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Porto
Outubro de 1999
Resumo
The cooling capacity of closed wet cooling towers, adapted for use with chilled ceilings,
was evaluated.
A cooling tower prototype, with a nominal cooling of 10 kW, was experimentally
tested, for different operating conditions. Correlations for thermal efficiency were ob-
tained, for dry and wet operation modes. Experimental correlations were also obtained
for mass transferr coefficient and heat transfer coefficient between tube and spray.
Several existing simplified models to predict tower thermal performance were im-
plemented. Comparison with experimental data showed a good agreement if the above
correlations for mass and heat transfer coefficients are used.
Résumé
Nomenclatura ix
1 Introdução 1
1.1 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Organização da tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
v
Indirecto 28
3.1 Descrição da torre de arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 Descrição da instalação experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3 Caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Incerteza do caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Resultados de comportamento térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4.1 Incerteza da eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4.2 Influência da temperatura de entrada, Tag,ent, na eficiência . . . 37
3.4.3 Influência do caudal de água de spray na eficiência . . . . . . . 38
3.4.4 Influência do caudal de água e ar na eficiência . . . . . . . . . . 39
3.4.5 Influência da temperatura de bolbo húmido . . . . . . . . . . . 40
3.4.6 Temperatura nos tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.7 Funcionamento sem spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.5 Energia consumida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.6 Consumo de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.7 Coeficiente de transferência de massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.7.1 Comparação com outras correlações . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.8 Coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo e o
spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.8.1 Comparação com outras correlações . . . . . . . . . . . . . . . . 53
vi
4.3.1 Temperatura da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3.2 Temperatura da água de spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3.3 Propriedades do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5 Conclusões 67
5.1 Resumo do trabalho e principais conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2 Perspectivas de trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Referências Bibliográficas 71
Apêndices 74
A Equipamentos 74
B Incertezas 76
B.1 Incerteza do caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.2 Incerteza da eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.2.1 Temperatura da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
B.2.2 Temperatura de bolbo húmido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
vii
Agradecimentos
Por fim agradeço a todos os colegas da Secção de Fluidos e Calor pelo espírito de
camaradagem.
viii
Nomenclatura
ix
Re número de Reynolds
So inclinação da curva operation line
ST inclinação da recta tie-line
Sc número de Schmidt
Sh número de Sherwood
T temperatura, ◦ C
Tbh temperatura de bolbo húmido, ◦C
v velocidade média, m / s
x humidade absoluta, kg vapor/ kg ar seco
α coeficiente de transferência de calor por convecção, W / (m2 ◦ C)
αm coeficiente de transferência de massa, kg / (m2 s)
αspray coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo
e o spray, kg / (m2 s)
α′spray coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo
e o spray sem escoamento de ar kg/(m2 s)
∆p Diferencial de pressão, Pa
ε eficiência térmica
Γ = ṁspray
4ntubos L caudal de água de spray por comprimento de tubo, kg / (m s)
λtubo condutibilidade térmica da parede do tubo, W / (m ◦C)
ρ massa volúmica, kg / m3
τ incerteza
Índice
ag água
ar ar húmido
ar, seco ar seco
ar, sat ar saturado
ent entrada
ext exterior
evap consumo de água
x
i interface água de spray/ar
int interior
l latente
máx máximo
s sensível
sai saída
sat saturação
spray água de spray
vent ventilador
xi
Capítulo 1
Introdução
1
satisfatórias. Durante alguns períodos, ou em climas mais quentes, poderá haver ne-
cessidade de recorrer a máquinas de refrigeração. Assim, poderá conseguir-se uma
significativa racionalização do consumo de energia final.
300 100,%
90,%
250
80,%
70,%
200
Frequência
60,%
150 50,%
40,%
100
30,%
20,%
50
10,%
0 ,%
12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tbh [ºC]
2
1.3) são, o ventilador, o sistema de bombeamento e injecção de água, o tanque de
acumulação de água, o eliminador de gotas e o material de enchimento, em estrutura
de favos. Este material de enchimento, para além de aumentar a área de transferência,
reduz a velocidade de queda da água, aumentando o tempo de exposição das gotas ao
escoamento de ar.
Saída de ar Saída de ar
Ventilador Ventilador
Sistema de Sistema de
eliminação de gotas eliminação de gotas
Fluido quente
Permutador
de calor
Material de
enchimento
Entrada Entrada Entrada Fluido frio
de ar de ar de ar
Tanque Tanque
Fluido frio
Bomba
3
escoamento dentro dos tubos onde circula o fluido que se deseja arrefecer, ar que flui no
sentido ascendente e água que circula em circuito fechado dentro da torre de arrefeci-
mento, molhando exteriormente o feixe de tubos. Uma das vantagens em usar torres
de arrefecimento de contacto indirecto, relativamente às torres de contacto directo, é
impedir o contacto entre o fluido interno e a atmosfera, podendo-se assim usar diversos
tipos de fluidos, bem como prevenir a contaminação com impurezas existentes no ar.
Verifica-se também que esse tipo de torres apresenta um consumo de água inferior
às torres de contacto directo. Estes factos, conjuntamente com a hipótese da torre
funcionar como permutador monofásico (sem água de spray) durante períodos mais
frios, levam a concluir que as torres de arrefecimento de contacto indirecto cumprem
todos os requisitos para operar conjuntamente com o sistema de tectos arrefecidos.
O processo de arrefecimento numa torre de arrefecimento de contacto indirecto é
descrito em seguida.
A água de spray, que circula em circuito fechado, é bombeada do tanque de acu-
mulação de água, para a parte superior da torre, molhando assim o feixe de tubos.
Parte desta água evapora-se no ar, enquanto a restante se escoa pelo feixe de tubos.
Durante o processo de arrefecimento, a água de spray recebe calor proveniente da água
que circula dentro dos tubos, mas ao mesmo tempo troca-o com o ar por convecção
e evaporação. À saída da torre é colocado o eliminador de gotas, que impede que as
partículas de água sejam arrastadas pela corrente de ar.
1.1 Objectivos
A generalidade das torres de arrefecimento e seus modelos de comportamento térmi-
co foram desenvolvidos para grande capacidade de dissipação de calor (>40 kW) e
operação a temperaturas entre 32 e 46◦C.
Um estudo de investigação recente, financiado pelo Swiss National Energy Research
Fund, [2], demonstrou que as torres actuais apresentavam um consumo energético e-
xagerado quando submetidas a temperaturas de entrada da ordem dos 20 a 25o C.
Deve realçar-se que, quando se projecta uma torre de arrefecimento, se recorre a
4
modelos de comportamento térmico, pelo que é extremamente importante saber como
se adaptam os modelos de simulação quando o equipamento é submetido a condições
não habituais de funcionamento. Os modelos de comportamento térmico são também
uma ferramenta útil para a previsão do consumo energético e condições ambientais
conseguidas com sistemas combinando a torre de arrefecimento com tectos radiantes.
O objectivo deste trabalho é estudar a aplicabilidade dos referidos modelos a torres
de pequena dimensão (≤10kW) e que operam a temperaturas mais baixas do que o
habitual, 20 a 25o C, compatíveis com a utilização de tectos arrefecidos.
Para tal, recorreu-se ao ensaio experimental de uma torre deste tipo, em diferentes
condições operativas. Os resultados experimentais permitirão validar os modelos e
avaliar a necessidade de introdução de correcções.
5
Capítulo 2
Modelos de Comportamento
Térmico de Torres de
Arrefecimento de Contacto
Indirecto
6
temperatura entre o ar e a superfície molhada, haverá transferência de calor. A taxa
Escoamento de ar
x ar T ar P s,ar
x i T i P s,i
Água
7
Sh f
jm = = (2.6)
Re Sc
1
3 2
vindo
α
j= Pr 3 (2.7)
2
ρcpv
αm 2
jm = Sc 3 (2.8)
ρv
Então
α Sc 2
= ( ) 3 = Le 3 (2.9)
2
cp αm Pr
2.9 para:
α
=1 (2.10)
cpαm
A analogia descrita acima requer alguns cuidados na sua utilização, mas para sim-
plificar a equação do fluxo total de tranferência de calor (equação 2.4) interessa-nos
apenas uma relação viável entre α e αm .
har = cpar,sec o Tar + xar (hf + hfg + cpv Tar ) = cpar Tar + xar (hf + hfg ) (2.13)
8
hi − har = cpar (Ti − Tar ) + hfg (xi − xar ) + hf (xi − xar ) (2.14)
5. Escoamento de ar uniforme.
9
6. Coeficientes de transferência de calor e massa constantes ao longo do feixe de
tubos.
mɺ ar , har sai
,
mɺ ag , Tag ent
,
mɺ ag , Tag sai
,
10
mais pormenor a evolução da temperatura ao longo do feixe de tubos, temos de recorrer
a uma análise mais detalhada.
Consideremos um elemento infinitesimal (Fig. 2.3) dA.
dA
T ag T spray h ar
αm A dhar
(2.20)
har,sai
= ≡ NTU
dTag
ṁag cpag Tag + dA − ṁag cpag Tag +
dA
dṁspray dTspray
+ cpspray ṁspray + dA Tspray + dA − cpspray ṁspray Tspray −
dA dA
dhar
−ṁar har + dA − ṁar har = 0 (2.21)
dA
11
Simplificando,
dT ag dTspray dṁspray
ṁag cpag + cpspray (ṁspray + Tspray +
dA dA dA
dṁspray dTspray dhar
+ ) − ṁar =0 (2.22)
dA dA dA
dT ag dTspray dhar
ṁag cpag + ṁspray cpspray − ṁar =0 (2.23)
dA dA dA
ou,
De notar que a equação 2.24, ao contrário da equação 2.18 contém um termo adicional,
−ṁspray cpspray dTspray . Este termo contabiliza a variação da temperatura do spray ao
longo do feixe de tubos. A equação 2.24 pode também ser escrita utilizando a noção
de potencial entálpico e o coeficiente de tranferência de calor entre a temperatura da
água nos tubos e a temperatura da água de spray, k:
12
α
m
T ag
h i
T spray
h ar
T
i
Água Spray Ar
1 Dext 1
α ag Dint α spray
D ext
Dext
2 λ tub o
ln
D
in t
superfície livre do spray (Ti , hi ). A linha representada a traço grosso, define a evolução
da entalpia do ar em função da temperatura da água. É denominada na literatura
anglo-saxónica como operation line. A inclinação desta curva So , obtém-se resolvendo
a equação do balanço energético local (Eq. 2.24) em ordem a dTag :
dhar
13
Entalpia
hsat(T)
hi
har,sai
tan-1(ST) tan-1(So)
har
har,ent
14
massa αm, baseiam-se na hipótese de temperatura de spray constante subestimando
assim o N T Udisponı́vel , [4], [9], [10], [11], [12].
No cálculo de comportamento ou dimensionamento térmico, toma—se como critério
de paragem a igualdade N T Udisponı́vel = N T Urequerido , pelo que assumir temperatura
de spray constante acaba por ser uma boa aproximação, uma vez que o efeito se anula.
2.3 Modelo 1
Este método foi apresentado por Mizushina et al. , [13], e para além de desprezar
a variação da temperatura de spray, assume que as propriedades na superfície livre
do spray não variam ao longo do feixe de tubos. Esta condição simplifica bastante o
cálculo do N T Urequerido . Integrando a equação 2.20 em todo o domínio, obtemos:
αm A hi − har,ent
= ln ≡ NTU (2.29)
ṁar hi − har,sai
Para determinar a entalpia hi , necessitamos de outra propriedade de estado. Integran-
do a equação 2.25 obtemos uma equação que nos fornece a temperatura Ti .
Tag,ent − Ti kA
ln = (2.30)
15
INÍCIO
Parâmetros de entrada
Tar,in , HRar,in , Tag,in , Tspray,in
mag , mar , mspray
Geometria da torre
Arbitrar Tag,out
Propriedades do ar à saída
har,out = mag / mar Cpag (Tag,in - Tag,out) + har,in
Tar,out = Tar,out (har,out , xar,out , P)
Obtenção da temperatura
média para cálculo das
propriedades térmicas
k
Cálculo do coeficiênte de tranferência de calor , e massa α m
k = k (α ag , λ tubo , α spray)
α ag = α ag (Reag , Prag , Geometria)
α spray = α spray (mspray , Geometria)
α m = α m (Rear , Respray , Geometria)
Determinação de i e iT h
através da resolução do
sistema não linear
Cálculo de NTUrequerido
e NTUdisponível
NÃO
NTUreq. = NTUdisp.
SIM
Imprimir Resultados
ε = (Tag,in - Tag,out) / (Tag,in - Tbh)
.
.
FIM
16
onde
xar,sai − xar,ent
(∆x)ML = (2.33)
ln xxii− xar,ent
−xar,sai
Então, a humidade absoluta do ar à saída é explicitada recorrendo às duas últimas
equações.
exp xi − xi + xar,ent
αm
xar,sai = (2.34)
ṁar
exp ṁαm
ar
2.4 Modelo 2
Neste método o feixe de tubos é discretizado em incrementos de temperatura iguais
(Fig.2.7), determinando localmente a diferença entálpica (hi − har ). Também aqui se
despreza a variação da temperatura da água de spray. Kals, [8], descreve de forma
gráfica como aplicar o método.
17
INÍCIO
Parâmetros de entrada
, HRar,in , Tag,in , Tspray,in
T ar,in
m , mar , mspray
ag
Geometria da torre
n - nº de nós
Arbitrar Tag,out
NÃO
NTUreq. = NTUdisp.
SIM
Imprimir Resultados
ε = (Tag,in - Tag,out) / (Tag,in - Tbh)
.
.
FIM
18
Para determinar a entalpia hi recorremos à equação 2.28, que é resolvida iterati-
vamente com a equação de saturação hi = hi (Ti ).
hi [j] − har [j] k
=− (2.36)
Ti [k] − Tag [k] αm
O N T Urequerido é integrado numericamente. Usa-se o método de Newton-Cotes, [14],
regra do trapézio composta:
dhar har [n] − har [1] 1
har,out
= ( +
har,in hi − har 2n hi [1] − har [1]
n−1
1 1
+2 + ) (2.37)
q=1
hi [q] − har [q] hi [n] − har [n]
2.5 Modelo 3
Este modelo foi formulado por Mizushina et al. [13] e aplicado por vários investi-
gadores. Neste modelo não se despreza a variação da temperatura da água de spray
ao longo do feixe. Por outro lado despreza-se a resistência térmica da película da água
de spray, pelo que se assume Ti = Tspray .
A variação da temperatura da água é obtida através do balanço entre a água e o
spray:
dTag k
= (Tag − Tspray ) (2.38)
dA ṁag cpag
A variação da entalpia do ar obtém-se da equação 2.19.
dhar αm
= (har,sat Tspray − har ) (2.39)
dA ṁar |
19
2.5.1 Discretização das equações
As condições fronteira conhecidas são: Tag [n], har [n] e sabemos que Tspray [1] = Tspray [n].
Usam-se diferenças finitas centrais em todos os pontos, excepto nos extremos onde
somos forçados a recorrer a diferenças finitas à frente ou atrás.
De notar que o método das diferenças finitas transforma o sistema de equações di-
ferenciais num conjunto de equações algébricas. De seguida apresentam-se as equações
discretizadas.
20
Diferenças finitas centrais
Para j = 2 até n − 1.
Tag [j + 1] − Tag [j − 1] αm
= (Tag [j] − Tspray [j]) (2.45)
2∆A ṁag cpag
Tspray [j + 1] − Tspray [j − 1] ṁag cpag Tag [j + 1] − Tag [j − 1]
=− +
2∆A ṁspray cpspray 2∆A
ṁar har [j + 1] − har [j − 1]
+ (2.46)
ṁspray cpspray 2∆A
har [j + 1] − har [j − 1] αm
= (har,sat Tspray j − har [j]) (2.47)
2∆A ṁar | [ ]
2.6 Modelo 4
O modelo que se apresenta de seguida foi proposto por Peterson, [15], para simular o
comportamento térmico de permutadores de calor evaporativos ar/ar, onde uma das
superfícies se encontra molhada. É um modelo que faz o estudo directo da eficiência de
arrefecimento. Braun, [16], desenvolveu um modelo anterior que serve de suporte ao
modelo apresentado. A principal simplificação é a linearização da entalpia de saturação
com a temperatura de bolbo húmido. Também se despreza a variação da temperatura
da água de spray.
Como vimos anteriormente, o fluxo de calor transferido entre a água e a interface
água de spray/ar pode ser expresso por:
kA Tag,ent − Ti
N T Uag = = − ln (2.49)
Tag,ent − Tag,sai
εag = 1 − exp(−N T Uag ) = (2.50)
Tag,ent − Ti
21
Se integrarmos a equação 2.19 em todo o domínio, o número de unidades de trans-
ferência do ar pode ser expresso por:
αm A har,sai − hi
N T Uar = = − ln (2.51)
ṁar har,ent − hi
Rearranjando a equação 2.51, podemos obter a eficiência do ar pela equação:
har,in − har,sai
εar = 1 − exp(−N T Uar ) = (2.52)
har,in − hi
Define-se calor específico de saturação como a taxa de variação da entalpia de
saturação com a temperatura.
dhsat
cpsat = (2.53)
dT T =Tsat
22
Substituindo a temperatura de saída na eficiência da água (Eq. 2.50) obtemos uma
nova expressão:
ṁar cpsat Tbh,sai − Tbh,ent
εag = (2.59)
Ti = (2.60)
ag cp ag
εar ṁar T + εag
ṁ cpsat
ag cpag bh,in
Mizushina et al., [4], Parker e Treybal, [9], e Niitsu, [10], [11], [12], mediram o coefi-
ciente de transferência de massa para feixes de tubos, considerando a temperatura da
água de spray constante.
23
Parker e Treybal, [9], correlacionaram o coeficiente de transferência de massa uni-
camente como função da velocidade do ar, sem influência do caudal de água de spray.
Usaram um feixe de tubos alternado com 19 mm de diâmetro exterior e um passo
equilateral de 2Dext. A correlação obtida cobre o domínio 0, 68 < Gar < 5 :
ṁspray
Respray = (2.64)
ntubos Lµspray
Niitsu, [10], [11], [12], testou feixes de tubos lisos e com alhetas, concluindo que para
valores de Γ
Dext maiores que 0, 7, o coeficiente de transferência de massa é independente
24
do caudal da água de spray. Γ é o caudal de água de spray por comprimento de tubo.
A correlação obtida para feixes de tubos lisos, baseou-se em testes efectuados a feixes
com 16 mm de diâmetro exterior, passo longitudinal de 2, 38Dext e passo transversal
de 2, 34Dext:
1000
Mizushina
Sh 100 Niitsu
Parker
10
100 1000 10000 100000
Re ar
25
[19]. Estes investigadores definiram o coeficiente de convecção, tomando o gradiente
térmico entre a temperatura da parede do tubo e a temperatura média da água de
spray, uma vez que a temperatura na interface da água de spray com o ar é dificilmente
mensurável.
A correlação de Parker e Treybal, [9], foi obtida sem escoamento de ar, para um
escoamento gravitacional de água. Quando há escoamento de ar verificaram que o
coeficiente de transferência de calor é cerca de 20% mais baixo. αspray = 0, 8αspray
′
Γ
(2.67)
1
spray
Dext
Γ
(2.68)
1
αspray = 2100
3
Dext
Leidenfrost, [19], testou feixes de tubos alinhados com 15, 9 mm de diâmetro exteri-
or, passo longitudinal de 2, 4Dext e passo transversal de 2Dext obtendo uma correlação
idêntica à de Mizushina et al.:
Γ
0,252
αspray = 2064 (2.69)
Dext
Niitsu, [10], [11], [12], testou feixes de tubos lisos e com alhetas e verificou que
o coeficiente de transferência de calor no caso dos tubos lisos é mais elevado. Isto
deve-se provavelmente ao facto de as alhetas impedirem que o escoamento de água se
prolongue ao longo do feixe, ficando assim alguns tubos por molhar. A correlação para
tubos lisos é válida no intervalo 0, 5 < Γ
Dext < 3, 2:
Γ
0,4
αspray = 430 (2.70)
Dext
Na figura 2.11 representam-se as várias correlações. Verifica-se um desvio máximo
entre as correlações de 79%. Pode parecer exagerado, mas para um escoamento bifásico
turbulento é bastante aceitável.
26
10000
[Wm -2ºC-1]
Mizushina
Niitsu
1000
Parker
spray
Leidenfrost
100
0,1 1 10
Γ /Dext [kg m -2s -1]]
A correlação para a transferência de calor dentro dos tubos é a bem conhecida corre-
lação de Dittus-Boelter, [20].
Considerando o escoamento turbulento, o número de Nusselt é expresso como:
αag Dint
Nu = = 0, 023 (Reag )0,8 (P rag )0,3 (2.71)
λag
27
Capítulo 3
28
Dint tubos = 8 mm
Dext tubos = 10 mm
Passo transversal = 60 mm
Passo longitudinal = 30 mm
Comprimento horizontal de cada tubo = 1, 2 m
Número de colunas longitudinais
ao escoamento de ar = 19
Número de linhas = 12
A torre foi projectada para dissipar uma potência de 10kW para as seguintes
29
condições:
Tag,ent = 21 ◦C
Tag,sai = 18 ◦C
Tbh = 16 ◦C
ṁag = 0, 8 kg / s
ṁar = 3, 0 kg / s
ṁspray = 2 kg / s
30
de controlo PID (proporcional, integral, derivativo), capaz de controlar a potência
eléctrica do depósito em função da temperatura escolhida.
Após saber que a eficiência é independente da temperatura de entrada da água,
adoptou-se como metodologia fixar uma potência constante no depósito e esperar a
estabilização da temperatura da água à entrada, recolhendo-se por fim os dados. A
estabilização da temperatura de entrada, garante que torre está a trabalhar em regime
permanente.
Como pretendemos medir no mesmo instante cerca de 29 grandezas, são feitas
medições com auxilio de um sistema de aquisição de dados.
A figura 3.3 apresenta o esquema da instalação experimental e os valores medidos.
mɺ ar
Tspray,ent PID
Tag,ent T
ar
SULZER
ESHER
WYSS
HR ar
mɺ ag
mɺ spray
∆pperm
P bomba,spray
∆pbomba
Tag,sai
T spray,tanque
mɺ evap
P
vent n
vent T
rede
Sistema de
7 tratamento de
água
8
13 14 15 16 17 18 19 20
22
12 9 21
10
11
31
No circuito de água de spray foi introduzido um medidor de caudal, duas sondas
de temperatura e uma sonda de pressão diferencial. O caudal pode ser regulado ma-
nualmente através duma válvula de borboleta situada a jusante da bomba (7 posições
fixas).
Uma vez que o nível do tanque de água de spray é mantido constante através
duma válvula de bóia, é possível medir o consumo de água instantâneo através de um
medidor de caudal. A água de reposição é desmineralizada antes de entrar na torre no
sistema de tratamento de água, impedindo assim que os sais se depositem no feixe de
tubos.
No circuito de água mede-se a temperatura da água à entrada e à saída da torre, o
caudal e a perda de carga dentro do feixe de tubos. O caudal é regulado manualmente
através da válvula existente no circuito de by-pass da bomba circuladora.
O caudal de ar é obtido através do conhecimento do campo de velocidades medido
em vários pontos na secção de saída com auxilio de um anemómetro. O controlo do
caudal de ar é conseguido através do controlo da frequência do motor de accionamento
do ventilador.
Diversos termopares foram introduzidos nas curvas do feixe de tubos com o in-
tuito de conhecer a evolução da temperatura da água. Todas as curvas são isoladas
exteriormente com lã de rocha revestida com folha de alumínio.
O consumo energético do ventilador e da bomba de spray é medido para diversas
condições de funcionamento.
Na figura 3.4 apresenta-se uma vista parcial da montagem laboratorial.
A torre de arrefecimento estudada apresenta algumas limitações relativamente às
condições de projecto. O caudal máximo de ar que o ventilador fornece é de 1, 7 kg / s
e o caudal máximo de água de spray foi em média de 1, 37 kg / s, embora se atingisse
por vezes os 1, 39 kg / s .
No anexo A apresentam-se as características do equipamento de medida utilizado.
32
Figura 3.4: Montagem laboratorial.
3.3 Caudal de ar
O caudal de ar foi medido uma vez para 3 velocidades de rotação. Todos os testes
posteriores foram efectuados fixando a velocidade de rotação do ventilador, partindo
do pressuposto que o caudal de ar se mantinha constante. Possíveis oscilações do
caudal de ar devidas à variação da massa volúmica com a temperatura são englobadas
na incerteza total, através da incerteza da massa volúmica.
Usou-se o ”método trivial”, [21], na obtenção do caudal de ar. A expressão ”método
trivial” cobre todos os métodos de medida onde não há nenhum pressuposto quanto
ao perfil de velocidades.
O campo de velocidades é medido numa malha de pontos pré-definida, de forma a
afectar cada ponto com a mesma área. A distância relativa entre o ponto de medida
e a extremidade da parede da torre é calculada pela seguinte expressão:
yi xi 2i − 1
= = (3.1)
H B 2npontos
33
onde
yi , xi coordenadas dos pontos de medida
B largura da conduta
H comprimento da conduta
i indíce do ponto
npontos número de pontos
A velocidade do ar foi medida na secção de saída, numa malha de 5 × 20 com um
anemómetro de turbina.
Na figura 3.5 apresenta-se o campo de velocidades obtido para a velocidade de
rotação mais elevada. A velocidade média estimou-se em 1, 9 m/s e o caudal em
1, 7 kg / s.
2,8-3,5 3 yi
2,1-2,8
1,4-2,1 4
0,7-1,4
0-0,7 5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Velocidade xi
[m/s]
Figura 3.5: Campo de velocidades para a rotação máxima do ventilador (1220 rpm).
Caudal obtido = 1, 7 kg / s.
34
1
2
4,2-4,9
3,5-4,2 3 yi
2,8-3,5
2,1-2,8
4
1,4-2,1
0,7-1,4
5
0-0,7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Velocidade xi
[m/s]
Figura 3.6: Campo de velocidades no funcionamento sem spray, para a rotação máxima
(1220 rpm). Caudal obtido = 1, 7 kg / s.
Nas tabelas 3.9 e 3.2 apresentam-se quadros resumo com os caudais obtidos para
o funcionamento com e sem spray, respectivamente.
35
δH δB δv δG
(3.2)
2 2 2 2
τ ṁar = ± τ U + 100 + 100 + 100 + 100 + τ 2ρ
H B v v
2
Onde
vmax − vmin
U= (3.3)
2v
Tag,ent − Tag,sai
ε= (3.4)
Tag,ent − Tbh
36
3.4.1 Incerteza da eficiência
∂ε ∂ε ∂ε
(3.5)
2 2 2
τε = τT + τT + τT
onde
∂ε 1
=− (3.7)
∂Tag,sai Tag,ent − Tbh
∂ε Tag,ent − Tag,sai
=− (3.8)
∂Tbh (Tag,ent − Tbh )2
As temperaturas Tag,ent e Tag,sai são lidas directamente, pelo que a sua incerteza de-
pende apenas do erro do sensor e do sistema de aquisição de dados.
A temperatura de bolbo húmido é determinada a partir da temperatura do ar,
humidade relativa e pressão. Uma vez que o processo de cálculo é iterativo, a incerteza
não pode ser calculada analiticamente. O programa de calculo utilizado, EES, [18],
fornece-nos directamente a propagação do erro a partir do conhecimento do erro das
variáveis independentes.
Estima-se uma incerteza na eficiência da ordem dos 0, 55%. (ver Anexo B)
37
0,35
0,30
0,25
0,20
ε
0,15
0,10
0,05
0,00
14 15 16 17 18 19
Tag,ent [ºC]
38
0,7
0,6
0,5
0,2
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
(m/m máx)spray
água. Este facto tem uma grande importância prática, pois significa que é possível
operar com eficiências máximas (ou muito próximas) com um consumo de água de
spray e de energia inferior ao nominal.
Saliente-se que a análise do caudal de spray óptimo só pode ser feita por via
experimental, uma vez que todos os modelos existentes admitem tubos completamente
molhados.
Na figura 3.9 apresenta-se a variação da eficiência com o caudal de água e ar, para
uma temperatura de bolbo húmido de 15, 8 ◦ C (próxima da temperatura de projecto).
A eficiência aumenta com o aumento do caudal de ar, mas diminui com o aumento
do caudal de água, isto porque o gradiente térmico da água diminui. No entanto, a
potência dissipada aumenta com o aumento do caudal de água.
A eficiência foi correlacionada em função dos dois caudais:
ṁ
ε15,8 = 1 − a exp b (3.9)
ṁmáx ar
39
0,7
0,6
0,5
0,4 (m/mmáx)ag
ε
0,3 0,5
0,75
0,2 1
0,1
0
0,25 0,5 0,75 1
(m/mmáx)ar
onde
ṁ
a = 1, 376 ln + 0, 9264 (3.10)
ṁmáx ag
ṁ
b = 0, 4612 ln − 0, 5654 (3.11)
ṁmáx ag
40
0,70
0,60
0,50
mar=0,6; mag=0,4
mar=0,6; mag=0,6
mar=0,6; mag=0,8
0,40
mar=1,3; mag=0,4
ε mar=1,3; mag=0,6
mar=1,3; mag=0,8
0,30
mar=1,7; mag=0,4
mar=1,7; mag=0,6
mar=1,7; mag=0,8
0,20
0,10
0,00
10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00
Tbh [ºC]
Figura 3.10: Eficiência térmica em função da temperatura de bolbo húmido para todas
as combinações de caudais utilizadas.
A correlação definida pela equação 3.9 deve então ser afectada por uma parcela
dependente da temperatura de bolbo húmido. Como as rectas de ajuste são aproxi-
madamente paralelas, calculou-se um declive médio que irá afectar a correlação final.
O declive médio é de 0, 00798:
41
0,7
0,6
y = 1,000x
R2 = 0,9073
0,5
0,4
correlação 0,3
0,2
0,1
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
ε experimental
bos. Então os tubos que se encontram na extremidade têm tendência a molhar mais
e por consequência arrefecem mais.
Se olharmos para a figura 3.13 concluímos também que a temperatura é mais baixa
no lado oposto ao ventilador (lado esquerdo). Não havendo uma perfeita uniformidade
do caudal de ar na secção, nesta zona a velocidade do ar é mais elevada, intensificando
assim a transferência de calor (ver secção 3.3).
19,2
19,0
18,8
18,6
Tag,ent
18,2
Tag,sai
18,0
17,8
17,6
17,4
0 2 4 6 8 10 12
Tubo vertical
42
17,90
17,80
17,70
T [ºC]
17,60
17,50
17,40
17,30
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tubo horizontal
ṁmáx ar
onde
ṁ
a = 0, 0564 ln + 0, 9696 (3.15)
ṁmáx ag
ṁ
b = 0, 1604 ln − 0, 1164 (3.16)
ṁmáx ag
43
0,30
0,25
ε 0,15 0,5
0,75
0,10
1
0,05
0,00
0,25 0,50 0,75 1,00
(m/m máx) ar
Figura 3.14: Eficiência em função do caudal de água e ar, com os tubos secos.
(mmáx )ag = 0, 8 kg / s, (mmáx )ar = 1, 7 kg / s.
0,30
0,25 y = 1,0000x
R2 = 0,9940
0,20
correlação
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
ε experimental
44
evolução com a variação dos caudais.
70
60
50 (m/m máx)ag
K [w/(m 2k)]
40
0,5
30
0,75
20 1
10
0
0,25 0,50 0,75 1,00
(m/m máx) ar
45
24,0
23,5
Temp. tubos
T [ºC]
23,0 Tag,ent
Tag,sai
22,5
22,0
0 2 4 6 8 10 12
Tubo vertical
23,0
22,5
T [ºC]
22,0
21,5
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tubo horizontal
46
Velocidade do ventilador (rpm) Caudal (kg / s) Potência (W)
460 0.6 85
960 1.3 520
1220 1.7 960
47
Saliente-se que se trata de um valor bastante superior ao típico COP de uma máquina
de arrefecimento (compressão de vapor, por exemplo), o que mostra o interesse ener-
gético e económico deste sistema.
9,E-03
7,E-03
y = 0.0025x25.85
6,E-03 R 2 = 0.9458
m evap [kg/s]
5,E-03 mar=0,6
mar=1,3
4,E-03
mar=1,7
3,E-03
y = 0,0019x 20,431
2,E-03 R2 = 0,9082
1,E-03
0,E+00
1 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05
Tar/Tbh [K/K]
48
dia logarítmica:
xar,sai − xar,ent
(∆x)ML = (3.19)
ln xsat −xar,sai
xsat T −xar,ent
i
|
| Ti
Este método de cálculo tem algumas limitações de ordem prática. Para obter a hu-
midade absoluta à saída da torre é necessário conhecer com exatidão o estado do ar.
Uma vez que as propriedades do ar variam espacialmente na secção de saída, torna-se
impossível determinar com rigor o coeficiente de transferência de massa por este méto-
do. Então, recorre-se a um método idêntico, que usa a noção de potencial entálpico e
despreza a variação da temperatura de spray:
h − har,ent
(∆h)ML = ar,sai (3.21)
ln
har,sat|T −har,ent
i
har,sat|T −har,sai
i
49
0,35
0,30
0,25
2
.s) 0,20
m [kg/(m
y = 0.1703x0.8099 75-100%
R2 = 0.6731 50-75%
0,15
25-50%
0-25%
0,10
0,05
0,00
0,25 0,5 0,75 1
(m/mmáx)ar
Figura 3.20: Coeficiente de transferência de massa função do caudal de ar, para várias
gamas de humidade relativa. (ṁmáx )ar = 1, 7 kg / s, 0, 4 < ṁag <0,8 kg / s, 10 < Tbh <
20 ◦ C, 15 < Tag,ent < 28 ◦ C.
1,80
1,60
y = 0.3045x -23 .7 33
1,40
R2 = 0.811
1,20
[kg/(m 2.s)]
1,00 mar=0,6
mar=1,3
0,80 y = 0.2375x -23.81 5
mar=1,7
m
R2 = 0.8198
0,60
0,00
1 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05
T ar /T b h [K/K]
50
3.7.1 Comparação com outras correlações
1000
Mizushina
Niitsu
Sh 100
Parker
Experimental
10
100 1000 10000 100000
Re ar
51
3.8 Coeficiente de tranferência de calor entre a pa-
rede exterior do tubo e o spray
Erens, [23], propôs um método para determinar o coeficiente de tranferência de calor
entre a parede exterior do tubo e o spray. Consiste em fazer um teste sem circulação
de água dentro do feixe de tubos e por subtracção com um teste normal obter αspray .
Este método requer o aquecimento da água de spray, pelo que na torre em estudo se
torna impraticável.
A alternativa encontrada foi calcular o coeficiente de transferência de calor entre
a água e a superfície livre do spray, k, subtrair a condução na parede e a convecção
da água e finalmente obter αspray . Uma vez que a correlação de Dittus-Boelter, [20],
fornece resultados bastante precisos, a maior incerteza provém da obtenção de k.
1000
600
spray
400
200
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
(m /m max) spray
52
Tspray em vez de Ti :
Tag,sai − Tag,ent
(∆T )ML = (3.25)
ln Tag,ent
Tag,sai −Ti
−Ti
10000
[Wm -2ºC-1]
Mizushina
Niitsu
1000 Parker
Leidenfrost
spray
Experimental
100
0,1 1 10
Γ /Dext [kg m -2s -1]]
Dext
53
Na figura 3.24 apresenta-se a comparação entre a correlação 3.26 e as correlações
publicadas.
Verifica-se que a correlação obtida experimentalmente subestima o coeficiente de
transferência de calor, relativamente às restantes correlações. Isto poderá ser conse-
quência duma deficiente distribuição da água de spray pelo feixe de tubos. Simulações
feitas em CFD (Computational Fluid Dynamics) para a torre em estudo, [24], mostram
haver tubos na parte inferior do feixe que se encontram parcialmente secos.
54
Capítulo 4
55
0,417
0,416
0,415
0,414
ε
0,413
0,412
0,411
0,410
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
nº de nós
0,8
ε 0,6
Modelo 1
Modelo 2
0,4 Modelo 3
Modelo 4
Experimentais
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2
-1
m ar [kg s ]
56
modelos em função do caudal de ar. Usaram-se correlações de Mizushina et al. [4] para
a transferência de massa e calor. Como referência apresentam-se os valores resultantes
dos testes experimentais.
Há alguma discrepância entre resultados experimentais e resultados simulados. Os
modelos 1, 3 e 4 prevêem sensivelmente a mesma eficiência, embora o modelo 4 se
aproxime um pouco mais dos resultados experimentais. O modelo 2 fornece resultados
muito afastados dos resultados experimentais.
Com o intuito de investigar de onde provém o afastamento entre valores simulados
e experimentais, foram introduzidas nos modelos correlações para o coeficiente de
transferência de massa e de calor provenientes da análise experimental. De notar que
a correlação de Mizushina et al. [4] para o coeficiente de transferência de massa não é
válida para os valores mais baixos de caudal de ar.
Na figura 4.3 foi introduzido apenas o coeficiente de transferência de massa (equação
3.23) e na figura 4.4 utilizou-se também o coeficiente de transferência de calor (equação
3.26).
0,6
ε
0,4 Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
0,2 Experimentais
0
0 0,5 1 1,5 2
-1
m ar [kg s ]
57
0,6
ε
0,4 Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
0,2
Experimentais
0
0 0,5 1 1,5 2
m ar [kg s -1]
58
1,8
1,6
∂ ε/ ∂ α m 1,4
1,2 Modelo1
1 Modelo2
0,8 Modelo3
0,6 Modelo4
0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5 2
m ar [kg s -1]
6,E-04
5,E-04
4,E-04
Modelo 1
∂ ε/ ∂ α spray Modelo 2
3,E-04
Modelo 3
Modelo 4
2,E-04
1,E-04
0,E+00
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
m spray [kg/s]
59
um desvio máximo na eficiência da ordem dos 11%. Trata-se de um desvio aceitável,
sobretudo se tivermos em consideração a dispersão existente entre as várias correlações
para o coeficiente de transferência de massa.
Se fizermos uma análise idêntica com a correlação 3.21, para o coeficiente de trans-
ferência de calor, αspray , obtemos um desvio na eficiência de 2, 6%. Isto porque a
eficiência é pouco sensível à variação deste coeficiente.
A figura 4.6 realça o que se concluiu na secção anterior: o modelo 1 é o menos
sensível à variação do coeficiente de transferência de calor.
60
0,8
0,7
0,6 Modelo 1
0,5 Modelo 2
Modelo 3
ε 0,4
Modelo 4
0,3
0,2
0,1
0
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Tag,ent [ºC]
61
0,30
0,25
0,20
Modelo 1
Modelo 2
ε
0,15 Modelo 3
Modelo 4
0,10 Experimentais
0,05
0,00
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
m spray [kg/s]
0,35
0,30
0,25
Modelo 1
0,20 Modelo 2
ε Modelo 3
0,15 Modelo 4
Experimentais
0,10
0,05
0,00
10 12 14 16 18 20
Tbh [ºC]
62
Na figura 4.9 apresenta-se a evolução da eficiência com o aumento da temperatura de
bolbo húmido avaliada pelos quatro modelos. Como referência apresentam-se resulta-
dos experimentais.
Os resultados simulados acompanham a evolução registada pelos testes experimen-
tais.
63
19,2
18,8
18,4 Modelo 3
Tag [ºC]
Experimentais
18,0
17,6
17,2
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]
17,6
17,5
17,4
Tspray [ºC]
17,3
Modelo 3
Experimental
17,2
17,1
17
16,9
0 2 4 6 8 10
2
ATC [m ]
64
é unicamente Tspray,ent = Tspray,sai .
4.3.3 Propriedades do ar
23 80
22 75
HR [%] ou h [kJ/(kgºC)]
21 70
20 65 Tar
Tag
T [ºC]
19 60 Tspray
har
18 55 HR
har,Tspray
17 50
16 45
15 40
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]
65
21 90
20 80
HR [%] ou h [kJ/(kgºC)]
19 70
Tar
Tag
T [ºC] 18 60 Tspray
har
HR
17 50
har,Tspay
16 40
15 30
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]
66
Capítulo 5
Conclusões
67
da análise experimental, uma vez que todos os modelos admitem tubos completamente
molhados.
A eficiência aumenta com o aumento de caudal de ar, mas diminui com o aumento
do caudal de água, uma vez que o gradiente térmico da água diminui. No entanto, a
potência dissipada aumenta com o aumento do caudal de água.
O aumento da temperatura de bolbo húmido é responsável por um aumento abso-
luto de 0, 8% na eficiência, por cada grau de aumento.
Obteve-se uma correlação que permite obter o comportamento da torre de arrefec-
imento para quaisquer condições de funcionamento, com um coeficiente de correlação
estimado em 91%.
Ao medir o caudal de ar através do conhecimento do campo de velocidades, concluiu-
-se que o escoamento de ar não é uniforme, o que explica a distribuição da temperatura
no feixe de tubos segundo a horizontal. A não uniformidade é devida à pequena di-
mensão da torre e tipo de ventilador usado, podendo ser reduzida com a introdução
de dispositivos orientadores do escoamento na zona de entrada.
Para as condições de funcionamento próximas das nominais, estima-se um COP (co-
efficient of performance) de 6, 2. Um valor bastante superior ao COP de uma máquina
de frio convencional, o que realça o interesse económico deste sistema.
O consumo de água de spray na torre de arrefecimento aumenta com o aumento do
caudal de ar e com a diminuição da humidade relativa do ar. Obteve-se um consumo
máximo de 9 g / s, que representa 0, 7% do caudal de spray.
Determinou-se experimentalmente o coeficiente de transferência de massa e com-
parou-se com o de outras correlações existentes na literatura. A correlação obtida
apresenta valores próximos das correlações de Parker e Treybal, [9], e Niitsu, [10], [11],
[12], mas está um pouco distante da correlação de Mizushina et al., [4]. Verificou-se
que o coeficiente de transferência de massa poderá depender, para além do caudal de
ar, da humidade relativa do ar.
O coeficiente de transferência de calor entre a parede exterior do tubo e o spray
apresenta valores abaixo do esperado por outros autores. Isto poderá ser resultado
de uma deficiente distribuição da água de spray por alguns tubos. No entanto, este
68
coeficiente desempenha pouca importância na determinação da eficiência.
A torre de arrefecimento foi também testada para o funcionamento sem água de
spray, obtendo—se um coeficiente global de transferência de calor inferior ao esperado,
dada a não uniformidade do caudal de ar.
Os modelos simplificados revelaram apresentar bons resultados após a introdução
do coeficiente experimental de transferência de massa. Verifica-se que o modelo 1, um
dos mais simples em termos de cálculo, é o que prevê melhor a eficiência térmica da
torre de arrefecimento.
No dimensionamento de torres de arrefecimento de contacto indirecto através de
modelos simplificados, é necessário ter algum cuidado na escolha do coeficiente de
transferência de massa a usar, uma vez que este parâmetro desempenha um papel
preponderante no resultado final. Correlações obtidas para torres de grande dimensão
ou para elevados caudais de ar não poderão ser extrapoladas para torres de menor
capacidade e dimensão.
69
to dinâmicas. Tal exige a interligação de modelos da torre com modelos de simulação
de edifícios, usando como ”input” os dados climáticos relevantes. Só após uma simula-
ção global deste tipo será possível quantificar adequadamente as potencialidades deste
sistema, em termos energéticos e económicos.
70
Referências Bibliográficas
[1] Directorate General XVII, Energy in Europe 1998 - Anual Energy Review, De-
cember 1998.
[5] I. C. Finlay and D. Haris, Evaporative Cooling of tube banks, Revue Interna-
tionale du Froid 7(4), 214—224 (1984).
71
[9] R. O. Parker and R. E. Treybal, The Heat, Mass Transfer Characteristics of
Evaporative Coolers, Chemical Engineering Progress Symposium Series 57(32),
138—149 (1961).
[10] Y. Niitsu, K. Naito, and T. Anzai, Studies on Characteristics and Design Proce-
dure of Evaporative Coolers, Journal of SHASE 41(12) (1967).
[11] Y. Niitsu, K. Naito, and T. Anzai, Studies on Characteristics and Design Proce-
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73
Apêndice A
Equipamentos
74
75
Apêndice B
Incertezas
1, 5 1, 5 0, 1 0, 2
2 2 2 2
τ ṁar = ± 72 + 100 + 100 + 100 + 100 + 62 = ±15%
1200 595 1, 9 1, 9
(B.1)
76
ε = 0, 47)
As temperaturas Tag,ent e Tag,sai são medidas com sondas RTD que apresentam um erro
de ±0, 0025 ◦ C . O sistema de aquisição de dados, [25], apresenta um erro de ±0, 06 ◦ C
na leitura de temperaturas com sondas RTD. O erro total é ±0, 06 ◦C.
Então τ Tag,ent = 0, 32% e τ Tag,sai = 0, 35%.
Temperatura do ar
0, 4 ◦C
Humidade relativa
77
• erro do sensor < ±2%
comutação e conversão.
Então:
∂ε 1
=− = −0, 304
∂Tag,sai 18, 89 − 15, 6
∂ε 18, 89 − 17, 39
=− = −0, 139
∂Tbh (18, 89 − 15, 6)2
0, 6 × 100
2
τε = (0, 165 × 0, 32) + (−0, 304 × 0, 35) + −0, 139 × = ±0, 55%
2 2
15, 6
78