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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

RECURSOS
MATERIAIS E
PATRIMONIAIS
Apostila de suporte as aulas

AULA I 1
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

1. Administração de Recursos Materiais e patrimoniais


1. Conceitos

Atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas,
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e comprar até a entrega do
produto terminado para o cliente. (FRANCISCHINI & GURGEL, 2002).
É um sistema integrado com a finalidade de prover a administração, de forma
contínua, ​recursos​, ​equipamentos e informações essenciais para a execução de todas
as atividades da Organização.

2. Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais

Segundo Francischini & Gurgel (2002), a evolução da Administração de Materiais


processou-se em várias fases:
● A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empresa, pois comprar
era a essência do negócio;
● Atividades de compras como apoio às atividades produtivas se, portanto,
integradas à área de produção;
● Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando com o
planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos acabados, em uma
organização independente da área produtiva;
● Agregação à área logística das atividades de suporte à área de marketing.

Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente de produção se torna


cada vez menos necessário, e nesse caso a Administração de Materiais é uma
ferramenta fundamental para manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a
matéria-prima, porém não haja excedentes.
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas fases produtivas
baseou-se principalmente, pela necessidade de produzir mais, com custos mais baixos.

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Atualmente a Administração de Materiais tem como função principal o controle de


produção e estoque, como também a distribuição dos mesmos.

3. As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais

1 – Aumentar a ​produtividade​. Busca pela ​eficiência​.

2 – Aumentar a ​qualidade sem preocupação em prejudicar outras áreas da


Organização. Busca pela ​eficácia​.

3 – Gerar a ​quantidade certa​, no ​momento certo par atender bem o cliente, sem
desperdício. Busca pela ​efetividade​.

4. Visão Operacional e Visão Estratégica

FÁBULA DA FORMIGA E DA CIGARRA

"Era uma vez uma formiguinha e uma cigarra, muito amigas.


Durante todo o outono a formiguinha trabalhou sem parar armazenar comida para o período
de inverno, não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem do bate papo
com os amigos ao final do expediente de trabalho tomando uma cerveja, seu nome era
trabalho e seu sobrenome, sempre.
Enquanto isso a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos nos bares da cidade, não
desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono, dançou, aproveitou o sol,
curtiu para valer sem se preocupar com o inverno que estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar, era o inverno que estava começando. A
formiguinha exausta entrou em sua singela e aconchegante toca repleta de comida.
Mas alguém chamava por seu nome do lado de fora da toca e quando abriu a porta para ver
quem era, ficou surpresa com o que viu sua amiga cigarra dentro de uma Ferrari com um
maravilhoso casaco de ​vison​.
E a cigarra falou para a formiguinha: Olá amiga, vou passar o inverno em Paris, será que você
poderia cuidar de minha toca? E a formiguinha respondeu: Claro, sem problema, mas o que lhe
aconteceu que você vai para Paris e está com esta Ferrari?
No que a cigarra responde: Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana
passada e um produtor gostou da minha voz e fechei um contrato de seis meses para fazer
shows em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
Respondeu a formiguinha: Desejo sim, se você encontrar por lá tal de La Fontaine, mande ele
para a p q p!!!"
Link com visão operacional e visão estratégica

Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a atividades específicas. Melhorar algo

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que já existe.

Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de um modo novo. Aqui se


preocupa em garantir a alta performance de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a
organização de maneira interrelacional.

Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor era, conforme sua época,
garantir a melhoria quantitativa das ações dos empregados. Aqueles q mantêm uma
padronização de tarefas (em todos os outonos deve-se dobrar o esforço para se ter comida)
são recompensados pela Organização (natureza). Na moderna interpretação da Fábula a
autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar investir no nosso talento de maneira
diferencial. Assim, poderemos não só garantir a sustentabilidade da Organização para os
diversos invernos como, também, fazê-los em Paris.

Historicamente, a administração de recursos materiais e patrimoniais tem seu foco na


eficiência de processos – visão operacional. Hoje em dia, a administração de materiais passa a
ser chamada de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na melhor maneira
de facilitar o fluxo de produtos entre produtores e consumidores, de forma a obter o melhor
nível de rentabilidade para a organização e maior satisfação dos clientes.

A Administração de Materiais possui hoje uma ​Visão Estratégica​. Ou seja, foco em ser a
melhor por meio da INOVAÇÃO e não baseado na melhor no que já existe. A partir da visão
estratégica a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser conhecida por
LOGISTICA.

Sendo assim:

VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA


EFICIENCIA EFETIVIDADE
ESPECIFICA SISTEMICA
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
QUANTO QUANDO

5. Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais

1. qualidade do material;
2. quantidade necessária;
3. prazo de entrega
4. preço;
5. condições de pagamento.

Qualidade do Material
O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua aceitação dentro e fora
da empresa (mercado).

Quantidade

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Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades da produção e estoque,


evitando a falta de material para o abastecimento geral da empresa bem como o excesso
em estoque.

Prazo de Entrega
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendimento aos consumidores e
evitar falta do material.

Menor Preço
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posição da concorrência no
mercado, proporcionando à empresa um lucro maior.

Condições de pagamento
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha maior flexibilidade na
transformação ou venda do produto.

6. Diferença Básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial

A diferença básica entre Administração de Materiais e Administração Patrimonial é que


a primeira se tem por produto final a distribuição ao consumidor externo e a área
patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a
conservação e manutenção de bens.

2. Recursos
1. Conceito

É aquele que gera, potencialmente ou de forma efetiva, ​riqueza​.

RECURSOS

TECNOLÓGICOS

HUMANOS

CAPITAL

PATRIMONIAIS

MATERIAIS

INSTALAÇÕES

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ESTOQUE

EQUIPAMENTO

PRÉDIOS

TERRENOS

PRODUTO ACABADO

PRODUTO EM

PROCESSO

MATÉRIA

PRIMA

MATERIAIS

AUXILIARES

RECURSOS

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COMPRAS

LOGÍSTICA

INTERNA

LOGÍSTICA

EXTERNA

CLIENTES

FORNECEDORES

2. Tipos de recursos

1 – Fatores de produção

● CAPITAL – em forma de ​numerário​. É o recurso que apresenta maior liquidez, podendo


ser utilizado, inclusive, na aquisição de outros recursos.
● TERRA – fornece​ insumos​ necessários à produção (matéria-prima)
● TRABALHO – fornece os ​recursos humanos responsáveis pela mão-de-obra que
transforma os insumos em produtos acabados ou serviços prestados.

2 – Recursos materiais – São todos os recursos que fornecem ​condição para o ​processo
produtivo. ​(ferramentas, materiais auxiliares).

3 – Recursos patrimoniais – ​Conjunto de bens, valores, direitos e obrigações que pode


ser ​avaliado monetariamente e que tem relação direta com os objetivos
organizacionais​. (prédio, instalações, equipamentos).

4- Recursos humanos – É conjunto dos empregados ou dos colaboradores de uma


organização que ​fornece o ​imput​ de produção​.

5 – Recursos tecnológicos – garantem ​o diferencial​, por meio do conjunto de


conhecimentos ​da Organização, em relação à concorrência transformando o ​menor
custo ou a inovação​ em uma ​vantagem econômica​ (ferramenta de efetividade).

3. Objetivo da administração de materiais

O grande objetivo da Administração de Materiais é com muita estratégia eliminar da


produção todos os itens que não tem rotatividade constante no estoque, ou seja,

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retirar de movimentação os itens que estão inertes no estoque, sem muita demanda,
transferindo, portanto o investimento que ficaria sem movimentação por um período
mais longo, por materiais com alta rotatividade.
Reduzir custos com a globalização é atitude crucial para que as empresas consigam
manter-se no mercado.

4. Desempenho

Todas as ações que levam ao resultado esperado.

1. Medidas de desempenho

O objetivo de se mensurar o desempenho é possibilitar uma tomada de decisão que


leve a ação mais efetiva.

2. Medidas utilizáveis

1 – atendimento as necessidades do cliente.

2 – tempo de entrega.

3 – qualidade da entrega dos fornecedores.

4 – rentabilidade e lucratividade da linha de produtos ou serviços oferecidos.

5 – número de horas de treinamento/funcionário

6 - absenteísmo

5. Enfoque
1. Enfoque Cartesiano
Os principais enfoques da administração de materiais serão dirigidos à administração de
recursos, sistemas de controle e de informações, e processos.
2. Novo Enfoque – Abordagem logística

A Logística compõe-se de dois subsistemas de atividades: administração de materiais e


distribuição física, cada qual envolvendo o controle da movimentação e a coordenação
demanda-suprimento.

6. Atividades da logística e materiais


. compras

. programação de entrega para fábrica

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. transportes

. controle de estoque de matérias-primas

. controle de estoque de componentes

. armazenagem de matérias-primas

. armazenagem de componentes

. previsão de necessidades de materiais

. controle de estoque nos centros de distribuição

. processamento de pedido de clientes

. administração dos centros de distribuição

. planejamento dos centros de distribuição

. planejamento de atendimento a clientes

7. Razões de interesse pela logística


Existe crescente interesse pela administração logística no Brasil, e esse interesse pode ser
explicado por seis razões principais:

1. rápido crescimento dos custos, particularmente dos relativos aos serviços de transporte e
armazenagem;

2. desenvolvimento de técnicas matemáticas e do equipamento de computação capazes de


tratar eficientemente a massa de dados normalmente necessária para a análise de um
problema logístico;

3. complexidade crescente da administração de materiais e da distribuição física, tornando


necessários sistemas mais complexos;

4. disponibilidade de maior gama de serviços logísticos;

5. mudanças de mercado e de canais de distribuição, especialmente para bens de consumo;

6. tendência de os varejistas e atacadistas transferirem as responsabilidades de administração


dos estoques para os fabricantes.

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8. Principais Técnicas de Administração de Materiais

1. Just in Time
Sistema que garante a quantidade certa, na hora exata que atenda necessidades de
demanda com o mínimo em estoque.
Busca a eliminação de tudo que não agregue valor ao produto ou serviço.
1. Bases do JIT
O JIT visa reduzir ou eliminar funções ou sistemas desnecessários para o processo
global de produção.
“O que não agrega valor ao produto é desnecessário, portanto, eliminável.”
Kaisen. O JIT incentiva a melhoria contínua.
Entender e responder às necessidades do cliente.
2. As Sete categorias de Desperdícios em Produção:

● Super produção – Antecipação da Demanda


● De Espera – Refere-se ao material que espera para ser processado.
● De Transporte – o transporte e a movimentação não agregam valor ao
produto.
● De Processamento – Falta de otimização
● De Movimento – refere-se às movimentações do operador de máquinas

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durante o processo.
● De Produção de Produtos Defeituosos – gerados por problemas de qualidade.
● De Estoques – quando este é utilizado de forma não efetiva.

3. Diferenciais do JIT
a. Entregas parceladas
b. Linha de produção sem gargalos
c. Inspeção e embalagem na própria linha de produção
d. Envio direto ao cliente sempre que possível
e. Melhoria continua da qualidade
f. Redução do custo de produção
g. Agilidade do prazo de entrega.

2. Fornecedor Preferencial
Seleciona fornecedores para garantir a qualidade eliminando testes de recebimento e
garantindo o ​feedback​ e correção de defeitos na fábrica do fornecedor.
Pode evoluir para parcerias e consórcios de fornecedores
Ex: Em 1996 a ​Gessy Lever tinha 180 fornecedores, apenas em Transporte. Em menos de três
anos, esse número já era 58; e o índice de solicitação do cliente atendida na qualidade certa e
prazo certo haviam passado de 26% para mais de 80%. (fidelização de fornecedores).
3. Programação de Fornecedores
A característica principal é a de manter um esquema de alimentação contínua da programação
e controle de produção (PCP) de fornecedor com as necessidades de entrega, via EDI (​Eletronic
Data Interchange)​

PROCESSO EM PAPEL EDI


Entrar com os dados
Gerar documentos Entrar com os dados
Enviar documento
Receber documento Enviar eletronicamente via telefone
Digitar dados
Ação Ação

1. Kanban
É uma ferramenta de controle de fábrica pela qual as necessidades de entregas determinam os
níveis de estoque no decorrer do processo. Ele oferece o ​start de produção (é uma alavanca).O
objetivo do ​Kanban é minimizar os estoques dos materiais em processo, produzindo em
pequenos lotes somente o necessário.
2. Qualidade em Tempo Real e Seis Sigma
Utiliza o controle estatístico de processos (CEP) para detectar desvios de padrão.
Estabelecendo causas e efetuando ação corretiva​.

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2. Principais técnicas de Administração de Patrimônios – Bens e Equipamentos


1. Revisão Administração Patrimonial
● Recurso patrimonial é o conjunto de riquezas da empresa: instalações, prédios,
equipamentos e veículos da empresa.
● Bens Tangíveis – são os que podem ser trocados (edifício, veículo)
● Bens Intangíveis – não podem ser trocados (marca da empresa, logotipo).
2. Técnicas para gestão de bens e equipamentos
● Justificativa de investimentos
A justificativa de investimentos é mais do que uma simples análise de redução de custos. A
automação da fabrica passa por sua qualidade total, redução do ciclo de fabricação,
flexibilidade de programação, melhoria do ambiente de trabalho.
● Simulação
São simulações utilizadas no balanceamento necessário para testar decisões organizacionais.
● Configuração de Fluxo
O layout da fábrica deverá ser projetado para tirar o Maximo proveito das simplificações
inerentes a um fluxo ótimo.
● Tecnologia de agrupamento de processos
Integração das varias atividades automatizadas pelo controle das maquinas e fluxos de
recursos pela fábrica.
● Manufaturabilidade do Produto
Facilitador, na fase de projeto, para otimização de fatores de produção tais como qualidade,
entrega, custo e flexibilidade.
3.Revisão Administração Patrimonial
● Recurso patrimonial é o conjunto de riquezas da empresa: instalações, prédios,
equipamentos e veículos da empresa.
● Bens Tangíveis – são os que podem ser trocados (edifício, veículo)
● Bens Intangíveis – não podem ser trocados (marca da empresa, logotipo).

2.4. Técnicas para gestão de bens e equipamentos


● Justificativa de investimentos
A justificativa de investimentos é mais do que uma simples análise de redução de custos.
A automação da fabrica passa por sua qualidade total, redução do ciclo de fabricação,
flexibilidade de programação, melhoria do ambiente de trabalho.
● Simulação
São simulações utilizadas no balanceamento necessário para testar decisões
organizacionais.
● Configuração de Fluxo
O layout da fábrica deverá ser projetado para tirar o Maximo proveito das simplificações
inerentes a um fluxo ótimo.
● Tecnologia de agrupamento de processos
Integração das varias atividades automatizadas pelo controle das maquinas e fluxos de

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recursos pela fábrica.


● Manufaturabilidade do Produto
Facilitador, na fase de projeto, para otimização de fatores de produção tais como
qualidade, entrega, custo e flexibilidade.

2. Aquisição

3.1. Gestão de Compras


3.1.1. Histórico
A área de Materiais e Patrimônio já foi conhecida no passado como o grande “consumidor” de
recursos financeiros. Era vista como um Centro de Custos. A grande preocupação da época era
a de manter estoques cheios e foco constante na aquisição de bens para a empresa.
A partir da década de 70, com o evento da abertura de mercados, as empresas começam a
observar que quanto maior a produtividade maior o lucro final do produto. Portanto, investir
em pessoas, em treinamento e em melhoria contínua da área de materiais passa a ser a
GARANTIA para uma maior lucratividade. Passamos a enxergar agora, a área de compras como
a grande central de lucro.
3.2. Função de Compras
Hoje, comprar em uma empresa é bem mais do que simplesmente suprir a organização de
materiais. Compras adquire uma função estratégica em logística. A partir de uma visão
sistêmica, compras em logística passa a ser denominada gerenciamento de suprimentos e seu
principal foco passa a ser o processo na cadeia de suprimentos e não mais as transações com
fornecedores. Hoje a área de compras não trabalha sozinha. Ela influencia e é influenciada
diretamente por todas as áreas da organização.

3.2.1. Quadro Comparativo entre o Sistema Tradicional e o Sistema Moderno de Compras


SISTEMA TRADICIONAL SISTEMA MODERNO

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FUNÇÃO BUROCRATICA FUNÇÃO ESTRATÉGICA


BASEADA EM PRAZO, PREÇO BASEADA EM RELACIONAMENTOS
E QUALIDADE
PREOCUPAÇÃO EM MANTER ESTOQUES PREOCUPAÇÃO EM MANTER ESTOQUES QUE
ALTOS ATENDAM A DEMANDA

OBJETIVOS DEPARTAMENTAIS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS

FOCO NO CLIENTE EXTERNO FOCO NO CLIENTE INTERNO E EXTERNO

RELAÇÃO DE DOMINANCIA SOBRE AS RELAÇÃO DE INTEGRAÇÃO E


DEMAIS ÁREAS ORGANIZACIONAIS INTERDEPENDENCIA COM AS DEMAIS AREAS
DA ORGANIZAÇÃO

3.2.2 Sistema de Informações Tradicional


Inputs​ de informações

Nome, endereço, instrução de remessa

Informação de Controle de inventário

Ficha do fornecedor

Arquivo do Material comprado

Computador

Para as últimas 5 – 10 compras

Arquivo do historico​ ​de preços

Pedidos

Arquivo de Pedidos​ em aberto

Relatórios

Ordem de compra

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3.2.3. Sistema de Informações Moderno

MATRIZ LIGAÇÕES A DISTÂNCIA FÁBRICAS

CLIENTES VENDEDOR FORNECEDOR

TRANSPORTADORAS UNIDADES DE VENDAS E REPRESENTANTES

3.3. Modelos de Compras


3.3.1. ​Eletronic Data Interchange​ (EDI)
Tecnologia para Transmissão de dados eletronicamente. O cliente é diretamente ligado ao
computador do fornecedor.
Vantagens:
● Rapidez e segurança de informações;
● Redução de custos;
● Facilidade da colocação de pedidos;
● Desenvolvimento de parceria entre cliente e fornecedor.

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3.3.2. Internet
Passa a ser um veículo de comércio.
Vantagens:
● Investimento tecnológico inicial baixo;
● Atinge praticamente toda a cadeia de suprimentos;
● Operada praticamente em tempo real;
● Transações máquina – máquina e homem – máquina;
● Maior flexibilidade nas transações.
3.3.3. Cartão de Crédito
Falamos aqui dos cartões empresariais que permitem efetuar compras, emitir relatórios
gerencias via internet bem como parcelar compras.
Vantagens:
● Diminui tempo de transação;
● Maior controle sobre as compras;
● Redução de custos.
3.3.4. Leilões
Realizado via internet por meio de seus editais.
Vantagens:
● Transparência nos processos;
● Permite entrada de novos fornecedores.

4. Ética e Classificação ABC em compras; Papel do Estoque nas empresas

4.1. Ética em Compras


A Ética tem por origem a era de Sócrates e Platão. Estes iniciam uma batalha no sentido de
modificar a Lei vigente, extremamente rigorosa, que, para todas as espécies de
questionamentos contra a ordem determinada, punia severamente com a morte o indivíduo
que a estivesse questionando, como podemos observar nas palavras abaixo citadas:

“​Se imaginais que, matando homens, evitareis que alguém vos repreenda a má vida, estais
enganados; essa não é uma forma de libertação, nem é inteiramente eficaz, nem honrosa; esta
outra, sim, é mais honrosa e mais fácil: em vez de tampar a boca dos outros, preparar- se para
ser o melhor possível.”​ (Palavras atribuídas​ a​ Sócrates por Platão, ao final do seu​ ​julgamento)

A partir deste momento, há uma preocupação em se estabelecer normas de conduta para


evitar a injustiça social.

Sócrates - (470-399 a.C). Baseia-se na defesa de valores como o bem, a justiça e o


conhecimento. Para ele ética é a prática do Bem Comum.

Platão - (427-347 a.C.). Refere-se ao Bem como o valor mais importante do ser humano. Para
que isso fosse possível, em sua opinião, o ser humano devia guiar-se unicamente pela razão
abandonando as emoções e suas paixões. Da mesma forma, a organização da sociedade
deveria ser realizada pelos que detinham o conhecimento.

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1. Conceito
O termo Ética deriva do grego ​ethos ​(caráter, modo de ser de uma pessoa).
Do latim ​mos (​ ou no plural ​mores​) (costumes, de onde se derivou a palavra moral.)
A ética em sua essência é social, pois é a partir de uma sociedade específica que a ética
expressa sua história e sua cultura. Sob a luz da Filosofia, ética é uma ciência que estuda os
valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.

Ética Coorporativa
A ética de uma Organização é a forma como ela deve proceder em sociedade, e o que a define
ou a constrói é a soma das éticas pessoais que a compõe.
Sendo assim, a ética corporativa é formada por indivíduos unidos por um fim comum de
pensamentos e idéias, que possuem uma mesma concepção no modo de realizá-Ios, estando
sujeitos a “regulamentos” que vão fornecer procedimentos adequados a serem seguidos. A
busca pela ética nas empresas também impõe limites na utilização de procedimentos que
venham a afetar a sociedade de uma forma geral.

2. Componentes da Ética
• Valores – tudo aquilo que é importante
• Princípios – regras de aplicação geral
• Ideais - comportamentos que, embora valorizados, vão além do que é estritamente exigido
pelas regras.

Para Campos, Greik & do Vale (2002), “ todo ser humano é dotado de uma consciência moral,
que o faz distinguir entre o certo e o errado, justo ou injusto, bom ou ruim, com isso é capaz
de avaliar suas ações; sendo portanto, capaz de ética. A ética, portanto, é a ciência do dever,
da obrigatoriedade, a qual rege a conduta humana.” Conduta esta tão esperada e necessária
ao departamento de compras.

2. Diretrizes da Ética em Compras

● As políticas praticadas no departamento de vendas deverão ser as mesmas


praticas pelo de compras;
● Não aceitar presentes, material promocional, troca de serviço de
fornecedores;
● Caso a Organização não aceite a troca de presentes por parte dos
fornecedores também não poderá oferecer presentes ou material
promocional;

3. Ética nas Compras - Pesquisa CBEC (Comissão Brasileira dos Executivos de Compras)

É interessante, também, mencionarmos neste artigo algumas conclusões sobre a primeira


pesquisa brasileira sobre Ética nas Compras, realizada por Fernando de F. Moura, Associado
Fundador do CBEC e Coordenador da Comissão de Ética.

Conforme Moura , os participantes desta pesquisa foram os associados da CBEC, mais alguns
profissionais da área de compras indicados pela mesma. Tais profissionais em sua maioria
trabalham em empresas brasileiras e multinacionais, exercendo cargos de direção, supervisão
e gerência, possuindo ampla vivência no setor de suprimentos.

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O questionário foi entregue a 117 profissionais, sendo que 43 devolveram o mesmo


preenchido, perfazendo um índice de 35% de respostas. Seguem abaixo pontos relevantes
desta pesquisa:

1. Em relação ao recebimento de brindes e presentes foi questionado aos profissionais os


seguintes pontos:

a) Se os mesmos consideram normal tal prática. A grande maioria respondeu que


brindes podem ser aceitos normalmente desde que o valor não ultrapasse R$ 250,00 e
que jamais o profissional de compras deve aceitar dinheiro e receber brindes ou
presentes em casa.

b) Se na empresa onde eles trabalham é normal permitir que os seus vendedores


ofereçam brindes e presentes aos clientes. De modo geral, os profissionais
responderam que as empresas mantêm uma certa coerência em vendas, refletindo a
mesma orientação do que acontece em compras. Porém, percebe-se que há alguma
permissão no valor do brinde ou presente oferecido aos clientes, que varia de acordo
com o seu grau de importância nos negócios.

c) Se eles recebessem um brinde no valor superior ao que eles responderam no tópico


“a”, qual seria o procedimento adotado. Unanimemente, eles responderam que este
presente será recusado, polidamente, ou é aceito e doado a entidade beneficente ou
sorteado entre os funcionários, comunicando ao fornecedor o que foi feito com o
presente dado.

2. Em relação aos convites como almoços, jantares, viagens e entretenimento foi


questionado aos profissionais os seguintes pontos:

a) Se na empresa onde trabalham existe alguma política a respeito da aceitação destes


convites. Metade dos profissionais informaram que suas empresas possuem política a
respeito e recomenda evitar ou dividir as despesas; na dúvida, consultar o superior
imediato. Dentre a metade que disse não ter política a respeito, vários informam que,
quando aceitam, procuram ter mais de um funcionário presente e alternam o
pagamento dos almoços ou jantares.

b) Se este tipo de convite pode ser aceito como um gesto de cortesia e gentileza do
fornecedor. Na quase totalidade, os profissionais responderam não ver problema em
aceitar este tipo de convite, porém, é unânime a posição de não aceitar o convite se o
fornecedor estiver participando de algum processo de compra em andamento.

c) Se o profissional informaria para o superior imediato, caso ele aceitasse um convite


para um jantar, por exemplo. Uma maioria expressiva aceitaria o convite mas
informariam o superior porque acreditam que, mesmo acontecendo fora do
expediente normal de trabalho, jantares deste tipo só acontecem em decorrência das

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relações comerciais entre os participantes.

3. Em relação ao apoio a compras nos dilemas éticos foi questionado aos profissionais os
seguintes pontos:

a) Se na empresa onde eles trabalham, há um código de conduta ética conhecido por


todos e para todos os funcionários. A maioria respondeu que existe sim este código,
porém, menos da metade possui alguma reciclagem sobre os pontos-chaves do
mesmo.

b) Se caso haja algum comportamento divergente ao código de ética da empresa ,


além da chefia imediata, se existe algum canal direto para reportar o problema. A
maioria respondeu que existe sim, podendo ser o RH, o Comitê de Ética, a Ouvidoria,
Auditores Internos e, até, o presidente da empresa.

6 - Conclusão

Pode-se constatar que, por parte das empresas, todos os profissionais envolvidos no processo
de compras concordam com a importância da ética para o sucesso dos negócios. Mas, dentro
do processo de negociação o departamento de compras está sujeito com frequência a receber
propostas de suborno para favorecer vendedores sem ética. É um setor muito visado pelas
outras áreas da empresa, principalmente quando esses profissionais recebem algum brinde ou
aceitam algum convite de um fornecedor. Indagações são levantadas sobre estas questões: O
que fazer quando você, profissional de compras, se depara com esta situação? É ético receber
algum brinde de um fornecedor? É uma prática normal aceitar convites para almoços, jantares
ou viagens?

Verifica-se que a existência de um Código de Ética nas empresas é de fundamental importância


para uma conduta correta dos funcionários. Definindo claramente o que pode e o que não
pode ser feito nas empresas. Mas não basta apenas que o código exista é preciso que seja
colocado em prática e sempre que necessário o mesmo seja repassado e revisado aos
funcionários.

Com a pesquisa realizada pela CBEC (Comissão Brasileira dos Executivos de Compras)
verifica-se que a maioria dos profissionais em compras consideram normal a prática de aceitar
brindes e convites para almoços, desde que isso seja feito de forma transparente e com o
conhecimento de seus superiores . Cabe a cada empresa definir em seu Código de Ética o valor
e o teor dos brindes a serem aceitos pelo departamento de compras.

Obviamente, caso em uma empresa não exista um Código definido, com normas e padrões a
serem seguidos, cabe ao comprador consultar seus superiores sobre alguma abordagem
estranha por parte dos fornecedores. Lembrando sempre que o bom senso e a transparência
são fundamentais. Esta pesquisa piloto realizada pela CBEC sobre a Ética na área de
Suprimentos permite estabelecer parâmetros de atuação dos profissionais de compras, diante
de situações comuns do setor. Servindo ainda como referência de postura e comportamento
nas negociações comerciais, para muitas pessoas que queiram se ingressar na área de
compras.

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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

Compradores profissionais que sabem conduzir uma negociação comercial de maneira ética e
transparente, sem se submeterem a qualquer tipo de suborno, tem que ter o seu valor
reconhecido tanto pela empresa como também pela sociedade, pois sem dúvida, é um
indivíduo, de uma forma geral, uma pessoa melhor, servindo de exemplo para as gerações
futuras, que terão consciência de que ser honesto é acima de tudo uma obrigação.

5 – Classificação ABC
5.1. Conceito
“A curva ABC é um importante instrumento para o gestor. Permite identificar aqueles itens
que justificam atenção e tratamento adequados à sua conforme a sua importância relativa.”
(Marco Aurélio Dias)
A curva ABC é um método de classificação de informações, para que se separem os itens de
maior importância ou impacto, os quais são normalmente em menor número (Carvalho, 2002,
p. 226).
A curva ABC tem sua origem no gráfico de Pareto e é um instrumento de avaliação de estoque
com foco em vendas Ela consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6
meses ou 1 ano), do consumo em valor monetário, ou quantidade dos itens de estoque, para
que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância.
A curva ABC, no caso de administração de estoques, apresenta resultados da demanda de
cada item nas seguintes áreas:
● giro no estoque;
● proporção sobre o faturamento no período;
● margem de lucro obtida.
Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor, ou da quantidade, dá-se a
denominação de itens da classe A, aos intermediários, itens da classe B, e aos menos
importantes, itens da classe C.

Os itens são classificados como (Carvalho, 2002, p. 227):


● de Classe A​: de maior importância, valor ou quantidade, correspondendo a ​20% do
total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 65% num dado período);
● de Classe B​: com importância, quantidade ou valor intermediário, correspondendo a
30% do total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 25% num dado
período);
● de Classe C​: de menor importância, valor ou quantidade, correspondendo a ​50% do
total (podem ser itens do estoque com uma demanda de 10% num dado período).
Visão Operacional da Curva ABC

AULA I 20
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

Enfase na produção de itens do tipo A que garantem maior lucratividade.


Visão Estratégica da Curva ABC
Enfase na produção de itens do tipo B que garantem a fidelização da clientela.

6 – Papel do Estoque na Empresa


6.1. Conceito de Estoque

Estoques são quantidades armazenadas ou em processo de produção com a função principal


de criar uma independência entre os vários estágios da cadeia produtiva.

Os estoques são uma forma da organização proteger-se da imprevisibilidade dos processos


com os quais lida ou está envolvida, a falta de qualidade de seus processos internos bem como
dos externos dos quais depende pressionam no sentido de elevar o volume de estoques.
Conclui-se que níveis elevados de estoques tendem a gerar conformidade com o erro e as
causas dos problemas não são atacadas.

O estoque bem administrado é um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimento


criará valor para o consumidor final.

6.2. Papel do Estoque

Garantir a Vantagem Competitiva nas Organizações por meio da eficaz administração de seus
estoques.

6.3. Tipos de Estoque

6.3.1. Estoques de Materiais


Armazenam todos os itens a serem utilizados nos processos de transformação em produtos
acabados.

6.3.2. Estoques de Produtos em Processos


Armazenam todos os itens que já estão na linha de produção. Entretanto, ainda não podem ser
considerados finalizados.

6.3.3. Estoques de Produtos Acabados


Armazenam todos os itens finalizados prontos para serem entregues ao cliente final.

6.3.4. Estoques em Transito


São os itens despachados de uma unidade da organização para as áreas de distribuição.

6.3.5. Estoques em Consignação


São os itens que ainda são propriedade do fabricante ou fornecedor até o momento de sua
venda.

6.4. Itens de Estoque

AULA I 21
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

● matéria-prima,
● material auxiliar,
● material de manutenção,
● material de escritório,
● material e peças em processos e produtos acabados.

6.5. A função do estoque


O armazenamento de mercadorias é importante para atender uma série de finalidades.

6.5.1. Finalidades
● Melhora o nível do serviço ao cliente. Os clientes valorizam a disponibilidade imediata
dos produtos.
● Permite menores custos nas compras e no transporte.

Ao produzir em maior quantidade a organização pode negociar menores preços nas


matérias-primas. O produto acabado, por sua vez, ao ser enviado em grande quantidade dilui o
custo do frete, diminuindo seu impacto no custo. Menores custos significam que a organização
pode vender mais barato ou ter maior margem de rentabilidade.

● Amortece o impacto na oscilação de demanda.


Todos os setores passam por períodos de variação na quantidade vendida. Ao trabalhar com
estoque, a organização pode ter uma produção mais constante e dessa forma minimizar os
efeitos de ter períodos em que não consegue atender os pedidos e períodos de sub-ocupação
de mão-de-obra, máquinas e instalações.

● Permite se antecipar a aumentos.


As compras podem ser antecipadas para evitar aumentos programados nos fornecedores.

● Diminui o risco de desabastecimento.


Dificilmente se consegue prever a demanda futura ou o tempo de ressuprimento. Ao trabalhar
com estoque de segurança, a organização evita os custos de perda de vendas.

● Protege contra contingências.


Greves, inundações, incêndios são algumas contingências que fogem do controle da
administração. A organização, porém, pode se antecipar a elas, fazendo estoque e evitando o
desabastecimento.
Uma das formas de medir a correta dimensão do estoque é a razão entre as vendas e o
estoque médio. Quanto maior a rotatividade do estoque maior a lucratividade da empresa.

6.6 Justificativas para os estoques

Internas:
● quebras de equipamentos,
● não cumprimento de prazos e condições de fornecimentos pelos
fornecedores, fragilidade dos processos gerenciais – especialmente
planejamento;
Externas:
● variação da demanda,
● condições climáticas,
● sócio-econômicas, entre outros, são eventos externos à organização e que

AULA I 22
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

podem demandar estoques de proteção para regular o processo de produção


e entrega de produtos.

6.7. Objetivos do planejamento do estoques

Objetivo de custo:
Tem como objetivo determinar o ponto ótimo dos custos de armazenagem, de pedidos e de
falta, para melhor atender à demanda de mercado e aos acionistas.

Objetivo de Nível de Serviço:


Visa atender as necessidades do cliente em relação a datas de entrega dos pedidos. Esse
modelo procura considerar os estoques para atender a qualquer solicitação do mercado,
através da definição de percentual de grau de atendimento. Quanto maior for o grau de
atendimento, maior será o custo de manutenção de estoque.

Objetivo de Retorno de Capital:


Este objetivo procura reduzir os volume financeiro empenhado em estoque e ao mesmo
tempo maximizar a relação lucro/estoque médio. Aliás, a relação entre o lucro das vendas
anuais e o capital investido em estoques é utilizada como um dos indicadores do processo de
gerenciamento de estoques

7. Tipos de Demanda
Um fator que determina o nível ideal de estoque é a demanda. Existem basicamente
cinco tipos de demanda.

Permanente
Muitos produtos têm ciclo de vida muito longo, como por exemplo o leite em pó Nestlé, e
outros ficam no mercado por pelo menos cinco anos.
Estes produtos podem ser considerados de demanda permanente. Para eles não existem picos
de venda ou queda brusca de procura. Dessa forma pode-se trabalhar com um ressuprimento
periódico e quantificar o volume de estoque.

Irregular
​Alguns produtos têm comportamento irregular, o que dificulta enormemente as previsões de
venda. Um exemplo foi o lançamento de uma coleção de revista de culinária. A venda de
coleção tem uma curva conhecida e previsível para as editoras. Os primeiros números sempre
vendem mais e os últimos vendem muito pouco. Desse modo, as editoras determinam as
tiragens baseadas na venda do primeiro número. No caso desta revista, a venda superou as
expectativas e obrigou a editora a fazer uma nova impressão antes de lançar o número
seguinte. Lançado o segundo número, houve um encalhe da ordem de 80%. O motivo foi que a
revista trazia receitas com ingredientes que não eram facilmente encontrados e isso
desmotivou a maioria dos compradores iniciais de continuar comprando a coleção.

Derivada
A venda de automóveis em um período indica como será a demanda por pneus. A demanda de
pneus é dita derivada. O estoque necessário para atender a demanda derivada também é
derivado. Quanto e quando comprar e produzir é determinado pela demanda.

Em declínio

AULA I 23
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

Todo produto tem um ciclo de vida. Alguns são mais longos, outros mais curtos. Mas de modo
geral, a queda na venda é gradual e pode ser administrada. A exceção são os produtos com
vida útil planejada, como chips de computadores e softwares, que ao serem lançados já têm
determinado quanto tempo durarão no mercado.

Sazonal
Alguns produtos praticamente só têm procura em determinadas épocas, como por exemplo os
livros didáticos, ovos de páscoa, árvores de Natal. Outros são produtos de moda ou de ciclo de
vida muito curto, como por exemplo camisas da seleção brasileira de futebol na época da Copa
do Mundo.
Esses produtos podem ser tratados como tendo um único pico de vendas. Se o ciclo é, por
exemplo, anual, errar muito na previsão da demanda significa assumir um grande ônus
financeiro, seja pelo capital parado ou pelo fato do prazo de validade ser curto.

7.1. Controle de estoque


Antes de estudarmos o controle de estoque, propriamente, vamos analisar as características
comuns a administração de estoques, seja de matéria-prima ou de produto acabado.

Custo.
Há três tipos de custo para os estoques: compra, manutenção e falta.
a) ​Manutenção​. Manter estoque de produtos ou de matérias-primas imobiliza capital da
organização, que poderia ser usado em outras atividades ou ser aplicado em bancos para
render juros. Também faz parte do custo o preço do espaço físico onde está ocorrendo o
armazenamento e o preço do seguro contra incêndio ou roubo. Outro custo associado a
manutenção de estoque é o risco de obsolescência, deterioração, furto ou dano.
b) ​Compra​. Os custos de aquisição incluem o processamento do pedido nos departamentos
internos, produção, manipulação e envio. Além, claro, do custo da mercadoria propriamente.
c) ​Falta​. Quando o cliente faz um pedido e não há estoque do produto, pode haver dois tipos
de perda. Um é o da venda perdida, que acontece quando o cliente cancela o pedido não
atendido. É lucro perdido e comprometimento de relacionamento com o cliente, que buscará
outro fornecedor. O outro é o custo de atraso, que ocorre quando o cliente se dispõe a esperar
a chegada do produto e a empresa incorre em gastos extras de reprocessamento do pedido,
transporte e manipulação.

7.2. Níveis de Estoque

Nível de Serviço ou nível de atendimento

É um termômetro que mede a eficácia do estoque para atender às solicitações dos


usuários. Quanto maior for a satisfação dos requisitos dos usuários com relação aos
produtos comercializados (quantidade, qualidade, embalagem), maior será o seu nível de
serviço ou atendimento.
Para tal verificação utilizamos uma fórmula:

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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

Nível de Serviço (NS) = ​Número de Requisições Atendidas (NRA)​ x 100


Número de Aquisições Efetuadas (NAE)

Exemplo:

No estoque da empresa Dias Melhores Virão, durante 3 meses, foram atendidas 2200
requisições de materiais, com um número médio de 2 itens por requisição. Foram entregues
4200 dos itens solicitados. Qual é o nível de serviço do estoque?

NS = ​ 4200​ X 100 = ​4200 ​ X 100 = 95,45%


(2200x2) 4400

Giro de Estoque

Mensura a quantidade de vezes, ​em um determinado espaço de tempo​, que o estoque foi
renovado.

1. Cálculo do Giro de Estoque

a) Primeira forma

É utilizada quando não é mencionado o estoque médio, ou quando não for mencionado o
valor unitário dos produtos em cada período.

Giro = ​Quantidade Vendida

Quantidade do Estoque Final

Exemplo:

A empresa Dias Melhores Virão obteve o seguinte movimento:

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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

QUANTID
DATA HISTÓRICO
ADE

COMPRAS VENDAS SALDO

01/01 COMPRAS 200 200

15/01 VENDAS 100 100

01/02 COMPRAS 100 200

17/02 VENDAS 100 100

01/03 COMPRAS 500 600

08/03 VENDAS 200 400

30/03 VENDAS 200 200

Quantidade Vendida (QV) = 100+100+200+200 = 600

Quantidade do Estoque Final (QE) = 200

GIRO = QV/QE = 600/200 = 3 vezes

b) Segunda Forma

É utilizada quando é fornecido o estoque médio ou é possível calculá-lo.

Giro = ​Quantidade Vendida

Quantidade do Estoque Final

AULA I 26
RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

Exemplo:

A empresa Dias Melhores Virão obteve o seguinte movimento anual:

ESTOQUE ESTOQUE
MÊS ENTRADAS SAÍDAS
INICIAL FINAL

Janeiro 100,00 300,00 200,00 200,00

Fevereiro 200,00 400,00 100,00 500,00

Março 500,00 100,00 300,00 300,00

Abril 300,00 200,00 100,00 400,00

Maio 400,00 600,00 500,00 500,00

Junho 500,00 200,00 100,00 600,00

Julho 600,00 100,00 200,00 500,00

Agosto 500,00 50,00 100,00 450,00

Setembro 450,00 100,00 50,00 500,00

Outubro 500,00 300,00 200,00 600,00

Novembro 600,00 50,00 500,00 150,00

Dezembro 150,00 100,00 150,00 100,00

TOTAL 2500

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ESTOQUE MÉDIO MENSAL = ​(ESTOQUE INICIAL+ESTOQUE FINAL)

MÊS ESTOQUE ESTOQUE ESTOQUE

INICIAL FINAL MÉDIO

Janeiro 100,00 200,00 150,00

Fevereiro 200,00 500,00 350,00

Março 500,00 300,00 400,00

Abril 300,00 400,00 350,00

Maio 400,00 500,00 450,00

Junho 500,00 600,00 550,00

Julho 600,00 500,00 550,00

Agosto 500,00 450,00 475,00

Setembro 450,00 500,00 475,00

Outubro 500,00 600,00 550,00

Novembro 600,00 150,00 375,00

Dezembro 150,00 100,00 125,00

TOTAL 4800,00

ESTOQUE MÉDIO (EM) =​ SOMA DOS ESTOQUE MÉDIOS MENSAIS

12

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RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS APOSTILA I

EM = ​4800​ = 400

12

Quantidade Vendida (QV) = 2500

Estoque Médio (EM) = 400

GIRO = ​QV =​ ​2500​ = 6,25 vezes

EM 200

1. Cobertura de Estoques

Cobertura indica, em um determinado espaço de tempo, que o estoque médio será


suficiente para cobrir a demanda.

Cobertura (unidade de tempo) = ​unidade de tempo


Giro

Exemplo:

Calcule a cobertura da empresa Liso, Leve e Solto em seis meses sabendo que seu giro
é de 20.

Cobertura em dias = ​(6 x 30)​ = ​180​ = 9 dias


20 20

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