconstitucional.

Segundo Alexandre Macedo Tavares

A realização de obra pública que não traga valorização do imóvel não comporta cobrança de
Contribuição de Melhoria, assim como qualquer valorização imobiliária que não decorra de obra
pública.

Ementa: TRIBUTARIO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: A ENTIDADE


TRIBUTANTE AO EXIGIR O PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÃODE MELHORIA
TEM DE DEMONSTRAR O AMPARO DAS SEGUINTES CIRCUNSTANCIAS: A)
EXIGENCIA FISCAL DECORRE DE DESPESAS DECORRENTES DE OBRA
PUBLICA REALIZADA; B) A OBRA PROVOCOU A VALORIZAÇÃO DO IMOVEL;
C) A BASE DE CALCULO E A DIFERENÇA ENTRE DOIS MOMENTOS: O
PRIMEIRO, O VALOR DO IMOVEL ANTES DA OBRA SER INICIADA; O
SEGUNDO, O VALOR DO IMOVEL APOS A CONCLUSÃO DA OBRA - RECURSO
PROVIDO. (REsp 169.131/SP, 1ª T, rel.Min.José Delgado,j.02-06-1998).

Cabe ao poder público provar que valorizou o bem imóvel com a obra estatal.
Se o fato gerador da Contribuição de Melhoria é a valorização imobiliária
decorrente da obra pública, entende-se que, não havendo valorização imobiliária,
não gerou o dever de pagamento da Contribuição de Melhoria – pelo contrário, há
a responsabilidade civil do Estado.

3.1.6 CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Disciplinada na inserção do Art 149-A da CF/88 através da EC


39/2002.

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto
no art. 150, I e III
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia elétrica.

A súmula vinculante do STF n° 41, estipula que:

“O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado


mediante taxa.”

O serviço de Iluminação Pública deve ser previsto em leis municipais.

A Base de cálculo são valores fixos por quantidade de consumo de


energia elétrica. Portanto conforme sumula vinculante 41 STF, a contribuição deve
ser estipulada e cobrada via tarifa.

Como é uma contribuição, deve atingir o limite de custo efetivo

Pode ser cobrada via conta de energia elétrica de acordo com convênio
com as distribuidoras de energia.
Estas passam a ser substitutas tributárias e responsáveis pela retenção
e repasse aos Municípios.

3. PROTESTO DE DÍVIDA ATIVA

O protesto extrajudicial, em cartório, da dívida ativa tributária é constitucional,


segundo o Supremo Tribunal Federal.
A corte julgou em novembro de 2016 a Ação Direta de Inconstitucionalidade
5.135, movida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que questionou o
parágrafo único do artigo 1º da Lei 9.492/1997.
A norma, acrescentada pelo artigo 25 da Lei 12.767/2012, incluiu, no rol dos
títulos sujeitos a protesto, as Certidões de Dívida Ativa (CDA) da União, dos
estados, do Distrito Federal, dos municípios e das respectivas autarquias e
fundações públicas.
Assim definiu a tese:

“O protesto das certidões de dívida ativa constitui mecanismo


constitucional e legítimo por não restringir de forma desproporcional
quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e assim não
constituir sanção política.”

3.1 CONCEITO DE PROTESTO DE TÍTULOS

Trata-se de procedimento formal estampado no art 1° da Lei n° 9.492/97,


firmando o entendimento de que o protesto é na verdade a prova do não pagamento
da dívida no prazo legal estabelecido no título ou outro documento.

“Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o


descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.”
O Protesto de Título é regulamentado através da Lei n° 9.492/97, a qual criou
regras e normas para se efetuar o protesto destes títulos incluindo as Certidões de
Dívida Ativa dos Municípios, além dos outros entes. O Parágrafo Único do art 1° da
lei supra, o qual foi introduzido através do art 25 da Lei n° 12.767/12;

“Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões


de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
das respectivas autarquias e fundações públicas”

Dessa forma, foi firmado o entendimento de que é constitucional o protesto de


Certidões de dívida ativa dos Municípios.

Por decorrência de sua natureza jurídica, diversos são os efeitos do protesto,


de acordo com os fundamentos que o justifiquem, entre os quais podemos citar:

a) prova da inadimplência do devedor;

b) interrupção da prescrição;

c) abalo de crédito.

A Lei 9.492 de 10 de setembro de 1.997 prevê de forma detalhada quais os


procedimentos a serem adotados pelo Tabelião ao recepcionar títulos para protesto.

LEI Nº 9.492, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.


Define competência, regulamenta os serviços
concernentes ao protesto de títulos e outros
documentos de dívida e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Da Competência e das Atribuições
Art. 1º Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida
ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas
autarquias e fundações públicas.
Art. 2º Os serviços concernentes ao protesto, garantidores da autenticidade,
publicidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido
nesta Lei.
Art. 3º Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos
interesses públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução
ou do aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem
como lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo,
proceder às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos
praticados, na forma desta Lei.
CAPÍTULO II
Da Ordem dos Serviços
Art. 4º O atendimento ao público será, no mínimo, de seis horas diárias.
Art. 5º Todos os documentos apresentados ou distribuídos no horário regulamentar
serão protocolizados dentro de vinte e quatro horas, obedecendo à ordem cronológica de
entrega.
Parágrafo único. Ao apresentante será entregue recibo com as características
essenciais do título ou documento de dívida, sendo de sua responsabilidade os dados
fornecidos.
Art. 6º Tratando-se de cheque, poderá o protesto ser lavrado no lugar do pagamento
ou do domicílio do emitente, devendo do referido cheque constar a prova de apresentação
ao Banco sacado, salvo se o protesto tenha por fim instruir medidas pleiteadas contra o
estabelecimento de crédito.
CAPÍTULO III
Da Distribuição
Art. 7º Os títulos e documentos de dívida destinados a protesto somente estarão
sujeitos a prévia distribuição obrigatória nas localidades onde houver mais de um
Tabelionato de Protesto de Títulos.
Parágrafo único. Onde houver mais de um Tabelionato de Protesto de Títulos, a
distribuição será feita por um Serviço instalado e mantido pelos próprios Tabelionatos, salvo
se já existir Ofício Distribuidor organizado antes da promulgação desta Lei.
Art. 8º Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e
entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de
quantidade e qualidade.
Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas
Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de
dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a
cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas.
CAPÍTULO IV
Da Apresentação e Protocolização
Art. 9º Todos os títulos e documentos de dívida protocolizados serão examinados em
seus caracteres formais e terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião
de Protesto investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.
Parágrafo único. Qualquer irregularidade formal observada pelo Tabelião obstará o
registro do protesto.
Art. 10. Poderão ser protestados títulos e outros documentos de dívida em moeda
estrangeira, emitidos fora do Brasil, desde que acompanhados de tradução efetuada por
tradutor público juramentado.
§ 1º Constarão obrigatoriamente do registro do protesto a descrição do documento e
sua tradução.
§ 2º Em caso de pagamento, este será efetuado em moeda corrente nacional,
cumprindo ao apresentante a conversão na data de apresentação do documento para
protesto.
§ 3º Tratando-se de títulos ou documentos de dívidas emitidos no Brasil, em moeda
estrangeira, cuidará o Tabelião de observar as disposições do Decreto-lei nº 857, de 11 de
setembro de 1969, e legislação complementar ou superveniente.
Art. 11. Tratando-se de títulos ou documentos de dívida sujeitos a qualquer tipo de
correção, o pagamento será feito pela conversão vigorante no dia da apresentação, no valor
indicado pelo apresentante.
CAPÍTULO V
Do Prazo
Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocolização
do título ou documento de dívida.
§ 1º Na contagem do prazo a que se refere o caput exclui-se o dia da protocolização e
inclui-se o do vencimento.
§ 2º Considera-se não útil o dia em que não houver expediente bancário para o público
ou aquele em que este não obedecer ao horário normal.
Art. 13. Quando a intimação for efetivada excepcionalmente no último dia do prazo ou
além dele, por motivo de força maior, o protesto será tirado no primeiro dia útil subseqüente.
CAPÍTULO VI
Da Intimação
Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá
a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento,
considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço.
§ 1º A remessa da intimação poderá ser feita por portador do próprio tabelião, ou por
qualquer outro meio, desde que o recebimento fique assegurado e comprovado através de
protocolo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente.
§ 2º A intimação deverá conter nome e endereço do devedor, elementos de
identificação do título ou documento de dívida, e prazo limite para cumprimento da
obrigação no Tabelionato, bem como número do protocolo e valor a ser pago.
Art. 15. A intimação será feita por edital se a pessoa indicada para aceitar ou pagar for
desconhecida, sua localização incerta ou ignorada, for residente ou domiciliada fora da
competência territorial do Tabelionato, ou, ainda, ninguém se dispuser a receber a intimação
no endereço fornecido pelo apresentante.
§ 1º O edital será afixado no Tabelionato de Protesto e publicado pela imprensa local
onde houver jornal de circulação diária.
§ 2º Aquele que fornecer endereço incorreto, agindo de má-fé, responderá por perdas
e danos, sem prejuízo de outras sanções civis, administrativas ou penais.
CAPÍTULO VII
Da Desistência e Sustação do Protesto
Art. 16. Antes da lavratura do protesto, poderá o apresentante retirar o título ou
documento de dívida, pagos os emolumentos e demais despesas.
Art. 17. Permanecerão no Tabelionato, à disposição do Juízo respectivo, os títulos ou
documentos de dívida cujo protesto for judicialmente sustado.
§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só
poderá ser pago, protestado ou retirado com autorização judicial.
§ 2º Revogada a ordem de sustação, não há necessidade de se proceder a nova
intimação do devedor, sendo a lavratura e o registro do protesto efetivados até o primeiro
dia útil subseqüente ao do recebimento da revogação, salvo se a materialização do ato
depender de consulta a ser formulada ao apresentante, caso em que o mesmo prazo será
contado da data da resposta dada.
§ 3º Tornada definitiva a ordem de sustação, o título ou o documento de dívida será
encaminhado ao Juízo respectivo, quando não constar determinação expressa a qual das
partes o mesmo deverá ser entregue, ou se decorridos trinta dias sem que a parte
autorizada tenha comparecido no Tabelionato para retirá-lo.
Art. 18. As dúvidas do Tabelião de Protesto serão resolvidas pelo Juízo competente.
CAPÍTULO VIII
Do Pagamento
Art. 19. O pagamento do título ou do documento de dívida apresentado para protesto
será feito diretamente no Tabelionato competente, no valor igual ao declarado pelo
apresentante, acrescido dos emolumentos e demais despesas.
§ 1º Não poderá ser recusado pagamento oferecido dentro do prazo legal, desde que
feito no Tabelionato de Protesto competente e no horário de funcionamento dos serviços.
§ 2º No ato do pagamento, o Tabelionato de Protesto dará a respectiva quitação, e o
valor devido será colocado à disposição do apresentante no primeiro dia útil subseqüente ao
do recebimento.
§ 3º Quando for adotado sistema de recebimento do pagamento por meio de cheque,
ainda que de emissão de estabelecimento bancário, a quitação dada pelo Tabelionato fica
condicionada à efetiva liquidação.
§ 4º Quando do pagamento no Tabelionato ainda subsistirem parcelas vincendas, será
dada quitação da parcela paga em apartado, devolvendo-se o original ao apresentante.
CAPÍTULO IX
Do Registro do Protesto
Art. 20. Esgotado o prazo previsto no art. 12, sem que tenham ocorrido as hipóteses
dos Capítulos VII e VIII, o Tabelião lavrará e registrará o protesto, sendo o respectivo
instrumento entregue ao apresentante.
Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução.
§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento
da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.
§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento,
vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na lei cambial.
§ 3º Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e
não proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda
via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os mesmos
requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exigência de
qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação das duplicatas.
§ 4º Os devedores, assim compreendidos os emitentes de notas promissórias e
cheques, os sacados nas letras de câmbio e duplicatas, bem como os indicados pelo
apresentante ou credor como responsáveis pelo cumprimento da obrigação, não poderão
deixar de figurar no termo de lavratura e registro de protesto.
§ 5o Não se poderá tirar protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o
sacado não aceitante.
Art. 22. O registro do protesto e seu instrumento deverão conter:
I - data e número de protocolização;
II - nome do apresentante e endereço;
III - reprodução ou transcrição do documento ou das indicações feitas pelo
apresentante e declarações nele inseridas;
IV - certidão das intimações feitas e das respostas eventualmente oferecidas;
V - indicação dos intervenientes voluntários e das firmas por eles honradas;
VI - a aquiescência do portador ao aceite por honra;
VII - nome, número do documento de identificação do devedor e endereço;
VIII - data e assinatura do Tabelião de Protesto, de seus substitutos ou de Escrevente
autorizado.
Parágrafo único. Quando o Tabelião de Protesto conservar em seus arquivos gravação
eletrônica da imagem, cópia reprográfica ou micrográfica do título ou documento de dívida,
dispensa-se, no registro e no instrumento, a sua transcrição literal, bem como das demais
declarações nele inseridas.
Art. 23. Os termos dos protestos lavrados, inclusive para fins especiais, por falta de
pagamento, de aceite ou de devolução serão registrados em um único livro e conterão as
anotações do tipo e do motivo do protesto, além dos requisitos previstos no artigo anterior.
Parágrafo único. Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou
documentos de dívida de responsabilidade das pessoas sujeitas às conseqüências da
legislação falimentar.
Art. 24. O deferimento do processamento de concordata não impede o protesto.
CAPÍTULO X
Das Averbações e do Cancelamento
Art. 25. A averbação de retificação de erros materiais pelo serviço poderá ser efetuada
de ofício ou a requerimento do interessado, sob responsabilidade do Tabelião de Protesto
de Títulos.
§ 1º Para a averbação da retificação será indispensável a apresentação do instrumento
eventualmente expedido e de documentos que comprovem o erro.
§ 2º Não são devidos emolumentos pela averbação prevista neste artigo.
Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no
Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do
documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.
§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida
protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida,
daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso
translativo.
§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-
mandato, será suficiente a declaração de anuência passada pelo credor endossante.
§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no
pagamento do título ou documento de dívida, será efetivado por determinação judicial,
pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.
§ 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processo judicial, o cancelamento do
registro do protesto poderá ser solicitado com a apresentação da certidão expedida pelo
Juízo processante, com menção do trânsito em julgado, que substituirá o título ou o
documento de dívida protestado.
§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus
Substitutos ou por Escrevente autorizado.
§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação
eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em documento apartado, que será
arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e anotado no índice
respectivo.
CAPÍTULO XI
Das Certidões e Informações do Protesto
Art. 27. O Tabelião de Protesto expedirá as certidões solicitadas dentro de cinco dias
úteis, no máximo, que abrangerão o período mínimo dos cinco anos anteriores, contados da
data do pedido, salvo quando se referir a protesto específico.
§ 1º As certidões expedidas pelos serviços de protesto de títulos, inclusive as relativas
à prévia distribuição, deverão obrigatoriamente indicar, além do nome do devedor, seu
número no Registro Geral (R.G.), constante da Cédula de Identidade, ou seu número no
Cadastro de Pessoas Físicas (C.P.F.), se pessoa física, e o número de inscrição no
Cadastro Geral de Contribuintes (C.G.C.), se pessoa jurídica, cabendo ao apresentante do
título para protesto fornecer esses dados, sob pena de recusa.
§ 2º Das certidões não constarão os registros cujos cancelamentos tiverem sido
averbados, salvo por requerimento escrito do próprio devedor ou por ordem judicial.
Art. 28. Sempre que a homonímia puder ser verificada simplesmente pelo confronto do
número de documento de identificação, o Tabelião de Protesto dará certidão negativa.
Art. 29. Os cartórios fornecerão às entidades representativas da indústria e do
comércio ou àquelas vinculadas à proteção do crédito, quando solicitada, certidão diária, em
forma de relação, dos protestos tirados e dos cancelamentos efetuados, com a nota de se
cuidar de informação reservada, da qual não se poderá dar publicidade pela imprensa, nem
mesmo parcialmente.
§ 1o O fornecimento da certidão será suspenso caso se desatenda ao disposto
no caput ou se forneçam informações de protestos cancelados.
§ 2º Dos cadastros ou bancos de dados das entidades referidas no caput somente
serão prestadas informações restritivas de crédito oriundas de títulos ou documentos de
dívidas regularmente protestados cujos registros não foram cancelados.
Art. 30. As certidões, informações e relações serão elaboradas pelo nome dos
devedores, conforme previstos no § 4º do art. 21 desta Lei, devidamente identificados, e
abrangerão os protestos lavrados e registrados por falta de pagamento, de aceite ou de
devolução, vedada a exclusão ou omissão de nomes e de protestos, ainda que provisória ou
parcial.
Art. 31. Poderão ser fornecidas certidões de protestos, não cancelados, a quaisquer
interessados, desde que requeridas por escrito.
CAPÍTULO XII
Dos Livros e Arquivos
Art. 32. O livro de Protocolo poderá ser escriturado mediante processo manual,
mecânico, eletrônico ou informatizado, em folhas soltas e com colunas destinadas às
seguintes anotações: número de ordem, natureza do título ou documento de dívida, valor,
apresentante, devedor e ocorrências.
Parágrafo único. A escrituração será diária, constando do termo de encerramento o
número de documentos apresentados no dia, sendo a data da protocolização a mesma do
termo diário do encerramento.
Art. 33. Os livros de Registros de Protesto serão abertos e encerrados pelo Tabelião
de Protestos ou seus Substitutos, ou ainda por Escrevente autorizado, com suas folhas
numeradas e rubricadas.
Art. 34. Os índices serão de localização dos protestos registrados e conterão os nomes
dos devedores, na forma do § 4º do art. 21, vedada a exclusão ou omissão de nomes e de
protestos, ainda que em caráter provisório ou parcial, não decorrente do cancelamento
definitivo do protesto.
§ 1º Os índices conterão referência ao livro e à folha, ao microfilme ou ao arquivo
eletrônico onde estiver registrado o protesto, ou ao número do registro, e aos
cancelamentos de protestos efetuados.
§ 2º Os índices poderão ser elaborados pelo sistema de fichas, microfichas ou banco
eletrônico de dados.
Art. 35. O Tabelião de Protestos arquivará ainda:
I - intimações;
II - editais;
III - documentos apresentados para a averbação no registro de protestos e ordens de
cancelamentos;
IV - mandados e ofícios judiciais;
V - solicitações de retirada de documentos pelo apresentante;
VI - comprovantes de entrega de pagamentos aos credores;
VII - comprovantes de devolução de documentos de dívida irregulares.
§ 1º Os arquivos deverão ser conservados, pelo menos, durante os seguintes prazos:
I - um ano, para as intimações e editais correspondentes a documentos protestados e
ordens de cancelamento;
II - seis meses, para as intimações e editais correspondentes a documentos pagos ou
retirados além do tríduo legal;
III - trinta dias, para os comprovantes de entrega de pagamento aos credores, para as
solicitações de retirada dos apresentantes e para os comprovantes de devolução, por
irregularidade, aos mesmos, dos títulos e documentos de dívidas.
§ 2º Para os livros e documentos microfilmados ou gravados por processo eletrônico
de imagens não subsiste a obrigatoriedade de sua conservação.
§ 3º Os mandados judiciais de sustação de protesto deverão ser conservados,
juntamente com os respectivos documentos, até solução definitiva por parte do Juízo.
Art. 36. O prazo de arquivamento é de três anos para livros de protocolo e de dez anos
para os livros de registros de protesto e respectivos títulos.
CAPÍTULO XIII
Dos Emolumentos
Art. 37. Pelos atos que praticarem em decorrência desta Lei, os Tabeliães de Protesto
perceberão, diretamente das partes, a título de remuneração, os emolumentos fixados na
forma da lei estadual e de seus decretos regulamentadores, salvo quando o serviço for
estatizado.
§ 1º Poderá ser exigido depósito prévio dos emolumentos e demais despesas devidas,
caso em que, igual importância deverá ser reembolsada ao apresentante por ocasião da
prestação de contas, quando ressarcidas pelo devedor no Tabelionato.
§ 2º Todo e qualquer ato praticado pelo Tabelião de Protesto será cotado,
identificando-se as parcelas componentes do seu total.
§ 3º Pelo ato de digitalização e gravação eletrônica dos títulos e outros documentos,
serão cobrados os mesmos valores previstos na tabela de emolumentos para o ato de
microfilmagem.
CAPÍTULO XIV
Disposições Finais
Art. 38. Os Tabeliães de Protesto de Títulos são civilmente responsáveis por todos os
prejuízos que causarem, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem
ou Escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.
Art. 39. A reprodução de microfilme ou do processamento eletrônico da imagem, do
título ou de qualquer documento arquivado no Tabelionato, quando autenticado pelo
Tabelião de Protesto, por seu Substituto ou Escrevente autorizado, guarda o mesmo valor
do original, independentemente de restauração judicial.
Art. 40. Não havendo prazo assinado, a data do registro do protesto é o termo inicial da
incidência de juros, taxas e atualizações monetárias sobre o valor da obrigação contida no
título ou documento de dívida.
Art. 41. Para os serviços previstos nesta Lei os Tabeliães poderão adotar,
independentemente de autorização, sistemas de computação, microfilmagem, gravação
eletrônica de imagem e quaisquer outros meios de reprodução.
Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 43. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 10 de setembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende

REQUISITOS PARA PROTESTOS DE C D A’s

Como a legislação determina, todo procedimento de registro de protesto


necessita de requisitos legais estampados nas legislações pertinentes, para que
este tenha sua legalidade observada.
Podemos citar alguns critérios necessários ao processo de protesto
Extrajudicial de Certidões de Dívidas Ativas pelos Municípios:
- Lei Municipal autorizando o protesto (imprescindível estar autorizado)
- Cadastro de Contribuintes atualizado, contendo no mínimo requisitos fundamentais
para identificação do sujeito passivo e seu domicilio de correspondência e demais
documentos mínimos necessários
- Correta inscrição da Dívida observando os preceitos legais (CTN art 202, I ao IV)
Ainda assim é importante frisar alguns questionamentos sobre a devida
organização da questão do protesto para que não venhamos a atropelar o sistema.
De início, podemos citar alguns motivos que desencadeiam o procedimento
do protesto extrajudicial. Citamos quatro motivos principais:
1 – A inadimplência contumaz, a registrar neste caso a costumeira prática lesiva
de um número de contribuintes em não pagar os seus tributos, em detrimento dos
contribuintes corretos que cumprem com as suas obrigações fiscais, portanto,
temos a prática da justiça fiscal, de respeitar aqueles que pagam em dia as suas
obrigações, ou seja, proteger os adimplentes
2 – A necessidade de fazer receita própria, ainda mais nesta época de tamanhas
dificuldades econômicas;
3 – A ineficiência do Judiciário, traduzida na morosidade de suas ações;
4 – As frequentes pontuações do Tribunal de Contas, a exigir medidas eficientes
de cobrança.

A Lei própria municipal é imprescindível com a finalidade de dar sustentação


legal ao procedimento, mas, além disso, para regular diversas questões, entre
elas:

- Posso protestar débitos que já estão em execução fiscal?


- Como custear os encargos cartorários relativos ao protesto?
- Qual o setor responsável pelo andamento e controle dos protestos?

Pode-se ainda a cargo da lei, constituir a Procuradoria da Fazenda,


reportando-se diretamente à Secretária Municipal da Fazenda.
Neste sistema, Nomeia-se um Procurador para exercer o cargo de Procurador da
Fazenda, responsável pelo setor de cobrança, contando com a seguinte estrutura:
Procurador da Fazenda
Coordenador de Execuções Fiscais
Supervisor de Protestos
Supervisor de Execuções Fiscais
Os Supervisores contam com os serviços de Auxiliares Administrativos e de
Estagiários.
Como se vê, foi instituída uma Procuradoria de atuação específica na
cobrança judicial e extrajudicial, liberando a Procuradoria-Geral de tais afazeres.

Outro ponto forte na organização é o planejamento do trabalho. Algumas


questões deveriam ser resolvidas, do tipo:
- Quem protestar primeiro?
- Estabelecer ordem cronológica ou por ordem de valores?
- Iniciar com as dívidas ainda não executadas?
- Protestar a dívida global do contribuinte ou protestar parcialmente?
Uma vez definido o plano de ação, cria-se uma rotina de trabalho, da seguinte
forma:

1 – Identificar os maiores devedores ainda não executados com os seus CPFs e


CNPJs;
2 – Antes de protestar: contato direto com o devedor por telefone, e-mail ou carta-
notificação;
3 – Análise e controle de retornos dos contatos diretos;
4 – Emissão das CDAs e boletos de pagamento com vencimento para o último dia
do mês;
5 – Apresentação das CDAs ao Cartório mediante protocolo;
6 - Fazer o registro de controle no sistema sobre dívida protestada;
7 - Decorrido o vencimento (no último dia do mês), verifica-se o controle de
pagamento;
8 - Receber o retorno do cartório e classificar os documentos;
9 - Arquivar CDAs quitadas ou retiradas mediante apresentação de carta de
Anuência;
10- Definir CDAS passíveis de cobrança Judicial;
11- Iniciar cobrança Judicial.

Importante observar que o retorno do contato direto alcança uma média de


30% dos notificados, tendo como resultado a negociação da forma de pagamento
da dívida. Ou seja, a cobrança ainda “amigável” funciona, porém, desde que seja
feita de forma rápida e contínua.

Após o protesto, ocorre uma das seguintes situações:

1 – O devedor procura o cartório e paga a dívida;


2 – O devedor solicita o parcelamento da dívida, promovendo-se então o
levantamento do protesto mediante apresentação da carta de Anuência;
3 – O devedor recorre administrativamente e o Município acata a revisão do
débito, desistindo, então, do protesto com a apresentação de carta de revisão;
4 – O devedor ingressa na Justiça e o protesto pode ser sustado para posterior
discussão da dívida;
5 – O devedor se omite e o Município, então, ingressa com a cobrança judicial.

Modelo de Lei Autorizativa de Protesto


LEI Nº xxxx, DE xx DE xxxxxxxxxxx 2017.
AUTORIZA O EXECUTIVO MUNICIPAL A PROTESTAR AS
CERTIDÕES DE DÍVIDA ATIVA CORRESPONDENTE AOS
CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS E NÃO TRIBUTÁRIOS DO MUNICÍPIO, E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
O PREFEITO MUNICIPAL DE xxxxxxxxxxxxx, Estado do Rio Grande do Sul.
FAÇO SABER, em cumprimento ao disposto no artigo 62, inciso IV, da Lei Orgânica
do Município, que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a
seguinte Lei:
Art 1° Fica autorizado o Poder Executivo Municipal a encaminhar para
protesto extrajudicial na forma e para os fins previstos na Lei Federal nº 9.492, de 10
de setembro de 1997, as certidões de dívida ativa dos créditos tributários e não
tributários do Município de xxxxxxxxxxx, legalmente constituídos.
§ 1º – Os débitos passíveis de protesto extrajudicial são aqueles regularmente
inscritos em dívida ativa, desde que não estejam prescritos.
§ 2º - Somente serão protestadas extrajudicialmente as certidões de dívida
ativa cuja inscrição tenha ocorrido em prazo não inferior a 90 (noventa) dias.
Art 2° Compete à Secretaria Municipal da Fazenda levar a protesto a Certidão
de Dívida Ativa (CDA) emitida pela Fazenda Pública Municipal em favor do Município
de xxxxxxxxxxxx, independente do valor do crédito, e cujos efeitos alcançarão,
também, os responsáveis tributários, desde que seus nomes constem da Certidão de
Dívida Ativa
Parágrafo único. Efetivado o protesto sem que o devedor tenha, no prazo
legal, quitado o débito, a Secretaria Municipal da Fazenda, através da Procuradoria
Geral do Município, fica autorizada a ajuizar a ação executiva do título, com todos os
valores devidamente atualizados, sem prejuízo da manutenção do protesto no
cartório competente.
Art 3° A existência de processo de execução fiscal em curso em favor do
Município, na data da publicação desta Lei, não impede que o Município também
efetue o protesto destes créditos, com os valores devidamente atualizados, sendo de
atribuição da Secretaria Municipal da Fazenda, através da Procuradoria Geral do
Município, a adoção das medidas cabíveis para este fim.
Parágrafo único. No caso descrito no caput deste artigo, deverá ser solicitada
autorização judicial para o protesto judicial, e após sua efetivação, será requerida a
suspensão da execução fiscal.
Art 4° Uma vez quitado integralmente ou parcelado o débito, o devedor deverá
encaminhar o comprovante junto ao Tabelionato de Protesto de Títulos e
Documentos, requerendo para que se proceda a baixa do protesto, sendo este
encaminhamento responsabilidade exclusiva do devedor.
Art 5° O pagamento dos valores correspondentes aos emolumentos
cartorários devidos pelo protesto dos títulos, colocação, baixa, cancelamento ou
qualquer outro que venha incidir de que trata esta Lei, serão custeadas pelo devedor,
sendo devidos no momento da quitação do débito pelo devedor ou responsável.
Art 6° O Município e o Tabelionato de Protestos de Títulos da Comarca de
xxxxxxxxxx, poderão firmar contrato de prestação de serviços, com base no artigo 25
da Lei 8666/93, dispondo sobre as condições para realização dos protestos dos
títulos de que trata esta Lei, observando o disposto na legislação pertinente.
Art 7° Esta Lei será regulamentada através de Decreto Municipal no que
couber. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PREFEITURA MUNICIPAL DE xxxxxxxxxxxxxxxx, aos xxxx dias do mês de
xxxxxxxxx do ano de dois mil e dezessete.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Prefeito Municipal

REGISTRE-SE E PUBLIQUE

Documento da dívida

O Documento hábil para efetivação do protesto da Dívida Ativa é a


CERTIDÃO DE DIVIDA ATIVA, ou simplesmente CDA.
Devidamente regulamentada através da Lei 5.172/66, no art 202, I-V, deverá
indicar os requisitos essenciais para sua conformidade, caso contrário será nula de
pleno direito (art 203).
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade
competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre
que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da
lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o
crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a
indicação do livro e da folha da inscrição.

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo


anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do
processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a
decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula,
devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que
somente poderá versar sobre a parte modificada.

TJ-DF - Apelação Cível APC 20140110811798 (TJ-DF)


Data de publicação: 08/03/2016
Ementa: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. PROTESTO DE CDA.
LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. SUSTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1.
O protesto de CDA é permitido pelo parágrafo único do art. 1º da Lei n.º 9.492 /97,
introduzido pelo art. 25 , da Lei n.º 12.767 /2012, cuja constitucionalidade foi
afirmada pelo Conselho Especial deste egrégio Tribunal de Justiça, por ocasião do
julgamento do mandado de segurança n.º 2014.00.2.015764-8. 2. Afirmada a
constitucionalidade do protesto de CDA pelo Conselho Especial deste Tribunal, e
inexistindo controvérsia sobre a regularidade da constituição da CDA, impossibilita-
se a sustação do protesto desse título. 3. Apelo não provido.

TJ-SP - Apelação APL 10030863020158260068 SP 1003086-30.2015.8.26.0068


(TJ-SP)
Data de publicação: 17/09/2015
Ementa: SUSTAÇÃO DE PROTESTO – CDA – LEI 9 . 492/1997 – Ação ordinária
objetivando abster a ré de efetuar qualquer procedimento voltado ao protesto dos
títulos extrajudiciais, ou seja, das certidões de dívida ativa mencionadas nos autos,
mantendo-se a liminar concedida na cautelar em apenso, sustentando a autora que
a medida é ilegal e inconstitucional, vez que afronta os princípios do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa – Ação julgada improcedente –
Sentença mantida – A Lei n.º 9.492 /97 expressamente autoriza
o protesto de CDA em seu art. 1º , parágrafo único – Nova orientação do STJ
proferida no REsp 1126515/PR – Inconstitucionalidade afastada pelo Órgão Especial
deste Tribunal de Justiça (Arguição de Inconstitucionalidade n.º 0007169-
19.2015.8.26.0000) – Apelo desprovido.

PROCESSO ADMINISTRATIVO
1. Princípios do Processo e do Procedimento Administrativos
A exigência tributária se deflagra com o lançamento tributário. Até que
sobrevenha tal lançamento, os atos que o antecedem alinham-se em mero
procedimento, ou, seja, em sequência ordenada de atos com a finalidade de se
atingir um fim, no caso, o da constituição do crédito tributário.
A fase processual irrompe-se a partir do momento em que o contribuinte
pode manifestar expressamente sua oposição à pretensão tributária do Poder
Público. Tal ocorre assim que é possível impugnar, no âmbito administrativo, o
lançamento tributário.
A partir de então, o contribuinte vê-se amparado pela enorme gama de
princípios processuais consagrados no âmbito constitucional,
1. do devido processo legal,
2. do contraditório,
3. da ampla defesa,
4. da impessoalidade e igualdade.

1.1 Princípios comuns ao processo e ao procedimento

Embora haja essa clara distinção entre processo e procedimento


administrativos, há princípios que regem ambas as fases, os quais serão abordados
a seguir.
a) legalidade
Devem, processo e procedimento, estar pautados pela estrita observância
do regramento que lhes é pertinente, o qual deve estabelecer todo o rito a ser
seguido e as garantias asseguradas ao sujeito passivo.
Tal característica imprime ao processo e ao procedimento a necessária
conotação objetiva que os forma, servindo, assim, como fundamento para a
imparcialidade imperativa a tais fases.
b) vinculação
Mais do que observar a legalidade, o processo e o procedimento são
regidos pela vinculação. Quer-se dizer, com isso, que os atos praticados pelo Poder
Público no desenvolvimento de ambos são necessariamente vinculados, ou seja,
sem qualquer margem a discricionariedades.
c) oficialidade
No âmbito administrativo impera o princípio da oficialidade, pelo qual o
impulso do procedimento e do processo é ônus do Poder Público.
d) verdade material
No curso do procedimento e do processo administrativos, deve a
Administração Pública observar o princípio da verdade material. Segundo tal
princípio, deve-se sempre buscar o esclarecimento dos fatos que envolvem a
pretensão tributária do fisco. Em suma, se a lógica é descobrir a verdade em
detrimento de presunções, tal deve ser a tônica a se adotar durante todo o curso do
processo e do procedimento.
e) dever de investigação
Sobretudo durante a fase procedimental, deve a Administração Pública
observar o seu dever de investigação, ou seja, deve perscrutar todos os fatos
relevantes. Para tanto, dispõe de expressa prerrogativa constitucional de fiscalizar,
prevista no art. 145, § 1o, bem como de todo o regramento da matéria no âmbito
infraconstitucional, especificamente nos artigos 194 a 200 do Código Tributário
Nacional.
Tal prerrogativa, entretanto, não é ilimitada. Deve o Poder Público
observar direitos fundamentais previstos na Constituição, como os da intimidade, da
inviolabilidade de residência, de dados e de comunicações telefônicas e telegráficas,
tudo nos termos da lei.

1.2 Princípios do procedimento tributário


a) inquisitoriedade
Antes de constituído o crédito tributário, o procedimento administrativo
tributário rege-se pela inquisitoriedade, o que significa que a Administração Pública
tem a prerrogativa de investigar o particular sem que, para tanto, irradiem-se desde
então os direitos de natureza processual previstos no texto constitucional, como a
ampla defesa, o contraditório etc.
Tais direitos deverão ser exercidos apenas em um segundo momento,
quando houver o lançamento; antes disso, sequer há pretensão fiscal formalizada, o
que priva o contribuinte do direito de interferir em tal procedimento.
b) cientificação
Dispõe o texto constitucional, no inciso XXXIII do art. 5o, que
“todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
Em decorrência de tal previsão constitucional, é direito do contribuinte ter
ciência de qualquer atividade administrativa que diga respeito a assuntos que
repercutam sobre a sua esfera jurídica.
c) formalismo moderado
A tônica da atividade administrativa tributária consiste em buscar sempre
assegurar o ambiente mais afeito possível à busca de todos os elementos que
contribuem para a definição dos fatos que envolvem a exigência tributária.
Não por outra razão, o Decreto 70.235/72, que rege o processo
administrativo tributário federal estabelece que os atos e termos processuais
conterão somente o indispensável à sua finalidade e não devem conter elementos
que comprometam a fidelidade e a certeza de seu conteúdo.
Tal previsão encontra ressonância na lógica estabelecida pela lei que
rege o processo administrativo federal, a Lei 9.784/99. Lá se prevê que os atos
administrativos não dependem de forma determinada, salvo quando lei em sentido
formal e material trouxer regramento formal para tal ato.
d) fundamentação
Embora o texto constitucional não exija textualmente a fundamentação
dos atos administrativos, tal exigência deriva, sobretudo, do dever da Administração
Pública de motivar os seus atos.
Por conta disso, o art. 2o, VII, da Lei 9.784/99 dispõe ser obrigatória a
indicação dos pressupostos de fato e de direito nas decisões administrativas.
e) celeridade
Em princípio, o contribuinte não tem propriamente interesse que a marcha
do procedimento e do processo administrativo tributário seja veloz, haja vista que,
nos termos do inciso III do artigo 151 do Código Tributário Nacional, as reclamações
e os recursos administrativos suspendem a exigibilidade do crédito tributário
controvertido, nos termos da lei.
A fim de evitar que tal mora venha a prejudicar o contribuinte, o inciso
LXXVIII do art. 5o da Constituição dispõe que
“a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação”.
f) gratuidade
A rigor, é de interesse da própria Administração Pública promover a
exigência tributária apenas nas hipóteses em que a exação é efetivamente devida.
Trata-se de mais uma faceta de sua atuação, sempre pautada pelo princípio da
legalidade.
Corolário dessa característica é a gratuidade do processo administrativo,
prevista expressamente no art. 2o, XI, da Lei 9.784/99, que versa sobre o processo
administrativo federal.

1.3 Princípios do processo tributário


a) devido processo legal
A cláusula do devido processo legal é prevista constitucionalmente e tem
duas vertentes, a em sentido material e a em sentido processual.
Deriva do devido processo legal em sentido processual o direito do
contribuinte aos demais princípios processuais previstos no texto constitucional, tais
como o do contraditório, o da ampla defesa, o do juiz natural etc.
b) contraditório
Deriva do princípio do contraditório o direito do contribuinte de se
manifestar sempre que encartado ao processo novo documento, quer se trate de
decisão administrativa, de prova produzida etc.
c) ampla defesa
Além de ter a prerrogativa de se manifestar sempre que encartados novos
elementos aos autos, o contribuinte também dispõe do direito de produzir todas as
espécies de provas tendentes a afastar a exigência que lhe é imposta, bem como de
deduzir todas as alegações que entender pertinentes.
d) duplo grau
Ao consagrar o direito ao contraditório e à ampla defesa, a Constituição
oferta ao jurisdicionado “os meios e recursos a ela inerentes”.
Deriva de tal previsão o princípio constitucional do duplo grau de
jurisdição, segundo o qual o jurisdicionado teria direito a ver a sua pretensão
apreciada, ao menos, por dois juízos de distinta hierarquia.
Como qualquer princípio, todavia, é passível de ser afastado em
determinadas hipóteses. No âmbito judicial sequer se cogita, por exemplo, de um
novo grau de jurisdição para os processos de competência originária do Supremo
Tribunal Federal. Na mesma linha, no âmbito administrativo os processos de
perdimento de mercadorias importadas não dispõem do direito ao duplo grau.
Neste contexto, há que se levar em consideração a necessidade de
possuir sempre uma administração Tributária formada, em estrita observância do
CTN, art 151 – suspensão do crédito tributário.
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras
espécies de ação judicial;
VI – o parcelamento.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento
das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

e) juiz natural
Assegura a Constituição, ainda, que ninguém será processado e julgado
senão pelo juiz competente.
Tal previsão consagra o princípio do juiz natural e, com isso, impede que
haja alterações na competência para a apreciação do processo administrativo após
a sua instauração.

2. O processo administrativo decorrente de lançamento tributário


Uma vez constituído o crédito tributário no âmbito federal, faculta-se ao
contribuinte a apresentação de impugnação, o que dá início à fase processual no
âmbito administrativo.
O processo administrativo tributário federal é regulado pelo Decreto
70.235/72 e sofre influxos da Lei 9.784/99, legislação mais recente que regula o
processo administrativo federal.
O crédito tributário que dá margem à instauração do processo
administrativo federal pode ter origem tanto em um auto de infração quanto em uma
notificação de lançamento.
O auto de infração é o instrumento adotado quando se reputa que o
contribuinte transgrediu a lei tributária; a notificação de lançamento, por sua vez, é o
meio empregado nas hipóteses em que a constituição do crédito tributário se dá de
forma ordinária, espontânea, mediante mero cumprimento da legislação nas
hipóteses em que há a previsão de que o tributo seja lançado de ofício.
Para as hipóteses de auto de infração, prevê o art. 10 do Decreto
70.235/72 ser obrigatório conter a qualificação do autuado, o local, a data e a hora
da lavratura, a descrição do fato, a disposição legal infringida e a penalidade
aplicável, a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la
no prazo de trinta dias e a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou
função e o número de matrícula.
Já para a notificação de lançamento, estabelece o art. 11 do referido
diploma como requisitos a qualificação do notificado, o valor do crédito tributário e o
prazo para recolhimento ou impugnação, a disposição legal infringida, se for o caso
e a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a
indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.
Sucede, então, a possibilidade de apresentação de impugnação pelo
sujeito passivo, o que deve ocorrer em trinta dias e mencionar a autoridade
julgadora a quem é dirigida, a qualificação do impugnante, os motivos de fato e de
direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que
possuir, as diligências ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas,
expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos, bem como
se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial.
Acaso seja deferido o pedido de produção de prova pericial formulado
pelo sujeito passivo, competirá à autoridade designar auditor fiscal para fazer a
perícia por parte da União, cabendo ao contribuinte igualmente designar perito para
que elabore a sua própria perícia.
A primeira decisão no processo administrativo fiscal federal é colegiada,
competindo à Delegacia Regional de Julgamento. Caso o lançamento não seja
mantido na íntegra, haverá reexame necessário a ser apreciado pelo Conselho de
Contribuintes; ao contribuinte que pretender reformar o acórdão da Delegacia
Regional de Julgamento, por sua vez, é facultada a interposição de recurso
voluntário.
Dito recurso será apreciado por Turma do Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (CARF). Caso o acórdão proferido na hipótese adote entendimento
divergente do proferido por outro órgão fracionário no âmbito do aludido tribunal,
será cabível a interposição de recurso especial tanto pelo sujeito ativo quanto pelo
passivo.
O recurso especial deve passar por um exame preliminar de
admissibilidade. Se admitido, será apreciado pela Câmara Superior de Recursos
Fiscais do CARF; se inadmitido, o feito transitará em julgado, pois não é cabível
recurso contra essa negativa de trânsito do especial.
Enquanto o feito estiver em curso, restará suspensa a exigibilidade da
dívida controvertida, nos termos do inciso III do artigo 151 do Código Tributário
Nacional. Com o encerramento da discussão no âmbito administrativo, caso o
lançamento seja mantido integral ou parcialmente, os valores se tornarão exigíveis e
serão, oportunamente, encaminhados para inscrição em dívida ativa com a
finalidade de posterior ajuizamento de execução fiscal.

3. O processo administrativo decorrente de compensação promovida pelo


contribuinte
De acordo com o art. 170 do Código Tributário Nacional, pode o
contribuinte promover a compensação de débitos tributários com créditos da mesma
natureza.
Tal espécie de extinção da dívida tributária foi originariamente regulada
pela Lei 8.383/91 e atualmente encontra-se regrada pelo art. 74 da Lei 9.430/96,
com as substanciais alterações que lhe foram promovidas pela Lei 10.637/02 e
diplomas posteriores. No âmbito infralegal, a Instrução Normativa 900/08 consolida a
legislação relativa à compensação tributária federal.
Atualmente, a compensação deve ser promovida espontaneamente
pelo contribuinte, mediante a entrega de declaração de compensação. Uma vez
apresentada a compensação, considera-se extinto o tributo que se pretende quitar,
nos termos do § 2o do art. 74 da Lei 9.430/96.
A própria Lei 9.430/96 estabelece uma série de hipóteses em que não é
permitida a compensação pelo contribuinte. São elas: o saldo a restituir apurado do
Imposto de Renda da Pessoa Física, os débitos de tributos devidos na Importação,
os débitos que já tenham sido encaminhados para inscrição em Dívida Ativa, o
débito parcelado, o débito que já tenha sido objeto de compensação não
homologada, o valor objeto de pedido de restituição já indeferido, a compensação
com crédito de terceiros, com crédito-prêmio de IPI, com crédito oriundo de título
público, os decorrentes de decisão judicial não transitada em julgado, os que não se
refiram a tributos administrados pela Receita Federal e os que tiverem como
fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a
lei tenha sido declarada inconstitucional em controle concentrado, por súmula
vinculante ou com ou execução suspensa pelo Senado
Em tais hipóteses, a compensação deverá ser considerada não declarada
pela autoridade administrativa; para as demais, caso o Fisco não esteja de acordo
com a compensação promovida deve considerá-la não homologada.
Para as hipóteses de compensações não homologadas, ou seja, aquelas
em que a compensação, a priori, é admissível, o contribuinte pode interpor
manifestação de inconformidade contra a decisão que deixa de homologar o
encontro de contas. Tal recurso tem efeito suspensivo e, uma vez julgado, pode dar
margem, inclusive, à interposição do mesmo recurso especial previsto para as
hipóteses de processo administrativo decorrente de lançamento tributário, a ser
apreciado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Diante de tal panorama, discute-se se seria cabível o recurso inominado
previsto pela Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo federal não
tributário, ou se não haveria qualquer forma de impugnação. Ainda que se entenda
cabível a interposição de recurso, prevalece entendimento no sentido de que tal
insurgência não suspende a exigibilidade do crédito tributário, razão pela qual os
débitos podem ser encaminhados imediatamente para cobrança em tal hipótese.

TJ-SP - Apelação APL 10094732320148260577 SP 1009473-23.2014.8.26.0577


(TJ-SP)
Data de publicação: 04/02/2015
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. ANULAÇÃO DE
ATO ADMINISTRATIVO. INOBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAI
S DO CONTRADITÓRIO, DA AMPLA DEFESA E DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL. Aplicação de penalidade sem a observância
do Princípio Constitucional do Devido Processo Legal. Inadmissibilidade. Qualquer
que seja o ato a ser praticado, seja no âmbito administrativo ou judicial, se dele
resultar alteração ou supressão de vencimentos, é imprescindível observar o devido
processo legal, assegurando-se aos interessados a possibilidade do exercício
do contraditório e da ampla defesa, conforme assegurado pela Constituição
Federal, através do art. 5º, caput, LIV e LV. Sentença confirmada. Recurso de
apelação não provido.

TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL AMS 00109595820114036100 SP 0010959-


58.2011.4.03.6100 (TRF-3)
Data de publicação: 11/03/2016
Ementa: APELAÇÃO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO. PROCESSOADMINISTRATIVO FISCAL. INTIMAÇÃO
POSTAL. AUSENTE COMPROVAÇÃO DE VÍCIO. LEGALIDADE DA INTIMAÇÃO
EDITALÍCIA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1.Como o impetrante não logrou
demonstrar de plano vício na tentativa de intimação postal de
decisão administrativa, escorreita a utilização da via editalícia ante a frustração da
primeira via eleita. 2.Recurso de apelação não provido.

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.


INFRAÇÃO FORMAL À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. ÂMBITO RESTRITO A QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA E
QUE INDEPENDEM DE PROVA. INCABÍVEL QUANDO ADUZIR MATÉRIA
DEPENDENTE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO DA VIA ELEITA.
NULIDADE DA CDA. INEXISTÊNCIA. I) A exceção de pré-executividade possui
caráter excepcional, sendo reservada para casos de matéria de ordem pública e
cognoscível de ofício. Não cabimento, no caso concreto, pois a nulidade
do processo administrativo não á auferível com os documentos juntados aos autos.
II) A CDA preenche os requisitos determinados pelos arts. 202 do Código Tributário
Nacional e 2º, § 5º, da Lei nº 6.830/80. A ausência de indicação do agravante na
certidão não configura nulidade, uma vez que a sua responsabilização ocorreu
posteriormente à constituição do título. Ainda, inexiste mácula pela ausência de
menção ao número do processo administrativo, visto que o débito foi originado no
Auto de Lançamento que consta na íntegra nos autos, possibilitando a ampla defesa
dos executados. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo
de Instrumento Nº 70074968389, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Francisco José Moesch, Julgado em 26/10/2017)

Data de Julgamento: 26/10/2017


4. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO ÂMBITO TRIBUTÁRIO

São elas disciplinadas pelo Código Tributário Nacional, Lei n° 5.172/66,


estampadas nos artigos 173 e 174 da normativa.

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5
(cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a
constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer
medida preparatória indispensável ao lançamento.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.

No lançamento por homologação, o dispositivo aplicável à decadência é o Art.


150 em seu § 4.º do CTN:

"Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado este prazo sem que a fazenda tenha se
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o
crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação."

É importante observar que, enquanto a prescrição refere-se à perda da ação


de cobrança do crédito lançado, a decadência é a perda do direito de lançar, ou
seja, de constituir o crédito tributário.

A decadência extingue o direito.


A prescrição tem por objeto a ação.

O prazo de decadência começa a correr desde o momento em que o direito


nasce;
A prescrição, desde o momento em que o direito é violado, ameaçado ou
desrespeitado (porque nesse momento é que nasce a ação, contra a qual a
prescrição se dirige).
O Código Tributário Nacional prevê dois prazos preclusivos: surgindo a
obrigação tributária, nasce para a Fazenda Pública o direito formativo de constituir o
crédito tributário, no prazo de decadência de cinco anos, não sujeito a interrupção ou
suspensão (CTN, art. 173); constituído o crédito tributário, a Fazenda Pública tem o
direito de haver a prestação tributária, direito que se extingue (prazo de decadência,
portanto), decorridos outros cinco anos (CTN, art. 174).
Este segundo prazo, impropriamente denominado de prescricional, está,
porém, sujeito a interrupção (CTN, art. 174, § único) e à suspensão.
São, portanto, modalidades de Extinção de Crédito Tributário.(CTN art 156, V)

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


I.....IV..............;
V - a prescrição e a decadência;
V...XI.........

4.1 DECADÊNCIA

O Poder Judiciário até hoje é acionado a se manifestar acerca da contagem


do prazo decadencial em matéria tributária, especificamente para decidir sobre a
aplicação do artigo 173 ou do 150 do CTN para a constituição do crédito tributário
mediante lavratura de auto de infração pelo Fisco (Federal, Estadual ou
Municipal).
O CTN prevê duas regras gerais para contagem do prazo decadencial:

1. O prazo de 5 (cinco) anos contados a partir da ocorrência do fato gerador


(artigo 150, §4º), aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por
homologação, em que o contribuinte declara e recolhe o valor que entender
devido;
2. O prazo de 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (artigo 173, inciso I),
aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício.
Após o julgamento de reiterados recursos sobre a questão, inclusive na
sistemática do recurso repetitivo, em dezembro de 2015, o STJ fez publicar a
súmula 555 com o intuito de pacificar o entendimento, com o seguinte enunciado:
Sumula 555 do STJ
“Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial
quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se
exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a
legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa”.

O enunciado da súmula pautou-se na premissa de o débito ter sido


declarado ou não pelo contribuinte para fins de aplicação do artigo 173 do CTN,
nas hipóteses de tributo sujeito ao lançamento por homologação. Ou seja, se o
débito não foi declarado pelo contribuinte (e portanto, não foi pago), aplica-se o
prazo decadencial do artigo 173 e, por outro lado, se o débito foi declarado,
aplica-se a regra do artigo 150, ambos do CTN.

No contexto dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, já há


entendimento pacífico do STJ de que a declaração do débito pelo contribuinte
representa confissão de dívida apta a constituir o crédito tributário.
Se o contribuinte declara e paga, satisfaz a dívida que assumiu.
Nesse cenário, não há margem para se falar em prazo decadencial.
Se, por outro lado, o contribuinte declara e não paga, por se tratar de
crédito tributário já constituído, o débito está apto a ser inscrito em dívida ativa e
ser exigido como tal. Nesse outro contexto, tampouco há que se falar em prazo
decadencial, uma vez que já está em curso o prazo prescricional do artigo 174 do
CTN.
Ou seja, o que estamos concluindo é que os cenários em que se poderia
cogitar a contagem do prazo decadencial para os tributos sujeitos ao lançamento
por homologação seriam:
(i) o contribuinte não declara e não paga;
(ii) o contribuinte declara o que entende devido; paga este valor,
mas o Fisco entende que o contribuinte deveria ter declarado
valor maior (ou seja, não houve declaração de uma diferença).
Considerando a súmula 555 do STJ, restou concluído o seguinte: na
hipótese (i), aplica-se a regra do artigo 173 do CTN, ou seja, o Fisco possui 5
anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte para constituir o crédito
tributário (não declarado e não pago); e, na hipótese (ii), aplica-se a regra do
artigo 150 do CTN, ou seja, o Fisco teria 5 anos a contar da ocorrência do fato
gerador para constituir a diferença não declarada/não paga, pois houve
declaração/princípio de pagamento. STJ (AgRg no REsp 1.277.854):

“deve ser aplicado o entendimento consagrado pela Primeira


Seção, em recurso especial representativo da controvérsia, para a
contagem do prazo decadencial de tributo sujeito a lançamento por
homologação. O referido precedente considera apenas a
existência, ou não, de pagamento antecipado, pois é esse o ato que
está sujeito à homologação pela Fazenda Pública, nos termos do
art. 150 e parágrafos do CTN. Assim, havendo pagamento, ainda
que não seja integral, estará ele sujeito à homologação, daí porque
deve ser aplicado para o lançamento suplementar o prazo previsto
no §4º desse artigo (de cinco anos a contar do fato gerador).
Todavia, não havendo pagamento algum, não há o que homologar,
motivo porque deverá ser adotado o prazo previsto no art. 173, I do
CTN.”

Ainda assim podemos observar a Súmula STJ 622

Súmula STJ 622 – A notificação do auto de infração faz cessar


a contagem da decadência para a constituição do crédito
tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do
prazo para a impugnação ou com a notificação de seu
julgamento definitivo e esgotado o prazo concedido pela
Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo
prescricional para a cobrança judicial.
4.2 PRESCRIÇÃO

A prescrição é a perda do prazo estabelecido em lei para ajuizamento da


ação pelo titular da pretensão, a partir da lesão ao direito.
O art. 189 do Código Civil assim preceitua, “violado o direito, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que
aludem os arts. 205 e 206.”
A Prescrição é uma modalidade de extinção do crédito tributário, conforme
preceitua nosso Código Tributário Nacional anteriormente visto. (art 156, V)

Prazos Prescricionais

O artigo 205 do Código Civil estabelece que

“A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo
menor.”

Mas se falando em prescrição de dívida tributária, o art 174 do CTN prescreve


que;

“A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos,


contados da data da sua constituição definitiva.”

Há certa divergência por parte de alguns profissionais que entendem que os


prazos prescricionais de créditos não tributários, aqueles elencados na Lei 4.320/64
e demais interpretações seriam de 10 anos, quando estes não se haja fixada por
norma legal.

Deve haver uma relação jurídica tributária, com relação a dívida não tributária
proposta, ou seja, se a dívida for de caráter originário de interesse tributário, deve
sim ser regida pelo ordenamento tributário e não pelo Código Civil , conforme nos
ensina a ilustre ex-ministra do STJ:
“...se a relação que deu origem ao crédito em cobrança tem
assento no Direito Público, não tem aplicação a prescrição
constante do Código Civil...”
(Recurso Especial de n° 714756SP 2005/0003253-9, Relatora:
Ministra ELIANA CALMON - Segunda Turma, STJ)
Ademais, o artigo 205 do CC estabelece que a prescrição deverá ser de dez
anos no caso de inexistência de legislação específica fixando prazo menor

CERTIDÃO NEGATIVA E/OU POSITIVA

Certidão negativa é o documento expedido pelo órgão fazendário competente,


a pedido do interessado, atestando que não existem dívidas tributárias que constem
dos controles do Fisco.
É uma prova de quitação de tributos. Ainda é comum ser chamada de “nada
consta”.
Esta expressão, embora coloquial, acaba tendo um sentido mais próprio, eis
que a certidão negativa justamente atesta que não constam dívidas contra certa
pessoa física ou jurídica nos controles fazendários.
Como todo ato administrativo, a emissão da certidão negativa, bem como seu
conteúdo, possui presunção de legitimidade.
No entanto, como sabemos, trata-se de uma presunção relativa. Daí concluir-
se que a emissão da certidão negativa não extingue as dívidas tributárias existentes
que deixaram de nela constar, seja porque o Fisco ainda não as conhecia, seja por
outro erro qualquer.
Poderá a Administração verificar a existência da dívida e exigi-la de quem de
direito. Portanto, a certidão negativa é um documento que formaliza um estado de
fato: não constam dívidas nos registros fazendários.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento
de taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal, conforme art. 5º, b.
O contribuinte por sua vez, precisa para realizar determinados atos de
comprovação, de quitação fiscal por força de disposição expressa em lei, pois
somente esta poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando
exigível, seja por certidão negativa, expedida á vista de requerimento do
interessado.
A legislação que regra as Certidões, é o CTN, contida nos artigos 205 à 208 e
devem obedecer suas normas e regras de fornecimento.

“Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo,
quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento
do interessado, que contenha todas as informações necessárias à identificação de
sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a
que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que
tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do
requerimento na repartição.
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que
conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em
que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a
prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de
ato indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os
participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades
cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao
infrator.
Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro
contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir,
pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal
e funcional que no caso couber.”

Assim, sendo as Certidões são expedidas na forma como foram


requisitadas, sendo que quando houver débitos inscritos e não vencidos a
certidão será emitida positiva com efeito de negativa.
Somente será emitida a Certidão Negativa quando não existirem nenhum
lançamento para o contribuinte.

Súmula 446 - Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa. (Súmula
446, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)

EMENTA
[...] TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, DECLARADO
E NÃO PAGO PELO CONTRIBUINTE. NASCIMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE NEGATIVA DE DÉBITO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais -
DCTF - constitui o crédito tributário, dispensando a Fazenda Pública de
qalquer outra providência, habilitando-a ajuizar a execução fiscal.
2. Conseqüentemente, nos tributos sujeitos a lançamento por
homologação, o crédito tributário nasce, por força de lei, com o fato
gerador, e sua exigibilidade não se condiciona a ato prévio levado a efeito
pela autoridade fazendária, perfazendo-se com a mera declaração efetuada
pelo contribuinte, razão pela qual, em caso do não-pagamento do tributo
declarado, afigura-se legítima a recusa de expedição da Certidão Negativa
ou Positiva com Efeitos de Negativa. [...]
3. Ao revés, declarado o débito e efetuado o pagamento, ainda que a
menor, não se afigura legítima a recusa de expedição de CND antes da
apuração prévia, pela autoridade fazendária, do montante a ser recolhido.
Isto porque, conforme dispõe a legislação tributária, o valor remanescente,
não declarado nem pago pelo contribuinte, deve ser objeto de lançamento
supletivo de ofício. 4. Outrossim, quando suspensa a exigibilidade do
crédito tributário, em razão da pendência de recurso administrativo
contestando os débitos lançados, também não resta caracterizada causa
impeditiva à emissão da Certidão de Regularidade Fiscal, porquanto
somente quando do exaurimento da instância administrativa é que se
configura a constituição definitiva do crédito fiscal.
[...]
6. [...] Acórdão submetido ao regime do art.543-C do CPC e da Resolução
STJ 08/2008.
(REsp 1123557 RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
25/11/2009, DJe 18/12/2009)

[...] TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VERIFICAÇÃO


DE DIVERGÊNCIAS ENTRE VALORES DECLARADOS NA GFIP E
VALORES RECOLHIDOS (PAGAMENTO A MENOR). TRIBUTO SUJEITO
A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA). DESNECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO
SUPLETIVO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSTITUÍDO POR ATO DE
FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELO CONTRIBUINTE (DECLARAÇÃO).
RECUSA AO FORNECIMENTO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO
(CND) OU DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS DE
NEGATIVA (CPEN). POSSIBILIDADE.
1. A entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais -
DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, ou de outra
declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do
crédito tributário, dispensando a Fazenda Pública de qualquer outra
providência conducente à formalização do valor declarado [...]
2. A Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social (GFIP) foi definida pelo Decreto 2.803/98
(revogado pelo Decreto 3.048/99), consistindo em declaração que
compreende os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos geradores
de contribuições previdenciárias e valores devidos ao INSS, bem como as
remunerações dos trabalhadores e valor a ser recolhido a título de FGTS.
As informações prestadas na GFIP servem como base de cálculo das
contribuições arrecadadas pelo INSS.
3. Portanto, a GFIP é um dos modos de constituição do créditos devidos à
Seguridade Social, consoante se dessume da leitura do artigo 33, § 7º, da
Lei 8.212/91 (com a redação dada pela Lei 9.528/97), segundo o qual "o
crédito da seguridade social é constituído por meio de notificação de débito,
auto-de-infração, confissão ou documento declaratório de valores devidos e
não recolhidos apresentado pelo contribuinte ".
4. Deveras, a relação jurídica tributária inaugura-se com a ocorrência do
fato jurídico tributário, sendo certo que, nos tributos sujeitos a lançamento
por homologação, a exigibilidade do crédito tributário se perfectibiliza com a
mera declaração efetuada pelo contribuinte, não se condicionando a ato
prévio de lançamento administrativo, razão pela qual, em caso de não-
pagamento ou pagamento parcial do tributo declarado, afigura-se legítima a
recusa de expedição da Certidão Negativa ou Positiva com Efeitos de
Negativa [...]
7. Consequentemente, revela-se legítima a recusa da autoridade impetrada
em expedir certidão negativa de débito (CND) ou de certidão positiva com
efeitos de negativa (CPEN) quando a autoridade tributária verifica a
ocorrência de pagamento a menor, em virtude da existência de
divergências entre os valores declarados na Guia de Recolhimento do
FGTS
e Informações à Previdência Social (GFIP) e os valores efetivamente
recolhidos mediante guia de pagamento (GP) [...]
[...]
9. [...] Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da
Resolução STJ 08/2008.
(REsp 1143094 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
09/12/2009, DJe 01/02/2010)

Bibliografia:

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Lei Federal n° 5.172/66 – Código Tributário Nacional
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