Vous êtes sur la page 1sur 4

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0001952-30.2014.8.05.0027

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : SANTANDER CAPITALIZACAO S A

Recorrido(s) : HERNANDO JADER DE SOUZA

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE


BOM JESUS DA LAPA
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.


ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. AUSÊNCIA DE
CONTRATAÇÃO. RÉU QUE NÃO JUNTA AOS AUTOS INSTRUMENTO
CONTRATUAL, NEM ELEMENTOS INDICATIVOS DA REGULAR AVENÇA.
(ART.373, INCISO I DO CPC). COBRANÇA INDEVIDA. INSCRIÇÃO DO
NOME DA PARTE AUTORA NOS CADASTROS DE PROTEÇÃO DE CRÉDITO.
DANO MORAL IN RE IPSA. QUANTUM ARBITRADO DE ACORDO OS
PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. HIPÓTESE
DE PULVERIZAÇÃO DE DEMANDAS. QUANTUM ARBITRADO DE ACORDO
COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDDE.
SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou procedente


em parte a ação, nestes termos: “Ante o exposto e por tudo mais que dos autos consta, REJEITO
a preliminar arguida e JULGO PROCEDENTES os pedidos iniciais para declarar inexistente o contrato
n.º MPE70466000005518066 e inexigível a dívida a ele vinculado no valor de R$ 6.006,64 (seis mil e seis
reais e sessenta e quatro centavos), e, por conseguinte, determinar a exclusão do nome do(a) autor(a) dos
cadastros de proteção ao crédito por dívida decorrente do mencionado contrato, confirmando-se a
antecipação da tutela concedida mediante liminar, bem como para condenar o(a) promovido(a) a pagar
ao(à) promovente, a título de reparação por danos morais, a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos
reais), acrescida de correção monetária contada a partir da sentença, segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e juros moratórios no percentual de 1% a.m., desde o evento danoso
(07.04.2014), conforme súmulas 54 e 362 do STJ e arts. 405 e 406 do CC/02, ao passo em que extingo o
processo, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do CPC.”.

2. Alega a parte autora que tivera o seu nome negativado nos órgãos de proteção ao
crédito em virtude de dívida que desconhece, sustentando portanto a inexistência de
relação jurídica com a parte ré. Requer indenização oriunda da negativação, pelos danos
morais sofridos, na modalidade in re ipsa.

3. A parte recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese, que não


houve ato ilícito, bem como não há que se falar em falha na prestação dos serviços, haja
vista a legitimidade da constituição da dívida que fora objeto da negativação. Pugna pela
improcedência do pedido indenizatório por danos morais, e em caráter eventual, requer a
redução do quantum.
4. A despeito das alegações da acionada sobre a legalidade da anotação realizada,
não apresenta documentação que corrobore suas alegações. Com efeito, tendo a parte
autora alegado que não firmara o contrato em tela, incumbia à parte ré não somente a
prova acera da existência da relação jurídica, através da juntada do instrumento
contratual com a assinatura da parte autora, como também de que a inclusão do seu
nome ocorrera em virtude de dívida regularmente constituída, o que todavia não fora feito
na hipótese. A recorrente tão somente junta documentos produzidos de modo unilateral,
sem que tenha havido a participação do consumidor em sua elaboração, o que se mostra
inservível para os fins para os quais se destinam.
5. A parte autora, por sua vez, colaciona aos autos consulta do órgão de proteção ao
crédito no evento 01, em que consta o apontamento indevido, por solicitação da
demandada, desincumbindo-se assim do ônus de provar o fato constitutivo de seu
direito, nos termos do art.373, inciso I do CPC. É cediço na jurisprudência pátria
que a negativação do nome do consumidor nos cadastros de proteção ao crédito
por cobrança indevida gera dano moral in re ipsa, que prescinde de comprovação.
6. . O valor da reparação do dano moral deve ser fixado de acordo com os princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade, os quais, em síntese apertada querem significar,
aquilo que é justo e na medida certa.

7. Da mesma forma, a fixação do montante indenizatório deve guardar uma


equivalência entre as situações que tragam semelhante colorido fático. As variações nos
valores das indenizações existem conforme as circunstâncias fáticas que envolvam o
evento.

O valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante, a título de danos


morais, guarda compatibilidade com o comportamento do recorrente e com a repercussão
do fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantido.

8. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO AO


RECURSO INTERPOSTO, para manter a sentença objurgada pelos seus próprios
fundamentos. Custas processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que
arbitro em 20% sobre o valor da condenação.

.
Salvador, Sala das Sessões, 06 de JULHO de 2017
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0001952-30.2014.8.05.0027

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : SANTANDER CAPITALIZACAO S A

Recorrido(s) : HERNANDO JADER DE SOUZA

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS ESPECIAIS DE


BOM JESUS DA LAPA
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS
REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Custas
processuais e honorários advocatícios pelo recorrente, que arbitro em 20% sobre o
valor da condenação.

Salvador, Sala das Sessões, 06 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

Vous aimerez peut-être aussi