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Discente: Maria Eduarda Góes Barboza da Silva

Texto 5

Gruzinski descreve o caráter híbrido atrelado ao desenvolvimento da Cidade do México,


onde povos com origens distintas se entrelaçaram a partir da conquista ibérica, visto que
os indígenas exerceram participação ativa no processo, apesar das perdas culturais e
explorações. O gênese desta cidade se dá justamente no local de principal ocupação
indígena, tomando forma ao se inserir sobre a cultura nativa em vários âmbitos,
principalmente no trabalho. O texto exemplifica que a curiosidade e notável habilidade
indígena em aprender os ofícios oriundos da Espanha foi aproveitada, por intermédio de
figuras religiosas, para transformá-los em mão de obra apta a servir os patrões europeus,
integrando o mercado colonial ao dominarem tais técnicas – o que contraria a noção de
exclusividade da imposição brutal, demonstrando também o impacto da persuasão
subjetiva. Em função disso, ocorrem modificações na linguagem, misturando os
vocábulos para compor o linguajar corriqueiro expressado pelos falantes deste novo meio
social, a partir de neologismos criados por nativos para descrever os novos objetos que
compõe seu dia a dia, até que estes se domesticassem à hispanização linguística.
Entretanto, em contraponto a esse engajamento voluntário, grupos indígenas também
eram encontrados trabalhando em circunstâncias precárias nas Fábricas (obrajes),
condicionados a situações próximas à escravidão, justificadas pela falsa premissa de que
estavam lá por vontade espontânea pelos responsáveis do estabelecimento. Na
organização política, repartiu-se o povo em duas entidades, a República dos índios,
denominados macehuales, um sinônimo para “plebeus”, e a República dos espanhóis;
ambas subjugadas à Coroa. Foi requisitada uma grande demanda de macehuales para a
reconstrução da cidade, no entanto, o índice destes indivíduos que estavam sendo
dizimados por doenças recorrentes aos espanhóis era alarmante e culminou em um
declínio das resistências indígenas. Além disso, a crise trazida da Europa refletiu na
tentativa de submeter impostos aos grupos nativos que trabalhavam para os nobres e até
os macehuales da capital. A inatividade do governador indígena frente a esses abusos
fiscais desencadeou revoltas dos índios contra a forma de governo e influenciou
resistência contra a imposição da Igreja, um dos meios de dominação espanhola,
reconfigurando a noção de camadas populares e como estas se relacionavam com o poder
na Cidade do México desde então, modificando a dicotomia hispano-indígena que
categorizava os indivíduos a princípio, devido às multi-etnicidade que passou a compor
a sociedade.

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