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03/05/2017 Master OAB

1º Simulado de Direito Penal (/segundafase)

Peça pro ssional


Gabriela é recém-formada em Música e resolve dar aulas particulares em sua casa, de piano, instrumento que desde criança possui grande habilidade,
pois herdou um raríssimo modelo de seu bisavô. Gabriela reside no Bairro de Jardins, na Cidade de São Paulo - SP.

A jovem inicia as aulas e Josué, um de seus alunos de uma turma para iniciantes, se apaixona por ela e tenta de todas as formas conquistá-la, sempre a
convidando para jantares românticos e enviando mensagens ao longo dos dias, tentando convencê-la a saírem juntos. Gabriela, contudo, é noiva e
também não possui o mínimo interesse em se relacionar com Josué.

Após inúmeras tentativas, Gabriela já estava cansada da insistência de Josué e resolve então, convidar o aluno a se retirar das aulas de piano. Josué,
inconformado com a rejeição de Gabriela e com a impossibilidade de continuar assistindo às aulas, destrói o piano, chutando-o e arrancando suas
teclas.

Gabriela ca transtornada com o ocorrido, os alunos tentam acalmá-la e Josué vai embora, sem em qualquer momento desculpar-se e cogitar devolver
o bem que foi totalmente acabado. Por este motivo, Gabriela sabe que enfrentará forte crise nanceira, pois, será impedida de dar suas aulas, que são
sua única fonte de sustento.

A professora e os alunos que presenciaram o fato, Carmen, Beatriz e Ronaldo,  procuram a Delegacia de Polícia localizada em seu bairro e narram os
fatos à autoridade responsável, entregando a ele fotos e, na mesma ocasião se recolheu depoimentos de todos que estavam presentes na ocasião.  

Uma semana após o fato, Gabriela, lhe procura para que você na qualidade de advogado da moça possa assisti-la. 

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a
possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.            

Gabarito            
O examinando deve redigir uma Queixa-Crime (Ação Penal de Iniciativa Privada, exclusiva ou propriamente dita), com fundamento no artigo 41, CPP
ou no artigo 100, §2º, CP combinado com o artigo 30, CPP dirigida ao Juízo de uma das Varas Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo.           

O crime de dano narrado no enunciado possui pena de seis meses a três anos e multa, o que determina que a peça seja endereçada ao Juízo do Tribunal
de Justiça de São Paulo, visto que o crime foi cometido na capital desse Estado.            

  No campo do Processo Penal, como é cediço, o direito de punir pertence ao Estado, que o exerce ordinariamente por meio do Ministério Público.
Extraordinariamente, contudo, a lei autoriza que o ofendido proponha a Ação Penal (ação penal privada); nesse caso, o direito de punir não deixa de
pertencer ao Estado, que apenas transfere ao particular o exercício do direito de ação, como no caso do crime de dano quali cado por motivo egoístico
ou com prejuízo considerável para a vítima.            
A queixa-crime, como petição inicial de uma ação penal, assim como o é a denúncia, deve conter os mesmos requisitos que esta (artigo 41, CPP). Como
principal diferença, destaca-se que, enquanto a denúncia é subscrita por membro do Ministério Público, a queixa-crime será proposta pelo ofendido ou
seu representante legal (querelante), patrocinado por advogado, sendo exigida para esse ato processual capacidade postulatória, de tal forma, que na
procuração devem constar poderes especiais (artigo 44, CPP).            
O candidato deveria, portanto, redigir a queixa-crime de acordo com o artigo 41, CPP, observando, necessariamente, os requisitos ali estabelecidos, a
saber: “a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a quali cação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identi ca-lo,
a classi cação do crime e, quando necessário, o rol de testemunhas.”            
Quanto à quali cação, deveria o examinando propor a queixa-crime em face do querelado, Josué.            
Em relação à estrutura, deveria o examinando, ainda, apresentar breve relato dos fatos descritos no enunciado, com exposição do fato criminoso bem
como a tipi cação do delito (dano, artigo 163, IV, CP). Além disso, também é observado na estrutura da peça o respeito às formalidades técnico-
jurídicas pertinentes, tais como: existência de endereçamento, divisão das partes, aposição do local, data e assinatura, dentre outros.            
Ao nal, o examinando deveria formular os seguintes pedidos:
•         A designação de audiência preliminar ou de conciliação;
•         A citação do querelado;
•         O recebimento da Queixa-Crime;
•         A oitiva das testemunhas arroladas;
•         A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas do artigo 163, IV, CP;
•         A xação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, IV, CPP.

Deveria, ainda, apresentar o rol de testemunhas, indicando expressamente os nomes das testemunhas apontadas no próprio enunciado, a saber:
Carmen, Beatriz e Ronaldo. Levando em conta o enunciado da prova, que não exigia data determinada, não se fazia necessário que o examinado datasse
sua peça com o último dia do prazo decadencial de seis meses.

Pergunta 1
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Pergunta 1
Na véspera do aniversário de 75 anos, Sílvio resolveu comemorar com toda a família. Quando chegou ao mercado, observou uma mulher que estava
com sua bolsa em cima do carrinho de compras e, assim que ela se distraiu, subtraiu para si a bolsa, com o intuito de utilizar o dinheiro dela para
pagar as compras feitas para seu aniversário. O fato foi todo gravado pelo circuito interno de TV do supermercado e apresentado à autoridade
responsável. Sílvio não possui antecedentes criminais e é muito admirado na comunidade onde mora, pois, sempre promove eventos culturais com
os moradores.

Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao
caso.

a.      Sílvio praticou algum crime? Em caso positivo, tipi que-o.

b.      Caso o Juiz xe uma pena privativa de liberdade de 2 anos para Sílvio, o que você, na qualidade de advogado de Sílvio alegaria para bene ciar
seu cliente?

Gabarito:
A questão aborda os Temas dos Crimes Contra o Patrimônio e Suspensão Condicional da Pena. Na alternativa (a) o candidato deverá identi car que
Sílvio praticou o crime de Furto Simples tipi cado no artigo 155, caput, CP. Já na alternativa (b) o advogado de Sílvio deverá requerer a aplicação do
Sursis (Suspensão Condicional da Pena) para seu cliente já que este possui mais de 70 anos de idade e o Código Penal autoriza que, nestes casos,
permite o Sursis Etário para crimes com pena não superior a 4 anos – artigo 77, §2º, CP.

Pergunta 2
Lúcio, segurança de banco ao terminar seu expediente vai buscar sua lha na escola. Quando lá chega, descobre que a menina estava na enfermaria
porque Rafael a havia empurrado da escada e Lúcio, com forma  de vingança, procura Rafael, que todos sabem que sofre de depressão gravíssima,
com amplo histórico de tentativa de suicídio e menciona que caso ele ainda tenha desejo de tirar a sua vida poderia solucionar a questão com um
presente especial (nesse momento Lúcio entrega uma caixa de presente com a arma que Lúcio utiliza no trabalho. Nesse ínterim, o aluno abre a
caixa, encontra a arma de Lúcio e suicida-se.
 
 
Quando a polícia chega, Lúcio, contudo, tenta desaparecer com sua arma e durante todo o Procedimento Administrativo de Investigação ameaça
testemunhas e tenta subornar os peritos. Por estes motivos, houve a Representação do Ministério Público pela Decretação da Prisão Preventiva, a
qual o juiz decidirá se concede ou não.

Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao
caso.

a.      É cabível a Prisão Preventiva neste caso? Justi que.

b.      Alguns meses depois, após a conclusão do Inquérito Policial, a família de Rafael pode oferecer a queixa-crime que dará início ao processo
criminal?

Gabarito:
(A)O aluno deve identi car que, a despeito de ter cometido crime doloso tipi cado no artigo 122, CP, Lúcio não pode ser preso preventivamente
pelo fato dessa modalidade de Prisão Processual só poder ser decretada para crimes dolosos com pena privativa de liberdade de pelo menos 4 anos
– artigo 313, I, CPP.
(B)Não. O crime do artigo 122, CP é um crime de Ação Penal Pública Incondicionada e apenas o Ministério Público pode propor a denúncia que dará
início a Ação Penal neste caso, conforme o artigo 100, caput, CC. O aluno poderia mencionar também que, caso o Ministério Público não apresente
ação penal pública incondicionada no prazo decadencial de 6 meses a família poderia procurar um advogado para propor uma ação penal privada
subsidiária da pública conforme dispõe o artigo 29, CPP.

Pergunta 3
Competência/Crimes Contra o Patrimônio – Jorge e Daniel, amigos de faculdade e assaltantes costumazes, dirigiram-se com suas motocicletas à
residência de Jorge, na cidade do Rio de Janeiro. Ao chegarem na casa de Jorge, ambos entram no quarto de Fábio, pai de Jorge, que estava
dormindo em sua cama. Jorge e Daniel abrem uma das gavetas do armário e subtraem R$ 200,00 em dinheiro, contudo, com o barulho do
fechamento da gaveta, Fábio acorda e se levanta, momento no qual Daniel dá um soco no rosto de Fábio, fazendo-o desmaiar. Após, os dois rapazes
fogem da casa de Jorge e correm para pegar suas motocicletas, porém, ao ligarem suas motocicletas, Fábio já acordado, aparece na janela da casa e
grita para alertar o ocorrido a dois policiais que estavam em uma viatura na rua. Com o alerta, Jorge e Daniel são perseguidos e o dinheiro foi
recuperado duas horas depois, uma vez que Daniel, que cou com a quantia, foi alcançado na cidade vizinha de Petrópolis. Jorge, no entanto,
conseguiu fugir.

Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao
caso.  

Cometeram os dois amigos algum crime? Em caso positivo, tipi que as condutas e determine qual o juízo competente para julgar e processar o caso
exposto. 

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Gabarito:
A questão trata dos assuntos relacionados aos Crimes Contra o Patrimônio e à competência. No caso, Jorge cometeu crime de roubo, na forma do
artigo 157, §2º, II, do Código Penal, diante do concurso de pessoas. Todavia, Jorge é isento de pena, por força da escusa absolutória prevista no
artigo 181, II, do Código Penal, já que a vítima do crime – Paulo – é seu próprio pai. Por sua vez, Daniel também comete crime de roubo, na forma do
artigo 157, §2º, II do Código Penal, diante do concurso de pessoas. Entretanto, diferentemente de Jorge, Daniel não faz jus a nenhuma escusa
absolutória. Quanto à competência, observa-se que o juízo competente para julgar e processar o caso é o Juízo da Cidade do Rio de Janeiro, tendo
em vista que o local onde o crime se consumou, de acordo com o artigo 70 do Código de Processo Penal.

Pergunta 4
Mário, competente policial da cidade de Maravilhapólis, em operação policial efetuada em uma comunidade de sua cidade, entra em confronto com
diversos cidadãos armados que tentavam adentrar em uma escola com substâncias ilícitas. Durante o con ito, Mário acaba atingindo Jeremias, que
falece instantaneamente. 

Ao retornar para seu batalhão, dirigindo sua viatura, Mário observa que sua namorada, Daisy, está com outro homem no ponto de ônibus e,
imediatamente, Mário joga a viatura em cima do ponto de ônibus com o objetivo consciente de matar ambos, o que foi concretizado. Não havia
outras pessoas no ponto de ônibus, ou próximas a ele. Após o ocorrido, Mário é preso em agrante. 

Posteriormente, Mário é denunciado e condenado pelo juiz pela prática do crime de homicídio simples com relação a Jeremias, na forma do artigo
121, caput, Código Penal, e também é condenado pela prática do crime de homicídio quali cado, artigo 121, §2º, II, Código Pena, combinado com o
artigo 69, Código Penal.

Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao
caso.

a.      Qual deve ser o recurso interposto pelo advogado de Mário contra a decisão do juiz?

b.      Qual argumento pode ser utilizado na defesa de Mário?

c.       Foi correta a fundamentação dada pelo juiz na sentença condenatória? Justi que. 

Gabarito:
A questão discorre sobre temas como recursos, ilicitude e concurso de Crimes. Na alternativa (a) o candidato deverá identi car que o recurso
cabível é a Apelação, de acordo com o artigo 593, I, do Código de Processo Penal. Já na alternativa (b), o argumento que pode ser utilizado na defesa
de Mário é o de que não há crime no caso do homicídio de Jeremias, visto que, Mário estava em seu estrito cumprimento do dever legal, causa de
exclusão da ilicitude de acordo com o artigo 23, III, Código Penal. Já na alternativa (c), o candidato deve reconhecer que o dispositivo correto para a
fundamentação da decisão do juiz é o artigo 70, caput, parte nal, do Código Penal, tratando-se de concurso formal, pois Mário agiu com desígnios
autônomos e pretendia matar tanto Daisy como o rapaz que a acompanhava. Válido destacar que o efeito prático do concurso Material e do
concurso formal imperfeito é o mesmo, qual seja, o cúmulo material, mas a fundamentação do juiz estava errada. 

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