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PORTUGUÊS 9.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO N.

O 5

ESCOLA________________________________________________ DATA ___/ ___/ 20__

NOME________________________________________________ N.O____ TURMA_____

GRUPO I
Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Texto A
Nuno Júdice: “Quando acabo um poema, não sei muito bem o
que escrevi”

Estudava Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa quando em março de 1972 e


em junho de 1973 via editados os primeiros livros de poesia. A noção de poema e Crítica
doméstica dos paralelepípedos, então publicados na coleção Cadernos de Poesia da Dom
Quixote, têm nova edição, distante dos tempos em que o premiado autor assinava como John
5 Seablood, um fervoroso das histórias de terror e vampiros.

Era fã do género de terror?


Sim, de Bram Stoker1, H.P. Lovecraft1. É um tipo de literatura que hoje já não me provoca o
mesmo fascínio; é uma relação que de certo modo hoje se reconciliou em mim. Essa relação
com os temas mais negros.

10 A reconciliação é fruto da idade?


Sim, também era o ambiente da altura. Tínhamos a ditadura, havia um tipo de vida que hoje
não há, apesar de haver outros problemas, mas o ambiente é muito menos opressivo. Falar
desse lado noturno era uma forma de exprimir a negatividade de quem vivia nessa época.
Hoje já não há censura, há uma libertação muito maior da escrita, e do pensamento sobre as coisas.

15 Que títulos começou por ler?


A [coleção] Biblioteca dos rapazes, o Tintim, toda aquela literatura para adolescentes. Foi
muito importante porque abriu um imaginário ligado à viagem, com o [Robert Louis]
Stevenson, o Júlio Verne, que era uma forma de fuga ao mundo muito fechado daquele
tempo. Estávamos fechados em Portugal. Era difícil viajar, sair das fronteiras. Só através da
20 imaginação era possível essa fuga.

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Nasceu na Mexilhoeira Grande. A poesia coincide ainda com os tempos de Algarve?


Não, vivia em Lisboa. Em casa dos meus pais havia Álvaro de Campos, Antero de Quental,
António Nobre, Cesário. Pude muito facilmente ter acesso a esses livros, acho que desde que
aprendi a ler. Na escola também esse contacto com a poesia era comum. Senti-me motivado
25 desde muito cedo.

Saiu do Algarve com que idade?


Com quatro anos. Os meus avós viviam lá; ia ao Algarve sempre que havia férias. A relação
com a Natureza, com o mar, sempre foi muito presente na minha vida. Os meus pais viviam
em Lisboa, mas a minha mãe era de lá.

30 Diz que descobre a sua voz pelos 17 anos. Como se dá essa descoberta?
Quando se começa a escrever e há um momento em que se encontra qualquer coisa que não
se reconhece noutros. Foi no fim do liceu, até porque estava numa turma com muita gente
que escrevia. Trocávamos poemas. A poesia na época estava muito marcada por um lirismo
que vinha do século XIX. Líamos coisas muito recentes, e foi a partir dessa troca de opiniões
35 que encontrámos uma voz própria.

In Jornal Sol, edição online – https://sol.sapo.pt/artigo/403617/nuno-j-dice-quando-acabo-um-poema-nao-sei-


muito-bem-o-que-escrevi (acedido em 23.04.2018, texto com supressões)

VOCABULÁRIO

1
autores do género de terror.

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1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada,
de acordo com o sentido do texto.
1.1. Na expressão “os temas mais negros” (linha 9), a palavra “negros” poderá ser
substituída por
(A) pretos.
(B) escuros.
(C) tristes.
(D) sombrios.

1.2. O gosto de Nuno Júdice pela literatura de terror teve a ver com
(A) o facto de, na altura, ser ainda adolescente.
(B) o regime ditatorial da época.
(C) os problemas pessoais do escritor.
(D) o ambiente opressivo em casa.

1.3. Nuno Júdice começou por ler literatura de viagens juvenil, porque
(A) adorava conhecer novas terras.
(B) era a única forma de se evadir de Portugal.
(C) em Portugal, apenas se lia estas obras.
(D) eram as únicas obras na biblioteca.

1.4. Nuno Júdice sentiu-se “motivado desde muito cedo” (linhas 24-25) para
(A) aprender a ler.
(B) conviver com pessoas diferentes.
(C) ler poesia.
(D) ir à escola.

1.5. Na frase “Líamos coisas muito recentes, e foi a partir dessa troca de opiniões
que encontrámos uma voz própria” (linhas 34-35) a palavra “voz” significa
(A) expressão.
(B) marca.
(C) fala.
(D) língua.

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Texto B
Lê o poema de Nuno Júdice. Caso necessário, consulta o vocabulário.

Escola

O que significa o rio,


a pedra, os lábios da terra
que murmuram, de manhã,
o acordar da respiração?

5 O que significa a medida


das margens, a cor que
desaparece das folhas no
lodo de um charco1?

O dourado dos ramos na


10 estação seca, as gotas
de água na ponta dos
cabelos, os muros de hera?

A linha envolve os objetos


com a nitidez abstrata
15 dos dedos; traça o sentido
que a memória não guardou;

e um fio de versos e verbos


canta, no fundo do pátio,
no coro de arbustos que
20 o vento confunde com crianças.
VOCABULÁRIO
1
pântano; lodaçal; lameiro.
2
A chave das coisas está mal-entendido; erro; confusão;
engano.
no equívoco2 da idade, na 3
aquilo que apresenta a forma de
sombria abóbada3 dos meses, uma superfície côncava.

no rosto cego das nuvens.

In Meditação sobre Ruínas, Nuno Júdice.


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2. Delimita os dois momentos que constituem o poema.


Justifica a tua resposta.

3. Demonstra que a Natureza é o tema comum às questões das três primeiras


estrofes.

4. Transcreve da quinta estrofe uma personificação e comenta o seu valor


expressivo.

5. Atenta na última quadra.


5.1. Comprova que o sujeito poético não obtém uma resposta objetiva para a
“chave das coisas”.

6. Relaciona o título do poema com o seu conteúdo temático.

GRUPO II

1. Associa a palavra sublinhada nas frases da coluna A à classe e subclasse que lhe
correspondem na coluna B.

COLUNA A COLUNA B
(A) O terror é um tipo de literatura que já não
(1) Conjunção subordinativa completiva.
fascina Nuno Júdice.
(B) O poeta admitiu que a ditadura (2) Conjunção subordinativa comparativa.
influenciou as suas leituras na
(3) Conjunção subordinativa consecutiva.
adolescência.
(C) Portugal é menos opressivo que na
(4) Conjunção subordinativa causal.
adolescência do poeta.
(D) Ele optou por escrever poesia que era (5) Pronome relativo.
mais do seu agrado.

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2. Para responderes a cada item (2.1. a 2.3.), seleciona a opção que completa cada
afirmação.

2.1. A palavra “ramo” estabelece com a palavra “árvore” a mesma relação


semântica que
(A) “janela” estabelece com “casa”.
(B) “hera” estabelece com “planta”.
(C) “felino” estabelece com “gato”.
(D) “esposa” estabelece com “mulher”.

2.2. A frase que contém uma oração subordinada adverbial temporal é


(A) Durante a adolescência, Nuno Júdice passava férias com os avós.
(B) Nuno Júdice ia ao Algarve sempre que havia férias.
(C) Desde que tivesse férias, Nuno Júdice ia ao Algarve.
(D) Dado que os avós viviam no Algarve, Nuno Júdice passava lá as férias.

2.3. A frase em que a palavra “mal” é um advérbio é


(A) Nuno Júdice ia ter com os avós no Algarve mal ficava de férias.
(B) Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe.
(C) Nuno Júdice mostra-nos como se vivia mal durante a ditadura.
(D) Na ditadura, há uma luta constante entre as forças do bem e do mal.

3. Reescreve as frases a seguir apresentadas, substituindo a expressão sublinhada


por um pronome pessoal adequado.
a) “Quando acabo um poema, não sei muito bem o que escrevi”.
b) Nuno Júdice escreveria histórias de terror se gostasse do género de terror.
c) “Líamos coisas muito recentes” (linha 34).

4. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões sublinhadas nos


versos a seguir transcritos.
a) “traça o sentido / que a memória não guardou” (versos 15-16).
b) “A chave das coisas está / no equívoco da idade” (versos 21-22).

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GRUPO III

Ser poeta é partilhar com o outro os sentimentos guardados no coração.

Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 180 e um máximo de 240


palavras, que pudesse ser publicado num jornal escolar, em que defendas a afirmação
anterior.
Lembra-te de que deves escrever a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão.
Apresenta, no mínimo, dois (2) argumentos que sustentem a tua posição.

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COTAÇÃO DO TESTE
GRUPO I GRUPO II GRUPO III
1.1. ….......... 4 pontos 1. ....................... 4 pontos  Tema, género e extensão do texto
1.2. ….......... 4 pontos 2.1. .................... 2 pontos  Coerência e pertinência da informação
1.3. ….......... 4 pontos 2.2. .................... 2 pontos  Estrutura e coesão
1.4. ….......... 4 pontos 2.3. .................... 2 pontos  Morfologia e sintaxe
1.5. ….......... 4 pontos 3. ....................... 6 pontos  Ortografia
2. …............. 6 pontos 4. ....................... 4 pontos  Repertório vocabular
3. …............. 6 pontos
4. …............. 6 pontos
5.1. ….......... 6 pontos
6. …............. 6 pontos
_________ ___________ _____________
50 pontos 20 pontos 30 pontos
TOTAL: 100 pontos

CENÁRIOS DE RESPOSTA DO TESTE

ITENS DE RESPOSTA
Grupo I – Textos A e B COTAÇÕES
1.1. (D); 1.2. (B); 1.3. (B); 1.4. (C); 1.5. (A) 4x5=20
…………………………………………………………………………………….................... …….……
2. Nas três primeiras estrofes do poema, o sujeito poético interroga-se sobre o
significado das “coisas”; nas três últimas, procura responder às suas interrogações. 4+2*=6
…………………………………………………………………………………….................... …….……
3. Ao longo das três primeiras quadras, o sujeito poético questiona-se sobre o “rio”, a
“pedra”, os “lábios da terra”, a “medida / das margens”, a cor das “folhas / no lodo de
um charco”, a mudança de tonalidade dos “ramos na / estação seca”, “as gotas / de 4+2*=6
água”, os “muros de hera“, ou seja, diversos elementos da Natureza.
…………………………………………………………………………………….................... …….……
4. A personificação “no coro de arbustos que / o vento confunde com crianças.” salienta
a ideia de que a Natureza partilha o som das crianças que a memória do sujeito
poético “não guardou”. 4+2*=6
……………………………………………………………………………………....................
5.1. A resposta às questões iniciais do sujeito poético assume um caráter subjetivo, na …….…..
medida em que reside num “equívoco da idade”, sem conseguir revelar-se na
“sombria abóbada dos meses” e no “rosto cego das nuvens”. Por outras palavras, é 4+2*=6
na ambiguidade, na escuridão e na ignorância que se mantém a “chave das coisas”.
…………………………………………………………………………………….................... …….……
6. A escola é um local de partilha de conhecimentos e, na primeira parte do poema, o
sujeito poético coloca sucessivas questões, cuja resposta procura conhecer na 4+2*=6
segunda parte do poema. Também, aqui, o sujeito poético refere-se ao “fio de
versos e verbos“ cantados pelas “crianças”, “no fundo do pátio”, sugerindo a
presença destas na “Escola”.

* Conteúdo + forma (para todas as situações assinaladas com sinal +)

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Grupo II – Gramática

1. (A)–(5); (B)–(1); (C)–(2); (D)–(4). 1x4=4


…………………………………………………………………………………….................... …….....….….
2.1. (A) 2
…………………………………………………………………………………….................... …….….….....
2.2. (B) 2
…………………………………………………………………………………….................... …….….….....
2.3. (C) 2
…………………………………………………………………………………….................... …….….….....
3. a) Quando o acabo, não sei muito bem o que escrevi.
b) Nuno Júdice escrevê-las-ia se gostasse do género de terror. 2x3=6
c) Líamo-las [...].
…………………………………………………………………………………….................... …….….….....
4. a) Sujeito. 2x2=4
b) Predicativo do sujeito.

Grupo III – Escrita

Na redação do texto, o aluno deverá:


– escrever um texto de opinião;
– cumprir as instruções fornecidas relativamente ao género textual e à extensão
do texto;
– produzir um discurso coerente do ponto de vista da informação fornecida e da 30
progressão textual;
– usar adequadamente parágrafos, marcadores do discurso e pontuação;
– utilizar vocabulário adequado, pertinente e variado;
– escrever com correção ortográfica e morfossintática.

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