Vous êtes sur la page 1sur 4

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0080254-83.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : EMPRESA BAIANA DE AGUAS E SANEAMENTO S A
EMBASA
Recorrido(s) : ALBERTO CANDIDO SERRAO FILHO

Origem : 5ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
VOTO-E M E N T A
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. FORNECIMENTO DE ÁGUA. ROMPIMENTO
ADUTORA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE A EMPRESA PRESTADORA
DO SERVIÇO E A EMPRESA QUE EXECUTOU A OBRA. MÁ PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO. APLICAÇÃO DO CDC ÀS CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇO PÚBLICO
.PARTE AUTORA QUE COMPROVA TER SIDO DIRETAMENTE ATINGIDA PELO
EVENTO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. VALOR ARBITRADO DE ACORDO
COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA
MANTIDA.
1. O recorrente insurge-se contra sentença que julgou procedente a ação, nestes termos:
“Isto posto, JULGO PROCEDENTE o pedido, para condenar a empresa Ré
EMBASA, a indenizar moralmente a parte autora, na quantia de R$ 2.000,00 (dois
mil reais), valor este a ser acrescido de correção monetária (INPC) e juros de mora
de 1% ao mês a partir da presente data até o efetivo pagamento. Fica a demandada
intimada a realizar o pagamento no prazo do artigo 523 do Código de Processo
Civil, sob pena da incidência da multa prevista pelo § 1º, do mesmo dispositivo
legal. ..”.
2. Trata-se de ação indenizatória movida em razão da falha na prestação de serviços das
Rés em razão do rompimento da adutora que abastece a cidade de Salvador e ocasionou
falta de fornecimento de água por 7 dias em sua residência.
3. A Recorrente EMBASA alega a ausência de comprovação dos danos alegados e
culpa exclusiva de terceiro, no caso a empresa CCR, que realizou diretamente a obra,
tendo sido responsável pelo cometimento do acidente, o que por consequência teria o
ocndão de excluir a sua responsabilidade.

4. . Com efeito, a situação aventada nos autos inclui-se entre aquelas da responsabilidade
do fornecedor do serviço. No âmbito constitucional, a carta magna assevera a
responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviço público, calcada na teoria do risco , conforme
assevera o art.37, § 6º, in verbis: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa. A doutrina pátria já pacificou o entendimento de
que as empresas concessionárias de serviço público estão submetidas aos ditames do
Código de Defesa do Consumidor, sendo necessário que tais serviços sejam prestados
com a qualidade e eficiência aos usuários do serviço. Ademais, patente a
responsabilidade das empresas nos casos de acidente, estendendo-se o conceito de
consumidor por equiparação a todos aqueles que sofreram com o evento.
5. Cumpre ainda destacar o art.14 do CDC, que institui a responsabilidade objetiva dos
fornecedores de serviços pelos danos causados , calcada na teoria do risco do
empreendimento. Aqui se fala em responsabilidade objetiva do prestador de serviços, vale
dizer, não há o que se perquirir sobre culpa, competindo àquele que deu causa responder
pelos danos que tenha causado ao consumidor, é o que se extrai do art. 14 do CDC, in
verbis: “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.
6. A responsabilidade , ademais, no caso em apreço é solidária entre a empresa
concessionária fornecedora de água e a CCR, responsável pela realização da obra do
Metrô Salvador, no bojo da qual ocorrera o evento narrado nos autos, sendo que os
prejuízos que foram demonstrados foram causados em decorrência da realização de
serviços e atividades que estão no ^Çambito da competência de ambas as empresas
concessionárias, seja aquela que realiza diretamente a obra, seja a outra, que deve zelar
pela qualidade do serviço de abastecimento de água na região do local da obra.
7. Os aspectos observados das provas constantes dos autos demonstram ter a
Recorrida suportado a irregularidade do serviço que é essencial à vida ensejada pela
falha na prestação do serviço da própria Ré, que considero por sentimentos negativos que
ultrapassam o mero aborrecimento cotidiano.

8. No tocante à impugnação quanto aos danos morais verifica-se que essa má


prestação causou ao consumidor constrangimento, que transcende à esfera do mero
aborrecimento, sobretudo em virtude da ausência de fornecimento por vários dias. Nesse
caso, a responsabilidade pela má prestação de serviço pela recorrente encontra-se
configurada, uma vez que sua omissão está a causar danos à Recorrente.
9. Reconhecida a existência dos danos morais por parte da ré contra o autor, esses
devem ser fixados com equilibrada reflexão, examinando a questão relativa à fixação do
valor da respectiva indenização.
10. O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos morais,
guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a repercussão
do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantido.
11.
12. Isto posto, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO E
NEGO-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos.. Custas processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que arbitro
em 20% sobre o valor da condenação.
Salvador, Sala das Sessões, 20 de JULHO de 2017
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
13.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA


2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0080254-83.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : EMPRESA BAIANA DE AGUAS E SANEAMENTO S A
EMBASA
Recorrido(s) : ALBERTO CANDIDO SERRAO FILHO

Origem : 5ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO)


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais


Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Custas processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que arbitro em
20% sobre o valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 20 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

Vous aimerez peut-être aussi