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1. Absoluto: o devedor não cumpriu e não poderá cumprir a obrigação, visto que a prestação não é
mais útil ao credor. Converte a obrigação principal em obrigação de indenizar.
2. Involuntário: as partes não tem intenção de inadimplir. Nos contratos unilaterais, a parte
favorecida comprova simples culpa e a parte não favorecida comprova dolo.
4. Fortuito: ocorre por motivos fortuitos ou de força maior que impedem o cumprimento da
obrigação. Deve-se demonstrar que o inadimplente não agiu com culpa, e provar motivo fortuito ou
ainda a culpa do credor ou culpa de terceiro. Deve ser impossível de afastar o fato gerador do
inadimplemento, superveniente e inevitável, bem como, irresistível (fora do alcance humano).
Há dois tipos de mora, a de pagar, mora solvendi (do devedor), e a mora de receber, mora
accipiendi (do credor).
Caso fortuito e força maior afastam a mora. Para constituir mora deve observar se há culpa do
credor e se a obrigação ainda lhe é útil.
Requisitos: 1. Dívida exigível: certa, válida e vencida. 2. Culpa do devedor. 3. Se há prazo para
cumprir (aqui deve haver notificação, é um requisito para constituição).
Mora do Credor: PORTABLE: devedor paga no domicílio do credor (juros + mora). QUERABLE:
credor recebe no domicílio do devedor (mora do credor). Consequência: art. 400.
Purgar a mora entende-se como quitar a mora, satisfazer a obrigação, é neutralizar os efeitos da
mora. Caso haja cobrança judicial, o devedor poderá purgar a mora se não apresentar defesa.
PERDAS E DANOS:
2. Dano direto e imediato: nas perdas e danos contratuais, a culpa não precisa ser provada.
5. Dano reflexo: dano que atinge de forma reflexa pessoa próxima da vítima.
6. Dano material, moral e estético: são todos cumuláveis. Pessoa Jurídica pode pleitear dano moral.
JUROS
1. Juros Legais: os juros são obrigações acessórias, livres, conforme art. 406, sendo convencionados
em contrato ou pelo mercado financeiro. Se não, são fixados em 1% ao mês.
a) moratórios: indenização pela mora. b) compensatórios: remuneram o credor porque este ficou
privado do uso de seu capital.
2% em Relações de Consumo. 2% para condomínio. Lei de Usura determina máximo de 10% para
as demais obrigações.
O credor opta pelo cumprimento da obrigação, ou cobrar a cláusula penal compensatória (sem
provar culpa), ou requerer indenização suplementar, na qual deve provar os prejuízos excedentes.
A redução da cláusula penal é observada pelo juiz, de forma equitativa. A redução não pode ser
maior que o valor principal. Cumpriu 50% da obrigação, reduza-se a C.P. a metade.
Pressupostos: conduta humana (omissiva comissiva – direta e indireta) – dano – nexo causal e culpa
(responsabilidade subjetiva)
Excludentes do nexo causal - culpa exclusiva da vítima – culpa exclusiva de terceiro – cláusula de
não indenizar – caso fortuito (externo) e força maior.
O princípio da restitutio in integrum firmado pela responsabilidade civil - retornar ao estado anterior
à lesão e na sua impossibilidade o pagamento de indenização pecuniária equivalente ao dano
sofrido.
Poderá haver um ato ilícito e deste ato, se provado o dano a outrem, surgirá o dever de reparar.
O dano é jurídico e econômico, portanto uma lesão da esfera jurídica e lesão da esfera econômica.
Os efeitos do ato danoso se produzem em relação ao futuro, impedindo ou diminuindo o benefício
patrimonial a ser deferido à vítima, denomina-se de LUCRO CESSANTE.
Quanto ao dano moral podemos afirmar: a vítima deve ter por objetivo único a compensação de um
sofrimento e não o de obter vantagens, que com o esforço próprio não conseguiria.
não se confunde o dano criminal do dano civil, aquele somente se configura pela modalidade
culposa ou dolosa, sendo a agente responsável pessoalmente, enquanto que no dano civil, atende-se
exclusivamente à reparação do dano. Observar ao Artigo 935 do CC – responsabilidade civil
criminal x responsabilidade civil.
na esfera penal nem sempre se exige um resultado para se estabelecer a punibilidade do agente, no
âmbito civil esse resultado é indispensável.
se não houver prova do dano não há fundamento para a indenização.
o direito pátrio NÃO admite o dano incerto, improvável ou eventual, o dano condicional e o dano
hipotético.
DANO MORAL:
indenizar o dano moral NÃO significa devolver à vítima o seu statu quo ante, devolvendo-a ao
estado em que se encontrava antes da ocorrência o evento danoso.
ao indenizar o dano moral busca-se uma compensação em forma de pagamento de caráter
monetário.
a indenização por dano moral NÃO deve trazer à vítima benefícios, para que possa estar em
situação econômica melhor do que aquela anterior ao ato danoso.
a indenização por dano moral deve ser aplicada a máxima in dubio pro VÍTIMA
dano moral direto (recais sobre os direitos subjetivos da vítima) e da no moral indireto (recai sobre
coisas com valor afetivo pertencente à vítima).
Dano ricochete – atinge indiretamente pessoas relacionadas à vítima, por exemplo: dependência
econômica em relação à vítima.
Perda da chance e dano indenizável: perda de uma oportunidade, de vida, econômica, de sucesso =
não se confunde com os lucros cessantes e danos morais.
Há duas formas de se ressarcir o dano: pela reparação natural ou específica e pela indenização
pecuniária.
a) MORATÓRIA
(compulsória):
b) COMPENSATÓRIA
(compensar o inadimplemento)
Estipulada para desestimular o devedor de incorrer em mora ou para evitar que deixe de cumprir
determinada cláusula especial da obrigação principal.
É a cominação contratual de uma multa para o caso de mora.
Estipulada para servir como indenização no caso de total inadimplemento da obrigação principal
(adimplemento absoluto).
Funciona como punição pelo retardamento no cumprimento da obrigação ou pelo inadimplemento
de determinada cláusula.
Funciona como uma prefixação das perdas e danos.
Ex1: em uma promessa de compra e venda de um apartamento, é estipulada multa para o caso de
atraso na entrega.
Ex2: multa para o caso do produtor de soja fornecer uma safra de qualidade inferior ao tipo “X”.
Ex: em um contrato para que um cantor faça um show no réveillon, é estipulada uma multa de 100
mil reais caso ele não se apresente.
A cláusula penal moratória é cumulativa, ou seja, o credor poderá exigir o cumprimento da
obrigação principal e mais o valor da cláusula penal (poderá exigir a substituição da soja inferior e
mais o valor da cláusula penal).
A cláusula penal compensatória não é cumulativa. Assim, haverá uma alternativa para o credor:
exigir o cumprimento da obrigação principal ou apenas o valor da cláusula penal.
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de
outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada,
juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação,
esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que
incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
O pagamento indevido ocorre quando alguém recebe o que não lhe era devido (quer seja por
inexistência de relação, quer seja por inexigibilidade; Ex: obrigação condicional implementada sem
o advento da condição).
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
Porém não cabe a repetição quando o “solvens” agiu por liberalidade (ex: doação).
Art. 878. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à coisa dada em pagamento
indevido, aplica-se o disposto neste Código sobre o possuidor de boa-fé ou de má-fé, conforme o
caso.
Aquele que recebeu o pagamento indevido de boa-fé (accipiens de boa-fé) deverá devolver a coisa
recebida indevidamente, mas terá direito de conservar os frutos percebidos e de ser indenizado
relativamente às benfeitorias úteis e necessárias. Quanto às voluptuárias, poderá levanta-las, desde
que não altere a substância da coisa. O accipiens de má-fé deverá devolver tudo que recebeu,
juntamente com seus frutos, não tendo direito a indenização por benfeitorias úteis e necessárias, não
podendo, ainda, levantar as voluptuárias.
Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título
oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel,
responde por perdas e danos.
Parágrafo único. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou se, alienado por título oneroso, o
terceiro adquirente agiu de má-fé, cabe ao que pagou por erro o direito de reivindicação.
Mas se o objeto do pagamento indevido for um imóvel que o falso credor já tenha alienado a um
terceiro, tal alienação só valerá se feita onerosamente (venda sim, doação não) e o terceiro estiver
de boa-fé. Caso contrário o solvens poderá perseguir o imóvel e recuperá-lo do terceiro (879).
Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como parte de dívida
verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão das garantias que
asseguravam seu direito; mas aquele que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro
devedor e seu fiador.
Este artigo trata da hipótese do recebimento de boa-fé de quem não é o devedor, sendo a dívida
verdadeira. O accipiens que, ao receber de boa-fé, inutiliza o título ou deixa prescrever a ação, ou
ainda renuncia às garantias, não precisa restituir o pagamento. Quem pagou erroneamente — o
solvens — terá ação regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fiador.
Art. 881. Se o pagamento indevido tiver consistido no desempenho de obrigação de fazer ou para
eximir-se da obrigação de não fazer, aquele que recebeu a prestação fica na obrigação de indenizar
o que a cumpriu, na medida do lucro obtido.
Se o pagamento indevido abranger obrigação de fazer (obrigação positiva) ou obrigação de não
fazer (obrigação negativa), quer sejam elas originadas de contrato ou de decisão judicial (preceito
cominatório, arts. 632 a 645 do CPC), o accipiens deve indenizar o solvens, independentemente de
ter recebido de boa ou má-fé. A indenização terá como base o lucro obtido, pois se assim não fosse
caracterizar-se-ia um enriquecimento sem causa. Não havendo lucro do recebedor, não há que se
falar em indenização, uma vez que o locupletamento não ocorreria.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou
proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.
Porém não cabe a repetição quando o “solvens” agiu em cumprimento de obrigação natural (ex:
gorjeta, dívida de jogo, dívida prescrita, 882, 814) ou quando o “solvens” deu alguma coisa para
obter fim ilícito, afinal ninguém pode se beneficiar da própria torpeza (ex: pagou ao pistoleiro
errado para cometer um homicídio, não cabe devolução, 883).
Pagamento indevido x cobrança indevida: não se confundem, pois no Pagamento Indevido paga-se
quando não se devia pagar; na Cobrança Indevida cobra-se dívida já paga, então o autor da
cobrança deve devolver o dobro ao requerido (artigo 940 CC).
Dois efeitos do pagamento indevido:
1 – aquele que enriqueceu sem causa fica obrigado a devolver o indevidamente auferido, não só por
uma questão moral (= direito natural), mas também por uma questão de ordem civil (876, 884)
e tributária, afinal como explicar à Receita Federal um súbito aumento de patrimônio? O objetivo
dessa devolução é reequilibrar os patrimônios do devedor e do falso credor, alterados sem
fundamento jurídico, sem causa justa. (Juiz Rafael de Menezes)
2 – se o falso credor não quiser voluntariamente devolver o pagamento, surge o segundo efeito que
é o direito do solvens de propor ação de repetição do indébito contra tal accipiens. Esta ação tem
este nome pois, em linguagem jurídica, “repetir” significa “devolver” e “indébito” é aquilo que não
é devido. Então a ação é para o falso credor devolver aquilo que não lhe era devido. Tal ação
prescreve em três anos (206, § 3º, IV).
A ausência de causa jurídica decorre de quatro situações (Nelson Rosenvald – Curso de Direito
Civil – Vol. 3 – Editora JusPODIVM):
Indébito objetivo absoluto: quanto não há vínculo obrigacional entre credor e devedor. Ex.: pagar
dívida que não existe; dívida prescrita.
Indébito objetivo quantitativo: existe o vínculo jurídico entre credor e devedor, mas o pagamento
realizou-se a maior. Ex.: pagamento de juros acima do limite legal (1% ao mês).
Indébito subjetivo ativo: aquele que recebe a dívida não é o credor. Ex.: pagamento por meio de
depósito em conta corrente de homônimo do credor.
Indébito subjetivo passivo: quem efetua o pagamento não é o verdadeiro devedor. Ex: sócio que
paga dívida da empresa, pensando ser sua.
Art. 42 CDC - Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e
juros legais, salvo hipótese de engano justificável.