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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

Identificação
Disciplina: Teoria do Currículo Faculdade: Educação
Curso: Pedagogia Série: 4 semestres - Ano letivo: 2018
Professora: Alcimar
Aluno(a): Givã Morel Sena
Data:

Resumo

PARA QUE SERVEM AS ESCOLAS

MICHAEL YUONG

Todo pai e todo professor devem fazer a pergunta: “Para que ser-
vem as escolas?”. É claro que a família e a escola não são as únicas instituições com
propósitos que devemos questionar, mas são um caso especial. As famílias, como tal, têm
um papel único, que é ode reproduzir sociedades humanas e fornecer condições que
possibilita tem suas inovações e mudanças. Quanto às escolas, sem elas, cada geração teria
que começar do zero ou, como as sociedades que existiram antes das escolas, permanecer
praticamente inalterada durante séculos. Há, no entanto, motivos mais específicos para se
perguntar: “Para que servem as escolas?” hoje em dia. Desde a década de 1970,
educadores radicais e muitos sociólogos críticos questionam o papel das escolas e as veem
de maneira bem negativa. Contudo, essas análises raramente passavam de críticas e
forneciam uma ideia muito pequena de como deveriam ser as escolas em sociedades
socialistas, não-patriarcais e não-racistas. Críticos radicais como Ivan Illich (1971) foram
ainda mais longe e afirmaram que só seria possível haver o verdadeiro aprendizado
se as escolas fossem todas abolidas. (P.1289)
No final dos anos de 1980 e nos anos de 1990, sob a influência de ideias pós-modernistas e
pós-estruturalistas e com o colapso do sistema comunista na Europa ocidental, o marxismo
e outras grandes narrativas prevendo o fim do capitalismo (e até da escolaridade) perderam
sua credibilidade. Como consequência, as críticas à escolaridade mudaram, mas mais em estilo
do que em substância. (P.1289).
Ao mesmo tempo em que as ideias pós-estruturalistas emergiam, outro conjunto de ideias,
as neoliberais, vieram a dominar a economia, o governo e, indiretamente, a educação. Os
neoliberais argumentavam que a economia deveria ser deixada para o mercado e que os
governos deveriam desistir de tentar ter políticas econômicas ou indus-
triais. A lógica dessa posição foi seguida com entusiasmo por governos
de ambos os partidos neste país, com profundas implicações para as escolas. Enquanto
delegavam ao mercado livre qualquer papel no economia (com exceção do controle das
taxas de juros), os governos dedicavam seus esforços a reformar o sistema escolar ou
aprimorar o “capital humano”. (p1290).
Michael Young é um dos pensadores que quis dar conta dessa problemática. Assim,
ao questionar “para que servem as escolas?”, ousou responder: “para capacitar jovens para
adquirir o conhecimento que, para a maioria deles, não pode ser adquirido em casa ou em
sua comunidade [...]”. (p. 1294). Assim sendo, já temos a resposta do autor à pergunta
suscitada. O passo seguinte de Young consistirá em mostrar a consistência de sua resposta.
Para isso ele estrutura o texto em oito tópicos, que aqui vão ser chamados de partes. Na
primeira parte (Os críticos de escolas nos anos 1970 e 1980), Young busca mostrar como a
esquerda (ao que parece, política) e a sociologia da educação estavam próximas uma da
outra em razão de apresentarem visões negativas à questão da escolaridade. Segundo ele,
“a ideia de que o papel primordial das escolas na sociedade capitalista era o de ensinar à
classe trabalhadora qual era o seu lugar era amplamente aceita no campo da sociologia da
educação”. (p. 1298). Por esse ângulo, já se torna passível de percepção a influência da
teoria marxista no meio educacional. Essa influência marxista vai ser retomada na segunda
parte do texto (A Virada pós-estruturalista nas ciências sociais). Porém, nesse contexto,
segundo o autor, essas influencias “perderam sua credibilidade”. (p. 1290). Ao tratar desse
assunto, Young deixa a impressão de que essa perda resultara do fato de que a teoria
marxista teria faltado ao prever o fim do capitalismo (o que até hoje não ocorrera). “[...]
essas críticas [oriundas do marxismo] tinham muito pouco a dizer sobre escolas, exceto
para outros cientistas sociais”. (p. 1290).
Na terceira parte (Respostas governamentais), o autor mostra a tensão que se gerara
entre o setor político e o educacional. Por um lado, os neoliberais defendiam a ideia de que
“a economia deveria ser deixada para o mercado e que os governos deveriam desistir de
tentar ter políticas econômicas ou industriais”. (p. 1290). Acatando essas ideias neoliberais,
“os governos dedicavam seus esforços a reformar o sistema educacional ou aprimorar o
‘capital humano’”. De acordo com o autor, isso acarretou muitas implicações para a escola.
“Uma delas foi a tentativa de adequar os resultados da escola, ao que é tido como as
‘necessidades da economia’”. (p. 1290). Outra consequência que se pode destacar, diz
respeito ao fato da “transformação da educação em si num mercado, no qual as escolas são
obrigadas a competir por alunos e fundos”. (p. 1291).
Na quarta parte (Novos objetivos para velhas coisas), Young procura reafirmar os
propósitos das escolas. Para tanto, ele parte de críticas feitas por ele mesmo a certos
pensadores, como, por exemplo, Foucault quando de suas argumentações em Vigiar e
punir. Nesse sentido, ele vai dizer que “Foucault [...] quando coloca as escolas na mesma
categoria que as prisões, asilos e hospitais, ele deixa de mencionar a história da luta
política pela escolaridade para todos e o que é especifico das escolas”. (p. 1292). Desse
modo, na quinta parte (As lutas pelos propósitos das escolas), o autor ressalta que “essas
lutas podem ser vistas em torno de duas tensões. “A primeira é entre os objetivos da
emancipação e da dominação. [...] A segunda é entre as perguntas ‘quem recebe a
escolaridade?’ e ‘o que o indivíduo recebe?’”. (p. 1292). Na primeira, o autor pretende
mostrar que a escola pode ser usada para a aquisição de diferentes objetivos. Assim, ela
pode promover tanto o processo de emancipação, quanto o de dominação. Nessa quinta
parte, o autor aborda ainda a ideia de educação enquanto transmissão de conhecimentos.
Segundo ele, essa ideia “tem sido duramente criticada por pesquisadores da área da
educação, especialmente sociólogos educacionais”. (p. 1293). De acordo com o autor, “A
ideia de que a escola é primordialmente um agente de transmissão cultural ou de
conhecimento leva-nos a pergunta: ‘Que conhecimento?’. E em particular questiona que
tipo de conhecimento é responsabilidade da escola transmitir”. (p. 1293).
Young argumenta que esses tipos de conhecimentos são diferenciados, sendo que
“uns podem ser mais valiosos que outros”. (p. 1294). Nesse contexto, ele distingue
conhecimento escolar de conhecimento não escolar. É justamente nesse ponto que ele dá
(como já foi mostrado) sua resposta à pergunta “Para que servem as escolas?”, ao que ele
responde dizendo (em outras palavras) que servem para fazer com que o aluno aprenda
aquilo que em casa, ou na rodada de amigos, ou em outros lugares ele não pode aprender.
Na sexta parte (Que conhecimento), o autor aborda duas ideias de conhecimento: “o
conhecimento dos poderosos” e o “conhecimento poderoso”. O primeiro “é definido por
quem detém o conhecimento”. (p. 1294). Já o conhecimento poderoso “é um conceito que
se refere ao que o conhecimento pode fazer, como, por exemplo, fornece explicações
confiáveis ou novas formas de pensar a respeito do mundo”. (p. 1294). De acordo com o
autor, “é isso que os pais esperam, mesmo que às vezes inconscientemente”. (p. 1294).
Na sétima parte (Diferenciação do conhecimento e conhecimento escolar), Young
argumenta que “as questões sobre o conhecimento para professores e pesquisadores
educacionais, não são primordialmente questões filosóficas, como ‘o que conhecemos’, ou
‘como conhecemos’”. (p. 1295). De acordo com ele, o que está em jogo ai é a
diferenciação entre conhecimento escolar e conhecimento não escolar, o que faz com que a
questão referente ao conhecimento, neste aspecto, seja uma questão sociológica e
pedagógica, e não filosófica.
Young ressalta que por traz dessa diferenciação, há outra que se destaca entre dois
tipos específicos de conhecimento, que ele vai chamar de “conhecimento dependente do
contexto” e “conhecimento independente do contexto”. O primeiro seria um conhecimento
mais prático na medida em que sua aquisição e seu desenvolvimento estariam ligados à
resolução de “problemas específicos do cotidiano”. (p. 1296). Já o segundo, também
chamado de teórico, “é desenvolvido para fornecer generalizações, e busca a
universalidade”. (p. 1296). O autor argumenta que esse é o conhecimento que se adquire na
escola, ao qual ele também chama de conhecimento poderoso.
Finalmente, na oitava, e última parte, (Conceituando o conhecimento escolar),
Young diz que “a tentativa mais aceita de se conceituar o conhecimento escolar é a
desenvolvida pelo sociólogo inglês Basil Bernstein”. (p. 1297). Dados os limites deste
escrito, não aprofundaremos aqui a reflexão de Young sobre Bernstein. Entretanto,
reconhecemos a grandeza e relevância do seu pensamento para a área da educação.
Após mostrar como Young resolve a questão “Para que servem as escolas?”,
compete-nos aqui – para fins de contribuição ao debate – prestar algumas considerações
sobre o trabalho do autor.
Em princípio, podemos dizer que suas reflexões são relevantes na medida em que
proporcionam um entendimento paralelo de outras questões que são tocadas pelo problema
em discussão. Um detalhe bem interessante é quando o autor, ao longo de sua
argumentação, procura mostrar o que compete à Filosofia e o que compete à Sociologia em
termos de educação. Da mesma forma consideramos plausível a distinção que ele faz entre
conhecimento escolar e conhecimento não escolar.
Diante de tudo isso (que são aspectos positivos do pensamento de Young), há
também outros que precisam ser – por ele – mais bem explicitados como, por exemplo,
quando ele diz (na sexta parte) que “aqueles com maior poder na sociedade são aqueles
que têm acesso a certos tipos de conhecimentos”. (p. 1294). Ao argumentar dessa forma, o
autor parece esquecer o poder da influência nas relações sociais vigentes na sociedade
capitalista contemporânea. Ao final da sétima parte, Young diz que “as escolas obtêm mais
sucesso com alguns alunos que com outros”. (p. 1296), o que também precisa ser mais bem
esclarecido ao não prestar considerações mais consistentes sobre esses “melhores”.

Referencias
Segue link.
http://philosofiaeciencia.blogspot.com/2012/04/resenha-do-texto-para-que-servem-
as.html

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