Vous êtes sur la page 1sur 48
UNIVERSIDADE DE COIMBRA BOLETIM DA FACULDADE DE DIREITO DNGMERO ESPECIAL ESTUDOS EM HOMENAGEM Ao PROF. DOUTOR J. J. TEIXEIRA RIBEIRO mr IURIDICA COIMBRA 1983 sedans. | CONSIDERAGOES SOBRE O METODO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO captruto 1 © METODO TRADICIONAL 1, Como outros ramos da dogmética juridica, como a propria dogmética juridica em geral, também o direito internacional privado (DIP) vive, a seu modo, a querela dos métodos (ou uma querela dos métodos). Compete-the, todos o accitam, acudir 3 necessidade de encontrar resposta adequada para o problema da regulamentagio das situagGes da vida juridico-privada intemacional (casamentos ¢ con tratos, testamentos € divércios, relagées de filiagZo © relagées de concorréncia econémica, factos juridicos Heitos e illcitas). ‘A questio exté em saber que tipo de resposta se procura — ou por que meios se hi-de aleangar aquele objective. Tradicionalmente, considera-se que a via mais conveniente consiste na aplicagio 2 tais situagées dos preceitos de dreito intemo de um dos sistemas Juridicos com os quais elas cticjam em conexdo. Mas outras ‘mais solugSes seriam posstveis, como por exemplo as seguintes: julgar tais situagbes do mado que Ihes for materialmente mais adequado; julgé-tas segundo uma norma sirrealy resultante da combinagio ou aproximacio das regras apliciveis des vérias leis interestadas; criar para as referidas situagBes mormas expeciais de dircito material (direito internacional privado material). ois bem: de todos estes métodos se tem preconizado a aplicacio : 2 Homenagem a0 Prof. J. J. Teixeira Ribeiro no correr dos tempos, sem embargo de ser 0 primeiro 0 comum- mente observado. Por seu tumo, o recurso a este sistema — aplicagio 4s rela- ‘ges internacionais (ou multinacionais) dos preceitos juridico- ~materiais de um dos sistemas «interessadow ' — implica outra questo: que caminho ou processo seguir para determinar em cada ato a lei aplicivel. De novo nos defrontamos com um problema metodol6gico ¢ de novo deparamos com uma pluralidade de solugées possiveis: a) essa lei (a lei aplicével) seré individualizada através de uma andlise das epoliticas subjacentes as virias leis em concorréncia (tem prévio recurso, portanto, a quaisquer normas de aplicagio ou de confitos; 6) aplicivel a0 caso seri a lei {que com ele tiver a conexcio (espacial) mais estreita; c) das leis sconcorrentes (isto é, das leis espacialmente relacionadas com a situago concreta) optar-se-é pela que conduuzir ao resultado «mais Justos; d) seré escolhida a lei que, tendo em conta uma série de factores (entre eles as conexdes do caso com determinados sis- temas de direto) e de principios, se apresentar, a essa luz, como mais apropriada para regular 0 caso?, 2. Método tradicional ou da conexdo, Como jé foi dito, a doutrina tradicional entende que o problema do direito inter 1 Mais correctamente: daqucles preceitos que of tribunais do respec- vo Estado normalmente aplicam 4s situagies congéneres que por inteiro ertengam 3 vida interna desse metmo Estado, 2° Cie. sobre esta matéria, entre outros, Nevius, Nowe Wege im evro- ‘aihen IPR, Rabels Z. 1971, p. 401-426; Baturror, Le pluraliome des mlthodes ex DIP, Recueil des Cours 1973, M, p. 79 s.; Loussouann, Cours géndral de DIP, Rec. des Cours 1973, I, p. 275 $3 Jouncss, Zum Funksionswandel des Kollsionmechts; Van Hace, Principes et méchodes de solution des cons de los, Rec, des Cours 1969, Lp. 451 5; Moura Ramos, DIP e Consiga (Coimbra, 1980), p. 11-172; W. Want, Intemationales Privateckt | (Waltcr ‘de Gruyter, Berlin—New York, 1981), p. 1-11. Velase também do A. Les problimes de codification en DIP, Rec. des Cours 145 (1975, 1), cap. I, ¢ DIP— Alas problemas (Coimbra 1981), cap. 1. & Ai IOS RESASEOTE c Consiterases sobre 0 mlsodo do dive intemacional privado 3 nacional privado consiste em determinar a lei em cxja moldura bio-de procurar-se os preceitos materiais apliciveis a0 caso ver~ tente, Esses preceitos, como também jé dissemos, serio aqueles que um tribunal do respective Estado aplicaria a0 mesmo e250 se este fosse tipicamente nacional, ou seja, se se tratase de uma situagio da vida que nfo contivesse na sua estrutura quaisquer clementos estrangeiros. Esta concepgio remonta a Savigny!. Na sua anilise do tema—que & 0 do império das regras de direito sobre: as relagGes juridicas*— parte 0 autor da relacio jurfdica* é perante uma relagio juridica que nos encontramos, & ela que temos de julgar, Para tanto, necesstamos de procurar a regra de dircito sob cujo dominio a relacio se encontre. Como sio varias as normas que se nos oferecem, pertencentes a diferentes direitos positivos, chegamos por aqui 20 problema dos limites da esfera de dominio desses varios sistemas uns em face dos outros ¢ dos conflitos que daf se originam. Nio se trata, porém, de duas questies distintas, antes 130 36 de duas formulagées da mesma questio, que s6 divergem no ponto de partida. Olhando 3 regra de direito, pergunta-se: que relagées juridicas deve ela reger? E tendo presente a relaglo juridica: a que regra de dircito cst cla sujeita? As questies dos limites do dominio espacial dos sistemas jurfdicos positivos e dos conflitos entre eles so apenas aquestées derivadas e subordinadas, Para resolver tas contlitos proceder-se-4 em termos de procurar para cada relacio juridica, luz da sua natureza particular, o dominio de direito de que depende ou a que esti sujeita. £ Sameary, System der heutigen Rémischen Rechts, vol. VIL (1849), 13, §§ 4 H8, PS ena er Reduce Oe de Recht: € 0 de do livro I do tomo Vill do. System. Como relaco da vide, como relagio juries concreta.

Vous aimerez peut-être aussi