Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Ambientes
Andiara Valentina de Freitas e Lopes
Sadi Silva Seabra Filho
Professor Autor
Andiara Valentina de Freitas e Lopes
Sadi Silva Seabra Filho
Design Instrucional
Deyvid Souza Nascimento
Maria de Fátima Duarte Angeiras
Renata Marques de Otero
Terezinha Mônica Sinício Beltrão
Diagramação (2.ed.)
Ana Cristina do A. e S. Jaeger
Coordenação
Sadi Silva Seabra Filho
Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Maio, 2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
L864c
Lopes, Andiara Valentina de Freitas e.
Cor, Forma e Composição em Ambientes: Curso Técnico em Design de Interiores: Educação
a distância / Andiara Valentina de Freitas e Lopes, Sadi Silva Seabra Filho. – 2.ed. – Recife: Escola
Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 2019.
88p.: il.
CDU – 744.42
3
2.3.2 Forma e espaço ..................................................................................................................................... 51
2.3.5 Formas................................................................................................................................................... 54
3.2.1 Cor Primária, Cor Secundária, Síntese Aditiva e Síntese Subtrativa ..................................................... 74
4
3.4.3 O significado das cores .......................................................................................................................... 82
Conclusão ............................................................................................................................................. 86
Referências ........................................................................................................................................... 87
5
Introdução
Olá cursista,
Seja bem-vindo (a) à disciplina Cor, Forma e Composição em Ambiente. Este é o seu
caderno da disciplina.
Neste caderno, vamos estudar o que é forma e Gestalt da forma, composição da forma e
cor. O caderno possui três competências, cada uma delas é essencial para dar base à formação como
Técnico com Design de Interiores. Aqui você vai aprender técnicas de composição da forma que vão
enriquecer seu repertório e sua criatividade.
O objetivo deste caderno é prepará-lo para o tema principal do curso que é o Design de
Interiores. Isso porque precisamos entender como trabalhar com as formas e cores para utilizá-las no
nosso processo criativo profissional. É fundamental compreender os processos de Gestalt da forma,
composição da forma e conhecer as cores e sua relação com as emoções para podermos compor um
repertório sólido e profundo que vai nos possibilitar utilizar todo esse conhecimento durante nossa
vida profissional.
Nós, os autores, somos fãs desse assunto e adoramos poder ensinar e aprender junto com
você, compartilhando conhecimento e aprendizado durante esse processo.
Bons estudos!
6
Competência 01
Percepção
s.f.Impressão; capacidade para discernir; juízo consciencioso acerca de algo ou alguém: é
necessário entender a percepção do certo e do errado. Assimilação ou compreensão feita através
dos sentidos ou da inteligência: percepção do sofrimento; percepção do clima.
[Por Extensão] Intuição geralmente de teor moral: percepção entre o bem e o mal.
[Por Extensão] Avaliação sobre coisas ou seres a partir de um julgamento ou opinião.
Ação ou efeito de perceber. (Etm. do latim: perceptio.onis)
Fonte: www.dicio.com.br/percepcao/
7
Competência 01
Conforme a definição vista acima, a palavra percepção está ligada aos sentidos e à
inteligência. Vamos lembrar um pouco dos sentidos que temos? O espectador é o sujeito da ação de
perceber, para isso ele utiliza os cinco sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. Nas figuras
1.1.a., 1.1.b., 1.1.c., 1.1.d. e 1.1.e. que estão abaixo temos algumas imagens referentes aos nossos
sentidos.
8
Competência 01
Deixando mais claro! Para essa disciplina, pelo fato de estarmos trabalhando com
composição, cor e forma, faz-se absolutamente necessário compreendermos a Percepção, e
especialmente a Percepção Visual. Dessa forma, o sentido da visão será mais destacado ao longo
desse curso.
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à primeira videoaula que mostra a importância
do conteúdo dessa disciplina para a formação de um Designer de Interiores.
Quando falamos de percepção visual e visão, existe uma clara relação entre o observador
e a imagem. Ou ainda, entre o espectador e a imagem observada. Por um lado, temos o observador,
que é um indivíduo que está em contato com o mundo, estabelecendo uma relação com a realidade
a sua volta. Esse indivíduo não está isolado, apenas observando as situações. Por outro lado, temos
a imagem que, por sua vez, possui características próprias.
Imagem também é outra palavra que vamos trabalhar bastante ao longo do curso. A
figura 1.1.f. abaixo mostra que essa relação não é uma via de mão única, mas sim uma via de duas
mãos, na qual observador e imagem se influenciam mutuamente. Através da percepção, um indivíduo
organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio.
9
Competência 01
ESTÍMULO
OBSERVADOR IMAGEM
SENTIDOS
10
Competência 01
O que podemos concluir disso? Que apesar de estarmos trabalhando com imagens iguais,
elas não vão significar sempre a mesma coisa. Dependendo da sequência que as dispomos o conjunto
de imagens vai adquirir significados diferentes. Isso acontece porque a nossa percepção também
funciona através de um ordenamento e, além disso, esse exemplo nos mostra que não percebemos
as coisas de forma isolada, mas sim dentro de um contexto.
Para se pensar! Pense que o estímulo à percepção pode ser múltiplo e, além disso, uma
mesma situação pode ser interpretada de forma diferente por pessoas diferentes, ou até mesmo pela
mesma pessoa. Por exemplo: se você estiver de bom humor, feliz da vida ao assistir um filme com os
amigos, você vai se divertir ou se emocionar, se for um drama. Mas se você assistir ao mesmo filme
em outro dia em que esteja triste ou tenha passado recentemente por uma situação semelhante, ou
que esteja sozinho, você provavelmente vai reagir diferente, pode até chegar às lágrimas. Pense
nisso!
11
Competência 01
Dessa forma, descobrimos que o sujeito responde ativamente ao estímulo, não sendo
apenas um mero observador da situação. No mundo atual, cada pessoa está sujeita a uma quantidade
enorme de estímulos. Vai depender das condições físicas, psicológicas e emocionais de cada pessoa
como ela irá perceber compreender e interpretar esses estímulos. Além disso, cada pessoa tem
expectativas e necessidades diferentes das outras pessoas e isso interfere na escolha de quais
estímulos serão percebidos.
Por exemplo: o tamanho da imagem de um objeto na retina varia de acordo com a nossa
distância desse objeto. Mas, mesmo percebendo um mesmo objeto a distâncias diferentes o cérebro
consegue perceber qual é o seu “verdadeiro” tamanho. Por que isso acontece? Cabe ao cérebro
extrair as características constantes e invariantes dos objetos mesmo diante das características
mutáveis que recebe.
12
Competência 01
Videoaula!
Vamos testar o seu cérebro?
Agora dê uma pausa na leitura e assista à segunda videoaula que mostra duas ilusões de
ótica.
Pesquisa na web!
Pesquise sobre Joseph Plateau, sábio Belga que ficou cego por observar diretamente
o sol.
13
Competência 01
A distribuição no espaço é a percepção dos limites dos objetos ou imagens, esses limites
são as bordas visuais. O nosso olho percebe as bordas visuais. Mas o que são bordas visuais? São os
limites das superfícies dos objetos. Vejamos a figura abaixo:
Figura 1.2.c.
Fonte: Os autores
Descrição: Quadrado branco em um fundo preto. Na sequência, quadrado preto em um fundo branco.
Ambos os quadrados têm o mesmo tamanho, mas o quadrado branco parece ser maior.
Isso acontece porque mudamos o pano de fundo que contrasta com a figura destacada, o quadrado.
A luz é fundamental para a visão. Os olhos captam tanto os raios de luz que podem ser
emitidos por fontes luminosas, como o sol ou uma lâmpada; como captam a luz que é refletida pelos
mais diversos objetos. Agora, vamos falar simplificadamente como funciona nosso olho. O olho
humano é um globo. Possui formato aproximadamente esférico com diâmetro em torno de dois
centímetros e meio. Observe a figura abaixo.
14
Competência 01
No olho, os raios luminosos atravessam a córnea, que funciona como uma lente e focaliza
as imagens. Os raios de luz passam pelo humor aquoso, que separa a córnea da íris. A íris é o círculo
colorido do olho, é um músculo, e no centro da íris está a pupila, que é uma abertura por onde entra
a luz. A íris se contrai quando há muita luz no ambiente onde estamos e se distende quando há pouca
luz. A íris regula o tamanho da pupila para evitar a entrada excessiva de luz no interior do olho. Atrás
da pupila, há uma lente transparente, chamada cristalino. O cristalino focaliza a imagem sobre a
retina, uma membrana muito sensível à luz que existe no fundo do olho. Os raios luminosos entram
nos olhos de forma paralela. O papel do cristalino é fazê-los convergir, isto é, dirigi-los para um
mesmo ponto sobre a retina. A imagem será formada invertida e de cabeça para baixo. Mas a imagem
não fica invertida, no cérebro elas se formam corretamente.
15
Competência 01
A figura acima mostra como a imagem se forma na retina. A retina é a fonte principal de
dados para a visão. Mas o que nós vemos é uma representação “virtual” 3D da cena em frente a nós.
Não vemos uma imagem física do mundo, vemos objetos. O que vemos não é a imagem na nossa
retina, é uma imagem tridimensional criada no cérebro, com base na informação sobre as
características que encontramos, mas também com base nas nossas percepções e julgamentos sobre
o que estamos vendo.
Então, o que vemos é sempre uma ilusão? De certa forma sim! Porque a visão é um
processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas
memórias. As informações que temos armazenadas em nosso cérebro influenciam o modo como
percebemos os objetos e suas características. A interpretação do que vemos no mundo exterior é
uma tarefa muito complexa. Já se descobriram mais de 30 áreas diferentes no cérebro usadas para o
processamento da visão. O nosso sistema visual e o nosso cérebro tornam as coisas mais simples do
que aquilo que elas são na realidade. Essa simplificação por um lado nos permite uma apreensão mais
rápida, embora imperfeita, do mundo, mas por outro dá origem às ilusões de ótica. Veremos esse
assunto ainda neste capítulo.
Você sabia?
Nós não vemos as imagens que se formam na nossa retina.
Por quê? Porque a imagem
que se forma na nossa retina é apenas a primeira etapa do processo de visão.
O que vemos de fato é o resultado do processo total que acontece em três etapas.
Apenas um médico oftalmologista pode ver as imagens na nossa retina
com auxílio de aparelhos específicos para isso.
16
Competência 01
1. Percepção do espaço:
2. Percepção do movimento:
3. Percepção da imagem:
• Percepção de formas;
• Percepção de cores (ou visão em preto e branco);
• Percepção de intensidade luminosa.
Agora vamos falar de algo que todos já experimentaram: as ilusões de ótica. É um assunto
muito curioso. O termo Ilusão de ótica se aplica às ilusões que, de certa forma, enganam ou
confundem o nosso sistema visual. As ilusões de ótica conduzem nossa percepção a acreditar em algo
que não existe ou está errado. Mas como isso é possível?
17
Competência 01
Figura 1.4.a.
Fonte:http://www.bmedreport.com/archives/32126
Descrição: três segmentos de reta de mesmo tamanho
com pontas de seta em diferentes posições causando a
ilusão de que os segmentos têm tamanhos diferentes.
Figura 1.4.b.
Fonte: http://queriamuitodesverisso.blogspot.com/
Descrição: imagem de dois círculos vermelhos do mesmo
tamanho. Entretanto, em volta de cada um deles estão
outros círculos brancos. O círculo vermelho que tem
círculos brancos grandes em volta parece ser menor do
que o outro que tem círculos brancos pequenos.
18
Competência 01
Videoaula!
Assista à terceira videoaula que mostra um pouco mais sobre os trabalhos magníficos de
Escher.
Pesquisa na Web!
Pesquise mais sobre Escher:www.mcescher.com/ e
http://cultura.culturamix.com/arte/obras-de-escher
Você irá se surpreender com as ilusões criadas por ele.
Escolha pelo menos três obras desse artista e discuta as interpretações possíveis de cada
obra.
Luminância é a quantidade de
luz visível que chega ao olho
vindo da superfície.
19
Competência 01
Vemos o quadrado A como sendo mais escuro do que o quadrado B. No entanto, a cor
cinza de A é exatamente igual à cor cinza de B. Se você observar a figura da direita, foram adicionadas
duas barras com a mesma cor de A e B. E agora deu para creditar que A e B têm a mesma luminância?
Como é feita essa ilusão? A luminosidade é uma variável subjetiva e não uma quantidade física. Nesse
caso, o sistema visual foi influenciado pelas sombras. Não vemos nada isolado, vemos sempre o todo,
o contexto.
A ilusão da perspectiva
O sistema visual possui uma noção intuitiva da perspectiva e isso é muito útil para
interpretar uma imagem tridimensional. Mas isso gera algumas ilusões, por exemplo, quando uma
figura é plana, mas fornece margem para uma interpretação tridimensional, isso pode enganar o
cérebro levando-o a interpretá-la como sendo uma perspectiva.
Vamos brincar um pouco com a sua percepção? Observe as imagens abaixo atentamente.
20
Competência 01
Figura 1.4.g.
Fonte: Os autores
Descrição: 25 quadrados pretos e pequenos dispostos em
5x5 com a mesma distância formando cruzamentos
brancos.
Figura 1.4.h.
Fonte: os autores
Descrição: duas retas de mesmo tamanho em posição
perpendicular entre sim, formando um “T” de cabeça para
baixo.
Figura 1.4.i.
Fonte: os autores
Descrição: dois círculos azuis de mesmo tamanho, cada
um em uma extremidade de um quadrado preto. Um dos
círculos está sobre duas retas que formam a letra V.
21
Competência 01
Figura 1.4.k.
Fonte: os autores
Descrição: duas retas pretas paralelas e três retas
vermelhas interseccionando as retas pretas de maneira
oblíqua.
Até agora vimos como funciona a percepção e lançamos as bases para estudar a forma.
Muitas áreas do saber estudam a forma. Mas você sabe o que significa a palavra “forma”? No
dicionário pesquisado (ver fonte abaixo), a palavra forma possui dezenove significados e permeia,
inclusive, diversas áreas do saber como Linguística, Direito, Filosofia, Biologia, Música, dentre outras.
Para essa disciplina o que nos interessa aqui é o significado atrelado à Geometria.
Forma
GEOMETRIA: conjunto dos contornos exteriores de uma superfície ou de um sólido.
Fonte: www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/forma
22
Competência 01
A Gestalt é uma linha teórica da Psicologia Experimental. Tem início em finais do século
XIX com Von Ehrenfels, filósofo Vienense e considerado o fundador da Psicologia da Gestalt. A partir
de 1910 a Escola da Gestalt tomou mais fôlego com três nomes importantes na Universidade de
Frankfurt: Max Wertheimer (1880 – 1943), Wolfgang Kohler (1887 – 1967) e Kurt Koffka (1886 –
1941).
Quando o cérebro divide a imagem em partes estabelece oito relações através das quais
as partes da imagem são agrupadas na percepção visual, são elas: Unidade, Segregação, Unificação,
Fechamento, Continuidade, Proximidade, Similaridade ou Semelhança e Pregnância.
Figura 1.5.2.a.
Fonte: https://crioepercebo.wordpress.com/2009/11/18/unidade-ii-aulas-5-e-6/design-gestalt/
Descrição: À esquerda, partes misturadas de elementos gráficos. À direita, mesmos elementos colocados de maneira
ordenada que formam a representação de uma bicicleta.
23
Competência 01
A psicologia da Gestalt em trabalhos das décadas de 1930 e 1940 levantou muitas das
hipóteses que são estudadas pelos cientistas da visão atualmente. De acordo com João Gomes Filho
(2000), o termo Gestalt significa integração de partes em oposição à soma do todo. As leis de
organização da Gestalt têm guiado os estudos sobre como as pessoas percebem componentes visuais
como padrões organizados (todo) ao invés dos componentes (partes).
TODO
PARTE
PARTE
Quebrando a cabeça! Você já parou para pensar sobre o todo? O que é o todo? É a soma
das partes? É claro que o todo é formado por partes, mas não é simples assim! O todo não é apenas
a soma das partes, na realidade, elas se organizam segundo determinadas leis.
Existe uma relação entre as partes e existe uma relação entre cada parte e o todo. Todas
essas relações também fazem parte do todo!
O que diz a teoria da Gestalt sobre isso? O todo é percebido antes das partes que o
constituem. A forma corresponde à maneira como as partes estão dispostas no todo.
24
Competência 01
São três triângulos idênticos, com tamanhos e cores iguais. No fundo temos três
quadrados de tamanhos semelhantes, porém as cores mudam. Notem que o triângulo se destaca
mais no fundo branco. Na medida em que o colocamos em um fundo cinza claro, ele passa a se
destacar menos. Na terceira figura o triângulo está colocado em um fundo cinza escuro, notem que
ele quase não se destaca. O que quero mostrar com isso é que nosso cérebro não percebe as formas
separadamente, percebemos as formas dentro do contexto em que estão inseridas.
Você muito provavelmente respondeu que era o da direita, não? Correto, mas observe
que nas três figuras dos triângulos sobrepostos esse tom de cinza era o mais claro. Isso mostra que
não existe uma percepção fixa da cor, o que existe é a percepção de uma relação. Na figura anterior
o quadrado da direita possui um cinza mais escuro do que o da esquerda, já nas três figuras dos
triângulos sobrepostos esse mesmo tom de cinza, quando colocado diante de um tom ainda mais
escuro, passa ser o mais claro.
25
Competência 01
De acordo com a teoria da Gestalt há oito fatores principais que determinam como nós
agrupamos coisas de acordo com a percepção visual, são as chamadas leis da Gestalt: unidade,
segregação, unificação, fechamento, continuidade, proximidade, similaridade ou semelhança,
pregnância. Vamos estudar cada uma delas separadamente? É importante ressaltar que em uma
composição esses princípios se relacionam entre si e nem sempre é fácil identificá-los
separadamente, pois, além de se relacionarem, eles se complementam.
Figura 1.5.3.a - A palavra Gestalt representada de forma a exemplificar seus princípios aplicados.
Fonte: http://rndg.com.br/blog/design/gestalt
Descrição: palavra Gestalt onde cada uma das letras está exemplificando um dos princípios. Segregação, proximidade,
semelhança, unidade, fechamento, continuidade e pregnância.
1) Unidade
O princípio da unidade diz que cada parte é um todo. Cada elemento possui uma unidade
em si mesmo. Isso significa que cada parte pode ser entendida separadamente. Não é verdade? Sim!
Cada parte pode ser entendida em si mesma, a diferença que isso vai fazer para o todo é a
“arrumação” das partes.
26
Competência 01
Se você olhar rapidamente a imagem acima verá uma multidão, esse é o todo. Mas você
também pode, se quiser, olhar detalhadamente para cada pessoa e perceber detalhes de cada uma
delas: se são homens ou mulheres, cor da camisa que vestem, se carregam bolsa, se estão na calçada
ou no meio da rua...
Esse é o princípio da unidade: embora o todo seja formado por partes e elas estejam
dispostas a formar um todo, ainda assim cada parte possui um sentido e um significado em si mesma.
2) Segregação
27
Competência 01
Figura 1.5.3.c.
Fonte: www.e-farsas.com/ilusao-de-otica-dois-rostos-na-
cabeca-de-uma-vaca.html
Descrição: silhueta de uma taça preta e na parte branca da
imagem a silhueta de dois rostos.
Anjos ou morcegos?
Figura 1.5.3.d.
Fonte:https://br.pinterest.com/pin/531635930994814839/
Descrição: imagens de uma estampa que mostra anjos e
morcegos. Em alguns momentos percebemos os anjos e
em outros os morcegos.
28
Competência 01
O princípio da segregação também nos faz diferenciar algo que está mais à frente de algo
que está atrás da imagem.
Figura 1.5.3.e.
Fonte: https://pixabay.com/pt/mala-pessoa-feliz-calma-jovem-1488516/
Descrição: mulher loira sentada em uma mala em uma estrada de barro. À margem da estrada há plantas com flores e
ao fundo uma paisagem árida.
Figura 1.5.3.f.
Fonte: https://www.taringa.net/+imagenes/camuflajes-increibles_12q3fe
Descrição: imagem de peixe de camuflado na areia. É quase imperceptível onde termina o peixe e começa a areia e
vice-versa.
29
Competência 01
3) Unificação
Figura 1.5.3.g.
Fonte: www.lascartasdelavida.com/imagenes/yin-yang.png
Descrição: símbolo chinês de yin yang com um círculo dividido em duas partes semelhantes entre si com forma e
tamanho iguias, uma parte preta com um detalhe branco e outra parte branca com um detalhe preto.
É o princípio de que a boa forma se completa, se fecha sobre si mesma, formando uma
figura delimitada conhecida previamente. O conceito de fechamento se relaciona com o de
fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto.
30
Competência 01
5) Continuidade
31
Competência 01
Figura 1.5.3.l.
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/img/revistas/cc/v16n2/2a06f4.jpeg
Descrição: oito círculos pretos e em cada um deles está desenhado de branco um vértice de um cubo. Estão dispostos de
tal maneira que parecem representar um cubo.
Um exemplo de como funciona nosso cérebro com relação à ideia de continuidade pode
ser visto quando nos deparamos com algumas frases muito conhecidas, logo completamos com o que
vem em seguida:
6) Proximidade
Segundo essa lei, os elementos são agrupados de acordo com a distância a que se
encontram uns dos outros. É claro que elementos que estão mais perto de outros numa região
tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estivessem distantes de similares. Os
objetos mais próximos entre si são percebidos como grupos independentes dos mais distantes.
32
Competência 01
Figura 1.5.3.m.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5f/Gestalt_ley_de_proximidad.png/400px-
Gestalt_ley_de_proximidad.png
Descrição: À esquerda, conjunto de pequenos círculos brancos dispostos em 6 filas e 6 colunas com mesma distância
entre eles. À direita, os mesmos círculos, só que agora separados a cada duas colunas por uma distância maior.
Nas duas imagens abaixo vemos dois grupos de imagens. A proximidade entre os
elementos, círculos e quadrados já define os dois grupos. O grupo da esquerda é formado apenas por
círculos e, como estão próximos, são entendidos como um grupo. Já no grupo da direita, embora
tenhamos círculos e quadrados, ainda assim vemos o conjunto como um grupo. Isso ocorre por conta
da proximidade.
Figura 1.5.3.n.
Fonte: http://www.atpm.com/9.10/images/design-columns.gif
Descrição: À esquerda, conjunto de pequenos círculos pretos dispostos 6x6. À direita, mesma imagem, entretanto sete
círculos foram substituídos por quadrados com mesmo tamanho proporcional e de maneira aleatória.
7) Similaridade ou semelhança
Este princípio define que os objetos similares tendem a se agrupar. A similaridade pode
acontecer na cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas características
podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar elementos na composição de uma
figura. Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepção visual como, por
33
Competência 01
Figura 1.5.3.o.
Fonte: https://www.taringa.net/+salud_bienestar/evolucion-de-la-percepcion_12psv7
Descrição: mesmo conjunto de círculos 6x6, entretanto agora aparecem com linhas de círculos brancos e linhas de
círculos pretos alternadas.
Na imagem abaixo vemos três linhas de figuras, essa sensação é causada pela semelhança das formas.
Sendo assim, a primeira linha é de quadrados, a segunda de círculos e a terceira de estrelas.
Figura 1.5.3.p.
Fonte: https://designculture.com.br/leis-da-gestalt-semelhanca-e-pregnancia-da-forma
Descrição: a primeira linha é de 6 quadrados, a segunda de 6 círculos e a terceira de 6 estrelas.
34
Competência 01
8) Pregnância
Além das oito leis básicas da Gestalt, podemos ainda observar outros critérios:
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à quarta videoaula que mostra uma aplicação
dos princípios da Gestalt para o Design de Interiores.
35
Competência 02
Nesta segunda competência, vamos trabalhar com técnicas de composição voltadas para
o estudo da forma. Vamos estudar a composição propriamente dita. Estudar o desenho, os elementos
do desenho e da composição, forma e tipos de composição.
Você irá conhecer o que é uma composição e como esta pode ser criada, especialmente
sobre os elementos de que dispomos para isso. Vamos falar também sobre o desenho e sobre a
forma, que são conteúdos básicos para trabalharmos com composição.
2.1 O desenho
O processo de composição é o passo mais crucial na solução dos problemas visuais. Uma
composição não se dá apenas pela inspiração do autor. É o resultado de decisões feitas pelo autor
com base em seus conhecimentos. Os resultados das “decisões compositivas” determinam o objetivo
e o significado da manifestação visual e têm fortes implicações com relação ao que é recebido pelo
espectador. É nessa etapa vital do processo criativo que o Designer de Interiores exerce o mais forte
controle sobre seu trabalho e tem maior oportunidade de expressar o estado de espírito que a obra
deseja transmitir.
E você, como você define “composição”? O que é composição, qual é sua definição? No
dicionário podemos encontrar algumas definições:
Composição
(latim compositio, -onis) s. f.1. Todo (proveniente da reunião de partes). 2. Modo de
reunir partes (para formar um todo). 3. Produção. 4. Preparado. 5. Disposição. 6.
Combinação. 7. Matéria. 8. Acordo (entre desavindos). 9. Arte de escrever música. 10.
Trecho ou peça musical. 11. Ling. Processo de formação de palavras na qual há a
junção de elementos autônomos, normalmente palavras, mas também radicais gregos
e latinos. 12. Mecân. Resultado das forças e movimentos. 13. Fís. Agrupamento de
moléculas. 14. Modo por que elas se agrupam. 15. Tip. Trabalho de compositor. 16.
Original composto.
36
Competência 02
Aqui destacamos as definições que estão em negrito. Porque elas se aproximam mais da
definição que queremos para esta disciplina. Dessa forma, composição é: Todo, proveniente da
reunião de partes; Modo de reunir partes (para formar um todo); Produção; Disposição;
Combinação; Modo por que elas se agrupam.
Para fazer uma composição precisamos combinar partes para formar um todo.
Mas é muito importante entender que essa combinação pode e deve ser controlada
através da utilização de técnicas e conhecimentos. Exatamente essas partes é que são os chamados
ELEMENTOS DE COMUNICAÇÃO visuais. É a partir deles que se planejam e expressam todas as
variedades de manifestações visuais.
Olhe à sua volta, perceba que os objetos têm uma forma que, além de poderem ser belos,
possuem também uma função. Uma cadeira é um objeto que foi projetado: a altura do acento, do
encosto, do braço, tudo foi planejado.
O desenho está presente em tudo, desde uma caneta, uma roupa, uma porta, até o um
carro, uma casa, um avião. Tudo é feito, projetado, pensado, planejado com base no desenho.
37
Competência 02
1 Arte de representar objetos por meio de linhas e sombras. 2 Objeto desenhado. 3 Delineação
dos contornos das figuras. 4 Delineamento ou traçado geral de um quadro. 5 Arquit Plano ou
projeto de edifício etc. 6 Desígnio. 7 Figura de ornatos, em tecidos, vasos etc. D. animado: série
de desenhos, cada um dos quais representa uma posição sucessiva de uma figura ou objeto em
movimento e que são fotografados sobre um filme ou produzidos diretamente sobre um filme,
de modo que a projeção deste produz uma imagem na qual as figuras e objetos desenhados
parecem mover-se como se fossem dotados de vida e mobilidade. D. a traço: ilustração na qual
objetos são desenhados usando linhas finas, sem sombreamento ou textura de superfície. D.
baseado em caracteres, Inform: desenho na tela produzido usando caracteres ASCII em vez de
janelas gráficas. D. cotado: desenho com as dimensões inscritas. D. de imitação: reprodução de
figuras, paisagens, decorações. D. de pormenor: desenho separado, em escala grande, de uma
parte pequena de máquina ou estrutura; também chamado desenho detalhado. D.
detalhado: o mesmo que desenho de pormenor.D. industrial: a) o que se ocupa na
representação de produtos industriais; b) estudo dos princípios de tal desenho. D.
leucográfico: o que é constituído por traços brancos contra um fundo negro. D. linear: o que
representa especialmente decorações, objetos, máquinas concernentes à indústria. D.
mecânico: desenho executado com o auxílio de instrumentos; também chamado desenho
técnico. D. técnico: a) desenho de máquinas e mecanismos e de peças mecânicas ou elétricas;
b) desenho mecânico. D. traçográfico do relevo: em mapas de pequena escala, representação
do relevo por linhas pequenas e curvas; a altura das curvas indica o relevo relativo, a espessura,
a inclinação média. D. vigoroso: o de traços feitos com firmeza”
Fonte:https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/DESENHO/
A definição de FERREIRA [1] faz referência aos objetivos do desenho, mais próxima
daqueles com que trabalhamos, ou seja, definindo seus objetivos como lúdico, artístico, científico ou
técnico:
38
Competência 02
Figura 2.1.3.a.
Fonte: www.doceshop.com.br/blog/index.php/encomenda-do-hannibal-lecter/
Descrição: imagem de uma mãe segurando um bebê.
É claro que podemos falar sobre qualquer coisa utilizando as palavras. No entanto, para
“falar” de composição vamos precisar utilizar o desenho para expressar ideias e conceitos. O
desenho aqui terá o propósito de comunicar nossas ideias para vocês.
39
Competência 02
O signo linguístico foi descrito por Ferdinand Saussure, em seu Curso de Linguística Geral,
como uma combinação de um conceito com uma imagem sonora. Ou seja, um signo consiste em um
conceito (o significado) e uma imagem sonora (o significante). Os signos podem ser sonoros, gráficos,
gestuais, entre outros. A linguagem é percebida através dos órgãos dos sentidos, conforme
estudamos na primeira competência. Daí, surge a derivação de várias espécies de
linguagem: visual, auditiva, tátil, etc.
A partir do momento em que comunica uma ideia, o desenho também pode ser visto
como uma forma de linguagem. Se dissermos: FLOR. Você provavelmente vai pensar em uma flor, vai
entender sobre o que estamos falando. Mas por quê? Porque você é alfabetizado em português,
então sabe ler e, mais que isso, sabe o significado dessa palavra. Mas se eu mostrar o seguinte
desenho:
Figura 2.1.4.b
Fonte: os autores
Descrição: Desenho de uma flor
Os elementos básicos da linguagem visual estão também no desenho. Isso porque tudo o
que vemos pode ser representado através do desenho, porque tudo tem uma forma. Concorda?
40
Competência 02
Wong lista quatro elementos do desenho: elementos conceituais, elementos visuais, elementos
relacionais e elementos práticos. Os quatro elementos estão relacionados entre si, por isso muitas
vezes é difícil separá-los.
Figura 2.2.2.a
Fonte:http://olhares.sapo.pt/uma-linha-do-horizonte-diferente-foto1111503.html
Descrição: paisagem do oceano e o céu, onde é possível ver a linha do horizonte.
Figura 2.2.2.b
Fonte: http://caroleau.blogspot.com.br/2006_06_01_archive.html
Descrição: foto de uma mão com os dedos abertos.
41
Competência 02
Para estudarmos a composição do que vemos, precisamos entender primeiro que tudo o
que vemos são imagens. Precisamos entender quais são, o que são e como funcionam esses 4
elementos.
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à primeira videoaula que mostra os
Elementos Conceituais do Desenho.
No tópico anterior, dissemos que os elementos conceituais não são visualizáveis, são um
conceito. Portanto, os elementos conceituais são abstratos, não existem de fato. No entanto, quando
desenhamos um objeto utilizamos representações dos elementos conceituais. Dessa forma, o ponto,
a linha, o plano e o volume adquirem novos aspectos como um formato, um tamanho, uma cor e uma
textura. Assim, quando representamos os elementos conceituais, eles ficam visíveis, e, portanto,
damos a eles propriedades visuais como forma, tamanho, cor e textura.
1) Formato
Um objeto quando pode ser visto possui um formato. É o formato que é percebido. Até
mesmo um ponto possui um formato, a partir do momento em que é representado. Veja a figura
abaixo.
42
Competência 02
2) Tamanho
Tudo que tem forma possui também um tamanho. O tamanho pode ser medido em
termos de largura, altura e profundidade, em centímetros, por exemplo, ou em qualquer outro
sistema de medidas. O tamanho de um objeto também pode ser medido com referência a outro
objeto. Na figura abaixo poderíamos medir os triângulos ou apenas dizer que o da esquerda é o maior
dos três, ou que o da direita é o menor dos três.
Figura 2.2.3.c
Fonte: os autores
Descrição: sequência de três triângulos que vão diminuindo de tamanho.
3) Cor
Um formato se distingue do seu entorno através da sua forma, do seu tamanho, mas
também através da sua cor, conforme dissemos no início deste caderno. Dedicaremos uma
competência inteiramente ao estudo da cor. Será na próxima competência 3.
4) Textura
43
Competência 02
1) Direção
Figura 2.2.4.a
Fonte: os autores
Descrição: sequência de 3 segmentos de reta - o primeiro horizontal, o segundo vertical e o último oblíquo.
2) Posição
Figura 2.2.4.b
Fonte: os autores
Descrição: sequência de três imagens de dois círculos pretos dentro de um quadrado branco. Na primeira imagem os
círculos estão nos cantos do quadrado de maneira diagonal, na segunda imagem os círculos estão lado a lado de maneira
horizontal e na terceira imagem os círculos estão lado a lado de maneira vertical.
44
Competência 02
3) Espaço
Qualquer formato ocupa espaço, por menor que seja. Assim, o espaço dentro de uma
moldura pode ser ocupado ou deixado vazio. Um formato ocupa espaço dentro de uma moldura e o
espaço ocupado mantém uma relação com o espaço não ocupado.
Nas figuras abaixo podemos perceber a diferença na relação do círculo preto com relação
à moldura. Na primeira figura o círculo ocupa quase o todo o espaço compreendido da moldura. A
relação entre espaço ocupado e espaço não ocupado é desequilibrada, porque há mais espaço
ocupado do que espaço não ocupado.
Na segunda moldura a relação é o contrário, nesse caso há mais espaço não ocupado do
que espaço ocupado. Na terceira figura a relação entre espaço ocupado e espaço não ocupado é mais
equilibrada.
Figura 2.2.4.c
Fonte: os autores
Descrição: sequência de três imagens de círculos pretos dentro de um quadrado branco. Na primeira, o círculo tangencia
as arestas do quadrado. Na segunda, o círculo é bem menor dentro do quadrado. Na última, a proporção entre o círculo
e o quadrado é parecida.
4) Gravidade
A gravidade é um componente mais psicológico na nossa relação com a forma. Uma forma
pode transmitir estabilidade, instabilidade, leveza, peso, por exemplo. Na primeira figura abaixo
vemos um quadrado preto. O quadrado é uma figura que possui uma estabilidade intrínseca quando
posicionado com um dos lados na horizontal do observador. Porém, quando mudamos a direção
desse mesmo quadrado, produzimos uma figura instável, conforme a segunda figura.
45
Competência 02
Figura 2.2.4.d
Fonte: os autores
Descrição: sequência de imagem de dois quadrados. Um apoiado na aresta e outro apoiado em um dos vértices
(oblíquo em relação à folha).
Na primeira figura abaixo vemos um triangulo que é uma figura que, quando posicionada
com um dos lados na horizontal do observador, adquire um peso.
Porém, quando invertemos a posição da figura produzimos uma figura que faz referência
à leveza, conforme podemos ver na segunda figura.
Figura 2.2.4.e
Fonte: os autores
Descrição: dois triângulos, um apoiado pela aresta e outro apoiado pelo vértice (um invertido em relação ao outro).
1) Representação
Um desenho pode ser derivado de algo que está na natureza ou pode ser uma criação do
homem. Em ambos, é uma representação. No entanto, essa representação pode ser realista,
estilizada ou abstrata. Realista, baseada na observação e representação o mais próximo possível
46
Competência 02
da realidade. Na figura abaixo podemos ver um exemplo de representação realista. Nesse caso, o
profissional procurou desenhar o mais próximo possível da realidade, retratando o artista da foto.
Figura 2.2.5.a
Fonte: https://desenhosrealista.files.wordpress.com/2013/09/desenho-realista-michael-jackson.jpg
Descrição: fotografia de Michael Jackson e um desenho realístico em tons de cinza da fotografia.
A representação estilizada é uma imitação modificada de algo. Essa modificação pode ser
uma tendência de simplificação ou, pelo contrário, uma tendência ao exagero de alguns aspectos. Na
figura abaixo podemos ver um exemplo do desenho estilizado, o artista desenha frutas, flores e um
coração, de forma estilizada, e não uma cópia do modelo real, utilizando sua própria interpretação
dos objetos reais.
Figura 2.2.5.b
Fonte: https://bananacraftblog.files.wordpress.com/2009/02/kitcarimbofrutas.jpg
Descrição: desenhos estilizados de flores, maçãs e peras.
47
Competência 02
2) Significado
3) Função
48
Competência 02
Figura 2.2.5.d
Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABatIAJ-172.jpg
Descrição: desenho técnico de um parafuso com três vistas ortográficas.
Figura 2.2.5.e
Fonte: http://www.cursotecnicors.com.br/dicas-de-carreira/o-que-faz-um-tecnico-em-vestuario.html
Descrição: desenhos técnicos de roupas. À esquerda, desenho técnico de um vestido longo e à direita desenho técnico
de um casaco.
Conforme foi dito no capítulo anterior, os elementos do desenho estão relacionados entre
si. Por isso, é muito difícil separá-los. Quando pensamos em cada elemento em separado é quase
49
Competência 02
impossível percebê-los. Mas quando juntamos todos os elementos, estes determinam a aparência e
o conteúdo final do desenho. Todos os elementos descritos acima estão localizados no interior de
uma fronteira, como uma folha de papel, uma tela, etc. Essa fronteira é chamada de Moldura de
Referência. Segundo Wong, “a moldura de referência marca os limites externos de um desenho”. A
moldura de referência define uma área dentro da qual os elementos criados e o espaço não utilizado
(chamado de espaço vazio, residual) trabalham juntos. Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que
todos os espaços dentro da moldura de referência são parte integrante da composição! Veja o
exemplo das figuras abaixo. Note a relação entre o círculo preto e a moldura de referência nas duas
figuras.
50
Competência 02
A moldura de referência cria uma relação entre o desenho ou figura que utiliza espaço
dentro da moldura. O espaço não utilizado dentro da moldura é o segundo plano. Essa relação é
chamada de relação figura-fundo. No interior de uma moldura pode ser inserida uma, duas ou mais
formas.
A composição será o resultado de relação entre a figura e o fundo ou, se houver mais de
uma figura, a composição residirá entre as figuras entre si e destas com o fundo.
51
Competência 02
O espaço negativo é visto como um formato negativo circundado por um espaço positivo.
Um formato é percebido como plano quando não apresenta profundidade, como na figura abaixo. O
coração é uma superfície plana que está inserida em outra superfície plana, que é a moldura de
referência.
Figura 2.3.2.c
Fonte: os autores
Descrição: coração desenhado na cor vermelha.
Porém, mesmo dentro de uma moldura plana, podemos criar um efeito de profundidade,
ou tridimensional. A sobreposição dos quadrados cria um efeito de espessura dando profundidade à
composição. O efeito de profundidade também pode ser criado utilizando-se cor, diferenças de tons
ou ainda textura.
Uma forma pode ser visualizada de várias formas, através de pontos, linhas ou planos.
Um círculo, por exemplo, pode ser visualizado por pontos.
52
Competência 02
Viu como podemos criar uma mesma forma a partir de pontos, linhas e superfícies? É
necessário criatividade e conhecimento, o qual você está aprendendo aqui!
53
Competência 02
Qual é então a melhor maneira de entender/fazer uma composição? Não existe receita.
Um profissional pode partir de um elemento e chegar até a composição. Mas, por outro lado, pode
pensar primeiro na composição geral, para depois definir seus elementos componentes.
2.3.5 Formas
Uma composição pode ser constituída por apenas uma forma. Essa forma é chamada de
singular. Em um tipo de composição assim a forma é claramente definida e compreendida. Na figura
abaixo podemos ver a forma de uma maçã. Ela é única na composição.
Figura 2.3.5.a
Fonte: http://papeis2.blogspot.com.br/2016/03/maca-desenhos-para-colorir.html
Descrição: desenho de uma maçã feito apenas com linhas.
54
Competência 02
Figura 2.3.5.b
Fonte: http://colorirdesenhos.com/desenhos/1008-folha-arvore
Descrição: desenho de folhas típicas de outono, características de alguns países.
Figura 2.3.5.c
Fonte: https://www.artesanatopassoapassoja.com.br/wp-content/uploads/2017/12/cesta-2.jpg
Descrição: desenhos de uma cesta de frutas com uvas, pêra e maçãs feitos apenas com traços.
55
Competência 02
Figura 2.3.5.d
Fonte: os autores
Descrição: desenhos de sólidos geométricos - prismas, cones, cilindros.
56
Competência 02
As formas geométricas e orgânicas podem ser trabalhadas, quer dizer, inseridas em uma
moldura de referência. A partir daí já podemos começar a pensar na relação entre a figura com a
moldura de referência na composição. Observe nos exemplos abaixo.
Figura 2.3.6.f
Fonte: os autores
Descrição: quadrado, triângulo e círculo em diferentes posições em relação ao plano (quadrado) nos quais estão
inseridos.
Você percebeu como para cada linha utilizamos exatamente os mesmos elementos? O
que muda então? Trabalhamos apenas a relação com a moldura de referência. As formas geométricas
podem ser criadas utilizando pontos, linhas e superfícies. Conforme vimos no início desse caderno,
podemos ter uma grande variedade de linhas e superfícies. Essa variedade de elementos também
pode ser relacionada de infinitas maneiras. São infinitas as possibilidades de composição! Já pensou
sobre isso?
Quando as linhas criam uma figura fechada estabelecem, então, uma região, superfície
ou plano. Essa região pode ser preenchida com uma cor ou textura para destacar o que queremos.
Assim, infinitas superfícies podem ser criadas.
57
Competência 02
Quando combinamos duas ou mais superfícies, as superfícies iniciais não perdem sua
identidade. Podemos olhar a composição final e discernir como ela foi feita, a partir de que elementos
iniciais ela foi elaborada.
Uma mesma figura pode ser multiplicada e utilizada repetidamente em uma composição.
Observe as duas composições abaixo. Qual a diferença entre a primeira e a segunda?
58
Competência 02
Qual é a diferença entre as três composições? Você sabe dizer por que há uma diferença?
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à segunda videoaula que mostra como
podemos relacionar formas.
59
Competência 02
2.5.1 Equilíbrio
Dondis (1997) afirma que a mais importante influência, tanto psicológica como física,
sobre a percepção humana é a necessidade que o homem tem de equilíbrio, de “ter os pés plantados
no solo”. O equilíbrio é a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e
inconsciente para fazer avaliações visuais. A posição do centro de gravidade em relação à base de
sustentação de um corpo influencia o seu equilíbrio.
60
Competência 02
Gravidade
O centro de gravidade desempenha um papel importante na análise do equilíbrio de corpos
sólidos. Sua posição relativa pode determinar o tipo de equilíbrio, por exemplo, estável ou
instável.
Equilíbrio
e.qui.lí.brio
sm (lat aequilibriu) 1 Fís Estado de um corpo que é atraído ou solicitado por forças cuja
resultante é nula. 2 Fís Estado de um corpo que se mantém sobre um apoio, sem se
inclinar para nenhum dos lados. 3 Polít Estado da política geral em que as nações convivem
de maneira que nenhuma pode pôr outra em perigo. 4 Justa proporção. 5 Polít Estado dos
poderes públicos, que se relacionam, sem que nenhum deles domine ou suplante
outro. 6 Proporção, harmonia. 7 Sociol Equivalência de forças antagônicas num sistema
fechado de inter-relação dinâmica. 8fig Comedimento, moderação cautelosa. Perder o
equilíbrio: desviar-se da posição de equilíbrio e cair.
Fonte: http://michaelis.uol.com.br/
Existem métodos para calcular o centro de gravidade, mas o nosso senso intuitivo de
equilíbrio faz isso naturalmente.
Na figura abaixo não precisamos de nenhum cálculo para saber que o homem está em
equilíbrio.
Figura 2.5.1.a
Fonte: www.seara.ufc.br/sugestoes/fisica/mec1.htm
Descrição: desenho de um homem apoiado na parede.
61
Competência 02
Seu centro de gravidade muda e ele terá que fazer um contrapeso para se manter em
equilíbrio.
Figura 2.5.1.b
Fonte: www.seara.ufc.br/sugestoes/fisica/mec1.htm
Descrição: desenho de homem equilibrando-se em uma perna só.
Note que ele abriu um pouco mais os braços para se manter em equilíbrio. Segundo
Dondis (1997), o estado oposto ao do equilíbrio é o colapso. Para avaliar o efeito do desequilíbrio
basta observar a expressão facial de surpresa na vítima de um empurrão.
2.5.2 Tensão
Figura 2.5.2.a
Fonte: os autores
Descrição: um quadrado branco.
62
Competência 02
Figura 2.5.2.b
Fonte: os autores
Descrição: um círculo branco.
Figura 2.5.2.c
Fonte: os autores
Descrição: círculo branco com retas tracejadas na posição de um “T” de cabeça para baixo.
Com a introdução das linhas horizontal e vertical conseguimos estabilizar o círculo. Como
dissemos antes, a busca por equilíbrio e estabilidade é natural de todo ser humano. Dessa forma, o
que está em estado de tensão chama mais fortemente nossa atenção. Vamos testar essa afirmação?
63
Competência 02
Descrição: à esquerda, circunferência com um seguimento que parte do centro para borda na posição de 12h. À direita,
mesma imagem, entretanto com o seguimento de reta na posição de 13h.
Qual dos dois chamou mais a sua atenção?
Provavelmente o que está com o raio colocado de forma oblíqua. Como dissemos a tensão
atrai nossa atenção!
Tanto para o emissor quanto para o receptor da informação visual, a falta de equilíbrio e
regularidade é um fator de desorientação.
A tensão não é vista aqui como algo bom ou ruim. O fato é que ela existe e pode ser
utilizada como recurso compositivo quando se quer dar destaque a determinado elemento.
Na primeira figura o ponto está colocado no meio do retângulo, ou seja, está equilibrado
tanto com relação ao eixo vertical quanto ao eixo horizontal, como podemos verificar na segunda
figura.
Nas figuras abaixo o ponto foi colocado no canto direito do eixo vertical e acima do eixo
horizontal, provocando uma sensação de aguçamento, atraindo nossa atenção.
64
Competência 02
Há ainda uma terceira posição na qual o ponto não está exatamente nem em um estado
de nivelamento nem de aguçamento.
Dondis é um dos autores que afirmam que existe uma preferência pelo canto inferior
esquerdo de uma composição qualquer. Isso significa que quando observamos uma figura ou
composição nosso olho procura o canto inferior esquerdo automaticamente.
65
Competência 02
Figura 2.5.4.a
Fonte: os autores
Descrição: quadrado branco dividido em quadrantes com retângulo vermelho no canto inferior esquerdo.
Não existe uma explicação exata porque esse fenômeno ocorre. Porém, alguns autores,
assim como Dondis, acreditam que essa preferência é uma característica ocidental, uma vez que
aprendemos a ler e a escrever da esquerda para a direita. Dessa forma, nosso cérebro estaria
condicionado a esse movimento. Esse conhecimento pode ser explorado pelo artista no momento da
concepção de uma composição.
A segunda delas é uma regra básica da linguagem visual na qual opostos se repelem e
semelhantes se atraem. Observe as figuras abaixo:
66
Competência 02
Na primeira figura os pontos disputam nossa atenção, eles são percebidos como
individuais devido à distância entre eles, tudo isso transmite a impressão de que eles se repelem. Na
segunda figura os pontos estão a uma distância pequena, gerando uma relação de proximidade e
intimidade entre eles, dessa forma parecem se harmonizar, consequentemente se atraindo.
Figura 2.5.5.c
Fonte: os autores
Descrição: círculos azuis e figuras ovais distribuídos de maneira aleatória.
67
Competência 02
Figura 2.5.6.a
Fonte: os autores
Descrição: retângulo na vertical branco e ao lado uma elipse preta, seguida por um retângulo igual ao primeiro só que
dessa vez preto e uma elipse igual à primeira, só que branca.
Há outros exemplos de fenômenos psicofísicos da visão, que podem ser utilizados para
compreensão da linguagem visual.
O que é maior parece mais próximo dentro do campo visual. Elementos claros sobre
fundo escuro parecem expandir-se, ao passo que elementos escuros sobre fundo claro parecem
contrair-se.
Figura 2.5.6.b
Fonte: os autores
Descrição: à esquerda, dois retângulos verticais azuis de tamanhos diferentes.
À direita, dois retângulos verticais, um branco e um preto, entre eles há um quadrado azul e ao lado do retângulo preto
um quadrado branco.
68
Competência 03
3. Competência 03 | Cor
Seja bem-vindo (a) à terceira competência desta disciplina. Agora vamos estudar as
cores e como esse recurso pode ser utilizado para auxiliar o processo de composição. Você irá
conhecer a definição de cor, cor e luz, cor e pigmento e paleta de cores. O objetivo principal desta
competência é mostrar como a cor é importante para o processo criativo e como elas fazem parte
do controle do resultado de uma composição.
A cor é uma sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Então, para
percebemos a cor, estamos condicionados a dois fatores: o olho e a luz.
Existe uma diferença entre cor-luz e cor-pigmento. A cor-luz é a forma que podemos
usar para expressar a radiação luminosa visível ao olho humano. O olho humano identifica uma
estreita faixa de frequência do espectro luminoso. A cor-luz se baseia na luz solar ou em fontes
artificiais de iluminação. Sendo assim, temos como exemplo maior de todas as cores reunidas o sol.
A cor-luz branca solar representa a própria luz capaz de se decompor em todas as cores. E as
emissões dos raios solares sobre as diversas superfícies é o que vai determinar a cor delas para o
olho humano.
69
Competência 03
a natureza do material, a luz emitida nele irá ser absorvida, refratada e refletida. A luz refletida é a
que é percebida por nós e, assim, surge a denominação das cores que conhecemos. Então, se uma
superfície é vista em vermelho é porque está refletindo a luz vermelha sob ação da luz.
Vamos imaginar? Se imagine numa câmara escura, num quarto, ou numa caixa. Se bem
vedado após você entrar, você não verá nada, pois como já vimos para o olho distinguir cor, ele
precisa de luz. Sem luz, não há cor. Nesse caso, o preto é a ausência de luz. Por isso também, alguns
autores referem-se ao preto como uma sensação acromática (sem cor). Assim, abrimos mais um
espaço para reflexão. Dissemos há pouco que, ao vermos uma superfície vermelha, é porque ela
está refletindo a luz vermelha que recebeu do ambiente. Se o ambiente está sem luz, qual seria a
cor dessa superfície? Assim, estamos estabelecendo que as cores são de fato reações sensoriais à
luz. Sem luz, temos a ausência de cor e todas as superfícies ficam pretas.
Paleta RGB é o nome que se dá à paleta de cores azul, vermelho e verde. No entanto,
como o nome das cores é dado em inglês temos azul = Blue, vermelho = Red e verde = Green. Dessa
forma, as cores da paleta RGB (Red, Green e Blue) são formadas pela mistura das cores vermelho,
verde e azul (as cores primárias). A mistura de todas elas dá o branco, pois elas são exatamente
como as cores-luz. Então, se você está fazendo um trabalho para ser usado somente em vídeo
(apresentação, filme, slides), ele poderá ser desenvolvido nesta paleta de cores.
Observe a figura abaixo que mostra a paleta RGB. Perceba as misturas de cores. Como
ficam as misturas de todas as três cores? A mistura das três cores é a cor branca. E a mistura do
vermelho com o verde? Amarelo! E a mistura do vermelho com o azul? Magenta! A mistura do verde
com azul é o azul cyan.
70
Competência 03
As cores da paleta CMYK (Cyan, Magenta, Yellow e Black) são formadas pelas cores
secundárias (resultantes de misturas específicas das cores primárias), mas com intensidade
diferente. Essas cores (ciano, magenta, amarelo e preto) são bem vivas quando puras. É uma paleta
que oferece uma infinidade de variações cromáticas, baseadas na mistura das quatro ou de ao
menos duas das quatro cores de base. É largamente utilizada na indústria gráfica e deve ser usada
em impressos.
71
Competência 03
Na indústria gráfica não existe saída de máquina em paleta RGB. O que vai acontecer se
você finalizar um arquivo em RGB e mandar para a gráfica? Automaticamente a saída da máquina
transforma a cor que era RGB em CMYK, mas não garante 100% de igualdade na intensidade e
saturação da coloração. Vale considerar que são escalas que partem de misturas de cores
diferentes: numa verde, vermelho e azul; noutra ciano, magenta, amarelo e preto. Por esse motivo,
para garantir qualidade no seu trabalho e segurança na impressão, para trabalhos impressos escolha
a escala CMYK ou outra que a indústria gráfica já esteja trabalhando.
A paleta Pantone também é aceita na indústria gráfica, mas é bem diferente do processo
de coloração das outras já abordadas neste estudo. Veja os exemplos abaixo.
72
Competência 03
A paleta Pantone não oferece as quantidades de cores nem as cores bases da mistura.
São cores que já vêm prontas da própria PANTONE. Então, a mistura já vem feita. É como quando
compramos esmaltes, galões de tintas, etc. A cor já vem em mistura. Assim, se você fizer um
trabalho em Pantone e finalizá-lo para ser impresso em Pantone, ou a indústria gráfica comprará a
quantidade de tinta suficiente na fábrica Pantone para imprimir ou transformará para uma cor
similar em CMYK. Alguns softwares de ilustração e edição de imagem oferecem para uma mesma
cor as numerações das escalas Pantone, CMYK e RGB. A Pantone apresenta uma numeração
identificadora de cada cor.
73
Competência 03
Para que usar a escala Pantone então? Existem cores que não são possíveis nas misturas
CMYK e RGB, são cores conhecidas como especiais, como dourado, prateado, metalizados em geral,
tons neon. É possível conseguir aproximações cromáticas na paleta RGB e CMYK, mas os tons
metalizados na paleta PANTONE são a melhor opção. Além disso, a escala Pantone também passa a
ser mais econômica para alguns impressos.
Agora você já conhece algumas paletas de cor e também as definições de cor-luz e cor-
pigmento. Vamos abordar neste item as cores primária e secundária. Também estudaremos sobre
a síntese aditiva e subtrativa.
Você já deve ter ouvido falar em cores primárias e secundárias. É termo comum desde
a educação de base. Vamos conhecer um pouco mais?
Leonardo da Vinci, em seus estudos iniciais, definiu como primárias as cores: vermelha,
amarelo, verde e azul. Avanços posteriores nos estudos comprovaram que para a cor pigmento o
verde poderia não ser considerado primário, uma vez que da mistura do amarelo com o azul se
obtém o verde.
Cores primárias ou geratrizes – são as cores puras, que não podem ser decompostas,
mas que podem ser misturadas para produção de outras. As cores primárias quando combinadas
produzem todas as cores do espectro cromático.
74
Competência 03
Figura 3.2.1.a: cores primárias segundo definição Figura 3.2.1.b: cores primárias segundo definição
COR/LUZ COR/PIGMENTO
Fonte: http://jurema- Fonte: www.grupoescolar.com/galeria/fotos/94907.jpg
sampaio.pro.br/strani_felicita/primarias.htm Descrição: três círculos na cor vermelho, amarelo e
Descrição: três círculos na cor azul, vermelho e verde. azul.
Cores secundárias – são as cores formadas do equilíbrio óptico de duas cores primárias.
Podemos então dizer que a mistura do amarelo e azul das cores pigmento produzirá o verde como
secundário. Da mesma forma, a mistura do vermelho com o amarelo produzirá o laranja, enquanto
cor pigmento.
As cores primárias são as cores básicas a partir das quais se obtêm todas as cores do
espectro. No processo de síntese aditiva, cor-luz, o vermelho, o verde e o violeta (azul) também
podem ser chamadas de primárias. A mistura dessas três luzes coloridas produz o branco.
75
Competência 03
76
Competência 03
Vamos nos familiarizar com o círculo cromático para conhecer todas as maravilhas da
interação, harmonia e contraste de cores que podemos retirar dele. Também vamos aproveitar para
entender claramente o seguinte: por que as cores ficam dispostas em círculo e por que existe tão
fortemente essa interação entre pares?
Para facilitar nossos estudos, vamos continuar nossas reflexões sobre cor embasadas no
círculo cromático. Do círculo cromático podemos fazer as combinações cromáticas, perceber de
forma clara qual é a cor complementar, harmônica ou análoga à outra. Bem como perceber quais
são as cores quentes e frias.
O olhar humano, após uma mensagem de luz de alguma cor, equilibra-se formando a
cor complementar numa superfície lisa e branca. E por que branca? Se a superfície tivesse cor, você
veria uma cor que seria a mistura das duas. Exemplificando em cores: se você observasse por um
tempo a cor laranja, ao olhar uma superfície branca, veria um roxo-azulado. Ao olhar uma superfície
amarela, veria um esverdeado, pois a união do azul com o amarelo é o verde.
77
Competência 03
As cores quentes são as cores mais vibrantes posicionadas no círculo cromático (observe
a figura abaixo). Podemos considerar do vermelho ao amarelo. Todas as variações internas a estas
ou todas as cores que por mistura levam esses pigmentos apresentam características das cores
quentes.
As cores frias são as cores menos vibrantes posicionadas no círculo cromático. Vão do
verde ao azul. São tonalidades mais frias, discretas e menos vibrantes que as cores quentes.
78
Competência 03
No círculo cromático vamos perceber que estas cores estão num mesmo lado e vão
variando de intensidade até se tornarem cores frias. Assim, podemos dividir visualmente o círculo
em duas metades, uma quente e outra fria. Também reafirmamos nossa discussão no fórum sobre
o fenômeno da visão. Ao receber informação sobre uma cor quente, veremos sua oposta e
complementar, uma cor fria. O mesmo acontece com o inverso, ao perceber uma cor fria, podemos
visualizar após um tempo, numa superfície branca uma cor quente, quer será diretamente oposta à
primeira vista no círculo cromático.
Não é por acaso que na vida cotidiana encontramos mensagens de alerta, promoção,
gritos de juventude, revolta, marcas de fast-food em sua maioria formada de cores quentes. Por
serem mais vibrantes e inquietantes, essas cores não passam despercebidas no nosso contexto.
79
Competência 03
A escolha da cor certa vai depender do tipo de mídia que você estará desenvolvendo e
para o público que você está desenvolvendo. Não existe receita mágica. Existem estudos que
fundamentam as escolhas, quanto mais você se aprimorar mais terá certeza de que cor usar.
Usamos nesse exemplo a mistura dos tons das extremidades. Quanto mais perto do tom
vermelho, mais vermelho pusemos na mistura. Quanto mais próximo do roxo, mais tonalidade
roxo/azulada perceberemos nas cores apresentadas. Ao considerarmos as três cores mais próximas
à extremidade vermelha podemos perceber claramente a intensidade vibrante (quente) das
mesmas, que em nada são anuladas por traços de pigmentos azulados. Já ao analisarmos as cores
mais próximas da extremidade roxa, percebemos que o tom vibrante do vermelho já perdeu a força
e se transformou em um tom vinho, rosa-azulado e até finalmente no roxo. Assim, essas cores
poderiam ser consideradas como frias, por terem em sua composição mais traços de azul
evidenciados.
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à primeira videoaula que fala um pouco mais
sobre as cores.
80
Competência 03
Após ver os fundamentos principais das cores, agora vamos ver apenas o que se atribuiu
do senso comum às mesmas. Por que amarelo dá fome? Por que preto é morte? Como o mesmo
preto de morte é o luxo?
As preferências por algumas cores geralmente ocorrem por associações feitas, mesmo
que inconscientemente. Na verdade, atribuímos significância às cores e vamos nos apegando ou nos
afastando de algumas. Para muitos, o preto é requinte, nobreza, elegância. Para outros, tristeza,
pesar, melancolia.
Os mais jovens têm maior identificação com as cores mais quentes, vibrantes, alegres.
O que condiz com o espírito de descoberta da própria juventude. É como se pudéssemos colocá-los
mais facilmente nas cores quentes do círculo. Já os mais velhos estão numa fase de mais firmeza,
inteligência, determinação, identificando-se mais com as tonalidades frias do círculo cromático.
Pesquisa na web!
Faça uma pesquisa na internet sobre BAMZ e seu estudo em cor.
Procure o estudo dele que associa as cores às idades e converse com os colegas no
ambiente o que você descobriu com esta pesquisa.
Os seres humanos têm reações das mais diversas às cores, por isso até hoje, depois de
tantos estudos e descobertas, as cores ainda são motivo de pesquisas.
As descobertas vão muito além do que vimos no círculo cromático. Cor quente, cor fria,
cor análoga, cor complementar. Tudo isto já está bem estabelecido, os estudos agora se voltam
muito mais para as reações humanas à cor. Já se descobriu que existem reações físicas e psicológicas
às cores.
81
Competência 03
A cromoterapia (terapia com cor) já se apropria das descobertas das pesquisas para
fazer saúde. As lojas de fast-food se apropriam das pesquisas para estimular fome e velocidade nas
alimentações. Você já deve ter percebido que na maioria das identidades visuais destas lojas temos
o amarelo e vermelho como cores predominantes. Uma das descobertas das pesquisas é que
amarelo estimula fome, gula, e o vermelho é inquietante. Logo, nos fast-foods as pessoas são
estimuladas a comer muito (amarelo) e a deixar rápido o ambiente (vermelho). Assim, haverá muito
consumo em pouco tempo, já que as pessoas comem e saem, dando lugar a outras que comem e
saem e assim sucessivamente. Veja abaixo algumas marcas de lanchonetes.
Figura 3. 4.2.a:
Fonte:http://mistodecuriosidadesfatec.blogspot.com/2015/05/cores-que-estimulam-fome.html
Descrição: Marcas de fast-foods famosas: McDonald’s, Burger King, Habib´s, Giraffas e Subway. Com relação às cores,
elas têm em comum o amarelo e o vermelho.
Neste momento, vamos ver cada cor e as associações mais comuns às mesmas na nossa
cultura. Vale lembrar que existem variações a depender da cultura e região. Pesquise também as
curiosidades relacionadas à cor e à cultura em outras regiões.
Na figura seguinte vemos uma síntese de associação entre as cores e algumas emoções
que elas podem provocar. Para exemplificar podemos ver algumas marcas comerciais e ver
associação.
82
Competência 03
Na figura seguinte podemos ver mais algumas emoções relacionadas às cores. Observe com
cuidado.
83
Competência 03
Pesquisa na web!
Pesquise um pouco mais sobre a relação entre as cores e as emoções. Sobre a
cromoterapia, que é um tipo de terapia que utiliza as cores como processo que leva
à cura.
84
Competência 03
Dica!
Visite alguns sites e blogs de design de interiores e explore a utilização das cores.
Link:www.designinteriores.com.br/design-de-interiores/o-uso-das-cores-na-decoracao
Link: http://designontherocks.blog.br/as-cores-no-design-de-interiores/
Videoaula!
Agora dê uma pausa na leitura e assista à segunda videoaula um
pouco mais sobre as cores e os ambientes.
85
Conclusão
Chegamos ao fim da nossa disciplina. Esperamos que você tenha gostado e aprendido
bastante. Lembre-se de que você terá acesso ao seu material durante todo o curso. Portanto, a
qualquer momento vale fazer uma revisão. Essa foi uma disciplina que vai servir de apoio para as
outras do curso e vice-versa. De agora em diante você verá tudo que aprendeu aqui aplicado a
diversos tipos de projetos de interiores, onde você poderá pôr em prática o que aprendeu sobre
forma, cor e composição. Enfim, esses conhecimentos são a base para a comunicação entre
profissionais e seus projetos não só na área de Design de Interiores, como também para arquitetos,
engenheiros, outros designers, entre outras profissões que se utilizam desses princípios.
86
Referências
BARROS, Lílian R. M. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe.
São Paulo: SENAC, 2006.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2ª edição, 1997.
ELAM, Kimberly. Geometria do design: estudos sobre proporção e composição: Kimberly Elam. São
Paulo: Cosac Naify, 2010.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores na comunicação. São Paulo: Edgar Blücher, 2006.
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras
Editora, 2000
OSTROWER, Faiga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Editora Campus, 10ª edição, 1996.
WONG, Wucius. Princípios da Forma e Desenho. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998.
87
Minicurrículo do Professor
88