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3.1.
Introdução
3.2.
Método dos Elementos Finitos
P1(q(x)) Pn(q(x))
Elemento
Nós
Malha de Elementos
Figura 3. 1 – Divisão do domínio de integração em pequenas áreas denominadas Elementos Finitos.
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 47
O número de divisões do domínio é diretamente proporcional à precisão e
aproximação do resultado obtido com a realidade do modelo, sendo esta divisão
do domínio chamada de malha de elementos finitos e as interseções de nós. Neste
caso, ao invés de se procurar uma função admissível para todo o modelo ou
domínio, as funções admissíveis são definidas no domínio de cada elemento
finito.
Para cada elemento i é associado um funcional Πi, que junto aos outros
elementos formam o funcional Π de todo o domínio:
n
Π = ∑Πi , [3.1]
i =1
[3.2]
j=1
3.2.1.
Método dos Elementos Finitos – Modelo da Rigidez
que depende de outra função, que representa a energia potencial total do sistema
analisado.
O funcional que representa a energia potencial total para uma solução
apropriada ao tipo Rayleigh-Ritz, é representado por:
∏P = U + Ω , [3.5]
onde:
ΠP – energia potencial total do sistema;
U – energia de deformação da estrutura;
Ω – energia Potencial das ações externas ao sistema.
A energia de deformação da estrutura corresponde ao trabalho realizado em
função de tensão e, conseqüente deformação, no material que compõe os
elementos estruturais. Desta forma, pode-se definir um cubo infinitesimal de
material da estrutura, e obter:
dU o = σ x .dε x + σ y .dε y + σ z .dε z + τ xy .d xy + τ yz .d yz + τ zx .d zx , [3.6]
[3.11]
onde:
{u} - campo de deslocamentos dos nós;
[N] - funções de interpolação de deslocamentos para o tipo de
elemento finito utilizado;
{uL} - deslocamentos nodais do elemento.
Desta forma:
∂
0
ε x ∂x
∂ u
{ε} = [∂ ]{u} ⇒ ε y = 0 [3.12]
γ ∂y v
xy ∂ ∂ {u }
{ε}
∂y ∂x
[∂ ]
que gera:
u1
ε x N1,x 0 ... N n ,x 0 v1
{ε} = [B]{u L } ⇒ ε y = 0 N1, y ... 0
N n , y ... [3.13]
γ N N1,x ... N1, y N n ,x u n
xy 1, y
{ε} [B] v n
{u }
onde:
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 50
[B] = [∂ ]{N} é a Matriz que relaciona deformações e deslocamentos, e [∂ ] é a
matriz de operadores diferenciais, que gera através das expressões de
nós nós
interpolação do elemento finito utilizado-se u = ∑ N i .u i e v = ∑ N i .v i ,
i =1 i =1
onde:
{u} – vetor de deslocamentos associados aos graus de liberdade
globais da estrutura;
Rext – vetor de forças externas nodais.
Substituindo-se a expressão [3.13] em [3.10], seu produto em [3.5], e,
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3.2.2.
Elementos Finitos Bidimensionais Planos
Elemento Isoparamétrico Q4
O elemento Q4 é composto por quatro nós, situados nas arestas do
elemento, e define um campo retangular, ou quadrado, de interpolação linear, ou
seja, todos os valores intermediários aos atribuídos aos nós, terão sua posição
definida dentro do elemento através de funções intepoladoras do primeiro grau.
Os valores atribuídos a estes nós podem ser deslocamentos, tensões e
deformações, sendo utilizadas as mesmas funções de interpolação para todos os
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casos.
4 4
u = ∑ N i .u i e v = ∑ N i .v i ,
i =1 i =1
tem-se:
x y
x y transf .coord. 1 x y ξ= ;η= b
N1 = 1 − 1 − → N1 = 1 − 1 − a →
l h 4 a b
1
N1 = (1 − ξ )(1 − η)
4
x y
y x transf .coord. 1 x y ξ= ;η= b
N 2 = 1 − → N 2 = 1 + 1 − a →
h l 4 a b
1
N2 = (1 + ξ)(1 − η)
4
x y
xy transf .coord. 1 x y ξ= ;η= b
N3 = → N 3 = 1 + 1 + a →
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lh 4 a b
1
N3 = (1 + ξ)(1 + η)
4
x y
x y transf .coord. 1 x y ξ= ;η= b
N 4 = 1 − → N 4 = 1 − 1 + a →
l h 4 a b
1
N4 = (1 − ξ )(1 + η)
4
[N] =
N1 0 N2 0 N3 0 N4 0
Que compõe a matriz e
0 N1 0 N2 0 N3 0 N 4
∂
0
ε x ∂x
∂ u
εy = 0 ⇒
γ ∂y v
xy ∂ ∂
∂y ∂x
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 54
u1
ε x N1, x 0 N 2, x 0 N 3, x 0 N 4, x 0 v1
⇒ εy = 0 N1, x 0 N 2, y 0 N 3, y 0 N 4, y ...
γ N N1, x N 2, y N 2, x N 3, y N 3,x N 4, y N 4,x u 4
xy 1, y
v 4
V −1−1
Elemento Isoparamétrico Q8
O elemento Q8 é composto por oito nós, sendo quatro situados nas arestas
do elemento e mais quatro em seus pontos médios, e define um campo retangular,
ou quadrado, de interpolação quadrática. Todos os valores intermediários aos
atribuídos aos nós, terão sua posição definida, dentro do elemento, através de
funções intepoladoras do segundo grau. Como no elemento Q4, os valores
atribuídos a estes nós podem ser deslocamentos, tensões e deformações, sendo
utilizadas as mesmas funções de interpolação para todos os casos.
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 55
η ξ=−1 η
ξ=+1
y
4 7 3 7 η=+1
4 3
8 6 ξ
8 6 η
y,v
1 5 2 5
1 2 η=−1
x,u
x
Figura 3. 4 – a) Elem. isoparamétrico Q8 no espaço ξη; b) Elem. isoparamétrico Q8 no espaço xy.
obtém-se:
N1 =
1
4
(1 − ξ )(1 − η) − 1 (N 8 + N 5 )
2
N5 =
1
2
( )
1 − ξ 2 (1 − η)
N2 =
1
4
(1 + ξ)(1 − η) − 1 (N 5 + N 6 )
2
N6 =
1
2
(
(1 + ξ) 1 − η2 )
N3 =
1
4
(1 − ξ )(1 − η) − 1 (N 6 + N 7 )
2
N7 =
1
2
( )
1 − ξ 2 (1 + η)
N4 =
1
4
(1 − ξ)(1 − η) + 1 (N 7 + N 8 )
2
N8 =
1
2
(
(1 − ξ) 1 − η2 )
Sendo a formulação para montagem da matriz rigidez do elemento,
semelhante ao procedimento apresentado para o elemento isoparamétrico Q4.
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 56
3.2.3.
Considerações Sobre o MEF e Não-Linearidade
3.3.
Modelos Adotados Originalmente
3.3.1.
Modelo Constitutivo Hipoelástico Para o Concreto Simples
de deformações principais;
- Desacoplamento entre tensões normais e deformações cisalhantes;
- Dependência das tensões às trajetórias de equilíbrio;
- Reversibilidade incremental dos estados de tensão e de deformação.
3.3.1.1.
Relação Constitutiva Incremental
( )
E1 1 − µ 32
2
(E1E 2 ).(µ13µ 32 + µ12 ) 0
[C] = 1
φ
( 2
E 2 1 − µ13 ) 0
[3.22]
Simétrico G12 φ
onde:
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 58
µ212 = µ221 = ν12 ν21
µ223 = µ232 = ν23 ν32
µ213 = µ231 = ν13 ν31
φ = 1 - µ212 - µ223 - µ213 - 2 µ12 µ23 µ13
E1 e E2 são os módulos de elasticidade longitudinal de acordo com os eixos
principais de ortotropia, G12 é o módulo de elasticidade transversal do material
dado em relação aos eixos ortotrópicos 1 e 2, e νij são os coeficientes de Poisson
em relação aos eixos de ortotropia i e j.
3.3.1.2.
Deformação Uniaxial Equivalente
dσ i
dε iu = , i = 1,2,3 [3.23]
dE i
onde, σic é a tensão máxima, associada a direção i, que ocorre para um estado
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E o 1 − iu
ε ic
Ei = [3.28]
E 2 2
ε ε
1 + o − 2 iu + iu
E s ε ic ε ic
3.3.1.4.
Superfície de Ruptura de Willam-Warnke
τm =
1 2
15
(
σ1 − σ 22 ) +(
2
σ 22 − σ 32) +(
2
σ12 − σ3 )
2 22
, [3.32]
2σ1 − σ 2 − σ 3
cos θ = 1
: 0° ≤ θ ≤ 60° [3.33]
2 (σ1 − σ 2 ) + (σ 2 − σ 3 ) + (σ1 − σ 3 )
2 2 2 2
sendo σ1 > σ2 > σ3.
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ρ (ξ, θ) =
( ) ( )
2 ρc ρ 2 c − ρ 2 t cos θ + ρc (2 ρt − ρc ) 4 ρ 2 c − ρ 2 t cos 2 θ + 5ρ 2 t − 4 ρt ρc
( )
4 ρ 2 c − ρ 2 t cos 2 θ + (ρc − 2ρt )
2
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[3.36]
onde ρc e ρt são os raios máximo para θ = 60° e mínimo para θ = 60° da seção
desviadora, para um determinado valor de ξ.
ρ c (ξ ) = b 0 + b1ξ + b 2 ξ 2 [3.38]
sendo,
2 4 2
a 0 = α bc a 1 − α 2bc a 2 + α bc [3.39]
3 9 15
a1 =
1
(2α bc − α t )a 2 + 6 α t − α bc [3.40]
3 5 2α bc + α t
6 6
ξ1 (α t − α bc ) − α t α bc + ρ1 (2α bc + α t )
a2 = 5 5 [3.41]
2 1 2
(2α bc + α t )( ξ12 − α bc ξ1 + α t ξ − α t α bc )
3 3 9
b 0 = − ξ0 b1 − ξ0 b 2 [3.42]
6
− 3ρ2
1 5
b1 = ξ2 + b 2 + [3.43]
3 3ξ2 − 1
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 67
1
ρ2 ξ 0 + −
2
(ξ0 + ξ2 )
3 15
b2 = [3.44]
(ξ0 + ξ2 ) ξ2 − 1 ξ0 + 1
3 3
os coeficientes da parábola do 2° grau, e
a 1 − a 12 − 4a 0 a 2
ξ0 = [3.45]
2a 2
o vértice comum das parábolas ou apex da superfície.
A definição da superfície de Willam-Warnke (1974) em termos das
deformações uniaxiais equivalentes possui expressões análogas.
3.3.2.
Modelo Elasto-Plástico Multilinear Para Armadura Inicial
3.3.3.
Modelo Elasto-Plástico Multilinear Modificado Para o Reforço
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Figura 3. 11 – Relação “tensão x deformação” que descreve o material dos reforços inseridos
durante o cálculo.
O Método dos Elementos Finitos Aplicado a Análise Não-Linear 69
Assim, a curva “tensão x deformação” modificada, Figura 3.11, como a
original, é descrita em função dos pontos ( σi , εi ), sendo o ponto dois
correspondente à origem real do sistema, e de acordo com o estado de tensões
atuante em cada elemento de reforço.
A relação constitutiva é dada por:
σ = σi-1 + Ei ( ε − εi-1) – Einicial εinicial [3.49]
onde, Einicial e εinicial são, respectivamente, o módulo de elasticidade e a
deformação do elemento analisado no momento da ativação do reforço, σi-1 e εi-1
são os valores prescritos da tensão e da deformação e Ei é o módulo de
elasticidade secante dado por:
σ i − σ i−1
Ei = [3.50]
ε i − ε i−1
No caso de descarregamento a relação assume um comportamento linear da
forma:
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σ = Ε2 ( ε − εP − εinicial ) [3.51]
onde, σ e ε são a tensão e deformação total e εP é a deformação plástica
acumulada.
3.4.
Estratégias De Solução Para Análise Não-Linear
3.4.1.
O Método de Newton-Raphson
[K T ]o = [K T ]a [3.55]
T
a
(
: {∆u}i ; ∆ϕ1 ) [3.60]
∆w : {∆u}i ; ∆ϕi
i
( ) [3.61]
T .{∆w} = 0
a i
[3.62]
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portanto,
1 i
∆u ∆u + ∆ϕ1∆ϕi = 0 ; i=2,3,.... [3.63]
Pode-se notar que a resolução acima, mesmo que a matriz de rigidez [KT]a
seja singular, gera um sistema de equações com solução não-trivial, o que
representa uma grande vantagem para solução de problemas com ponto limite.
Contudo, existe o problema de a matriz rigidez não ser simétrica, o que
torna desaconselhável, em termos práticos, a resolução do sistema. Afim de
contornar este problema, Welssels (1977) propôs uma alternativa que consistiu em
dividir o vetor de incremento de deslocamentos {∆u}i em duas parcelas, {∆uQ}i e
{∆uR}i, ou seja:
[K T ]a {∆u Q }i = {∆Q}i−1
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[3.69]
[K T ]a {∆u R }i = {R o }
∆u
1
{∆u Q }i−1 + ∆ϕi ∆u
1
{∆u R }i + ∆ϕi ∆ϕ1 = 0 , [3.70]
∆ϕ = − i ∆u
1
{∆u Q }i [3.71]
∆u
1
{∆u R }i + ∆ϕ1
3.4.3.
Critérios de Convergência
{∆u}i
≤ u Tol [3.72]
i
∑ {∆u} j
j=1
{∆Q}i
≤ Q Tol [3.73]
(ϕi − ϕa ){R o }
onde o numerador é a norma euclidiana do incremento da carga não
equilibrada correspondente a iteração i, ao passo que o denominador é a norma
euclidiana do incremento de força do passo de solução. Esta relação deve ser
menor ou igual a tolerância arbitrada pelo analista para forças QTol.