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Comportamento Térmico de Torres de

Arrefecimento Indirectas para Aplicação a


Sistemas de Arrefecimento Ambiente

Jorge Manuel Resende Vieira Facão

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia da Universidade


do Porto para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica

Porto
Outubro de 1999
Resumo

Foi avaliado o potencial de arrefecimento de torres de arrefecimento de contacto indi-


recto, quando aplicadas a baixos níveis de temperatura de entrada, compatíveis com
sistemas de arrefecimento por tecto radiante.
Uma torre com uma capacidade nominal de arrefecimento de 10 kW, foi testada
para diferentes condições de funcionamento, obtendo-se correlações para a eficiência
térmica. Foram obtidas correlações para o coeficiente de transferência de massa e
coeficiente de transferência de calor entre a superficie exterior do tubo e o spray. A
torre de arrefecimento foi também testada para o funcionamento sem água de spray -
a seco.
Paralelamente ao estudo experimental implementaram-se vários modelos simplifi-
cados. Os modelos revelaram simular com boa aproximação o comportamento térmico
da torre de arrefecimento sobretudo após a introdução das novas correlações de trans-
ferência de massa e calor.
Abstract

The cooling capacity of closed wet cooling towers, adapted for use with chilled ceilings,
was evaluated.
A cooling tower prototype, with a nominal cooling of 10 kW, was experimentally
tested, for different operating conditions. Correlations for thermal efficiency were ob-
tained, for dry and wet operation modes. Experimental correlations were also obtained
for mass transferr coefficient and heat transfer coefficient between tube and spray.
Several existing simplified models to predict tower thermal performance were im-
plemented. Comparison with experimental data showed a good agreement if the above
correlations for mass and heat transfer coefficients are used.
Résumé

La performance thermique des tours de refroidissement de contact indirect, adaptées


pour utilisation avec des plafonds refroidis a été evaluée.
Une tour, avec une capacité de refroidissement nominale de 10 kW, a été testée
expérimentalement pour différents conditions de fonctionnement. Des corrélations ont
été obtenues afin d’exprimer l’efficacité thermique pour différents conditions. Des fon-
ctions de corrélations expérimentales concernant le coefficient de transfert de masse
et le coefficient de transfert thermique entre les tubes et l’eau de spray ont été aussi
obtenues.
Différents modelès simplifiés de comportement thermique étaient essayés. La com-
paraison avec les résultats expérimentales a montré un bon accord, surtout quand les
nouvelles fonctions de corrélation pour le coefficient de transfert de masse et celui de
transfert thermique sont utilisées.
Índice

Nomenclatura ix

1 Introdução 1
1.1 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Organização da tese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Modelos de Comportamento Térmico de Torres de Arrefecimento de


Contacto Indirecto 6
2.1 Transferência combinada de calor e massa . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Modelação física e matemática do processo . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2.1 Representação Gráfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.3 Modelo 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4 Modelo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.5 Modelo 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.5.1 Discretização das equações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.6 Modelo 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.7 Coeficientes de transferência de calor e massa . . . . . . . . . . . . . . 23
2.7.1 Coeficiente de transferência de massa . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.7.2 Coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do
tubo e o spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.7.3 Coeficiente de transferência de calor dentro dos tubos . . . . . . 27

3 Estudo Experimental de uma Torre de Arrefecimento de Contacto

v
Indirecto 28
3.1 Descrição da torre de arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 Descrição da instalação experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.3 Caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Incerteza do caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Resultados de comportamento térmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.4.1 Incerteza da eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.4.2 Influência da temperatura de entrada, Tag,ent, na eficiência . . . 37
3.4.3 Influência do caudal de água de spray na eficiência . . . . . . . 38
3.4.4 Influência do caudal de água e ar na eficiência . . . . . . . . . . 39
3.4.5 Influência da temperatura de bolbo húmido . . . . . . . . . . . 40
3.4.6 Temperatura nos tubos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.4.7 Funcionamento sem spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.5 Energia consumida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.6 Consumo de água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.7 Coeficiente de transferência de massa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.7.1 Comparação com outras correlações . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.8 Coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo e o
spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.8.1 Comparação com outras correlações . . . . . . . . . . . . . . . . 53

4 Resultados da Aplicação dos Modelos 55


4.1 Comparação entre modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.1.1 Estudo de sensibilidade relativamente aos coeficientes de trans-
ferência de massa e calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.2 Estudo paramétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.2.1 Temperatura da água de entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
4.2.2 Caudal de água de spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.2.3 Temperatura de bolbo húmido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
4.3 Evolução da temperatura dentro do feixe de tubos . . . . . . . . . . . . 63

vi
4.3.1 Temperatura da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3.2 Temperatura da água de spray . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3.3 Propriedades do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

5 Conclusões 67
5.1 Resumo do trabalho e principais conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.2 Perspectivas de trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

Referências Bibliográficas 71

Apêndices 74

A Equipamentos 74

B Incertezas 76
B.1 Incerteza do caudal de ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.2 Incerteza da eficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
B.2.1 Temperatura da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
B.2.2 Temperatura de bolbo húmido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

vii
Agradecimentos

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao Professor Armando Oliveira a orientação


deste trabalho, bem como todas as condições que colocou a meu dispor e que tornaram
possível a sua realização.

Agradeço ao Engo Rocha e Silva o programa de aquisição de dados, bem como o


apoio dado na elaboração da instalação experimental.

A utilização da instalação experimental ficou a dever-se à União Europeia (DGXII),


através do projecto de investigação Ecocool que a FEUP coordena.

Agradeço ao Engo Ricardo Sá a ajuda dada na escolha do equipamento experimen-


tal.

Agradeço à minha irmã Guida e ao Luís as sugestões e esclarecimentos dados sobre


o processamento do texto em LaTeX.

Por fim agradeço a todos os colegas da Secção de Fluidos e Calor pelo espírito de
camaradagem.

viii
Nomenclatura

a compacidade do permutador de calor, m2 / m3


A área de transferência de calor, m2
Amin área mínima de passagem do escoamento de ar, m2
cp calor específico a pressão constante, J / (kg ◦C)
D diâmetro do tubo, m
f factor de atrito
Gar = ṁar
Amin velocidade mássica na secção mínima de passagem, kg / (m2 s)
h entalpia, J / kg
hfg calor latente de vaporização, J / kg
hf entalpia de líquido saturado, J / kg
HR humidade relativa
j sector adimensional de Colburn para a transferência de calor
jm sector adimensional de Colburn para a transferência de massa
k coeficiente de transferência de calor entre a água e a interface
spray/ar, W / (m ◦C)
L comprimento do feixe de tubos, m
Le número de Lewis
ṁ caudal mássico, kg / s
ṁ′′ fluxo de massa, kg / (m2 s)
ntubos número de tubos numa linha perpendicular ao escoamento de ar
nvent velocidade de rotação do ventilador, rpm
Nu número de Nusselt
NT U número de unidades de transferência
P potência eléctrica, W
Pr número de Prandtl
ps pressão parcial de vapor de água no ar húmido, Pa
q̇ fluxo de calor, W / m2
Q̇ potência calorifica, W

ix
Re número de Reynolds
So inclinação da curva operation line
ST inclinação da recta tie-line
Sc número de Schmidt
Sh número de Sherwood
T temperatura, ◦ C
Tbh temperatura de bolbo húmido, ◦C
v velocidade média, m / s
x humidade absoluta, kg vapor/ kg ar seco
α coeficiente de transferência de calor por convecção, W / (m2 ◦ C)
αm coeficiente de transferência de massa, kg / (m2 s)
αspray coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo
e o spray, kg / (m2 s)
α′spray coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo
e o spray sem escoamento de ar kg/(m2 s)
∆p Diferencial de pressão, Pa
ε eficiência térmica
Γ = ṁspray
4ntubos L caudal de água de spray por comprimento de tubo, kg / (m s)
λtubo condutibilidade térmica da parede do tubo, W / (m ◦C)
ρ massa volúmica, kg / m3
τ incerteza

Índice
ag água
ar ar húmido
ar, seco ar seco
ar, sat ar saturado
ent entrada
ext exterior
evap consumo de água

x
i interface água de spray/ar
int interior
l latente
máx máximo
s sensível
sai saída
sat saturação
spray água de spray
vent ventilador

xi
Capítulo 1

Introdução

O consumo de energia na União Europeia, no sector dos edifícios, representa cerca


de 42% do consumo global de energia, [1]. Embora esta percentagem se mantenha
constante desde 1985, tem havido um aumento anual absoluto de 1%.
Este aumento é em grande parte resultado do crescimento do uso equipamentos de
climatização, sobretudo em edifícios do sector terciário. O arrefecimento representa
nestes edifícios uma fracção significativa do consumo global de energia, uma vez que
apresentam elevadas cargas internas.
Ultimamente a investigação tem sido orientada no sentido de desenvolver e explorar
as técnicas passivas e híbridas de arrefecimento de edifícios. O recurso ao arrefecimento
evaporativo em conjunto com tectos arrefecidos, é uma dessas técnicas. Num sistema
de tectos arrefecidos, circula água dentro de tubos com temperaturas de entrada entre
16◦C e 20◦ C, conseguindo-se assim taxas de transferência de calor entre 25 e 50 W / m2 ,
podendo em algumas situações atingir os 100 W / m2 . O arrefecimento resulta de um
processo combinado de tranferência de calor por convecção e radiação, havendo uma
sensação de conforto térmico semelhante à que se verifica à noite sob céu aberto.
Uma vez que a gama de temperaturas utilizada nos tectos arrefecidos é relativa-
mente elevada, consegue-se assegurar o conforto térmico recorrendo a torres de ar-
refecimento, por transferência do calor para o ar exterior. Sendo a temperatura do
ar exterior relevante para a transferência de calor a temperatura de bolbo húmido, é
possível durante uma fracção significativa do tempo conseguir condições ambientais

1
satisfatórias. Durante alguns períodos, ou em climas mais quentes, poderá haver ne-
cessidade de recorrer a máquinas de refrigeração. Assim, poderá conseguir-se uma
significativa racionalização do consumo de energia final.

300 100,%
90,%
250
80,%
70,%
200
Frequência

60,%
150 50,%
40,%
100
30,%
20,%
50
10,%
0 ,%
12 14 16 18 20 22 24 26 28
Tbh [ºC]

Figura 1.1: Distribuição da temperatura de bolbo húmido em Lisboa durante Julho e


Agosto, para o ano climático fe referência (TRY).

O histograma da figura 1.1 apresenta a distribuição da temperatura de bolbo húmi-


do para um ano típico durante os meses de Julho e Agosto em Lisboa. Em 91% do
tempo verifica-se uma temperatura de bolbo húmido inferior a 20◦ C, o que mostra
haver em Portugal potencial para implementar sistemas de arrefecimento evaporativo.
As torres de arrefecimento são convencionalmente utilizadas para libertar na atmos-
fera excessos de calor proveniente de processos exotérmicos industriais. Trabalham,
nessas aplicações, com uma gama usual de temperaturas do fluido a arrefecer entre 32
e 46◦ C.
Podemos dividir as torres de arrefecimento em torres de tiragem natural, tiragem
forçada ou tiragem induzida. Se o escoamento de ar, que atravessa o fluxo descendente
de água quente, for perpendicular a este denominam-se torres de fluxo cruzado. Se
o escoamento de ar, for em sentido contrário ao escoamento de água, denominam-se
torres de fluxo em contra-corrente.
Os principais componentes de uma torre de arrefecimento de contacto directo (Fig.

2
1.3) são, o ventilador, o sistema de bombeamento e injecção de água, o tanque de
acumulação de água, o eliminador de gotas e o material de enchimento, em estrutura
de favos. Este material de enchimento, para além de aumentar a área de transferência,
reduz a velocidade de queda da água, aumentando o tempo de exposição das gotas ao
escoamento de ar.

Tiragem natural Tiragem forçada Tiragem induzida

Figura 1.2: Classificação das torres de arrefecimento consoante o tipo de tiragem.

Saída de ar Saída de ar
Ventilador Ventilador
Sistema de Sistema de
eliminação de gotas eliminação de gotas

Fluido quente Água de spray

Fluido quente
Permutador
de calor

Material de
enchimento
Entrada Entrada Entrada Fluido frio
de ar de ar de ar

Tanque Tanque
Fluido frio

Bomba

Torre de arrefecimento de Torre de arrefecimento de


contacto directo contacto indirecto

Figura 1.3: Classificação das torres de arrefecimento.

Numa torre de arrefecimento de contacto indirecto (Fig. 1.3), o material de enchi-


mento é substituído por um feixe de tubos, havendo três escoamentos distintos. Um

3
escoamento dentro dos tubos onde circula o fluido que se deseja arrefecer, ar que flui no
sentido ascendente e água que circula em circuito fechado dentro da torre de arrefeci-
mento, molhando exteriormente o feixe de tubos. Uma das vantagens em usar torres
de arrefecimento de contacto indirecto, relativamente às torres de contacto directo, é
impedir o contacto entre o fluido interno e a atmosfera, podendo-se assim usar diversos
tipos de fluidos, bem como prevenir a contaminação com impurezas existentes no ar.
Verifica-se também que esse tipo de torres apresenta um consumo de água inferior
às torres de contacto directo. Estes factos, conjuntamente com a hipótese da torre
funcionar como permutador monofásico (sem água de spray) durante períodos mais
frios, levam a concluir que as torres de arrefecimento de contacto indirecto cumprem
todos os requisitos para operar conjuntamente com o sistema de tectos arrefecidos.
O processo de arrefecimento numa torre de arrefecimento de contacto indirecto é
descrito em seguida.
A água de spray, que circula em circuito fechado, é bombeada do tanque de acu-
mulação de água, para a parte superior da torre, molhando assim o feixe de tubos.
Parte desta água evapora-se no ar, enquanto a restante se escoa pelo feixe de tubos.
Durante o processo de arrefecimento, a água de spray recebe calor proveniente da água
que circula dentro dos tubos, mas ao mesmo tempo troca-o com o ar por convecção
e evaporação. À saída da torre é colocado o eliminador de gotas, que impede que as
partículas de água sejam arrastadas pela corrente de ar.

1.1 Objectivos
A generalidade das torres de arrefecimento e seus modelos de comportamento térmi-
co foram desenvolvidos para grande capacidade de dissipação de calor (>40 kW) e
operação a temperaturas entre 32 e 46◦C.
Um estudo de investigação recente, financiado pelo Swiss National Energy Research
Fund, [2], demonstrou que as torres actuais apresentavam um consumo energético e-
xagerado quando submetidas a temperaturas de entrada da ordem dos 20 a 25o C.
Deve realçar-se que, quando se projecta uma torre de arrefecimento, se recorre a

4
modelos de comportamento térmico, pelo que é extremamente importante saber como
se adaptam os modelos de simulação quando o equipamento é submetido a condições
não habituais de funcionamento. Os modelos de comportamento térmico são também
uma ferramenta útil para a previsão do consumo energético e condições ambientais
conseguidas com sistemas combinando a torre de arrefecimento com tectos radiantes.
O objectivo deste trabalho é estudar a aplicabilidade dos referidos modelos a torres
de pequena dimensão (≤10kW) e que operam a temperaturas mais baixas do que o
habitual, 20 a 25o C, compatíveis com a utilização de tectos arrefecidos.
Para tal, recorreu-se ao ensaio experimental de uma torre deste tipo, em diferentes
condições operativas. Os resultados experimentais permitirão validar os modelos e
avaliar a necessidade de introdução de correcções.

1.2 Organização da tese


No capítulo 2 é apresentada uma revisão dos vários modelos de comportamento térmico
existentes, para torres de arrefecimento de contacto indirecto.
No capítulo 3 faz-se uma descrição da montagem laboratorial e apresentam-se os
resultados dos testes experimentais.
No capítulo 4 apresentam-se resultados da aplicação dos diversos modelos, assim
como a sua comparação com alguns resultados experimentais.
No capítulo 5 são apontadas as principais conclusões deste trabalho, bem como
perspectivas para trabalhos futuros.

5
Capítulo 2

Modelos de Comportamento
Térmico de Torres de
Arrefecimento de Contacto
Indirecto

Neste capítulo apresentam-se os fundamentos teóricos do processo de arrefecimento


numa torre de contacto indirecto.
Começa-se por fazer uma introdução à transferência combinada de calor e massa,
descrevendo-se depois os modelos simplificados para o estudo do comportamento tér-
mico de torres de arrefecimento de contacto indirecto, os pressupostos em que assentam
e as simplificações adoptadas.
Finalmente apresentam—se as diversas correlações publicadas na literatura para o
coeficiente de transferência de massa e coeficiente de transferência de calor entre a
parede exterior do tubo e o spray.

2.1 Transferência combinada de calor e massa


Sempre que um escoamento de ar passa sobre uma superfície molhada (Fig.2.1), poderá
ocorrer transferência combinada de calor e de massa. Se existir um gradiente de

6
temperatura entre o ar e a superfície molhada, haverá transferência de calor. A taxa
Escoamento de ar
x ar T ar P s,ar

x i T i P s,i

Água

Figura 2.1: Tranferência de calor entre uma superfície molhada e o escoamento de ar

de tranferência de calor (Eq.2.1) é proporcional ao gradiente térmico.

q̇s = α(Ti − Tar ) (2.1)

Se existir um gradiente entre a pressão parcial de vapor de água na superfície livre


do líquido ps,i e a pressão parcial de vapor no ar ps,ar , haverá transferência de massa.
Esta diferença de pressões parciais pode também ser expressa como uma diferença de
humidades absolutas. O caudal de vapor transferido será:

ṁ′′ = αm (xi − xar ) (2.2)

Associada à transferência de massa está uma transferência de calor latente:

q̇l = αm (xi − xar )hf g (2.3)

Assim a taxa total de transferência de calor da superfície do líquido para o ar é:

q̇ = α(Ti − Tar ) + αm (xi − xar )hf g (2.4)

O coeficiente de transferência de massa αm está relacionado com o coeficiente de trans-


ferência de calor α para o mesmo número de Reynolds através da analogia entre a
transferência de calor, massa e quantidade de movimento. Chilton and Colburn, [3],
propuseram uma analogia ( j-factor analogy) que correlaciona os coeficientes de trans-
ferência de calor e massa com o factor de atrito f . Esta analogia, ao contrário da
analogia de Reynolds, toma em consideração a diferença entre as espessuras de cama-
da limite (efeito do número de Prandtl e de Schmidt):
Nu f
j= = (2.5)
Re Pr
1
3 2

7
Sh f
jm = = (2.6)
Re Sc
1
3 2

vindo

α
j= Pr 3 (2.7)
2

ρcpv

αm 2
jm = Sc 3 (2.8)
ρv

Então

α Sc 2
= ( ) 3 = Le 3 (2.9)
2

cp αm Pr

Para o ar húmido Le 3 é aproximadamente igual a 1.0, simplificando assim a equação


2

2.9 para:

α
=1 (2.10)
cpαm

A analogia descrita acima requer alguns cuidados na sua utilização, mas para sim-
plificar a equação do fluxo total de tranferência de calor (equação 2.4) interessa-nos
apenas uma relação viável entre α e αm .

q̇ = αm [cpar (Ti − Tar ) + (xi − xar )hfg ] (2.11)

A entalpia do ar húmido saturado à temperatura da superfície livre do líquido é ex-


pressa por:

hi = cpar,sec o Ti + xi (hf + hfg + cpv Ti ) = cpar Ti + xi (hf + hfg ) (2.12)

onde hf é a entalpia de líquido saturado à temperatura da superfície molhada. A


entalpia do ar no escoamento livre é aproximada por:

har = cpar,sec o Tar + xar (hf + hfg + cpv Tar ) = cpar Tar + xar (hf + hfg ) (2.13)

A diferença entálpica entre hi e har é:

8
hi − har = cpar (Ti − Tar ) + hfg (xi − xar ) + hf (xi − xar ) (2.14)

Agrupando as equações 2.11 e 2.14 obtemos:

q̇ = αm [(hi − har ) − hf (xi − xar )] (2.15)

O termo hf (xi − xar ) representa tipicamente 5% do gradiente entálpico (hi − har ).


Desprezando-o, simplificamos a equação do fluxo total de transferência de calor para:

q̇ = αm (hi − har ) (2.16)

A designação de potencial entálpico provém desta última equação. Enquanto que na


transferência de calor e na tranferência de massa, a força motriz é o gradiente de tem-
peratura ou concentração, respectivamente, quando ocorre transferência simultânea
de calor e massa, a força motriz é a diferença entálpica.

2.2 Modelação física e matemática do processo


Os modelos existentes para simular o comportamento térmico de torres de arrefeci-
mento assentam todos nas mesmas equações físicas, diferindo apenas em alguns pres-
supostos. A teoria básica assume as seguintes hipóteses:

1. Torre isolada termicamente, despreza-se a transferência de calor através do corpo


da torre de arrefecimento (incluindo conduta de água de spray).

2. Aproximação do fluxo total de tranferência de calor entre a superfície molhada


e o ar pela equação 2.16.

3. Feixe de tubos completamente molhado, e de modo uniforme.

4. Variação do caudal de água de spray devida à evaporação desprezável.

5. Escoamento de ar uniforme.

9
6. Coeficientes de transferência de calor e massa constantes ao longo do feixe de
tubos.

7. Escoamento cruzado aproximado por escoamento em contra-corrente (mais de 4


passagens).

8. Análise em regime permanente.

mɺ ar , har sai
,

mɺ spray , Tspray ent


,

mɺ ag , Tag ent
,

mɺ ag , Tag sai
,

mɺ ar , har ent mɺ spray , Tspray sai


, ,

Figura 2.2: Torre de arrefecimento de contacto indirecto

A potência calorifica libertada na torre de arrefecimento pode ser expressa por:

Q̇ = ṁag cpag (Tag,ent − Tag,sai ) (2.17)

É evidência experimental, [4], [5], que não há variação entre a temperatura da


água de spray à entrada e à saída (Tspray,ent ≈ Tspray,sai ). Este facto, conjuntamente
com a primeira hipótese, resulta em considerar que todo o calor é libertado para o
escoamento de ar. Então a equação 2.17 pode ser reescrita como:

Q̇ = ṁar (har,sai − har,ent ) = ṁag cpag (Tag,ent − Tag,sai ) (2.18)

As equações apresentadas em cima são balanços energéticos globais. No entanto,


se pretendermos efectuar uma simulação de comportamento térmico, ou conhecer com

10
mais pormenor a evolução da temperatura ao longo do feixe de tubos, temos de recorrer
a uma análise mais detalhada.
Consideremos um elemento infinitesimal (Fig. 2.3) dA.

T ag +dT ag T spray +dT spray h ar+dh ar

dA

T ag T spray h ar

Figura 2.3: Elemento infinitesimal dA

O fluxo de calor da superfície livre do líquido para o escoamento de ar, recorrendo


à definição de potencial entálpico (Eq. 2.16), é expresso por:

ṁar dhar = αm (hi − har )dA (2.19)

A equação anterior é conhecida como equação de Merkel [6]. Integrando-a em todo o


domínio, obtemos

αm A dhar
(2.20)
har,sai
= ≡ NTU


ṁar har,ent hi − har

A equação 2.20 é a definição de N T U (número de unidades de transferência). O


número adimensional N T U é uma medida da área de transferência de calor. É análogo
ao N T U usado no estudo de permutadores de calor. Webb, [7], denominou o primeiro
termo αṁmarA , como N T Udisponı́vel e o integral har,ent hi −har , como N T Urequerido .
 har,sai dhar

O balanço energético local, no elemento infinitesimal dA, é dado por:

dTag
ṁag cpag Tag + dA − ṁag cpag Tag +
   

dA
dṁspray dTspray
+ cpspray ṁspray + dA Tspray + dA − cpspray ṁspray Tspray −
    

dA dA
dhar
−ṁar har + dA − ṁar har = 0 (2.21)
  

dA

11
Simplificando,

dT ag dTspray dṁspray
ṁag cpag + cpspray (ṁspray + Tspray +
dA dA dA
dṁspray dTspray dhar
+ ) − ṁar =0 (2.22)
dA dA dA

Desprezando a variação do caudal de spray devida à evaporação, dṁspray


dA ≈ 0, obtemos,

dT ag dTspray dhar
ṁag cpag + ṁspray cpspray − ṁar =0 (2.23)
dA dA dA

ou,

ṁag cpag dTag = ṁar dhar − ṁspray cpspray dTspray (2.24)

De notar que a equação 2.24, ao contrário da equação 2.18 contém um termo adicional,
−ṁspray cpspray dTspray . Este termo contabiliza a variação da temperatura do spray ao
longo do feixe de tubos. A equação 2.24 pode também ser escrita utilizando a noção
de potencial entálpico e o coeficiente de tranferência de calor entre a temperatura da
água nos tubos e a temperatura da água de spray, k:

k(Tag − Ti )dA = αm (hi − har )dA − ṁspray cpspray dTspray (2.25)

O coeficiente de transferência, k, é definido com base na área exterior do tubo des-


prezando a espessura da película de água de spray. Contabilizam-se três resistências
térmicas associadas em série: convecção interior, condução na parede do tubo e con-
vecção do spray (ver Fig. 2.4).

1 1 Dext Dext Dext 1


= + ln + (2.26)
 

k αag Dint 2λtubo Dint αspray

2.2.1 Representação Gráfica

A figura 2.5 representa a evolução do processo, num diagrama entalpia-temperatura.


Apresenta—se a curva do ar saturado, que permite determinar as propriedades do ar na

12
α
m

T ag

h i

T spray

h ar

T
i

Água Spray Ar

1 Dext 1
α ag Dint α spray

D ext 

Dext 
2 λ tub o
ln

 D 
in t

Figura 2.4: Gradiente térmico e entálpico

superfície livre do spray (Ti , hi ). A linha representada a traço grosso, define a evolução
da entalpia do ar em função da temperatura da água. É denominada na literatura
anglo-saxónica como operation line. A inclinação desta curva So , obtém-se resolvendo
a equação do balanço energético local (Eq. 2.24) em ordem a dTag :
dhar

dhar ṁag cpag ṁcpspray dTspray


So = = + (2.27)
dTag ṁar ṁar dTag
Alguns autores ignoram o segundo termo da equação 2.27, desprezando assim a vari-
ação da temperatura da água do spray.
As entalpias hi e har são obtidas em função da temperatura do ar na superfície livre
do spray Ti , temperatura local da água Tag e temperatura do spray, Tspray . Resolvendo
a equação 2.25 em ordem a Ti −Tar ,
hi −har
obtemos o declive da recta representada na figura
2.5 a traço interrompido. Esta recta permite-nos determinar as propriedades do ar na
superfície livre do spray em qualquer parte do feixe de tubos. Alguns autores chamam
a esta recta tie-line. Kals por exemplo, [8], denominou o ângulo que a recta faz com
a horizontal, tan−1(ST ), como indicant of the aircooler.
hi − har k 1 ṁspray cpspray dTspray
ST = =− + (2.28)
Ti − Tar αm Ti − Tag αm dA

13
Entalpia

hsat(T)
hi

har,sai

tan-1(ST) tan-1(So)
har

har,ent

Ti Tag,sai Tag Tag,ent Temperatura

Figura 2.5: Representação gráfica do processo num diagrama T-h

O que se pretende agora discutir, são as consequências de assumir a temperatura


do spray constante ao longo do feixe de tubos. De notar que esta aproximação vai ser
usada em alguns modelos apresentados mais à frente.
O valor de ST influencia indirectamente o cálculo do N T Urequerido , uma vez que a
diferença entálpica (hi −har ) depende do seu valor. Na parte superior da torre (ver Fig
4.11, Capítulo 4) dTspray
dA > 0, então o declive ST é menor do que o declive determinado
assumindo temperatura da água de spray constante. Isto implica uma subestimação
de N T Urequerido . Por outro lado, na zona inferior do feixe verifica-se o inverso. Então
podemos dizer que, considerando Tspray = constante, não afectamos o cálculo de ST ,
uma vez que se toma um valor médio.
No entanto, se fizermos a mesma análise para o declive So ,verificamos que a aproxi-
mação conduz a sobrestimar a variação entálpica (hi − har ), o que significa subestimar
N T Urequerido . Considerar a temperatura de spray constante, traduz-se gráficamente
em ignorar a concavidade da linha representada a grosso (operation line).
As correlações obtidas experimentalmente para o coeficiente de tranferência de

14
massa αm, baseiam-se na hipótese de temperatura de spray constante subestimando
assim o N T Udisponı́vel , [4], [9], [10], [11], [12].
No cálculo de comportamento ou dimensionamento térmico, toma—se como critério
de paragem a igualdade N T Udisponı́vel = N T Urequerido , pelo que assumir temperatura
de spray constante acaba por ser uma boa aproximação, uma vez que o efeito se anula.

2.3 Modelo 1
Este método foi apresentado por Mizushina et al. , [13], e para além de desprezar
a variação da temperatura de spray, assume que as propriedades na superfície livre
do spray não variam ao longo do feixe de tubos. Esta condição simplifica bastante o
cálculo do N T Urequerido . Integrando a equação 2.20 em todo o domínio, obtemos:
αm A hi − har,ent
= ln ≡ NTU (2.29)
ṁar hi − har,sai
Para determinar a entalpia hi , necessitamos de outra propriedade de estado. Integran-
do a equação 2.25 obtemos uma equação que nos fornece a temperatura Ti .
Tag,ent − Ti kA
ln = (2.30)
 

Tag,sai − Ti ṁag cpag


Resolvendo a equação 2.30 em ordem a A e substituindo na equação 2.29 obtemos:
Tag,ent − Ti hi − har,ent k ṁar
= exp (2.31)
 

Tag,sai − Ti hi − har,sai αmcpag ṁag


A equação 2.31 juntamente com a equação da curva saturação hi = hi (Ti ), formam
um sistema de equações não linear, que após resolvido iterativamente nos permite o
cálculo das propriedades na superfície livre da água de spray (Ti , hi ).
Para conhecermos as condições do ar à saída, necessitamos de duas propriedades
para além da pressão. A entalpia pode ser obtida do balanço energético global (Eq.
2.18). A humidade absoluta é determinada a partir da noção de humidade absoluta
logarítmica.
A massa de água evaporada para o ar é representada como:

ṁar (xar,sai − xar,ent) = αm (∆x)ML (2.32)

15
INÍCIO

Parâmetros de entrada
Tar,in , HRar,in , Tag,in , Tspray,in
mag , mar , mspray
Geometria da torre

Arbitrar Tag,out

Propriedades do ar à saída
har,out = mag / mar Cpag (Tag,in - Tag,out) + har,in
Tar,out = Tar,out (har,out , xar,out , P)

Obtenção da temperatura
média para cálculo das
propriedades térmicas

k
Cálculo do coeficiênte de tranferência de calor , e massa α m
k = k (α ag , λ tubo , α spray)
α ag = α ag (Reag , Prag , Geometria)
α spray = α spray (mspray , Geometria)
α m = α m (Rear , Respray , Geometria)

Determinação de i e iT h
através da resolução do
sistema não linear

Cálculo de NTUrequerido
e NTUdisponível

NÃO
NTUreq. = NTUdisp.

SIM

Imprimir Resultados
ε = (Tag,in - Tag,out) / (Tag,in - Tbh)
.
.

FIM

Figura 2.6: Fluxograma simplificado do modelo1

16
onde
xar,sai − xar,ent
(∆x)ML = (2.33)
ln xxii− xar,ent
 
−xar,sai
Então, a humidade absoluta do ar à saída é explicitada recorrendo às duas últimas
equações.

exp xi − xi + xar,ent
 
αm
xar,sai = (2.34)
ṁar

exp ṁαm
 
ar

Na figura 2.6 apresenta-se o fluxograma simplificado do modelo 1.


Na realidade o algoritmo desenvolvido para o modelo 1, não segue rigorosamente
as etapas descritas no fluxograma. Trata-se de um esquema auxiliar para melhor
compreensão do método. Com os programas de cálculo actuais, que resolvem sistemas
de equações, lineares ou não lineares, em bloco, evita-se o cálculo iterativo e reduz-se
o esforço computacional.

2.4 Modelo 2
Neste método o feixe de tubos é discretizado em incrementos de temperatura iguais
(Fig.2.7), determinando localmente a diferença entálpica (hi − har ). Também aqui se
despreza a variação da temperatura da água de spray. Kals, [8], descreve de forma
gráfica como aplicar o método.

Tag[1] Tag[2] Tag[3] Tag[k] Tag[k+1] Tag[n-1] Tag[n]


m ag

har[n] har[n-1] har[j+1] har[j] har[3] har[2] har[1]


m
ar

Figura 2.7: Discretização do domínio

Discretizando a equação 2.27 e desprezando o segundo termo obtemos a equação


2.35 que nos permite avaliar localmente a entalpia har
dhar har [j + 1] − har [j] ṁag cpag
= = (2.35)
dTag Tag [k + 1] − Tag [k] ṁar

17
INÍCIO

Parâmetros de entrada
, HRar,in , Tag,in , Tspray,in
T ar,in
m , mar , mspray
ag
Geometria da torre
n - nº de nós

Arbitrar Tag,out

Determinação de Tag[j] e har[k] em cada nó


T = (Tag,in - Tag,out) / n
∆ ag
h = ∆ Tag mag Cpag / mar
∆ ar
Tag[j+1] = Tag[j] - ∆ Tag j = 2 , n
har[k+1] = har[k] + ∆ har k = 2 , n
Propriedades do ar à saída
har,out = har[n]
Tar,out = Tar,out (har,out , xar,out)
Obtenção da temperatura média para
cálculo das propriedades térmicas

Cálculo do coeficiênte de tranferência de calor , e massa k αm


k = k (α ag , λ tubo , α spray)
α ag = α ag (Reag , Prag , Geometria)
α spray = α spray (mspray , Geometria)
α m = α m (Rear , Respray , Geometria)

Determinação de Ti[j] e hi[j] pela resolução do sistema em cada nó


hi[j] - har[j] = (Ti[j] - Tag[k]) (-k / α m) j = 1 , n
hi[j] = hi[j] (Ti) k=2,n

Cálculo de NTU requerido


e NTU disponível

NÃO
NTUreq. = NTUdisp.

SIM

Imprimir Resultados
ε = (Tag,in - Tag,out) / (Tag,in - Tbh)
.
.

FIM

Figura 2.8: Fluxograma simplificado do modelo 2

18
Para determinar a entalpia hi recorremos à equação 2.28, que é resolvida iterati-
vamente com a equação de saturação hi = hi (Ti ).
hi [j] − har [j] k
=− (2.36)
Ti [k] − Tag [k] αm
O N T Urequerido é integrado numericamente. Usa-se o método de Newton-Cotes, [14],
regra do trapézio composta:
dhar har [n] − har [1] 1
 har,out
= ( +
har,in hi − har 2n hi [1] − har [1]
n−1
1 1
+2 + ) (2.37)

q=1
hi [q] − har [q] hi [n] − har [n]

2.5 Modelo 3
Este modelo foi formulado por Mizushina et al. [13] e aplicado por vários investi-
gadores. Neste modelo não se despreza a variação da temperatura da água de spray
ao longo do feixe. Por outro lado despreza-se a resistência térmica da película da água
de spray, pelo que se assume Ti = Tspray .
A variação da temperatura da água é obtida através do balanço entre a água e o
spray:
dTag k
= (Tag − Tspray ) (2.38)
dA ṁag cpag
A variação da entalpia do ar obtém-se da equação 2.19.
dhar αm
= (har,sat Tspray − har ) (2.39)
dA ṁar |

Por último a variação da temperatura da água de spray resulta da equação 2.24.


dTspray ṁar dhar ṁag cpag dTag
= − (2.40)
dA ṁspray cpspray dA ṁspray cpspray dA
Se pretendermos conhecer a temperatura do ar à saída da torre, para cálculo das
propriedades físicas, necessitamos de obter a evolução da humidade absoluta:
dx αm
= (xar,sat Tspray − xar ) (2.41)
dA ṁar |

O campo de temperaturas e entalpia é obtido através da integração numérica das 3


equações diferenciais 2.38, 2.39 e 2.40. A integração é feita no sentido do escoamento
de ar usando-se o método das diferenças finitas.

19
2.5.1 Discretização das equações

As condições fronteira conhecidas são: Tag [n], har [n] e sabemos que Tspray [1] = Tspray [n].

Tag[1] Tag[2] Tag[j-1] Tag[j] Tag[j+1] Tag[n-1] Tag[n]

Tspray[1] Tspray[2] Tspray[j-1] Tspray[j] Tspray[j+1] Tspray[n-1] Tspray[n]

har[1] har[2] har[j-1] har[j] har[j+1] har[n-1] har[n]

Figura 2.9: Discretização do domínio

Usam-se diferenças finitas centrais em todos os pontos, excepto nos extremos onde
somos forçados a recorrer a diferenças finitas à frente ou atrás.
De notar que o método das diferenças finitas transforma o sistema de equações di-
ferenciais num conjunto de equações algébricas. De seguida apresentam-se as equações
discretizadas.

Diferenças finitas à frente

Tag [2] − Tag [1] αm


= (Tag [1] − Tspray [1]) (2.42)
∆A ṁag cpag
Tspray [2] − Tspray [1] ṁag cpag Tag [2] − Tag [1]
= − +
∆A ṁspray cpspray ∆A
ṁar har [2] − har [1]
+ (2.43)
ṁspray cpspray ∆A

Diferenças finitas atrás

har [n] − har [n − 1] αm


= (har,sat Tspray n − har [n]) (2.44)
2∆A ṁar | [ ]

20
Diferenças finitas centrais

Para j = 2 até n − 1.

Tag [j + 1] − Tag [j − 1] αm
= (Tag [j] − Tspray [j]) (2.45)
2∆A ṁag cpag
Tspray [j + 1] − Tspray [j − 1] ṁag cpag Tag [j + 1] − Tag [j − 1]
=− +
2∆A ṁspray cpspray 2∆A
ṁar har [j + 1] − har [j − 1]
+ (2.46)
ṁspray cpspray 2∆A
har [j + 1] − har [j − 1] αm
= (har,sat Tspray j − har [j]) (2.47)
2∆A ṁar | [ ]

2.6 Modelo 4
O modelo que se apresenta de seguida foi proposto por Peterson, [15], para simular o
comportamento térmico de permutadores de calor evaporativos ar/ar, onde uma das
superfícies se encontra molhada. É um modelo que faz o estudo directo da eficiência de
arrefecimento. Braun, [16], desenvolveu um modelo anterior que serve de suporte ao
modelo apresentado. A principal simplificação é a linearização da entalpia de saturação
com a temperatura de bolbo húmido. Também se despreza a variação da temperatura
da água de spray.
Como vimos anteriormente, o fluxo de calor transferido entre a água e a interface
água de spray/ar pode ser expresso por:

−ṁag cpag dTag = k(Tag − Ti )dA (2.48)

Integrando a equação 2.48 entre a entrada e a saída, considerando Ti constante, obte-


mos o numero de unidades de transferência da água

kA Tag,ent − Ti
N T Uag = = − ln (2.49)
 

ṁag cpag Tag,sai − Ti

Rearranjando a equação 2.49, podemos obter a eficiência da água pela equação:

Tag,ent − Tag,sai
εag = 1 − exp(−N T Uag ) = (2.50)
Tag,ent − Ti

21
Se integrarmos a equação 2.19 em todo o domínio, o número de unidades de trans-
ferência do ar pode ser expresso por:
αm A har,sai − hi
N T Uar = = − ln (2.51)
 

ṁar har,ent − hi
Rearranjando a equação 2.51, podemos obter a eficiência do ar pela equação:
har,in − har,sai
εar = 1 − exp(−N T Uar ) = (2.52)
har,in − hi
Define-se calor específico de saturação como a taxa de variação da entalpia de
saturação com a temperatura.
dhsat
cpsat = (2.53)
 

dT T =Tsat

Tomando a temperatura de bolbo húmido como temperatura de saturação e con-


siderando um declive médio entre a entrada e a saída do ar, o calor específico médio
de saturação é expresso por:
har,sai − har,ent
cpsat = (2.54)
Tbh,sai − Tbh,ent
Usando a noção anterior, a eficiência do ar (equação 2.52) pode ser reescrita como:
Tbh,ent − Tbh,sai
εar = 1 − exp(−N T Uar ) = (2.55)
Tbh,ent − Ti
O desempenho de uma torre de arrefecimento é expresso pela eficiência de arrefec-
imento, usualmente representada como:
Tag,ent − Tag,sai
ε= (2.56)
Tag,ent − Tbh,sai
No entanto, para determinarmos a eficiência necessitamos de conhecer a temperatura
de saída da água, que pode ser obtida a partir do balanço energético global represen-
tado na equação 2.18.
ṁar
Tag,out = Tag,in − (har,sai − har,ent) (2.57)
ṁag cpag
Substituindo a equação 2.54 na equação 2.57 temos:
ṁar cpsat
Tag,out = Tag,in − (Tbh,sai − Tbh,ent) (2.58)
ṁag cpag

22
Substituindo a temperatura de saída na eficiência da água (Eq. 2.50) obtemos uma
nova expressão:
ṁar cpsat Tbh,sai − Tbh,ent
εag = (2.59)
 

ṁag cpag Tag,ent − Ti


Por outro lado, a temperatura da interface água de spray/ar, é calculada substituindo
a eficiência do ar (equação 2.55) na equação 2.59:

εar ṁar Tbh,in + εag Tag,in


ṁ c psat

Ti = (2.60)
ag cp ag
εar ṁar T + εag
ṁ cpsat
ag cpag bh,in

Finalmente, substituindo a equação 2.60 na equação 2.50, obtemos a relação para a


eficiência de arrefecimento:
1
ε= (2.61)
1
εag + 1 ṁar cpsat
εar ṁag cpag

Peterson and Hunn, [17], constataram experimentalmente que as eficiências definidas


em cima como εar e εag eram de 100% para permutadores de calor ar/ar, simplificando
assim a equação 2.61. No caso de torres de arrefecimento de contacto indirecto não
se verifica o mesmo, pelo que o cálculo da eficiência de arrefecimento se torna mais
complicado.

2.7 Coeficientes de transferência de calor e massa


Todos os modelos foram implementados no EES (Engineering Equation Solver), [18],
que evita o recurso a correlações para as propriedades termodinâmicas dos fluidos,
bem como a algoritmos iterativos para resolução de sistemas de equações não lineares.
Assim, apresentam-se apenas as correlações para os coeficientes de transferência de
calor e de massa.

2.7.1 Coeficiente de transferência de massa

Mizushina et al., [4], Parker e Treybal, [9], e Niitsu, [10], [11], [12], mediram o coefi-
ciente de transferência de massa para feixes de tubos, considerando a temperatura da
água de spray constante.

23
Parker e Treybal, [9], correlacionaram o coeficiente de transferência de massa uni-
camente como função da velocidade do ar, sem influência do caudal de água de spray.
Usaram um feixe de tubos alternado com 19 mm de diâmetro exterior e um passo
equilateral de 2Dext. A correlação obtida cobre o domínio 0, 68 < Gar < 5 :

αm = 0, 049(Gar )0,9 (2.62)

onde Gar é a velocidade mássica do ar na secção mínima de passagem.


Estes investigadores mediram o coeficiente de transferência de calor com os tubos
secos e determinaram o coeficiente de transferência de massa pela analogia de Lewis.
Obtiveram um valor 50% menor que o valor real.
Mizushina et al., [4], estudaram três feixes de tubos alternados com diâmetros de
12, 7, 19, 05 e 40 mm, com passo equilateral de 2Dext. Encontraram uma dependência
em relação ao caudal de spray e ao diâmetro exterior do tubo. O domínio de aplicação
é 50 < Respray < 240 e 1, 2 < Rear × 10−3 < 14. A correlação é:

αm a = 5, 027 × 10−8 (Rear )0,9 (Respray )0,15 (Dext )−2,6 (2.63)

sendo a a compacidade do permutador de calor, definida como a razão entre a área


de transferência de calor e o volume ocupado pelo permutador de calor. O número de
Reynolds de spray é definido como:

ṁspray
Respray = (2.64)
ntubos Lµspray

Se tomarmos o feixe de tubos com 19 mm de diâmetro exterior (disposição que


se aproxima mais do feixe estudado por Parker e Treybal, [9]) onde a = 44, 8 m−1 e
considerando o caudal de spray máximo, Respray = 240, simplificamos a correlação
(equação 2.63) para:

αm = 0, 036(Gar )0,9 (2.65)

Niitsu, [10], [11], [12], testou feixes de tubos lisos e com alhetas, concluindo que para
valores de Γ
Dext maiores que 0, 7, o coeficiente de transferência de massa é independente

24
do caudal da água de spray. Γ é o caudal de água de spray por comprimento de tubo.
A correlação obtida para feixes de tubos lisos, baseou-se em testes efectuados a feixes
com 16 mm de diâmetro exterior, passo longitudinal de 2, 38Dext e passo transversal
de 2, 34Dext:

αm = 0, 076(Gar )0,8 (2.66)

É válida para 1, 5 ≤ Gar ≤ 5.


Na figura 2.10 apresenta-se um gráfico com a representação adimensional das cor-
relações. Os coeficientes apresentam um desvio máximo de 65%. Este poderá ser
explicável por diferentes condições de ensaio, nomeadamente passos do feixe de tubos.

1000

Mizushina
Sh 100 Niitsu
Parker

10
100 1000 10000 100000
Re ar

Figura 2.10: Número de Sherwood em função do número de Reynolds do ar

2.7.2 Coeficiente de tranferência de calor entre a parede ex-


terior do tubo e o spray

O coeficiente de transferência de calor por convecção do spray foi também medido


por Mizushina et al., [4], Parker e Treybal, [9], Niitsu, [10], [11], [12] e Leidenfrost,

25
[19]. Estes investigadores definiram o coeficiente de convecção, tomando o gradiente
térmico entre a temperatura da parede do tubo e a temperatura média da água de
spray, uma vez que a temperatura na interface da água de spray com o ar é dificilmente
mensurável.
A correlação de Parker e Treybal, [9], foi obtida sem escoamento de ar, para um
escoamento gravitacional de água. Quando há escoamento de ar verificaram que o
coeficiente de transferência de calor é cerca de 20% mais baixo. αspray = 0, 8αspray

A correlação é válida para temperaturas entre 15-70o C e para valores de Γ


Dext entre 1, 4
e 3, 0 m2 s :
kg

Γ
(2.67)
1

α′ = 880 (1, 39 + 0, 022Tspray )


  3

spray
Dext

A correlação de Mizushina et al., [4], é válida para Γ


Dext entre 0, 2 e 5, 5 kg
m2 s e dá
um valor cerca de 35% mais elevado que a correlação anterior:

Γ
(2.68)
1

αspray = 2100
  3

Dext
Leidenfrost, [19], testou feixes de tubos alinhados com 15, 9 mm de diâmetro exteri-
or, passo longitudinal de 2, 4Dext e passo transversal de 2Dext obtendo uma correlação
idêntica à de Mizushina et al.:
Γ
0,252
αspray = 2064 (2.69)


Dext
Niitsu, [10], [11], [12], testou feixes de tubos lisos e com alhetas e verificou que
o coeficiente de transferência de calor no caso dos tubos lisos é mais elevado. Isto
deve-se provavelmente ao facto de as alhetas impedirem que o escoamento de água se
prolongue ao longo do feixe, ficando assim alguns tubos por molhar. A correlação para
tubos lisos é válida no intervalo 0, 5 < Γ
Dext < 3, 2:

Γ
0,4
αspray = 430 (2.70)


Dext
Na figura 2.11 representam-se as várias correlações. Verifica-se um desvio máximo
entre as correlações de 79%. Pode parecer exagerado, mas para um escoamento bifásico
turbulento é bastante aceitável.

26
10000

[Wm -2ºC-1]

Mizushina
Niitsu
1000
Parker
spray

Leidenfrost

100
0,1 1 10
Γ /Dext [kg m -2s -1]]

Figura 2.11: Variação do coeficiente de transferência de calor entre a superfície exterior


do feixe de tubos e o filme de água em função de Γ
Dext

2.7.3 Coeficiente de transferência de calor dentro dos tubos

A correlação para a transferência de calor dentro dos tubos é a bem conhecida corre-
lação de Dittus-Boelter, [20].
Considerando o escoamento turbulento, o número de Nusselt é expresso como:

αag Dint
Nu = = 0, 023 (Reag )0,8 (P rag )0,3 (2.71)
λag

27
Capítulo 3

Estudo Experimental de uma Torre


de Arrefecimento de Contacto
Indirecto

Neste capítulo descreve-se a torre de arrefecimento estudada e a instalação experi-


mental usada. São apresentados os resultados experimentais para o funcionamento
com circulação de água de spray e sem água de spray.
Finalmente apresenta-se uma comparação entre o coeficiente de transferência de
massa e calor resultantes da análise experimental e os coeficientes publicados.

3.1 Descrição da torre de arrefecimento


A torre de arrefecimento estudada é de fluxo em contra-corrente e tiragem forçada,
com um ventilador do tipo tangencial. Tem uma secção de 0, 6 m ×1, 2 m e uma altura
de 1, 55 m. A torre foi fabricada pela Sulzer Escher Wyss (Lindau, Alemanha) e tem
dimensões muito inferiores às usuais, destinadas a uso industrial.
Na figura 3.1 apresentam-se duas vistas da torre de arrefecimento.
O permutador de calor é constituído por um feixe com 228 tubos dispostos alter-
nadamente. A geometria é caracterizada pelas seguintes dimensões:

28
Dint tubos = 8 mm
Dext tubos = 10 mm
Passo transversal = 60 mm
Passo longitudinal = 30 mm
Comprimento horizontal de cada tubo = 1, 2 m
Número de colunas longitudinais
ao escoamento de ar = 19
Número de linhas = 12

Figura 3.1: Desenho da torre de arrefecimento usada nos testes experimentais.

A torre foi projectada para dissipar uma potência de 10kW para as seguintes

29
condições:

Tag,ent = 21 ◦C
Tag,sai = 18 ◦C
Tbh = 16 ◦C
ṁag = 0, 8 kg / s
ṁar = 3, 0 kg / s
ṁspray = 2 kg / s

Na figura 3.2 apresenta-se uma fotografia da torre de arrefecimento.

Figura 3.2: Fotografia da torre de arrefecimento.

3.2 Descrição da instalação experimental


Para estudar o comportamento da torre de arrefecimento recorreu-se a um depósi-
to de água com uma potência eléctrica de aquecimento de 10 kW. Para obter uma
temperatura de entrada da água na torre constante, implementou-se um algoritmo

30
de controlo PID (proporcional, integral, derivativo), capaz de controlar a potência
eléctrica do depósito em função da temperatura escolhida.
Após saber que a eficiência é independente da temperatura de entrada da água,
adoptou-se como metodologia fixar uma potência constante no depósito e esperar a
estabilização da temperatura da água à entrada, recolhendo-se por fim os dados. A
estabilização da temperatura de entrada, garante que torre está a trabalhar em regime
permanente.
Como pretendemos medir no mesmo instante cerca de 29 grandezas, são feitas
medições com auxilio de um sistema de aquisição de dados.
A figura 3.3 apresenta o esquema da instalação experimental e os valores medidos.

mɺ ar
Tspray,ent PID

Tag,ent T
ar
SULZER
ESHER
WYSS
HR ar

mɺ ag
mɺ spray

∆pperm

P bomba,spray

∆pbomba
Tag,sai

T spray,tanque

mɺ evap
P
vent n
vent T
rede

Sistema de
7 tratamento de
água
8
13 14 15 16 17 18 19 20
22

12 9 21

10

11

Figura 3.3: Esquema da instalação experimental.

31
No circuito de água de spray foi introduzido um medidor de caudal, duas sondas
de temperatura e uma sonda de pressão diferencial. O caudal pode ser regulado ma-
nualmente através duma válvula de borboleta situada a jusante da bomba (7 posições
fixas).
Uma vez que o nível do tanque de água de spray é mantido constante através
duma válvula de bóia, é possível medir o consumo de água instantâneo através de um
medidor de caudal. A água de reposição é desmineralizada antes de entrar na torre no
sistema de tratamento de água, impedindo assim que os sais se depositem no feixe de
tubos.
No circuito de água mede-se a temperatura da água à entrada e à saída da torre, o
caudal e a perda de carga dentro do feixe de tubos. O caudal é regulado manualmente
através da válvula existente no circuito de by-pass da bomba circuladora.
O caudal de ar é obtido através do conhecimento do campo de velocidades medido
em vários pontos na secção de saída com auxilio de um anemómetro. O controlo do
caudal de ar é conseguido através do controlo da frequência do motor de accionamento
do ventilador.
Diversos termopares foram introduzidos nas curvas do feixe de tubos com o in-
tuito de conhecer a evolução da temperatura da água. Todas as curvas são isoladas
exteriormente com lã de rocha revestida com folha de alumínio.
O consumo energético do ventilador e da bomba de spray é medido para diversas
condições de funcionamento.
Na figura 3.4 apresenta-se uma vista parcial da montagem laboratorial.
A torre de arrefecimento estudada apresenta algumas limitações relativamente às
condições de projecto. O caudal máximo de ar que o ventilador fornece é de 1, 7 kg / s
e o caudal máximo de água de spray foi em média de 1, 37 kg / s, embora se atingisse
por vezes os 1, 39 kg / s .
No anexo A apresentam-se as características do equipamento de medida utilizado.

32
Figura 3.4: Montagem laboratorial.

3.3 Caudal de ar
O caudal de ar foi medido uma vez para 3 velocidades de rotação. Todos os testes
posteriores foram efectuados fixando a velocidade de rotação do ventilador, partindo
do pressuposto que o caudal de ar se mantinha constante. Possíveis oscilações do
caudal de ar devidas à variação da massa volúmica com a temperatura são englobadas
na incerteza total, através da incerteza da massa volúmica.
Usou-se o ”método trivial”, [21], na obtenção do caudal de ar. A expressão ”método
trivial” cobre todos os métodos de medida onde não há nenhum pressuposto quanto
ao perfil de velocidades.
O campo de velocidades é medido numa malha de pontos pré-definida, de forma a
afectar cada ponto com a mesma área. A distância relativa entre o ponto de medida
e a extremidade da parede da torre é calculada pela seguinte expressão:

yi xi 2i − 1
= = (3.1)
H B 2npontos

33
onde
yi , xi coordenadas dos pontos de medida
B largura da conduta
H comprimento da conduta
i indíce do ponto
npontos número de pontos
A velocidade do ar foi medida na secção de saída, numa malha de 5 × 20 com um
anemómetro de turbina.
Na figura 3.5 apresenta-se o campo de velocidades obtido para a velocidade de
rotação mais elevada. A velocidade média estimou-se em 1, 9 m/s e o caudal em
1, 7 kg / s.

2,8-3,5 3 yi
2,1-2,8
1,4-2,1 4

0,7-1,4
0-0,7 5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Velocidade xi
[m/s]

Figura 3.5: Campo de velocidades para a rotação máxima do ventilador (1220 rpm).
Caudal obtido = 1, 7 kg / s.

Verifica-se uma significativa variação da velocidade segundo a direcção y. As veloci-


dades mais elevadas verificam-se no lado oposto ao ventilador e os pontos de velocidade
mínima são no centro da secção, devido ao posicionamento dos injectores de água de
spray.
O caudal de ar foi também medido para o funcionamento sem spray. O campo de
velocidades obtido (Figura 3.6) é idêntico ao campo obtido no caso do funcionamento
com spray. Verifica-se um ligeiro acréscimo na velocidade média, que se estima em
2, 0 m/s.

34
1

2
4,2-4,9
3,5-4,2 3 yi
2,8-3,5
2,1-2,8
4
1,4-2,1
0,7-1,4
5
0-0,7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Velocidade xi
[m/s]

Figura 3.6: Campo de velocidades no funcionamento sem spray, para a rotação máxima
(1220 rpm). Caudal obtido = 1, 7 kg / s.

Nas tabelas 3.9 e 3.2 apresentam-se quadros resumo com os caudais obtidos para
o funcionamento com e sem spray, respectivamente.

Velocidade do ventilador (rpm) Velocidade média (m / s) Caudal (kg / s)


460 1,9 0,6
960 1,5 1,3
1220 0,7 1,7

Tabela 3.1: Funcionamento com spray

Velocidade do ventilador (rpm) Velocidade média (m / s) Caudal (kg / s)


460 2,0 0,6
950 1,5 1,3
1220 0,7 1,7

Tabela 3.2: Funcionamento sem spray

3.3.1 Incerteza do caudal de ar

A incerteza do caudal de ar é obtida recorrendo à seguinte expressão, [21], :

35
δH δB δv δG

(3.2)
2  2  2  2
τ ṁar = ± τ U + 100 + 100 + 100 + 100 + τ 2ρ


H B v v
2

Onde

U irregularidade do perfil [%]


v velocidade [m / s]
τU incerteza do ponto de medida [%]
δG incerteza do anemómetro [m / s]
δv incerteza da leitura (flutuação do resultado) [m / s]
δB , δH incerteza das dimensões da secção [mm]
τρ incerteza da massa volúmica [%]

A irregularidade do perfil, U, e o número de pontos, permite-nos a partir de um


ábaco, [21], determinar a incerteza no ponto de medida, τ U , sendo

vmax − vmin
U= (3.3)
2v

Estima-se uma incerteza global da ordem dos 15%. (ver Anexo B)

3.4 Resultados de comportamento térmico


O comportamento de uma torre de arrefecimento é expresso pela eficiência térmica,
definida de forma idêntica aos permutadores de calor. Isto é, pela razão entre o
calor transferido e o máximo calor que poderia ser transferido, no caso da torre de
arrefecimento possuir área de transferência de calor infinita. Nesse caso o fluido que
se deseja arrefecer sairia à temperatura de bolbo húmido do ar ambiente.

Tag,ent − Tag,sai
ε= (3.4)
Tag,ent − Tbh

A vantagem na utilização da eficiência para expressar os resultados experimentais,


reside no facto de esta permitir reduzir o número de variáveis de comportamento da
torre, como se verá adiante.

36
3.4.1 Incerteza da eficiência

A incerteza no cálculo da eficiência a partir de resultados experimentais é estimada


pela expressão geral da incerteza:

∂ε ∂ε ∂ε

(3.5)
2 2 2
τε = τT + τT + τT
 

∂Tag,ent ag,ent ∂Tag,sai ag,sai ∂Tbh bh

onde

∂ε (Tag,ent − Tbh ) − (Tag,ent − Tag,sai )


= (3.6)
∂Tag,ent (Tag,ent − Tbh )2

∂ε 1
=− (3.7)
∂Tag,sai Tag,ent − Tbh

∂ε Tag,ent − Tag,sai
=− (3.8)
∂Tbh (Tag,ent − Tbh )2

As temperaturas Tag,ent e Tag,sai são lidas directamente, pelo que a sua incerteza de-
pende apenas do erro do sensor e do sistema de aquisição de dados.
A temperatura de bolbo húmido é determinada a partir da temperatura do ar,
humidade relativa e pressão. Uma vez que o processo de cálculo é iterativo, a incerteza
não pode ser calculada analiticamente. O programa de calculo utilizado, EES, [18],
fornece-nos directamente a propagação do erro a partir do conhecimento do erro das
variáveis independentes.
Estima-se uma incerteza na eficiência da ordem dos 0, 55%. (ver Anexo B)

3.4.2 Influência da temperatura de entrada, Tag,ent , na eficiên-


cia

Na figura 3.7, apresentam-se valores medidos da eficiência para diferentes temperaturas


de entrada da água, Tag,ent .

37
0,35

0,30

0,25

0,20
ε
0,15

0,10

0,05

0,00
14 15 16 17 18 19
Tag,ent [ºC]

Figura 3.7: Influência da temperatura de entrada, Tag,ent, na eficiência, ṁspray =


1, 37 kg / s, ṁar = 0, 6 kg / s, ṁag = 0, 8 kg / s, Tbh ≃ 12, 5 ◦ C.

Como se pode observar, a eficiência é independente da temperatura de entrada da


água. Este facto, simplifica a análise experimental, uma vez que se reduz o número de
variáveis a controlar.
A mesma conclusão pode ser obtida por aplicação dos modelos apresentados no
capítulo anterior, como se verá à frente (cap. 4).

3.4.3 Influência do caudal de água de spray na eficiência

A figura 3.8 representa a influência do caudal de água de spray na eficiência.


Verifica-se uma tendência crescente da eficiência com o aumento do caudal de
spray. O aumento do caudal de água de spray aumenta a convecção e a evaporação,
intensificando a transferência de calor. Os primeiros pontos da curva, com eficiência
mais baixa, indicam a existência tubos por molhar.
A partir de certo valor do caudal de spray, a eficiência aumenta muito pouco,
tendendo para um valor limite. Isto deve-se a que a partir desse valor não se consegue
molhar mais os tubos, estando já completamente (ou quase) cobertos por um filme de

38
0,7

0,6

0,5

0,4 mar=0,6; mag=0,4


mar=0,6; mag=0,8
ε mar=1,7; mag=0,4
0,3 mar=1,7; mag=0,8

0,2

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
(m/m máx)spray

Figura 3.8: Influência do caudal de spray na eficiência, (ṁmáx )spray = 1, 39 kg / s,


Tbh ≃ 12, 6 ◦C.

água. Este facto tem uma grande importância prática, pois significa que é possível
operar com eficiências máximas (ou muito próximas) com um consumo de água de
spray e de energia inferior ao nominal.
Saliente-se que a análise do caudal de spray óptimo só pode ser feita por via
experimental, uma vez que todos os modelos existentes admitem tubos completamente
molhados.

3.4.4 Influência do caudal de água e ar na eficiência

Na figura 3.9 apresenta-se a variação da eficiência com o caudal de água e ar, para
uma temperatura de bolbo húmido de 15, 8 ◦ C (próxima da temperatura de projecto).
A eficiência aumenta com o aumento do caudal de ar, mas diminui com o aumento
do caudal de água, isto porque o gradiente térmico da água diminui. No entanto, a
potência dissipada aumenta com o aumento do caudal de água.
A eficiência foi correlacionada em função dos dois caudais:


ε15,8 = 1 − a exp b (3.9)
   

ṁmáx ar

39
0,7

0,6

0,5

0,4 (m/mmáx)ag
ε
0,3 0,5
0,75
0,2 1

0,1

0
0,25 0,5 0,75 1
(m/mmáx)ar

Figura 3.9: Eficiência em função do caudal de água e ar para uma temperatura de


bolbo húmido ≃ 15, 8 ◦ C. (mmáx )ag = 0, 8 kg / s, (mmáx )ar = 1, 7 kg / s.

onde


a = 1, 376 ln + 0, 9264 (3.10)
 

ṁmáx ag


b = 0, 4612 ln − 0, 5654 (3.11)
 

ṁmáx ag

e (mmáx )ag = 0, 8 kg / s e (mmáx )ar = 1, 7 kg / s.

3.4.5 Influência da temperatura de bolbo húmido

Na figura 3.10 apresenta-se a evolução da eficiência com a temperatura de bolbo húmi-


do, para várias combinações de caudais de ar e água.
Há uma tendência crescente da eficiência com o aumento da temperatura de bolbo
húmido. Esta tendência, se bem que não muito acentuada, pode ser responsável por
uma variação absoluta de 8% na eficiência, para temperaturas de bolbo húmido entre
10 e 20◦C. Isto não significa que a potência calorifica dissipada aumente com Tbh, pois
(Tag,ent − Tbh ) diminui.

40
0,70

0,60

0,50
mar=0,6; mag=0,4
mar=0,6; mag=0,6
mar=0,6; mag=0,8
0,40
mar=1,3; mag=0,4

ε mar=1,3; mag=0,6
mar=1,3; mag=0,8
0,30
mar=1,7; mag=0,4
mar=1,7; mag=0,6
mar=1,7; mag=0,8
0,20

0,10

0,00
10,00 11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00 17,00 18,00 19,00 20,00

Tbh [ºC]

Figura 3.10: Eficiência térmica em função da temperatura de bolbo húmido para todas
as combinações de caudais utilizadas.

A correlação definida pela equação 3.9 deve então ser afectada por uma parcela
dependente da temperatura de bolbo húmido. Como as rectas de ajuste são aproxi-
madamente paralelas, calculou-se um declive médio que irá afectar a correlação final.
O declive médio é de 0, 00798:

ε = ε15,8 + 0, 00798(Tbh − 15, 8) (3.12)

O gráfico da figura 3.11 representa a eficiência obtida experimentalmente versus


correlação 3.12, obtendo-se uma boa correlação.

3.4.6 Temperatura nos tubos

As figuras 3.12 e 3.13 mostram a evolução da temperatura da água no feixe de tubos.


Observa-se na figura 3.13 que a água que circula nos tubos das extremidades ar-
refece mais do que a água que circula nos tubos centrais. A água de spray ao ser
injectada embate nas paredes da torre de arrefecimento escoando de seguida pelos tu-

41
0,7

0,6
y = 1,000x
R2 = 0,9073
0,5

0,4

correlação 0,3

0,2

0,1

0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
ε experimental

Figura 3.11: Valores experimentais versus correlação ( 3.12).

bos. Então os tubos que se encontram na extremidade têm tendência a molhar mais
e por consequência arrefecem mais.
Se olharmos para a figura 3.13 concluímos também que a temperatura é mais baixa
no lado oposto ao ventilador (lado esquerdo). Não havendo uma perfeita uniformidade
do caudal de ar na secção, nesta zona a velocidade do ar é mais elevada, intensificando
assim a transferência de calor (ver secção 3.3).

19,2

19,0

18,8

18,6

18,4 Temp. Tubos


T [ºC]

Tag,ent
18,2
Tag,sai
18,0

17,8

17,6

17,4
0 2 4 6 8 10 12
Tubo vertical

Figura 3.12: Evolução da temperatura da água segundo a vertical, ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, Tbh = 15, 6 ◦C .

42
17,90

17,80

17,70

T [ºC]
17,60

17,50

17,40

17,30
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tubo horizontal

Figura 3.13: Evolução da temperatura da água segundo a horizontal, ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, Tbh = 15, 6 ◦C .

3.4.7 Funcionamento sem spray

O comportamento da torre de arrefecimento foi também testado para o caso do fun-


cionamento sem água de spray. Tal situação operativa poderá ocorrer em períodos
mais frios, com redução do consumo de energia. Apresenta-se uma análise idêntica à
apresentada na secção 3.4.4, mas com a simplificação da eficiência não depender da
temperatura do ar. Neste caso a eficiência é definida como:
Tag,ent − Tag,sai
ε= (3.13)
Tag,ent − Tar
Na figura 3.14 representa-se a eficiência como função do caudal de ar e água.
Também aqui se correlacionou a eficiência em função dos caudais:

ε = 1 − a exp b (3.14)
   

ṁmáx ar
onde

a = 0, 0564 ln + 0, 9696 (3.15)
 

ṁmáx ag


b = 0, 1604 ln − 0, 1164 (3.16)
 

ṁmáx ag

43
0,30

0,25

0,20 (m/m máx)ag

ε 0,15 0,5
0,75
0,10
1

0,05

0,00
0,25 0,50 0,75 1,00
(m/m máx) ar

Figura 3.14: Eficiência em função do caudal de água e ar, com os tubos secos.
(mmáx )ag = 0, 8 kg / s, (mmáx )ar = 1, 7 kg / s.

O gráfico da figura 3.15 representa a eficiência obtida experimentalmente versus equação


3.14, obtendo-se uma boa correlação.

0,30

0,25 y = 1,0000x
R2 = 0,9940
0,20
correlação

0,15

0,10

0,05

0,00
0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30
ε experimental

Figura 3.15: Valores experimentais versus correlação 3.14.

O coeficiente global de transferência de calor é facilmente calculado com um balanço


global, recorrendo à temperatura média logarítmica. Na figura 3.16 mostra-se a sua

44
evolução com a variação dos caudais.

70

60

50 (m/m máx)ag
K [w/(m 2k)]
40
0,5
30
0,75
20 1

10

0
0,25 0,50 0,75 1,00
(m/m máx) ar

Figura 3.16: Coeficiente global de transferência de calor em função do caudal de água


e ar, para o funcionamento com os tubos secos. (ṁmáx )ag = 0, 8 kg / s, (ṁmáx )ar =
1, 7 kg / s.

A influência do caudal de água no coeficiente global de transferência de calor é


desprezável quando comparada com a influência do caudal de ar. Isto porque a re-
sistência térmica do ar é muito mais elevada.
O valor teórico para o coeficiente global calculado usando a correlação de Zukauskas
[22] para a convecção exterior ao feixe de tubos, é 17% mais elevado que o valor obtido
experimentalmente, isto porque o escoamento de ar não é uniforme (ver secção 3.3).

Temperatura nos tubos

As figuras 3.17 e 3.18 mostram a evolução da temperatura da água no feixe de tubos.


A figura 3.18 revela, à semelhança da figura 3.13, temperaturas mais baixas do
lado oposto ao ventilador provocadas pela não uniformidade do escoamento de ar (ver
secção 3.3).

45
24,0

23,5

Temp. tubos

T [ºC]
23,0 Tag,ent
Tag,sai

22,5

22,0
0 2 4 6 8 10 12
Tubo vertical

Figura 3.17: Evolução da temperatura da água segundo a vertical, ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 6 kg / s, Tar = 13, 4 ◦ C .

23,0

22,5
T [ºC]

22,0

21,5
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tubo horizontal

Figura 3.18: Evolução da temperatura da água segundo a horizontal, ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 6 kg / s, Tbh = 13, 4 ◦C .

3.5 Energia consumida


O consumo energético do ventilador foi medido para as três velocidades de rotação e
para os dois tipos de funcionamento. Nas tabelas 3.3 e 3.4 apresenta-se o consumo
para o funcionamento com e sem spray, respectivamente.

46
Velocidade do ventilador (rpm) Caudal (kg / s) Potência (W)
460 0.6 85
960 1.3 520
1220 1.7 960

Tabela 3.3: Funcionamento com spray

Velocidade do ventilador (rpm) Caudal (kg / s) Potência (W)


460 0.6 65
950 1.3 500
1220 1.7 1013

Tabela 3.4: Funcionamento sem spray

A tabela 3.5 apresenta o consumo energético da bomba de água de spray para


vários caudais. Para o caudal máximo temos um consumo de 370 W.

ṁspray (kg / s) Potência (W) ∆p (mbar)


1,37 370 576,1
1,23 362 580,9
1,10 355 583,7
0,88 346 586,2
0,63 331 587,4
0,43 328 588,4
0,21 312 487,4

Tabela 3.5: Consumo energético da bomba de água de spray

O COP (coefficient of performance) da torre de arrefecimento depende dos diversos


parâmetros de funcionamento:

ṁag cpag (Tag,ent − Tag,sai )


COP = (3.17)
Pvent + Pbomba,spray

Para as condições de funcionamento próximas das nominais, ṁag = 0, 8 kg / s, ṁar =


1, 7 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s, Tbh ≃ 16 ◦C, Tag,ent = 21 ◦C estima-se um COP de 6, 2.

47
Saliente-se que se trata de um valor bastante superior ao típico COP de uma máquina
de arrefecimento (compressão de vapor, por exemplo), o que mostra o interesse ener-
gético e económico deste sistema.

3.6 Consumo de água


O consumo de água de uma torre de arrefecimento não se deve exclusivamente à e-
vaporação. Algumas gotas que o eliminador não consegue reter são arrastadas pelo
escoamento de ar.
Na figura 3.19 apresenta-se o consumo de água em função do caudal de ar e de
Tar /Tbh , paramêtro que traduz a humidade do ar. Quanto mais seco está o ar, maior
é o consumo de água. Verifica-se que o consumo máximo é de 9 g / s, que representa
cerca de 0,7% do caudal de spray.

9,E-03

8,E-03 y = 0.004x 17.462


R2 = 0.9059

7,E-03
y = 0.0025x25.85
6,E-03 R 2 = 0.9458
m evap [kg/s]

5,E-03 mar=0,6
mar=1,3
4,E-03
mar=1,7

3,E-03
y = 0,0019x 20,431
2,E-03 R2 = 0,9082

1,E-03

0,E+00
1 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05
Tar/Tbh [K/K]

Figura 3.19: Consumo de água em função de Tar /Tbh e do caudal de ar.

3.7 Coeficiente de transferência de massa


O coeficiente de transferência de massa, αm , pode ser obtido experimentalmente
através de um balanço mássico e recorrendo à definição de humidade absoluta mé-

48
dia logarítmica:

ṁar (xar,sai − xar,ent) = αm (∆x)ML (3.18)

xar,sai − xar,ent
(∆x)ML = (3.19)
ln xsat −xar,sai
 
xsat T −xar,ent
i
|

| Ti

Este método de cálculo tem algumas limitações de ordem prática. Para obter a hu-
midade absoluta à saída da torre é necessário conhecer com exatidão o estado do ar.
Uma vez que as propriedades do ar variam espacialmente na secção de saída, torna-se
impossível determinar com rigor o coeficiente de transferência de massa por este méto-
do. Então, recorre-se a um método idêntico, que usa a noção de potencial entálpico e
despreza a variação da temperatura de spray:

ṁar (har,sai − har,ent) = αm A(∆h)ML (3.20)

h − har,ent
(∆h)ML = ar,sai (3.21)
ln

har,sat|T −har,ent
i
har,sat|T −har,sai
i

Mizushina et al., [4], entre outros autores, correlacionou αm , o coeficiente de trans-


ferência de massa como função do número de Reynolds do ar e do spray.
Na figura 3.20 representa-se αm correlacionado unicamente como função do caudal
de ar, como feito por outros autores, ao passo que na figura 3.21 se introduz a variável
(Tar /Tbh ), que traduz a humidade do ar. O caudal de água de spray foi fixado em
1, 37 kg / s.
Com a introdução da variável (Tar /Tbh ), melhora-se o coeficiente de correlação,
o que pode indicar que o coeficiente de transferência de massa depende também da
humidade do ar. Verifica-se que o coeficiente de transferência de massa decresce com
a diminuição da humidade do ar. No entanto, uma correlação deste tipo complica
o cálculo numérico da torre de arrefecimento acrescentando o número de variáveis
independentes.
No capítulo quatro quantifica-se, através dos modelos simplificados a influência
deste coeficiente na eficiência.

49
0,35

0,30

0,25

2
.s) 0,20
m [kg/(m
y = 0.1703x0.8099 75-100%

R2 = 0.6731 50-75%
0,15
25-50%
0-25%
0,10

0,05

0,00
0,25 0,5 0,75 1

(m/mmáx)ar

Figura 3.20: Coeficiente de transferência de massa função do caudal de ar, para várias
gamas de humidade relativa. (ṁmáx )ar = 1, 7 kg / s, 0, 4 < ṁag <0,8 kg / s, 10 < Tbh <
20 ◦ C, 15 < Tag,ent < 28 ◦ C.

1,80

1,60

y = 0.3045x -23 .7 33
1,40
R2 = 0.811

1,20
[kg/(m 2.s)]

1,00 mar=0,6
mar=1,3
0,80 y = 0.2375x -23.81 5
mar=1,7
m

R2 = 0.8198
0,60

0,40 y = 0,0944x -13 ,3 94


R2 = 0,803
0,20

0,00
1 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05
T ar /T b h [K/K]

Figura 3.21: Coeficiente de transferência de massa função de Tar /Tbh e do caudal de


ar. 0, 4 < ṁag <0,8 kg / s, 10 < Tbh < 20 ◦ C, 15 < Tag,ent < 28 ◦ C.

50
3.7.1 Comparação com outras correlações

Para a torre de arrefecimento em estudo, Dext = 0, 01 mm, a = 25, 08 m−1e para


o caudal máximo de spray, Respray = 14, 33, a correlação de Mizushina et al., [4],
(equação 2.63) é expressa por:

αm = 0, 137(Gar )0,9 (3.22)

A correlação obtida pelos testes experimentais em função de Gar foi:

αm = 0, 064(Gar )0,81 (3.23)

As restantes correlações permanecem inalteradas.


Na figura 3.22 apresenta-se um gráfico que permite comparar as correlações dis-
poníveis com a correlação obtida experimentalmente. A correlação obtida encontra-se
relativamente próxima das correlações de Parker e Treybal, [9], e Niitsu, [10], [11],
[12]. A correlação de Mizushina e al., [4], apresenta valores superiores às restantes.

1000

Mizushina
Niitsu
Sh 100
Parker
Experimental

10
100 1000 10000 100000
Re ar

Figura 3.22: Comparação entre a correlação do coeficiente de transferência de massa


obtida experimentalmente neste trabalho com as correlações existentes.

51
3.8 Coeficiente de tranferência de calor entre a pa-
rede exterior do tubo e o spray
Erens, [23], propôs um método para determinar o coeficiente de tranferência de calor
entre a parede exterior do tubo e o spray. Consiste em fazer um teste sem circulação
de água dentro do feixe de tubos e por subtracção com um teste normal obter αspray .
Este método requer o aquecimento da água de spray, pelo que na torre em estudo se
torna impraticável.
A alternativa encontrada foi calcular o coeficiente de transferência de calor entre
a água e a superfície livre do spray, k, subtrair a condução na parede e a convecção
da água e finalmente obter αspray . Uma vez que a correlação de Dittus-Boelter, [20],
fornece resultados bastante precisos, a maior incerteza provém da obtenção de k.

1000

800 y = 700,32x 0,3584


R2 = 0,549
[(w/m 2K)]

600
spray

400

200

0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
(m /m max) spray

Figura 3.23: Coeficiente de tranferência de calor entre a parede exterior do tubo e o


spray, (ṁspray )máx = 1, 39.

No cálculo de k usa-se um balanço global e recorre-se à temperatura média loga-


rítmica. Dada a dificuldade em medir a temperatura na interface água/ar toma-se

52
Tspray em vez de Ti :

ṁag cpag (Tag,ent − Tag,sai ) = kA(∆T )ML (3.24)

Tag,sai − Tag,ent
(∆T )ML = (3.25)
ln Tag,ent
Tag,sai −Ti
 
−Ti

Na figura 3.23 apresenta-se o coeficiente de transferência de calor αspray em função


do caudal de água de spray. O máximo caudal de água de spray registado foi de
1, 39 kg / s. De notar que os resultados apresentados à esquerda (0, 1 < (m/mmax )spray <
0, 9) foram obtidos apenas com um ensaio, ao passo que os restantes, foram obtidos
com uma gama mais alargada de temperaturas de bolbo húmido.

3.8.1 Comparação com outras correlações

10000
[Wm -2ºC-1]

Mizushina
Niitsu
1000 Parker
Leidenfrost
spray

Experimental

100
0,1 1 10
Γ /Dext [kg m -2s -1]]

Figura 3.24: Comparação entre a correlação de αspray obtida experimentalmente com


as correlações existentes.

A correlação para o coeficiente de transferência de calor resultante dos testes ex-


perimentais em função de Γ
Dext é:
Γ
0.3584
αspray = 602, 15 (3.26)


Dext

53
Na figura 3.24 apresenta-se a comparação entre a correlação 3.26 e as correlações
publicadas.
Verifica-se que a correlação obtida experimentalmente subestima o coeficiente de
transferência de calor, relativamente às restantes correlações. Isto poderá ser conse-
quência duma deficiente distribuição da água de spray pelo feixe de tubos. Simulações
feitas em CFD (Computational Fluid Dynamics) para a torre em estudo, [24], mostram
haver tubos na parte inferior do feixe que se encontram parcialmente secos.

54
Capítulo 4

Resultados da Aplicação dos


Modelos

Os modelos simplificados apresentados no capítulo 2 serão validados neste capítulo


por comparação com resultados experimentais.
Apresenta-se também um estudo paramétrico, onde se observa como varia a efi-
ciência com os diversos paramêtros. Sempre que possível , este estudo é acompanhado
de resultados experimentais.
Para além das correlações experimentais, usam-se exclusivamente correlações de
Mizushina et al., [4], para o coeficiente de transferência de massa e calor. As correlações
de Mizushina são as mais utilizadas no dimensionamento de torres de arrefecimento,
por cobrirem um domínio mais largo de aplicação.

4.1 Comparação entre modelos


O modelo 2 foi implementado com número de nós fixo e igual a 13 (número de tubos
numa coluna +1).
No modelo 3, modelo de diferenças finitas, é possível variar o número de nós. Na
figura 4.1 apresenta-se um estudo da influência do número de nós no resultado final.
Acima de 25 nós a eficiência estabiliza. O número de nós adoptado nas simulações foi
de 50.

55
0,417

0,416

0,415

0,414
ε
0,413

0,412

0,411

0,410
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
nº de nós

Figura 4.1: Influência do numero de nós no cálculo com o Modelo 3. ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s e Tbh = 16 ◦C .

0,8

ε 0,6
Modelo 1
Modelo 2
0,4 Modelo 3
Modelo 4
Experimentais
0,2

0
0 0,5 1 1,5 2
-1
m ar [kg s ]

Figura 4.2: Comparação dos diversos modelos. Coeficiente de transferência de calor e


massa obtidos pelas correlações de Mizushina. ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s e
Tbh = 16 ◦C .

Na figura 4.2 apresenta-se a evolução da eficiência térmica avaliada com os diversos

56
modelos em função do caudal de ar. Usaram-se correlações de Mizushina et al. [4] para
a transferência de massa e calor. Como referência apresentam-se os valores resultantes
dos testes experimentais.
Há alguma discrepância entre resultados experimentais e resultados simulados. Os
modelos 1, 3 e 4 prevêem sensivelmente a mesma eficiência, embora o modelo 4 se
aproxime um pouco mais dos resultados experimentais. O modelo 2 fornece resultados
muito afastados dos resultados experimentais.
Com o intuito de investigar de onde provém o afastamento entre valores simulados
e experimentais, foram introduzidas nos modelos correlações para o coeficiente de
transferência de massa e de calor provenientes da análise experimental. De notar que
a correlação de Mizushina et al. [4] para o coeficiente de transferência de massa não é
válida para os valores mais baixos de caudal de ar.
Na figura 4.3 foi introduzido apenas o coeficiente de transferência de massa (equação
3.23) e na figura 4.4 utilizou-se também o coeficiente de transferência de calor (equação
3.26).

0,6

ε
0,4 Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
0,2 Experimentais

0
0 0,5 1 1,5 2
-1
m ar [kg s ]

Figura 4.3: Comparação dos modelos. Coeficiente de transferência de calor obtido


pela correlação de Mizushina. Coeficiente de transferência de massa obtido experi-
mentalmente (equação 3.23). ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s e Tbh = 16 ◦ C .

Com a introdução do coeficiente de transferência de massa experimental os modelos

57
0,6

ε
0,4 Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
0,2
Experimentais

0
0 0,5 1 1,5 2
m ar [kg s -1]

Figura 4.4: Comparação dos modelos. Coeficiente de transferência de massa e calor


obtidos experimentalmente.ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s e Tbh = 16 ◦C .

3 e 4 acompanham bem os resultados experimentais (Fig 4.3), mas quando se introduz


a correlação experimental para o coeficiente de transferência de calor estes modelos
subestimam a eficiência para valores de caudal de ar mais elevados (Fig 4.4).
O modelo 1 apresenta bons resultados e revela nas figuras 4.3 e 4.4 depender pouco
do coeficiente de transferência de calor. O modelo 2 só apresenta resultados aceitáveis
após a introdução das duas correlações experimentais.
Em suma, conclui-se que a introdução das correlações experimentais diminui a dis-
persão entre resultados numéricos e experimentais. Verifica-se também que o modelo
1, apesar de ser um dos mais simples em termos de cálculo, é o que prevê melhor a
eficiência térmica da torre de arrefecimento.

4.1.1 Estudo de sensibilidade relativamente aos coeficientes


de transferência de massa e calor

Para avaliar a influência dos coeficiente de transferência de massa e calor na eficiência


efectuou-se um estudo de sensibilidade.
Nas figuras seguintes apresenta-se a variação da eficiência relativamente aos dois
coeficientes.

58
1,8

1,6
∂ ε/ ∂ α m 1,4
1,2 Modelo1
1 Modelo2
0,8 Modelo3

0,6 Modelo4

0,4

0,2

0
0 0,5 1 1,5 2
m ar [kg s -1]

Figura 4.5: Variação da eficiência relativamente ao coeficiente de transferência de


massa, para vários caudais de ar.

6,E-04

5,E-04

4,E-04
Modelo 1
∂ ε/ ∂ α spray Modelo 2
3,E-04
Modelo 3
Modelo 4
2,E-04

1,E-04

0,E+00
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
m spray [kg/s]

Figura 4.6: Variação da eficiência relativamente ao coeficiente de transferência de


calor, αspray , para vários caudais de água de spray.

Como já tínhamos concluído em cima, a eficiência da torre de arrefecimento é muito


mais sensível à variação do coeficiente de transferência de massa do que à variação do
coeficiente de transferência de calor.
Se considerarmos um desvio de αm idêntico ao desvio máximo verificado entre
valores experimentais e a correlação 3.23 (∆αm ≃ 0, 16 - ver figura 3.20) obtemos

59
um desvio máximo na eficiência da ordem dos 11%. Trata-se de um desvio aceitável,
sobretudo se tivermos em consideração a dispersão existente entre as várias correlações
para o coeficiente de transferência de massa.
Se fizermos uma análise idêntica com a correlação 3.21, para o coeficiente de trans-
ferência de calor, αspray , obtemos um desvio na eficiência de 2, 6%. Isto porque a
eficiência é pouco sensível à variação deste coeficiente.
A figura 4.6 realça o que se concluiu na secção anterior: o modelo 1 é o menos
sensível à variação do coeficiente de transferência de calor.

4.2 Estudo paramétrico


Nesta secção observou-se o efeito na eficiência da temperatura da água de entrada,
caudal de spray e temperatura de bolbo húmido.
No estudo paramétrico usaram-se as correlações de tranferência de massa e calor
resultantes da análise experimental.

4.2.1 Temperatura da água de entrada

Na figura 4.7 apresenta-se a variação da eficiência com a variação da temperatura de


entrada da água avaliada pelos quatro modelos.
Para temperaturas de entrada próximas da temperatura de bolbo húmido verifi-
camos um crescimento acentuado da eficiência com a diminuição da temperatura de
entrada. Isto porque o denominador da função eficiência (equação 3.4) se aproxima de
zero. No entanto a potência dissipada decresce. Quando a diferença entre a temperatu-
ra da água de entrada e a temperatura de bolbo húmido for superior a 0, 5 ◦C podemos
considerar que a temperatura de entrada não afecta o comportamento térmico da torre
de arrefecimento.
Durante a estação de arrefecimento é muito difícil num sistema de tectos arrefecidos
que a água retorne do efifício a uma temperatura muito próxima da temperatura de
bolbo húmido, pelo que num sistema real a eficiência da torre será sempre independente
da temperatura de entrada da água.

60
0,8

0,7

0,6 Modelo 1
0,5 Modelo 2
Modelo 3
ε 0,4
Modelo 4
0,3

0,2

0,1

0
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Tag,ent [ºC]

Figura 4.7: Eficiência em função da temperatura de entrada. ṁar = 1, 7 kg / s, ṁag =


0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s e Tbh = 16 ◦C .

Recorda-se que na análise experimental se desprezou a variação da temperatura de


entrada da água. Na prática o erro cometido é insignificante, e mesmo que se verifiquem
temperaturas de entrada muito próximas da de bolbo húmido, as correlações obtidas
subestimam a capacidade de arrefecimento da torre - o que significa estar do lado da
segurança no dimensionamento.

4.2.2 Caudal de água de spray

Na figura 4.8 apresenta-se a eficiência em função do caudal de spray avaliada pelos


quatro modelos, comparada com resultados experimentais.
A eficiência avaliada pela análise experimental é mais sensível à variação do caudal
de spray do que a eficiência simulada.
Os modelos teóricos assumem que todo o feixe de tubos se encontra molhado,
pelo que aumentar o caudal de spray se traduz apenas em aumentar a película de
spray. Na análise experimental conseguimos prever se o feixe de tubos se encontra
completamente molhado. Assim, a zona inicial da curva experimental corresponde à
existência de tubos parcialmente secos.

61
0,30

0,25

0,20
Modelo 1
Modelo 2
ε
0,15 Modelo 3
Modelo 4

0,10 Experimentais

0,05

0,00
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50
m spray [kg/s]

Figura 4.8: Eficiência em função do caudal de spray. ṁar = 0, 6 kg / s, ṁag = 0, 8 kg / s,


e Tbh = 12, 6 ◦C .

4.2.3 Temperatura de bolbo húmido

0,35

0,30

0,25
Modelo 1
0,20 Modelo 2
ε Modelo 3
0,15 Modelo 4
Experimentais
0,10

0,05

0,00
10 12 14 16 18 20
Tbh [ºC]

Figura 4.9: Eficiência em função da temperatura de bolbo húmido. ṁar = 0, 6 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, e ṁspray = 1, 37 kg / s .

62
Na figura 4.9 apresenta-se a evolução da eficiência com o aumento da temperatura de
bolbo húmido avaliada pelos quatro modelos. Como referência apresentam-se resulta-
dos experimentais.
Os resultados simulados acompanham a evolução registada pelos testes experimen-
tais.

4.3 Evolução da temperatura dentro do feixe de


tubos
Os modelos 2 e 3 como são modelos detalhados, fornecem a evolução da temperatura
no feixe de tubos. No entanto só o modelo 3 calcula a evolução da temperatura em
função da área de transferência. No modelo 2 o domínio é dividido em incrementos de
temperatura de água iguais, mas sem qualquer referência ao ponto em que ocorrem.
Tal torna impossível o traçado de um perfil de temperatura, que só seria possível se
se conhecesse dAT C .
dTag

Nas secções seguintes apresenta-se a evolução da temperatura da água, do spray e


entalpia do ar ao longo do feixe de tubos avaliada pelo modelo 3. Usa-se a correlação
experimental para a transferência de massa (equação 3.23) e a correlação de Mizushina
[4] para a transferência de calor (equação 2.68), uma vez que esta é a combinação mais
eficaz para o modelo 3.

4.3.1 Temperatura da água

A figura 4.10 apresenta a evolução da temperatura da água. O modelo 3 acompanha


bem a forma como a temperatura da água evolui.

4.3.2 Temperatura da água de spray

A figura 4.11 descreve a evolução da temperatura de spray avaliada pelo modelo 3. A


temperatura de entrada da água de spray medida foi de 16.95o C.

63
19,2

18,8

18,4 Modelo 3

Tag [ºC]
Experimentais
18,0

17,6

17,2
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]

Figura 4.10: Evolução da temperatura da água dentro do feixe de tubos.


ṁar = 1, 7 kg / s, ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 39 kg / s e Tbh = 15, 6 ◦ C
(Tar = 16, 3 ◦ C, HR = 94%) .

17,6

17,5

17,4
Tspray [ºC]

17,3
Modelo 3
Experimental
17,2

17,1

17

16,9
0 2 4 6 8 10
2
ATC [m ]

Figura 4.11: Evolução da temperatura do spray avaliada pelo modelo 3.


ṁar = 1, 7 kg / s, ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 39 kg / s e Tbh = 15, 6 ◦ C
(Tar = 16, 3 ◦ C, HR = 94%) .

O modelo 3 sobrestima a temperatura de spray. De notar que a temperatura de


entrada da água de spray não é condição fronteira. A condição fronteira introduzida

64
é unicamente Tspray,ent = Tspray,sai .

4.3.3 Propriedades do ar

Na figura 4.12 apresenta-se a evolução das propriedades psicométricas do ar dentro


do feixe de tubos. Para melhor compreender os resultados, apresenta-se também a
evolução da temperatura da água, temperatura da água de spray e entalpia do ar
saturado à temperatura da água de spray.

23 80

22 75

HR [%] ou h [kJ/(kgºC)]
21 70

20 65 Tar
Tag
T [ºC]

19 60 Tspray
har
18 55 HR
har,Tspray
17 50

16 45

15 40
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]

Figura 4.12: Evolução do estado do ar avaliado pelo modelo 3. ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s, Tag,ent = 21 ◦ C e Tbh = 16 ◦C .

O arrefecimento do ar acontece porque este entra na torre mais quente do que a


água, transferindo assim calor sensível para o spray. No entanto, o calor latente trans-
ferido do spray para o ar supera o calor sensível e no balanço global há transferência
de calor do spray para o ar. Como se referiu no capítulo um, a força motriz para a
transferência combinada de calor e massa é a diferença entálpica.
Na figura 4.13 apresenta-se uma situação em que o ar entra na torre mais frio do
que a água e por consequência, aquece. Neste caso, o ar recebe calor sensível e latente
da água de spray.

65
21 90

20 80

HR [%] ou h [kJ/(kgºC)]
19 70
Tar
Tag
T [ºC] 18 60 Tspray
har
HR
17 50
har,Tspay

16 40

15 30
0 2 4 6 8 10
ATC [m 2]

Figura 4.13: Evolução do estado do ar avaliado pelo modelo 3. ṁar = 1, 7 kg / s,


ṁag = 0, 8 kg / s, ṁspray = 1, 37 kg / s, Tag,ent = 21 ◦ C e Tbh = 12, 8 ◦ C .

66
Capítulo 5

Conclusões

Neste capítulo resumem-se as principais conclusões do trabalho desenvolvido, sendo


ainda sugeridos possíveis trabalhos a efectuar na sua sequência.

5.1 Resumo do trabalho e principais conclusões


A ideia base deste trabalho, foi avaliar o potencial de arrefecimento de torres de ar-
refecimento de contacto indirecto, quando aplicadas a baixos níveis de temperatura de
entrada, compatíveis com sistemas de arrefecimento por tecto radiante.
Foram apresentados diversos modelos simplificados para o estudo do problema
em causa e paralelamente testou-se um protótipo duma torre de arrefecimento para
diferentes condições de funcionamento.
A eficiência térmica, parâmetro que expressa o comportamento da torre de arrefe-
cimento, foi avaliada variando as diversas variáveis independentes.
A variação da temperatura da água de entrada revelou, quer experimentalmente
quer através dos modelos simplificados, não influenciar a eficiência térmica da torre de
arrefecimento.
O aumento do caudal de água de spray aumenta a eficiência da torre. A partir
de 1kg / s a eficiência estabiliza, isto porque não se consegue molhar mais o feixe de
tubos. Apesar dos modelos preverem também um ligeiro acréscimo na eficiência com o
aumento do caudal de spray, a determinação do caudal óptimo só se consegue através

67
da análise experimental, uma vez que todos os modelos admitem tubos completamente
molhados.
A eficiência aumenta com o aumento de caudal de ar, mas diminui com o aumento
do caudal de água, uma vez que o gradiente térmico da água diminui. No entanto, a
potência dissipada aumenta com o aumento do caudal de água.
O aumento da temperatura de bolbo húmido é responsável por um aumento abso-
luto de 0, 8% na eficiência, por cada grau de aumento.
Obteve-se uma correlação que permite obter o comportamento da torre de arrefec-
imento para quaisquer condições de funcionamento, com um coeficiente de correlação
estimado em 91%.
Ao medir o caudal de ar através do conhecimento do campo de velocidades, concluiu-
-se que o escoamento de ar não é uniforme, o que explica a distribuição da temperatura
no feixe de tubos segundo a horizontal. A não uniformidade é devida à pequena di-
mensão da torre e tipo de ventilador usado, podendo ser reduzida com a introdução
de dispositivos orientadores do escoamento na zona de entrada.
Para as condições de funcionamento próximas das nominais, estima-se um COP (co-
efficient of performance) de 6, 2. Um valor bastante superior ao COP de uma máquina
de frio convencional, o que realça o interesse económico deste sistema.
O consumo de água de spray na torre de arrefecimento aumenta com o aumento do
caudal de ar e com a diminuição da humidade relativa do ar. Obteve-se um consumo
máximo de 9 g / s, que representa 0, 7% do caudal de spray.
Determinou-se experimentalmente o coeficiente de transferência de massa e com-
parou-se com o de outras correlações existentes na literatura. A correlação obtida
apresenta valores próximos das correlações de Parker e Treybal, [9], e Niitsu, [10], [11],
[12], mas está um pouco distante da correlação de Mizushina et al., [4]. Verificou-se
que o coeficiente de transferência de massa poderá depender, para além do caudal de
ar, da humidade relativa do ar.
O coeficiente de transferência de calor entre a parede exterior do tubo e o spray
apresenta valores abaixo do esperado por outros autores. Isto poderá ser resultado
de uma deficiente distribuição da água de spray por alguns tubos. No entanto, este

68
coeficiente desempenha pouca importância na determinação da eficiência.
A torre de arrefecimento foi também testada para o funcionamento sem água de
spray, obtendo—se um coeficiente global de transferência de calor inferior ao esperado,
dada a não uniformidade do caudal de ar.
Os modelos simplificados revelaram apresentar bons resultados após a introdução
do coeficiente experimental de transferência de massa. Verifica-se que o modelo 1, um
dos mais simples em termos de cálculo, é o que prevê melhor a eficiência térmica da
torre de arrefecimento.
No dimensionamento de torres de arrefecimento de contacto indirecto através de
modelos simplificados, é necessário ter algum cuidado na escolha do coeficiente de
transferência de massa a usar, uma vez que este parâmetro desempenha um papel
preponderante no resultado final. Correlações obtidas para torres de grande dimensão
ou para elevados caudais de ar não poderão ser extrapoladas para torres de menor
capacidade e dimensão.

5.2 Perspectivas de trabalhos futuros


Trabalhos futuros poderão debruçar-se sobre a redução da incerteza associada ao cálcu-
lo do coeficiente de transferência de massa. A dependência da humidade relativa do ar
poderá ser melhor esclarecida. Por outro lado, a obtenção experimental do coeficiente
através da noção de humidade absoluta média logarítmica, merece ser analisada. Para
isso será necessário adaptar a instalação experimental de forma a possibilitar medir
com rigor o estado do ar à saída da torre de arrefecimento.
Os modelos simplificados poderão servir-se de resultados da utilização de modelos
mais detalhados, do tipo CFD (computational fluid dynamics). Nestes modelos não
há recurso a correlações empíricas de transferência de massa e calor. As equações de
transporte são resolvidas numericamente obtendo-se o campo de velocidades, temper-
aturas e humidades.
Por outro lado, é necessária uma quantificação global do sistema de arrefecimento
composto pela torre de arrefecimento e tectos radiantes, em condições de funcionamen-

69
to dinâmicas. Tal exige a interligação de modelos da torre com modelos de simulação
de edifícios, usando como ”input” os dados climáticos relevantes. Só após uma simula-
ção global deste tipo será possível quantificar adequadamente as potencialidades deste
sistema, em termos energéticos e económicos.

70
Referências Bibliográficas

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[10] Y. Niitsu, K. Naito, and T. Anzai, Studies on Characteristics and Design Proce-
dure of Evaporative Coolers, Journal of SHASE 41(12) (1967).

[11] Y. Niitsu, K. Naito, and T. Anzai, Studies on Characteristics and Design Proce-
dure of Evaporative Coolers, Journal of SHASE 41(13) (1967).

[12] Y. Niitsu, K. Naito, and T. Anzai, Studies on Characteristics and Design Proce-
dure of Evaporative Coolers, Journal of SHASE 43(7) (1969).

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[22] A. Zaukauskas, Heat Transfer from Tubes in Cross Flow, Adv. Heat Transfer (8),
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[25] Hewlett-Packard, Hp 3497A Data Acquisition / Switch Unity, 1997.

73
Apêndice A

Equipamentos

A aquisição de dados é efectuada por um sistema de aquisição HP 34970A em conjunto


com um computador TOSHIBA 310CDS através do software HP VEE 5.0 (ver figura
A.1).
O controlo da potência de aquecimento do depósito é feito por 3 Thyristors, co-
mandados por um sinal de 0 a 10V proveniente do sistema de aquisição de dados.

Figura A.1: Sistema de aquisição e controlo.

Na tabela A.1 apresentam-se as características do equipamento de medida utilizado.

74
75
Apêndice B

Incertezas

B.1 Incerteza do caudal de ar


A irregularidade do perfil estima-se em 70%.
Incerteza do ponto de medida, τ U (U = 70%, 100pontos) = 7%.
Largura da conduta =595±1,5mm.
Comprimento da conduta =1200±1,5mm.
Incerteza de leitura, δ v = 0, 05 m / s.
Incerteza do anemómetro, δ G = 0, 2 m / s.
Incerteza da massa volúmica, τ ρ = 6% (considerando uma amplitude na tempera-
tura do ar de 12 a 30◦C, 75% de humidade relativa)

A incerteza do caudal de ar:

1, 5 1, 5 0, 1 0, 2
 2 2 2  2
τ ṁar = ± 72 + 100 + 100 + 100 + 100 + 62 = ±15%
  

1200 595 1, 9 1, 9
(B.1)

B.2 Incerteza da eficiência


A incerteza da eficiência foi calculada para um ponto genérico.
(Tag,ent = 18, 89 ◦ C, Tag,sai = 17, 39 ◦C, Tbh = 15, 6 ◦C (Tar = 16, 21 ◦ C, HR = 94, 04%),

76
ε = 0, 47)

B.2.1 Temperatura da água

As temperaturas Tag,ent e Tag,sai são medidas com sondas RTD que apresentam um erro
de ±0, 0025 ◦ C . O sistema de aquisição de dados, [25], apresenta um erro de ±0, 06 ◦ C
na leitura de temperaturas com sondas RTD. O erro total é ±0, 06 ◦C.
Então τ Tag,ent = 0, 32% e τ Tag,sai = 0, 35%.

B.2.2 Temperatura de bolbo húmido

A temperatura de bolbo húmido é calculada através do conhecimento da temperatura


do ar e humidade relativa. No cálculo da incerteza, despreza-se a incerteza associada
à pressão.

Temperatura do ar

A temperatura do ar é medida com um sensor que fornece uma saída em corrente, I,


de 4 a 20mA. A recta de ajuste é Tar = 3, 125I − 12, 5.
Esta medida acumula 3 erros:

• erro do sensor =±0, 4 ◦C

• erro de calibração =±0, 1%

• erro de leitura= ± I+ mA =⇒ ±0, 003 ◦ C, que engloba erro de medi-


 0,01 ,
0 004

100 100

da, comutação e conversão.

A incerteza da temperatura do ar é δ Tar = ± 0, 42 + 0,1×100 + 0, 0032 = ±



16,21 2
 

0, 4 ◦C

Humidade relativa

O sensor de humidade relativa à semelhança do sensor de temperatura do ar fornece


uma saída em corrente, I, de 4 a 20mA. A recta de ajuste é HR = 6, 25I − 25.
Esta medida acumula 3 erros:

77
• erro do sensor < ±2%

• erro de calibração =±2%

• erro de leitura=± I+ mA =⇒ ±0, 012%, que engloba erro de medida,


 0,01 ,
0 004

100 100

comutação e conversão.

A incerteza da humidade relativa é δ HR = ± 22 + 22 + 0, 0122 = ± 2, 83%




Estima-se uma incerteza na temperatura de bolbo húmido de ±0, 6 ◦C.

Então:

∂ε (18, 89 − 15, 6) − (18, 89 − 17, 39)


= = 0, 165
∂Tag,ent (18, 89 − 15, 6)2

∂ε 1
=− = −0, 304
∂Tag,sai 18, 89 − 15, 6

∂ε 18, 89 − 17, 39
=− = −0, 139
∂Tbh (18, 89 − 15, 6)2

A incerteza da eficiência resulta finalmente:

0, 6 × 100
 2
τε = (0, 165 × 0, 32) + (−0, 304 × 0, 35) + −0, 139 × = ±0, 55%

2 2

15, 6

78

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