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INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

1. Absoluto: o devedor não cumpriu e não poderá cumprir a obrigação, visto que a prestação não é
mais útil ao credor. Converte a obrigação principal em obrigação de indenizar.

2. Involuntário: as partes não tem intenção de inadimplir. Nos contratos unilaterais, a parte
favorecida comprova simples culpa e a parte não favorecida comprova dolo.

3. Culposo: todo inadimplemento CONTRATUAL, via de regra, presume-se culposo (o devedor


deve afastar a culpa). No inadimplemento EXTRACONTRATUAL, a responsabilidade é do credor,
devendo o mesmo afastar a culpa.

4. Fortuito: ocorre por motivos fortuitos ou de força maior que impedem o cumprimento da
obrigação. Deve-se demonstrar que o inadimplente não agiu com culpa, e provar motivo fortuito ou
ainda a culpa do credor ou culpa de terceiro. Deve ser impossível de afastar o fato gerador do
inadimplemento, superveniente e inevitável, bem como, irresistível (fora do alcance humano).

5. Relativo: é o cumprimento imperfeito da obrigação (sem observar os critérios de tempo, lugar ou


forma). Constitui mora, que é o retardamento culposo de uma prestação, tanto por conta do devedor,
quanto do credor. Cumpre ressaltar que, a prestação ainda apresenta-se útil ao credor, de forma que,
tornando-se inútil, converte-se em inadimplemento absoluto.

Há dois tipos de mora, a de pagar, mora solvendi (do devedor), e a mora de receber, mora
accipiendi (do credor).

Pode haver acúmulo da cláusula penal e indenização suplementar.

Constituição em mora: inadimplemento de obrigação positiva e líquida no seu termo.


Prazo certo: se dá pelo vencimento. Não há termo? Constitua-se mediante interpelação judicial ou
extrajudicial. Não há prazo certo, interpela.

Caso fortuito e força maior afastam a mora. Para constituir mora deve observar se há culpa do
credor e se a obrigação ainda lhe é útil.

Apresentar coisa diversa da prestação ou entregar em local diverso do estabelecido em contrato,


constitui em mora.

Requisitos: 1. Dívida exigível: certa, válida e vencida. 2. Culpa do devedor. 3. Se há prazo para
cumprir (aqui deve haver notificação, é um requisito para constituição).

Mora do Credor: PORTABLE: devedor paga no domicílio do credor (juros + mora). QUERABLE:
credor recebe no domicílio do devedor (mora do credor). Consequência: art. 400.

Moras simultâneas, de ambos, se compensam.

Purgar a mora entende-se como quitar a mora, satisfazer a obrigação, é neutralizar os efeitos da
mora. Caso haja cobrança judicial, o devedor poderá purgar a mora se não apresentar defesa.

PERDAS E DANOS:

1. Dano Emergente e Lucros Cessantes: dano emergente é o decréscimo do patrimônio do credor, os


chamados danos positivos, os quais não se presumem, devem ser efetivos. Já os lucros cessantes
entende-se como todo e qualquer proveito econômico que o credor deixou de ganhar, os danos
negativos, presumidos, porém necessita de comprovação.

2. Dano direto e imediato: nas perdas e danos contratuais, a culpa não precisa ser provada.

3. Perdas e danos na obrigação de pagamento em dinheiro:


PERDAS E DANOS = JUROS + CUSTAS + HONORÁRIOS + CLÁUSULA PENAL
SE o juiz achar os juros insuficientes e não houver cláusula penal, pode o juiz aumentar o valor a
ser reparado.

4. Perda de uma chance: em decorrência da conduta de alguém, desaparece a probabilidade de um


evento que no futuro fosse benéfico para a vítima.

5. Dano reflexo: dano que atinge de forma reflexa pessoa próxima da vítima.

6. Dano material, moral e estético: são todos cumuláveis. Pessoa Jurídica pode pleitear dano moral.

JUROS

1. Juros Legais: os juros são obrigações acessórias, livres, conforme art. 406, sendo convencionados
em contrato ou pelo mercado financeiro. Se não, são fixados em 1% ao mês.

a) moratórios: indenização pela mora. b) compensatórios: remuneram o credor porque este ficou
privado do uso de seu capital.

MULTA MORATÓRIA: Cumulativa. PRINCIPAL + CLÁUSULA PRINCIPAL + MULTA


MORATÓRIA.

2% em Relações de Consumo. 2% para condomínio. Lei de Usura determina máximo de 10% para
as demais obrigações.

CLÁUSULA PENAL: indenização fixada pelas partes em caso de descumprimento culposo da


obrigação principal, de alguma cláusula ou mora. Deve ser fixada em contrato ou em termo aditivo.
Valor alto: art. 412.

O credor opta pelo cumprimento da obrigação, ou cobrar a cláusula penal compensatória (sem
provar culpa), ou requerer indenização suplementar, na qual deve provar os prejuízos excedentes.

A redução da cláusula penal é observada pelo juiz, de forma equitativa. A redução não pode ser
maior que o valor principal. Cumpriu 50% da obrigação, reduza-se a C.P. a metade.

ARAS é um SINAL para garantia de direito de desistência. Em caso de desistência, a devolução do


sinal acumula-se com juros moratórios e os encargos do processo. Não é cabível indenização por
perdas e danos e nem indenização suplementar.

DOS RESUMOS DA PROFESSORA:

Pressupostos: conduta humana (omissiva comissiva – direta e indireta) – dano – nexo causal e culpa
(responsabilidade subjetiva)
Excludentes do nexo causal - culpa exclusiva da vítima – culpa exclusiva de terceiro – cláusula de
não indenizar – caso fortuito (externo) e força maior.

Teoria do nexo causal: causalidade adequada.


Culpa concorrente ou concorrência de causas não excluem a responsabilidade civil – artigo 945 CC.

Modalidades: contratual extracontratual (fato gerador) – objetiva e subjetiva –culpa (fundamentos)


– direta - ato próprio e indireta – fato ou ato de terceiro artigo 932CC – indireta - fato da coisa
animada e inanimada (agente).

Direta – indireta (932, 933, 934, 936, 937, 938 CC)


Objetiva (artigo 927, parágrafo único) – subjetiva (186, 187 e 927, caput). Contratual e
extracontratual ou aquiliana.

O princípio da restitutio in integrum firmado pela responsabilidade civil - retornar ao estado anterior
à lesão e na sua impossibilidade o pagamento de indenização pecuniária equivalente ao dano
sofrido.

Poderá haver um ato ilícito e deste ato, se provado o dano a outrem, surgirá o dever de reparar.

O artigo 5º, inciso X da Constituição Federal assegura alguns direitos:


Indenização pelo dano material, moral e à imagem.
Indenização pelo dano material e moral, decorrentes da violação ao direito à imagem.
Indenização à vítima expressa nas perdas e danos, bem como por ofensa aos bens pertencentes ao
patrimônio subjetivo da vítima.

O dano que interessa à responsabilidade civil é o que constitui o requisito de indenizar:


a distinção entre dano material e dano moral somente diz respeito aos efeitos, não à origem do dano.
o dano patrimonial e o dano moral apresentam valor pecuniário, ainda que este não se apresente na
esfera econômica.
sem dano pode haver responsabilidade criminal, mas não há responsabilidade civil.
a conduta antijurídica não é o suficiente para imputar ao agente a responsabilidade civil, pois não
poderá haver indenização se não comprovado o dano.

O dano é jurídico e econômico, portanto uma lesão da esfera jurídica e lesão da esfera econômica.
Os efeitos do ato danoso se produzem em relação ao futuro, impedindo ou diminuindo o benefício
patrimonial a ser deferido à vítima, denomina-se de LUCRO CESSANTE.

No dano moral e no dano estético


a lesão estética caracteriza um dano moral, sendo passível de indenização pecuniária. Divergem
alguns juristas neste aspecto, afirmam que o dano estético é terceiro dano indenizável.
para que não haja enriquecimento ilícito da vítima e nem para que o ofensor não saia sem uma
onerosidade suficiente para faze-lo com que não repita o ato lesante, faz-se necessário invocar
critérios como a justeza, a capacidade econômica do ofensor, a intensidade da vontade de ofender o
terceiro e a gravidade do dano (materializada na conseqüência a esfera moral e patrimonial do
ofendido).
critérios que direcionam o magistrado a uma correta auferição do quantum indenizatório no caso de
ocorrência de um dano estético: gravidade da lesão, sua localização, a possibilidade de remoção e
características pessoais da vítima.
o dano estético pode possuir caráter patrimonial, SENDO passível de indenização quando constituir
um DANO MORAL E MATERIAL
A adoção da teoria do abuso de direito no artigo 187 do CCB: é um direito previamente assegurado
que pode conduzir à obrigação de indenizar quando mal exercido. – Responsabilidade subjetiva –
maioria dos autores.
Responsabilidade objetiva – Sergio Cavarieli Filho

Quanto ao dano moral podemos afirmar: a vítima deve ter por objetivo único a compensação de um
sofrimento e não o de obter vantagens, que com o esforço próprio não conseguiria.

não se confunde o dano criminal do dano civil, aquele somente se configura pela modalidade
culposa ou dolosa, sendo a agente responsável pessoalmente, enquanto que no dano civil, atende-se
exclusivamente à reparação do dano. Observar ao Artigo 935 do CC – responsabilidade civil
criminal x responsabilidade civil.
na esfera penal nem sempre se exige um resultado para se estabelecer a punibilidade do agente, no
âmbito civil esse resultado é indispensável.
se não houver prova do dano não há fundamento para a indenização.
o direito pátrio NÃO admite o dano incerto, improvável ou eventual, o dano condicional e o dano
hipotético.

DANO MORAL:
indenizar o dano moral NÃO significa devolver à vítima o seu statu quo ante, devolvendo-a ao
estado em que se encontrava antes da ocorrência o evento danoso.
ao indenizar o dano moral busca-se uma compensação em forma de pagamento de caráter
monetário.
a indenização por dano moral NÃO deve trazer à vítima benefícios, para que possa estar em
situação econômica melhor do que aquela anterior ao ato danoso.
a indenização por dano moral deve ser aplicada a máxima in dubio pro VÍTIMA
dano moral direto (recais sobre os direitos subjetivos da vítima) e da no moral indireto (recai sobre
coisas com valor afetivo pertencente à vítima).

Dano ricochete – atinge indiretamente pessoas relacionadas à vítima, por exemplo: dependência
econômica em relação à vítima.

Perda da chance e dano indenizável: perda de uma oportunidade, de vida, econômica, de sucesso =
não se confunde com os lucros cessantes e danos morais.

Danos materiais = lucros cessantes e danos emergentes.

Há duas formas de se ressarcir o dano: pela reparação natural ou específica e pela indenização
pecuniária.

OBSERVAR OS ARTIGOS DO CC QUE TRATAM DE INDENIZAÇÃO: 948 a 954.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR DE PESSOAS – OBJETIVA –


EXCLUDENTES NÃO PASSÍVEIS DE ALEGAÇÃO – cláusula de não indenizar e culpa de
terceiro – artigos 734 e 735 CC. Cláusula de incolumidade nos transportes de pessoas e suas
bagagens, bem como de coisas.

RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC – OBJETIVA – DECORRE DE LEI. VÍCIO DO


PRODUTO E DO SERVIÇO (sanável) – DEFEITO DO PRODUTO E DO SERVIÇO
(indenizável).
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS – OBRIGAÇÃO DE MEIO E
DE RESULTADO – CONSEQUÊNCIAS – artigo 14 §4º CDC. ERRO MÉDICO – dano estético –
perda da chance – artigo 951 CC.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – TEORIAS: risco administrativo – culpa


administrativa (falha, falta e omissão do Estado) – risco administrativo integral (dano ambiental e
dano nuclear). Fundamento: artigo 37, §6º CF artigo 22 CDC – concessão e permissão de serviços
públicos.

Responsabilidade Civil x Responsabilidade penal – independência - A isenção de responsabilidade


criminal não interfere na responsabilidade civil, são independentes entre si, podendo o agente ser
absolvido na esfera penal e ser condenado ao pagamento de perdas e danos na esfera cível. Segundo
o disposto no artigo 935 do CCB, estabelece a independência da responsabilidade civil em relação à
penal, salvo quando já discutida e decididas no crime a existência do fato (materialidade) ou de sua
autoria, ou seja, a sentença transitada em julgado no âmbito penal, interfere na esfera cível quando
materialidade e a autoria do crime estiverem decididas no crime.
Absolvição do réu no processo penal não significa automática liberação de responder na esfera
civil. O direito penal exige a culpa em sentido estrito para a condenação, enquanto o direito civil
sanciona o devedor que tenha agido com culpa, ainda que em grau mínimo. Assim, poderá o réu ser
absolvido no processo penal por falta de provas e responder ação civil e ser condenado a indenizar
pelo mesmo fato.
A sentença condenatória penal pode ser título executivo no cível, desde que o faça contra o próprio
réu e desde que seja líquida (determinar o quantum debeatur), o valor líquido do dano.

ARAS é um SINAL para garantia de direito de desistência. Em caso de desistência, a devolução do


sinal acumula-se com juros moratórios e os encargos do processo. Não é cabível indenização por
perdas e danos e nem indenização suplementar.

CONFIRMATÓRIAS – art. 418/419


Se o contrato não tem cláusula de arrependimento as arras são confirmatórias.
Art. 418: primeira parte – inexecução do contrato pelo devedor-comprador: “se a parte que deu as
arras (devedor-comprador) não executar o contrato, poderá a outra (credor-vendedor) tê-lo por
desfeito, retendo-as (as arras)”.
Art. 418: segunda parte – inexecução do contrato pelo credor-vendedor: “se a inexecução for de
quem recebeu as arras (credor-vendedor), poderá quem as deu (devedor-comprador) haver o
contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente (as arras em dobro), juros e
honorários de advogado”.
Art. 419: primeira parte – inadimplemento absoluto- resolve: “a parte inocente pode pedir
indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima”.
Art. 419: segunda parte – inadimplemento relativo (mora)- executa: “pode, também, a parte
inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos”.

PENITENCIAIS – art. 420


Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer uma das partes haverá arras
penitenciais. As arras penitenciais servirão como pré-fixação de perdas e danos quando for exercido
o direito de arrependimento, assim elas têm função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as
deu, perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente
(arras em dobro). Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

Mas a diferença é: não há indenização suplementar – STF412


NO COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA COM CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO, A
DEVOLUÇÃO DO SINAL, POR QUEM O DEU, OU A SUA RESTITUIÇÃO EM DOBRO, POR
QUEM O RECEBEU, EXCLUI INDENIZAÇÃO MAIOR, A TÍTULO DE PERDAS E DANOS,
SALVO OS JUROS MORATÓRIOS E OS ENCARGOS DO PROCESSO.

Espécies de cláusula penal

a) MORATÓRIA
(compulsória):
b) COMPENSATÓRIA
(compensar o inadimplemento)
Estipulada para desestimular o devedor de incorrer em mora ou para evitar que deixe de cumprir
determinada cláusula especial da obrigação principal.
É a cominação contratual de uma multa para o caso de mora.
Estipulada para servir como indenização no caso de total inadimplemento da obrigação principal
(adimplemento absoluto).
Funciona como punição pelo retardamento no cumprimento da obrigação ou pelo inadimplemento
de determinada cláusula.
Funciona como uma prefixação das perdas e danos.
Ex1: em uma promessa de compra e venda de um apartamento, é estipulada multa para o caso de
atraso na entrega.
Ex2: multa para o caso do produtor de soja fornecer uma safra de qualidade inferior ao tipo “X”.
Ex: em um contrato para que um cantor faça um show no réveillon, é estipulada uma multa de 100
mil reais caso ele não se apresente.
A cláusula penal moratória é cumulativa, ou seja, o credor poderá exigir o cumprimento da
obrigação principal e mais o valor da cláusula penal (poderá exigir a substituição da soja inferior e
mais o valor da cláusula penal).
A cláusula penal compensatória não é cumulativa. Assim, haverá uma alternativa para o credor:
exigir o cumprimento da obrigação principal ou apenas o valor da cláusula penal.
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de
outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada,
juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação,
esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Multa moratória = obrigação principal + multa


Multa compensatória = obrigação principal ou multa

ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA


CONCEITO: enriquecimento sem causa tratado pelo artigo 884 do Código Civil, configura-se pela
existência de um enriquecimento obtido à custa de outrem sem uma causa justificativa para o
enriquecimento.
Do Pagamento Indevido
CONCEITO: O pagamento indevido ocorre quando alguém recebe o que não lhe era devido (quer
seja por inexistência de relação, quer seja por inexigibilidade). O pagamento indevido funda-se na
ideia de que todo pagamento que feito sem que seja devido deve ser restituído.
O pagamento indevido como espécie de enriquecimento sem causa: o pagamento indevido é uma
das formas de enriquecimento sem causa, por decorrer de uma prestação feita por alguém com o
intuito de extinguir uma obrigação erroneamente pressuposta, gerando ao accipiens, por imposição
legal, o dever de restituir, uma vez estabelecido que a relação obrigacional não existe, tinha cessado
de existir ou que o devedor não era o solvens ou o accipiens não era do credor. Já o enriquecimento
sem causa é o acréscimo de bens que se verifica no patrimônio de um sujeito, em detrimento de
outrem, sem que para isso tenha um fundamento jurídico.

Espécies de pagamento indevido

Doutrinariamente há duas formas de pagamento indevido:

Pagamento Objetivamente Indevido: Quando há erro quanto à existência ou extensão da obrigação


(objeto);
Pagamento Subjetivamente Indevido: Quando realizado por alguém que não é devedor ou feito a
alguém que não é credor (sujeito). Embora o brocardo de "quem paga mal, paga duas vezes" seja
válido, isso não afasta o direito do pagador reaver a prestação adimplida indevidamente.

Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que
incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
O pagamento indevido ocorre quando alguém recebe o que não lhe era devido (quer seja por
inexistência de relação, quer seja por inexigibilidade; Ex: obrigação condicional implementada sem
o advento da condição).
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
Porém não cabe a repetição quando o “solvens” agiu por liberalidade (ex: doação).
Art. 878. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à coisa dada em pagamento
indevido, aplica-se o disposto neste Código sobre o possuidor de boa-fé ou de má-fé, conforme o
caso.
Aquele que recebeu o pagamento indevido de boa-fé (accipiens de boa-fé) deverá devolver a coisa
recebida indevidamente, mas terá direito de conservar os frutos percebidos e de ser indenizado
relativamente às benfeitorias úteis e necessárias. Quanto às voluptuárias, poderá levanta-las, desde
que não altere a substância da coisa. O accipiens de má-fé deverá devolver tudo que recebeu,
juntamente com seus frutos, não tendo direito a indenização por benfeitorias úteis e necessárias, não
podendo, ainda, levantar as voluptuárias.
Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título
oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel,
responde por perdas e danos.
Parágrafo único. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou se, alienado por título oneroso, o
terceiro adquirente agiu de má-fé, cabe ao que pagou por erro o direito de reivindicação.
Mas se o objeto do pagamento indevido for um imóvel que o falso credor já tenha alienado a um
terceiro, tal alienação só valerá se feita onerosamente (venda sim, doação não) e o terceiro estiver
de boa-fé. Caso contrário o solvens poderá perseguir o imóvel e recuperá-lo do terceiro (879).
Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como parte de dívida
verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão das garantias que
asseguravam seu direito; mas aquele que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro
devedor e seu fiador.
Este artigo trata da hipótese do recebimento de boa-fé de quem não é o devedor, sendo a dívida
verdadeira. O accipiens que, ao receber de boa-fé, inutiliza o título ou deixa prescrever a ação, ou
ainda renuncia às garantias, não precisa restituir o pagamento. Quem pagou erroneamente — o
solvens — terá ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fiador.
Art. 881. Se o pagamento indevido tiver consistido no desempenho de obrigação de fazer ou para
eximir-se da obrigação de não fazer, aquele que recebeu a prestação fica na obrigação de indenizar
o que a cumpriu, na medida do lucro obtido.
Se o pagamento indevido abranger obrigação de fazer (obrigação positiva) ou obrigação de não
fazer (obrigação negativa), quer sejam elas originadas de contrato ou de decisão judicial (preceito
cominatório, arts. 632 a 645 do CPC), o accipiens deve indenizar o solvens, independentemente de
ter recebido de boa ou má-fé. A indenização terá como base o lucro obtido, pois se assim não fosse
caracterizar-se-ia um enriquecimento sem causa. Não havendo lucro do recebedor, não há que se
falar em indenização, uma vez que o locupletamento não ocorreria.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou
proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.
Porém não cabe a repetição quando o “solvens” agiu em cumprimento de obrigação natural (ex:
gorjeta, dívida de jogo, dívida prescrita, 882, 814) ou quando o “solvens” deu alguma coisa para
obter fim ilícito, afinal ninguém pode se beneficiar da própria torpeza (ex: pagou ao pistoleiro
errado para cometer um homicídio, não cabe devolução, 883).

Pagamento indevido x cobrança indevida: não se confundem, pois no Pagamento Indevido paga-se
quando não se devia pagar; na Cobrança Indevida cobra-se dívida já paga, então o autor da
cobrança deve devolver o dobro ao requerido (artigo 940 CC).
Dois efeitos do pagamento indevido:
1 – aquele que enriqueceu sem causa fica obrigado a devolver o indevidamente auferido, não só por
uma questão moral (= direito natural), mas também por uma questão de ordem civil (876, 884)
e tributária, afinal como explicar à Receita Federal um súbito aumento de patrimônio? O objetivo
dessa devolução é reequilibrar os patrimônios do devedor e do falso credor, alterados sem
fundamento jurídico, sem causa justa. (Juiz Rafael de Menezes)
2 – se o falso credor não quiser voluntariamente devolver o pagamento, surge o segundo efeito que
é o direito do solvens de propor ação de repetição do indébito contra tal accipiens. Esta ação tem
este nome pois, em linguagem jurídica, “repetir” significa “devolver” e “indébito” é aquilo que não
é devido. Então a ação é para o falso credor devolver aquilo que não lhe era devido. Tal ação
prescreve em três anos (206, § 3º, IV).
A ausência de causa jurídica decorre de quatro situações (Nelson Rosenvald – Curso de Direito
Civil – Vol. 3 – Editora JusPODIVM):

Indébito objetivo absoluto: quanto não há vínculo obrigacional entre credor e devedor. Ex.: pagar
dívida que não existe; dívida prescrita.

Indébito objetivo quantitativo: existe o vínculo jurídico entre credor e devedor, mas o pagamento
realizou-se a maior. Ex.: pagamento de juros acima do limite legal (1% ao mês).

Indébito subjetivo ativo: aquele que recebe a dívida não é o credor. Ex.: pagamento por meio de
depósito em conta corrente de homônimo do credor.

Indébito subjetivo passivo: quem efetua o pagamento não é o verdadeiro devedor. Ex: sócio que
paga dívida da empresa, pensando ser sua.
Art. 42 CDC - Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

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