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ENQUALAB 2004 – Encontro para a Qualidade de Laboratórios

1 a 3 de junho de 2004, São Paulo, Brasil

ENSAIO DE TRAÇÃO À TEMPERATURA AMBIENTE: DIRETRIZES PARA A


IMPLEMENTAÇÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO

Luiz Roberto Oliveira da Silva 1


1
Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro
Avenida Maracanã 229 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
luizrob@antares.com.br - tel: (21) 99714465

RESUMO: A aplicação do conceito de incerteza de desses limites. Ensaios sob condições controladas podem ser
medição já vem ocorrendo a um bom tempo nos laboratórios executados à temperatura de (23 ± 5) ºC.
de calibração brasileiros, tendo como referência vários guias
elaborados para tal finalidade no qual destacamos a Terceira Considerando a importância da estimativa da incerteza de
Edição Brasileira do ISO GUM [1], revisada e publicada medição em ensaios e as dificuldades encontradas nas
pelo INMETRO e a ABNT em agosto de 2003. Já no caso diversas áreas laboratoriais para a sua implementação, este
dos laboratórios de ensaios a estimativa da incerteza de trabalho procurará apresentar uma proposta para a sua
medição é recente, estimulada pelo INMETRO através da estimativa tomando como exemplo os ensaios de tração à
norma nº NIT-DICLA-033 [2] com a finalidade de atender a temperatura ambiente, pelo fato de ser o referido ensaio de
política de transição para a norma ISO/IEC 17025 [3]. ampla utilização na determinação de características
mecânicas importantes em materiais metálicos, tendo em
Considerando a importância da estimativa da incerteza de vista que a última edição da norma NBR ISO 6892 [4], de
medição em ensaios e as dificuldades encontradas nas novembro de 2002 referente a este ensaio, que substituiu a
diversas áreas da metrologia para a sua implementação, o norma NBR 6152:1992, chama a atenção para a necessidade
objetivo deste trabalho é o de apresentar uma proposta para da estimativa da incerteza de medição das propriedades
a sua estimativa tomando por base os ensaios de tração à mecânicas medidas neste ensaio, sem contudo definir de
temperatura ambiente, pelo fato de ser o referido ensaio de maneira objetiva uma metodologia para esta estimativa.
ampla utilização na determinação de importantes
características mecânicas em materiais metálicos, tendo em 2. METODOLOGIA
vista que a última edição da norma NBR ISO 6892 [4], de
novembro de 2002 referente a este ensaio, que substituiu a De acordo com o Vocabulário Internacional de Termos
norma NBR 6152:1992, chama a atenção para a necessidade Gerais e Fundamentais da Metrologia (VIM) [5], a incerteza
da estimativa da incerteza de medição das propriedades de medição é o parâmetro, associado ao resultado de uma
mecânicas medidas neste ensaio, sem contudo definir de medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem
maneira objetiva uma metodologia para esta estimativa. ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando, dentre
muitas razões para a sua avaliação em ensaios destacamos:
1. INTRODUÇÃO
• A incerteza de medição é a
A aplicação do conceito de incerteza de medição já vem expressão quantitativa da
ocorrendo a um bom tempo nos laboratórios de calibração qualidade do ensaio;
brasileiros, tendo como referência vários guias elaborados
para tal finalidade no qual destacamos a Terceira Edição • A expressão da incerteza do
Brasileira do ISO GUM, revisada e publicada pelo resultado de um ensaio permite a
comparação realística dos dados de
INMETRO e a ABNT em agosto de 2003 [1]. Já no caso dos diferentes laboratórios ou a
laboratórios de ensaios a estimativa da incerteza de medição comparação frente a valores de
é recente, estimulada pelo INMETRO através da norma nº referência. Este tipo de
NIT-DICLA-033 [2], com a finalidade de atender a política informação pode, muitas vezes,
de transição para a norma ISO/IEC 17025 [3]. prevenir repetições desnecessárias
dos ensaios;
O ensaio de tração de materiais metálicos à temperatura
ambiente consiste em solicitar o corpo de prova com esforço • A incerteza do ensaio pode ser
necessária ao cliente, quando
de tração, geralmente até a ruptura, com o propósito de se estiver avaliando os resultados,
determinar uma ou mais das propriedades mecânicas do como por exemplo, a comparação de
material. O ensaio deve ser realizado à temperatura resultados de ensaios em
ambiente, entre 10 ºC e 35 ºC, salvo se especificado fora diferentes amostras pode indicar
que as diferenças obtidas podem
simplesmente ser atribuída às A avaliação da incerteza dos resultados do ensaio de tração
incertezas das medições; depende de vários parâmetros que podem ser separados em
duas categorias:
• A avaliação da incerteza de
medição pode indicar oportunidades
de melhorias em determinados 1. Parâmetros metrológicos, tais como as classes da
aspectos do ensaio, uma vez que máquina de ensaios e do extensômetro e a incerteza
ela envolve a análise das fontes das medições das dimensões do corpo de prova;
que influenciam no resultado da
medição. 2. Parâmetros do material e do ensaio, tais como a
É importante destacar que a norma NBR natureza do material, a geometria e preparação do
ISO/IEC 17025:2001 difere entre a
avaliação e o relato da incerteza de corpo de prova, a velocidade do ensaio, a
medição. Ela estabelece que o relato da temperatura, a aquisição de dados e as técnicas de
incerteza em um relatório de ensaio é análise.
necessário quando informações sobre ela
são relevantes para a validade ou a Levando em conta as questões expostas propomos a
aplicação dos resultados dos ensaios, seguinte metodologia para a avaliação da incerteza no ensaio
quando o cliente solicitar ou quando a de tração à temperatura ambiente, levando em consideração,
incerteza afetar a conformidade com
relação a limites de especificação. pelo menos, as componentes de incerteza apresentadas neste
A avaliação da incerteza de medição é trabalho, o que não quer dizer que não possam constar do
necessária para as calibrações e para os cálculo de incerteza do laboratório outras fontes que sejam
ensaios. A complexidade dos diferentes necessárias, dependendo dos casos em questão.
tipos de ensaios pode determinar graus
de rigor diferentes na avaliação da Os cálculos e a expressão das incertezas
incerteza. Esta estimativa pode levar em de medição referentes aos ensaios
consideração a experiência prévia do realizados pelos laboratórios podem ser
laboratório, utilizando dados oriundos elaborados e implementados de acordo com
da validação de métodos, cartas de os princípios estabelecidos no documento
controle, ensaios de proficiência e “ Versão Brasileira do Documento de
outros. Referência EA-4/02 de janeiro de 1999”
[6].
3. DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA
AVALIAÇÃO DA INCERTEZA
4. RESULTADOS

4.1 – Parâmetros independentes do material:

Tabela 1 – Componentes de incerteza a serem considerados no ensaio de tração à temperatura ambiente

Componentes de Causa Método de Avaliação Distribuição de Divisor apropriado


Incerteza probabilidade
Exatidão limitada na Importada do Certificado Fator de abrangência
Incerteza herdada da calibração. de Calibração da Máquina “k” declarado no
calibração da Incerteza de medição de Ensaios Mecânicos Normal Certificado de
máquina de ensaios na calibração do como uma incerteza Calibração da
padrão. expandida (U95%). Máquina de Ensaios
Mecânicos
Exatidão limitada na Importada do Certificado Fator de abrangência
Incerteza herdada da calibração. de Calibração do “k” declarado no
calibração do Incerteza de medição Extensômetro como uma Normal Certificado de
Extensômetro na calibração do incerteza expandida Calibração do
padrão. (U95%). Extensômetro
Exatidão limitada na Importada do Certificado Fator de abrangência
Incerteza herdada da calibração. de Calibração do “k” declarado no
calibração do Incerteza de medição Paquímetro como uma Normal Certificado de
Paquímetro na calibração do incerteza expandida Calibração do
padrão. (U95%). Paquímetro
Para instrumentação
Digital: valor do último
Valor de uma divisão dígito significante
Resolução da de escala ou Para instrumentação
Máquina de Ensaios capacidade de analógica: valor de uma Retangular 3
Mecânicos (MEM) interpolação limitada divisão de escala,
da MEM capacidade de interpolação
do operador ou valor de
uma divisão do nônio
Para instrumentação
Digital: valor do último
Valor de uma divisão dígito significante
Resolução do de escala ou Para instrumentação
Paquímetro capacidade de analógica: valor de uma Retangular 3
interpolação limitada divisão de escala,
do Paquímetro capacidade de interpolação
do operador ou valor de
uma divisão do nônio
4.2 – Parâmetros dependentes do material:

Tabela 2 – Componentes de incerteza a serem considerados no ensaio de tração à temperatura ambiente

Componentes de Causa Método de Avaliação Distribuição Divisor apropriado


Incerteza de
probabilidade
A função estatística
Desvio padrão Natureza do material utilizada para sua
experimental da ensaiado caracterização é o desvio Normal n
média padrão amostral s(xk) dos n
valores que compõem a
série de medições
Para instrumentação
Digital: valor do último
dígito significante
Geometria e Manipulação do Para instrumentação
preparação do corpo corpo de prova analógica: valor de uma Retangular 3
de prova divisão de escala,
capacidade de interpolação
do operador ou valor de
uma divisão do nônio
Velocidade de Sensibilidade Valores tabelados nas
tensionamento do dependente da tabelas J.2 e J.3 da norma Retangular 3
material natureza do material NBR ISO 6892:2002
ensaiado
∆L = L.α.∆t, onde:
∆L = Dilatação linear do
material;
Limites de α = coeficiente de dilatação
Temperatura do temperatura térmica do material; Retangular 3
ensaio estabelecidos pelo ∆t = afastamento máximo
laboratório da temperatura ambiente
em relação a temperatura
de referencia para o ensaio.
5. CONCLUSÃO

Foi apresentada uma proposta de política de implementação


da avaliação da incerteza de medição associada aos
resultados das propriedades mecânicas resultantes do ensaio
de tração à temperatura ambiente através de uma planilha de
cálculo já consagrada em diversos documentos, como por
exemplo a “ Versão Brasileira do Documento
de Referência EA-4/02. Deve-se notar que
as incertezas calculadas podem
necessitar de modificações para incluir
por exemplo o coeficiente de
sensibilidade de acordo com a Terceira Edição
Brasileira do ISO GUM, revisada e publicada pelo
INMETRO e a ABNT em agosto de 2003. Em adição,
existem outros fatores que podem afetar as medições das
propriedades à tração, tais como a flexão e a forma de
fixação do corpo de prova, ou a forma de controle da
máquina de ensaio, como por exemplo o controle da força
do cabeçote, que podem afetar as medições das propriedades
à tração. Entretanto desde que não exista uma quantidade de
dados suficientes ou de dados disponíveis por ocasião do
ensaio, não é possível incluir estes efeitos na planilha
apresentada. Deve-se reconhecer que a proposta aqui
apresentada não é definitiva, mas um passo nesta direção
tendo em vista que a falta de um plano de ação neste sentido
é considerada uma não conformidade para os laboratórios
que realizam este tipo de ensaio.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] – Guia para a Expressão da Incerteza de Medição -


Terceira Edição Brasileira do ISO GUM em língua
portuguesa - Rio de Janeiro: ABNT, INMETRO, 2003;
[2] – Norma nº NIT – DICLA – 033 – Política para a
implementação da estimativa de incerteza de medição em
laboratórios de ensaio – Rio de janeiro: INMETRO, 2003;
[3] - Norma NBR ISO/IEC 17.025 – Requisitos Gerais para
a Competência de laboratórios de Calibração e Ensaios,
Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro,
2001.
[4] – Norma Brasileira NBR ISO 6892 – Materiais metálicos
– Ensaio de Tração à temperatura ambiente – Rio de Janeiro:
ABNT (2002);
[5] – ISO/IEC/OIML/BIPM (1993) – Vocabulary of basic
and general terms in metrology, International Organization
for Standardization (Genebra, Suíça) – (INMETRO, 1995 –
Portaria 029, de 10/03/1995).
[6] – “ Versão Brasileira do Documento de
Referência EA-4/02” - Expression of Uncertainty
of Measurements in Calibration – INMETRO, Rio de
Janeiro, 1999.

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