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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM TÉCNICAS


PROFISSIONAIS DE JARDINAGEM

Módulo: Cooperativismo e Economia Solidária


Data: 24.10.2014
Carga Horária: 04h
Ementa: Gestão participativa: associativismo, cooperativismo, articulação em Rede.
Objetivo: Dialogar sobre os temas conceituais: Cooperativismo e Economia Solidária, interligando
o saber com os conceitos de gestão participativa, associativismo, cooperativismo e articulação em
Rede.

1. Introdução

A economia solidária, o associativismo e o cooperativismo estão relacionados com a


necessidade de quebra de paradigmas da lógica capitalista. A busca incessante pela maximização do
lucro e da acumulação do capital gera um modelo de desenvolvimento econômico excludente e
distante da justiça social.
O capitalismo é um modo de produção que se sustenta na exploração da mão de obra
assalariada e na pobreza. Assim, nos deparamos com uma série de desigualdades no mundo do
trabalho, na qual destacamos a divisão sexual do trabalho. Esta última divide o trabalho entre
trabalho produtivo e reprodutivo. O primeiro mais valorizado cabe aos homens e o segundo mais
desvalorizado cabe às mulheres. Dessa forma, encontramos as mulheres em posto de trabalho mais
precário, com baixos salários, bem como no mercado de trabalho informal e no desemprego.
Transformar as relações de trabalho é fundamental para o desenvolvimento social do ponto
de vista da sustentabilidade, da justiça social e da igualdade de oportunidades. Construir novos
paradigmas pautados na ética e na solidariedade não contribui apenas para uma economia mais
inclusive, mas também com o desenvolvimento social humanizado.

2. Gestão Participativa

A gestão participativa é um processo que visa à participação de todas as pessoas para o


desenvolvimento da Cooperativa e/ou Associação.
Planejando os objetivos, as ações e as metas, dividindo as responsabilidades, debatem as
decisões, discutem no campo das ideias, respeitam a opinião alheia, aceitam as experiências
vivenciadas, tudo por meio de um diálogo aberto e respeitoso.
Dentro desse processo democrático a gestão participativa proporciona igualdade nas
condições de participação, nas responsabilidades, benefícios e nas relações de poder.

3. Economia Solidária

De acordo com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) Economia


Solidária é uma

inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão


social. Compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a
forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de
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cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de


serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. (BRASIL, 2010)

A economia solidária pode ser caracterizada como um esforço de construção de uma


alternativa à produção, ao consumo e a distribuição da riqueza, tendo como prioridade a valorização
humana e o respeito às necessidades de que produz.
Mesmo tendo diversas formas de organização, a economia solidária possui uma base
associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e
serviços, caracterizada pela autogestão, ou seja, não existe patrão nem empregados, por que todo
mundo é trabalhador e dono.

4. Associativismo

Associativismo é uma forma de organização da sociedade, no qual as pessoas se agrupam


em torno de interesses (objetivos ou ideais) comuns, constituindo associações, em que lhes permite
alcançar com mais êxito com melhores condições e apoio social, do que buscando seus objetivos de
forma isolada.
O associativismo é fruto da luta pela sobrevivência e pela melhoria das condições de vida
de comunidades. Por associação entende-se que

é uma pessoa jurídica, devidamente registrada em cartório e constituída livremente pela


união de pessoas que, assim como vocês, têm um objetivo comum, ou seja, querem a
mesma coisa. Essa união acontece pra melhoria das condições de vida do grupo e da
comunidade. Nas comunidades a participação, a solidariedade, a cooperação em torno de
objetivos comuns, têm sido fundamentais para assegurar melhores condições de vida. Essa
prática, mais do que uma forma de organização, é uma construção e uma conquista social.
(BANCO DO BRASIL, 2009, p. 02)

Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas ou mais pessoas com
ou sem personalidade jurídica, para a realização de objetivos e ideais comuns sem finalidade
lucrativa. Pode ser também qualquer iniciativa formal ou informal que reúna pessoas ou outras
sociedades jurídicas com objetivos comuns, tendo em conta superar dificuldades e gerar benefícios
para os seus associados.
O associativismo, enquanto forma de organização social, é também caracterizado pelo seu
caráter voluntário. Existem duas formas de organização: informal e formal, que se definem assim:
Associativismo Informal Associativismo Formal
- Grupos de produção solidária - Associações: comunitárias de produtores, de
- Grupos de ação comunitária mulheres, de jovens e etc.
- Redes - Cooperativas: de produção, de crédito, de
comercialização, de profissionais autônomos, de
consumo e etc.

5. Cooperativismo

Para se falar sobre cooperativismo é oportuno ressaltar a importância da cooperação na


experiência humana, pois foi por meio da cooperação que os seres humanos conseguiram enfrentar
animais ferozes, se proteger dos impactos das mudanças climáticas e mediar conflitos e problemas
como a fome e as doenças.
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Sobre a etimologia da palavra, “cooperação” vem do latim cooperatio, que quer dizer, a
“prestação de auxílio para um fim comum”, ou seja, trabalhar juntos, a ação de cooperar.
Historicamente, existem registros de inúmeras experiências de cooperação em todas as civilizações.
O cooperativismo surgiu como forma de organização social para a solução de problemas
econômicos. E, por cooperativismo entende-se que é

uma associação de pessoas unidas voluntariamente para realizar um objetivo comum, por
meio da formação de uma organização, que é administrada democraticamente. Todos os
cooperados contribuem com o mesmo valor, têm os mesmos direitos, os mesmo deveres e
assumem os riscos e os benefícios do negócio. (BANCO DO BRASIL, 2009, p. 03)

As cooperativas são empreendimentos solidários voltados para inclusão dos segmentos


historicamente excluídos pela economia dominante da nossa sociedade capitalista, unidos e
desafiados de colocar em prática uma gestão participativa, como trabalhadoras e trabalhadores,
mulheres, jovens, afrodescendentes, agricultoras e agricultores e seus familiares. Todos unidos.
Os princípios que orientam a gestão das cooperativas são baseados na solidariedade, na
participação, na igualdade e na cooperação em torno dos objetivos comuns, a partir do atual
contexto histórico, social, econômico e cultural e dos projetos sociais e políticos de cada grupo na
sociedade. Assim, o cooperativismo possui 12 (doze) valores e princípios:
1. Viver melhor
2. Pagar a dinheiro
3. Poupar sem sofrimento
4. Suprimir os parasitas
5. Combater o alcoolismo
6. Interessar as mulheres nas questões sociais
7. Educar economicamente o povo
8. Facilitar a todos o acesso à propriedade
9. Reconstituir uma propriedade coletiva
10. Estabelecer o justo preço
11. Eliminar o lucro capitalista
12. Abolir os conflitos
Enquanto legislação existe a lei Nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a Política
Nacional de Cooperativismo, instituindo o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras
providências.

Art. 1° Compreende-se como Política Nacional de Cooperativismo a atividade decorrente


das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo, originárias de setor público ou privado,
isoladas ou coordenadas entre si, desde que reconhecido seu interesse público.
Art. 2° As atribuições do Governo Federal na coordenação e no estímulo às atividades de
cooperativismo no território nacional serão exercidas na forma desta Lei e das normas que
surgirem em sua decorrência.
Parágrafo único. A ação do Poder Público se exercerá, principalmente, mediante prestação
de assistência técnica e de incentivos financeiros e creditórios especiais, necessários à
criação, desenvolvimento e integração das entidades cooperativas.

6. Articulação em Rede

Existem tantas redes no mundo: rede de descanso, rede de dormir, rede de pesca, rede
social, rede telefônica, rede de computadores, rede de pessoas e organizações. As redes são o
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resultado da união de vários fios, tão unidos, que nos garantem a proteção para que possamos nos
espalhar, ficar a vontade, protegidos para repousar e ter um bom descanso.
A estrutura dos fios que unem e se transforma numa rede de dormir não é hierárquico, pelo
contrário é uma união que faz com que cada ponto seja importante na construção e proteção de
quem irá utilizá-la e neste tipo de rede que teremos por base.
A palavra rede é bem antiga e vem do latim retis, que significa rede ou teia, ou seja, um
conjunto entrelaçado de fios, cordas, cordéis, arames, etc., com aberturas regulares, fixadas por
malhas e nós, formando espécie de tecido aberto, destinado às aplicações. No decorrer dos tempos,
a palavra rede passou a ser empregada em diferentes situações.
Aqui, falamos de rede na perspectiva de articulação das associações e cooperativas, no
intuito de buscarem novas articulações entre as pessoas envolvidas com as questões coletivas.
A articulação em rede propõe também novas estruturas organizacionais através de
parcerias e alianças, por meio de trocas de conhecimento acumulado. As ações são desenvolvidas
com base nos sistemas horizontais, o espaço de trabalho é integrado e interdisciplinar, consistindo
num ambiente de cooperação, rico em informações, com transparência generalizada e uma cultura
de solidariedade.

7. Referências

BANCO DO BRASIL, Fundação. Manual de capacitação da tecnologia social PAIS – Produção


Agroecológica Integrada e Sustentável. Brasília: Fundação Banco do Brasil, 2009.

BRASIL. Lei Nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de


Cooperativismo. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5764.htm Acessado
em: 21 de julho de 2014
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MONTANDO ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVA

Ações para a criação de uma associação e de uma cooperativa.


ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA
 Definição do grupo de interessados  Definição do grupo de interessados
 Definição dos objetivos concretos do  Definição dos objetivos concretos do
grupo grupo
 Elaboração conjunta do Estatuto Social  Elaboração do Projeto de Viabilidade
 Realização da Assembleia de Técnica, Econômica e Financeira
Constituição, com eleição dos membros  Elaboração do Estatuto Social
dos órgãos internos (conselho fiscal,  Encaminhamento dos documentos para
conselho administrativo, diretoria, e análise por entidade representativa
outros). Ata da Assembleia de nacional, escolhida pelo grupo
Constituição  Realização da Assembleia de
 Registrar, no Cartório de Registro Civil Constituição, com eleição dos Dirigentes
de Pessoas Jurídicas, o Estatuto Social, os  Subscrição e integralização das cotas de
Livros obrigatórios e a Ata de capital pelos associados
Constituição  Encaminhamento dos documentos para
 (Artigo 121 da Lei 6015/73, com nova registro na Junta Comercial
redação instituída pela Lei 9.042/95)  CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas
 CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) na Receita Federal
Jurídicas) na Receita Federal  Inscrição na Receita Estadual
 Registros na Prefeitura, INSS e  Inscrição no INSS
Ministério do Trabalho  Alvará de Licença e Funcionamento na
 Elaboração do primeiro plano de trabalho Prefeitura Municipal
 Registro junto à entidade de
representação
 Outros registros para cada atividade
econômica
 Abertura de conta bancária

O Passo a Passo:
1. Deverá haver uma reunião com o grupo de interessados em participar para discutir e
elaborar um documento que contenha o conjunto de regras para o funcionamento da
associação. Esse documento é chamado de Estatuto Social.
2. Posteriormente, deverá ser realizada uma Assembleia de Constituição, onde ocorrerá a
eleição dos membros dos órgãos internos (conselho fiscal, conselho administrativo, diretoria
executiva e outros). Todos os pontos discutidos deverão constar na ata da Assembleia de
Constituição.
3. É na Assembleia Geral que todos se reúnem para discutir os assuntos mais importantes da
Associação, desde a fundação, a eleição de membros, as metas de trabalhos até as
reivindicações do grupo.
4. A Diretoria Executiva, o Conselho Administrativo e Fiscal serão escolhidos de forma
democrática. Poderão haver vários concorrentes. Nesse caso, haverá necessidade de fazer
uma eleição.
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5. Ao final de cada Assembleia Geral é necessário fazer uma ata, que será assinada por todos
os participantes.

DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVA


ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA
DEFINIÇÃO Sociedade civil sem fins Sociedade civil/comercial sem fins
lucrativos lucrativos
- Promover a implementação e - Viabilizar e desenvolver a atividade
a defesa dos interesses dos seus produtiva dos seus associados
associados - Transformar bens, atuando no mercado
OBJETIVOS
- Incentivar a melhoria técnica, - Armazenar e comercializar
profissional e cultural dos seus - Dar assistência técnica e educacional
integrantes aos associados
- Constituição (Art. 5º.) - Constituição (Art. 5º.)
AMPARO
- Código Civil - Código Civil
LEGAL
- Lei 5.764/71

Para o Estatuto, o que deve conter são os seguintes pontos:


ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA
 Nome da Entidade  Nome, tipo de entidade, sede e foro.
 Sede e logomarca  O nome da cooperativa não pode ser igual ao de
 Finalidades e objetivos outra já existente e a sede e o foro são o nome do
concretos município onde ela irá funcionar.
 Se os associados respondem  Área de atuação
pelas obrigações da entidade  Definição do exercício social e do balanço geral
 Atribuições dos órgãos  Objetivos sociais
internos (Conselho Fiscal,  Entrada e saída dos associados
Conselho Administrativo,  Responsabilidade limitada ou ilimitada dos
Diretoria, Assembleia de associados
Associados)  Formação, distribuição e condições de retirada
 Quem responde pela entidade do capital social
 Como se dá a eleição para os  Estrutura diretiva, quem responde juridicamente
cargos nos órgãos internos e o  Prazo do mandato dos dirigentes, do conselho
mandato de cada um fiscal e processo de distribuição
 Tempo de duração  Convocação e funcionamento da assembleia
 Como são modificados os geral
Estatutos  Distribuição das sobras e rateio dos prejuízos
 Como é dissolvida a entidade  Casos e formas de dissolução
 Em caso de dissolução, para  Processo de liquidação
quem vai o patrimônio  Modo e processo de alienação ou oneração de
bens imóveis
 Reforma dos estatutos
 Destino do patrimônio na dissolução ou
liquidação

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