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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 109 - Mai/19

A Maçonaria e a
Editorial
Maio é um mês marcado por diversas
comemorações significantes, em especial, o Dia das
Mães, em que, tradicionalmente, no segundo domingo
deste mês, as famílias reúnem-se em seus lares para
homenagear aquela que nos deu o direito à vida! O
Dia das Mães, em verdade é comemorado no dia
13, em diversas partes do mundo, sendo adotado
comercialmente no Brasil, no segundo domingo.
Tal dia se apresenta em meio a outras tantas
Esse mês já começa com uma justa
curiosidades e coincidências, se pudermos assim
homenagem a todos os trabalhadores, no primeiro dia,
tratar. Para tanto, através da matéria, de nossa autoria,
embora os “Garis” e os “Trabalhadores Rurais”, dentre
já publicada nesta Revista e em outros periódicos,
outras profissões, tenham dias específicos, em maio.
intitulada “Uma Visão Oculta do Dia 13 de Maio”,
Especificamente, no dia 13 de maio, além do convidamos a todos a uma profunda reflexão.
“Dia das Mães”, também é comemorado o “Dia da
Fraternidade Brasileira”, data em que é reservada à O temário desta edição, também, busca tratar
celebração de um dos valores mais importantes para e exaltar o hercúleo trabalho dos abolicionistas, contra
manter a união e paz numa sociedade. Criado no a desigualdade de raças. Queremos exaltar o hercúleo
período da Quaresma, no ano de 1961, na “Campanha trabalho de certos maçons, muitos negros livres, que
da Fraternidade”, pela Confederação Nacional dos se impuseram ao sistema e organizaram revoltas,
Bispos do Brasil -CNBB, por três padres, responsáveis rebeliões, criaram sociedades secretas, a exemplo
pela “Cáritas Brasileira” - uma organização humanitária dos “Caifazes”, e conseguiram minar a resistência
da Igreja Católica. escravocrata. Vale, ainda, aqui citar “A Guerra do
Paraguai, quando os negros, convocados a lutar pelo
Sendo um dos conceitos que compõe a “Trilogia Brasil, destacaram-se por sua bravura no campo de
Maçônica”, a ideia da fraternidade está baseada no batalha, ao ponto dos oficiais do Exército Brasileiro,
conceito de que todos os seres humanos são iguais a partir de então, negar-se a perseguir os escravos
e, neste sentido, devem ser tratados igualmente fugitivos.
com dignidade e respeito. Assim, a fraternidade faz
com que todos os seres humanos sejam igualados Ainda, hoje, 131 anos depois da abolição da
ao status de irmãos, devendo possuir direitos iguais, escravidão no Brasil, os negros são sub-representados
independente da orientação sexual, etnia, religião ou em diversas instituições importantes da sociedade,
classe econômica. sendo, também, as maiores vítimas do desemprego
ou do subemprego, da violência criminal e urbana.
Dentro deste escopo, o dia 13 de maio se
destaca, por ter sido, também, neste dia, em 1888,
Que se faça valer, “in totum”, a trilogia maçônica
ainda que tardiamente, proclamada a “Abolição da
– Liberdade – Igualdade – Fraternidade.
Escravatura no Brasil”, através da Lei Áurea, pondo
“fim” a um dos episódios dos mais cruéis da história
Temos um novo encontro na próxima edição!
da humanidade.

A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade
mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 27.874 e-mails de leitores cadastrados,
no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005
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Maçons Negros

Uma Agenda Perdida! Carlos Nobre & Mauro Justino

U
m dos capítulos memoráveis da história brasileira é referentes às origens dos escravos no Brasil, dificultando,
a relação da maçonaria com a comunidade negra. A com isso, a recuperação da identidade afro-brasileira.
instituição dos pedreiros-livres teve (e tem) grandes Barbosa, no entanto, como maçom da Loja América de São
quadros negros. Ela organizou a luta pela libertação do país Paulo, talvez tenha produzido um dos documentos mais
em diversos momentos históricos – desde fins do século XVII, percucientes do movimento abolicionista. Em 7 de julho de
quando chegou ao Brasil - e se fortaleceu institucionalmente 1868, segundo Tenório de Albuquerque, na Loja América,
ao lutar por mais de 50 anos pela libertação dos escravos. onde, também, pontificou Luiz Gama, Barbosa leu o seu
Este ano, a lei que libertou os escravos completa 131 anos Projeto de Abolição, cuja cópia foi reproduzida em suas
de existência, após ser assinada pela princesa Isabel, obras completas.
sob influência dos ministros maçons, de um Império já
Esse projeto, entre outras medidas, previa que: 1) a
enfraquecido pelo ideário republicano.
maçonaria, dali por diante, deveria lutar pela emancipação
Para se ter uma ideia, o famoso trio abolicionista do do escravo e criar meios para educá-lo para novas tarefas
século XIX - os mulatos André Rebouças, José do Patrocínio em nova sociedade, de fundo capitalista, onde o trabalho
e Luiz Gama - era composto de maçons em lojas cariocas era assalariado e não escravo; 2) todas as lojas maçônicas
e paulistas. Foram eles que fundamentaram a cultura da atuais e futuras não receberiam tal título se não adotassem
libertação dos negros através de artigos, manifestos, a luta pela emancipação dos escravos; 3) todas as lojas
atos públicos, conquista de adeptos para a causa e com deveriam criar um fundo especial para comprar alforrias de
discursos inflamados país afora. Com apoio maçônico, o trio crianças escravas, e mesmo de adultos; 4) todas as lojas
afrodescendente ligou seus nomes, definitivamente, à causa deveriam criar escolas diurnas e noturnas para a educação
da libertação negra. Essa luta contou com a participação, na
época, de quase todas as lojas maçônicas espalhadas pelo
país.

Considerado um dos pioneiros da engenharia


brasileira, Rebouças foi um dos maiores panfletários da
causa negra, na antiga Escola de Engenharia do Largo do
São Francisco, e criador de vários jornais abolicionistas. No
mesmo ritmo de Rebouças, o jornalista José do Patrocínio
percorria o país conclamando os irmãos maçons a aderirem
à causa da libertação. Já o advogado Luiz Gama, filho
de Luiza Mahin, uma das líderes femininas da Revolta
dos Negros Islamizados de Salvador, escrevia poesias
e discursos de forte impacto para fortalecer a causa da
libertação.

Tido como mulato, o advogado Rui Barbosa


foi acusado de ter ordenado a queima de documentos

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dos ex-escravos, como forma de reparação pelo crime do por que não houve a reforma social prevista por Barbosa,
escravismo; 5) a partir daquele momento, ninguém seria Rebouças, Gama, Patrocínio, Nabuco de Araújo, Pimenta
iniciado na ordem se tivesse escravos ou ligação com os Bueno, Eusébio de Queiroz e outros nomes de destaque
traficantes. das lutas sociais do século XIX.

Divulgado em outras lojas, o Projeto de Abolição Todos esperavam que após 1888, o Estado
de Rui Barbosa acabou influenciando as demais unidades brasileiro iria implementar as políticas previstas pelo
maçônicas espalhadas pelo Brasil. No Amazonas, a movimento abolicionista, mas o que foi implantado diferiu
maçonaria comprou um jornal, assumiu sua direção e passou completamente do estabelecido na agenda dos maçons
a veicular a luta abolicionista através de artigos e estudos. negros. Passados 131 anos da libertação, a situação da
No Ceará, o, então, governador maçom Sátiro Dias assinou comunidade negra permanece inalterada. A agenda dos
decreto extinguindo a escravidão naquele estado, em 1884. maçons negros foi perdida, e urge reencontrá-la. Essa
Era o primeiro estado brasileiro a libertar os negros quatro agenda pedia que fossem implementadas para o ex-escravo
anos antes da Lei Áurea, que acabou sendo decretada a 13 a reforma agrária, educação integral, criação de centros de
de maio de 1888, após intenso trabalho dos abolicionistas. saúde, políticas especiais para crianças, qualificação da
mão-de-obra, desenvolvimento comunitário - reivindicações
Uma das indagações mais intrigantes, hoje, é saber
tão comuns, hoje, que parece fora de foco retomar a
por que não vingou a agenda reformista dos maçons negros
discussão dessas antigas pautas reformistas que vivem nos
e de outros abolicionistas na sociedade brasileira - isto é,
assustando.

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Movimento
Abolicionista
dos Caifazes
Tales dos Santos Pinto

D
urante a década de 1880, a luta pelo fim da eficácia do movimento foi tão grande que a maioria das
abolição conheceu certa radicalização de alguns cidades paulistas já haviam decretado a libertação dos
de seus setores, conformando o que viria a ser escravos negros antes da Lei Áurea de 1888.
conhecido como movimento abolicionista popular.
Apoiando as fugas em massa e as rebeliões de escravos Os Caifazes constituíram uma das vertentes mais
nas fazendas, essa vertente do movimento abolicionista radicalizadas do movimento abolicionista, aproximando-
aproximava-se das ações autônomas desenvolvidas se e apoiando as fugas dos escravos. O Movimento dos
pelos cativos, fortalecendo a luta contra a escravidão no Caifazes foi organizado por Antônio Bento de Souza e
Brasil. Castro, advogado, juiz e maçom no bojo do movimento
abolicionista paulista. Eles organizavam fugas coletivas
Após a morte em 24 de agosto de 1882 do nosso
no final do século XIX, ou “roubavam os escravos de seus
Irmão, advogado negro, Luiz Pinto da Gama, em São
senhores” para enviá-los ao quilombo do Jabaquara, na
Paulo – cujo sepultamento fora acompanhado por cerca
cidade de Santos e de lá para a província do Ceará,
de 3 mil pessoas numa cidade que, na época, tinha 46 mil
que já decretara a igualdade racial. O movimento de
habitantes – o promotor de justiça e depois juiz, o maçom
libertação dos escravos paulista surgiu com o maçom
Antônio Bento, formado pela Faculdade de Direito do
e poeta Luís Gama e, após sua morte, Antônio Bento
Largo de São Francisco de São Paulo, jurou diante do
assumiu a liderança do movimento.
túmulo de Gama em continuar sua obra abolicionista.
Para tal empreitada, ele organizou uma Um desses grupos que ganharam destaque foi
sociedade secreta chamada “Os Caifazes”, cujos o dos Caifazes. Formado inicialmente por Antônio Bento
membros eram recrutados em todas as camadas sociais de Souza e Castro (1843-1898), o grupo expandiu-se
e nas três principais lojas maçônicas de São Paulo:
“América”, “Piratininga” e “Amizade”. Essa sociedade
retirava, a força, das fazendas paulistas, os escravos
e os encaminhava para o Quilombo de Jabaquara, em
Santos, ou, então, para quilombos do Rio de Janeiro
(Castellani: 1998).

O nome Caifazes foi inspirado em uma passagem


do evangelho de São João (Jo. 11,50) em que sentencia
Caifás: “Vós nada sabeis, nem compreendeis que
convém que um homem morra pelo povo, para que o
povo todo não pereça? E entregou Jesus a Pilatos”. A

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às ferrovias onde eram transportados clandestinamente
com o apoio dos trabalhadores ferroviários. O destino
era, geralmente, as cidades de São Paulo e Santos, no
litoral da província.
Em muitos casos, os caifazes conseguiram
resgatar das mãos das forças policiais escravos que
haviam fugido e tinham sido capturados, contando, ainda,
com apoio popular. Esses resgates ocorriam mesmo à
entre os setores populares da sociedade paulista na luz do dia, após a criação de alguma falsa confusão que
década final do Império, criando uma extensa rede de facilitava a ação.
solidariedade à luta dos escravos.
Antônio Bento era membro de uma família Na cidade portuária, os Caifazes constituíram,
abastada da sociedade paulista e formou-se em Direito ainda, o Quilombo de Jabaquara, que chegou a receber
pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi ainda cerca de 10 mil escravos fugidos. Nesse local e, também,
delegado, promotor e juiz, mas acabou, com sua atuação, em outras cidades, as relações estabelecidas com
criando vários desentendimentos com os proprietários de comerciantes e alguns industriais garantiam empregos
escravos, já que favorecia os escravos. Um exemplo eram aos escravos que escapavam do cativeiro.
as ações judiciais em que Bento indicava abolicionistas
para determinar o valor de alforrias, o que tornava o Os fazendeiros viam que as garantias legais que
preço baixo e acessível aos escravos, ou mesmo com os tinham sobre a propriedade escrava eram retiradas na
despachos em que apontava a ilegalidade de manter no prática pelos próprios cativos e seus apoiadores. Eles
cativeiro escravos ingressados no país em 1831 e 1850. passaram a protestar pelo fato de perderam o controle
Posteriormente, Antônio Bento tornou-se jornalista, com sobre a propriedade que tinham sobre as pessoas.
o jornal A Redenção, divulgando os posicionamentos Segundo Antônio Rodrigues de Azevedo Pereira, Barão
abolicionistas. de Santa Eulália, “negar-se que nesta Província [de São
Um dos locais em que o grupo se organizava Paulo] não há garantia para a propriedade escrava é não
era a irmandade católica de Nossa Senhora dos ver o sol. Aí está na Capital o Antonio Bento acolhendo
Remédios. Os caifazes eram formados principalmente negros de fazendeiros e os alugando por conta própria,
por tipógrafos, artesãos, pequenos comerciantes e ex- sem que os donos posam reavê-los”.
escravos. A atuação do grupo consistia em organizar e
planejar, em conjunto, aos escravos das fazendas e das As ações dos caifazes representavam a entrada do
cidades, fugas em massa, garantindo, ainda, condições abolicionismo dentro das senzalas e eitos, aproximando,
para os deslocamentos dos fugidos. Uma das figuras que dessa forma, a insatisfação dos trabalhadores
se destacaram nesse tipo de ação foi Antônio Paciência, escravizados com a agitação proporcionada, também,
que, como seu nome mesmo revela, era utilizado, pelo movimento abolicionista nas cidades. Com
principalmente, na observação das condições propícias essas ações populares, atacava-se o principal pilar de
às fugas. sustentação do Império. Segundo Maria Helena Toledo
Machado, “o cimentar de solidariedade entre escravos,
Outra das figuras que contatavam os escravos
libertos, plebe e abolicionistas radicalizados, mesmo
nas fazendas eram os chamados “cometas”, caixeiros-
como virtualidade, foi percebido e combatido pelas
viajantes que tinham acesso aos latifúndios. Após a
autoridades, como um dos maiores desafios à superação
realização da fuga, muitos desses escravos se dirigiam
controlada e conservadora da ordem escravista”.

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Uma Visão Oculta do

“Eu conheço um grito de angústia, e eu posso escrever este grito de angústia, e eu posso
berrar este grito de angústia, quer ouvir? Sou um negro, senhor, sou um.....negro!”

C
om estas palavras Oswaldo de Camargo, branco, “assumiu” o abolicionismo, levando o Exército, nos
apresentava a dor de ser negro no Brasil há mais anos 80, a se negar a perseguir o escravo fugitivo.
de um século.
Com isso, as classes médias inseriram em suas
Humanos seres trazidos para o Brasil como mão aspirações políticas, o Abolicionismo. Os comerciantes e
de obra escrava, o que era uma “mercadoria” altamente grupos ligados à indústria viam na abolição a possibilidade
lucrativa para os grupos mercantis e para o Estado de ampliação dos mercados consumidores. A aristocracia
metropolitano, esses seres humanos eram tidos pela infame cafeeira do Oeste Paulista, também, tornou-se simpática
ideia de serem inferiores, por serem negros. Infelizmente, ao movimento, devido ao trabalho escravo ser de baixa
essa ideia, ainda, persiste, veladamente, em setores mais produtividade e faltar dinâmica, além de dificultar a
resistentes da nossa sociedade, por uma minoria. imigração.

Sabe-se que sua liberdade não foi um ato de bondade Tomava-se consciência de que o trabalho escravo
da elite política imperial. Muitos pagaram com a própria vida era extremamente prejudicial para a economia de um país,
pela abolição da escravatura. E desde a época colonial, que buscava se modernizar e se dinamizar, o que era a
essa luta já era visível, com a formação dos Quilombos. Os visão de homens, como: Joaquim Nabuco, Silva Jardim,
movimentos revolucionários como a Conjuração Baiana (ou Luiz Gama, José do Patrocínio e outros.
dos Alfaiates) em 1789; a revolução dos negros maleses
O governo, no início, tentou impedir esse movimento
na Bahia em 1835; a Balaiada no Maranhão e outras.
e não conseguindo, tentou uma manobra política para
Porém considerando esses acontecimentos anteriores por
diminuir a campanha abolicionista em 1871, promulgando a
parte dos negros, a campanha abolicionista só começou
Lei do Ventre Livre, de autoria do Maçom primeiro-ministro
mesmo depois da Guerra do Paraguai, em 1870, com a
Visconde do Rio Branco, que muito pouco ou quase nada
participação de algumas personalidades políticas, contando
favorecia aos negros, servindo de uma espécie de “engodo”
com apoio de alguns segmentos sociais. Um dos fatores
para parar o movimento emancipador, o que mais tarde
fundamentais para essa mudança comportamental foi, sem
gerou movimentos incontroláveis, levando o governo a mais
dúvida, a brilhante participação do negro na Guerra do
uma cartada vergonhosa, em 1885, promulgando a Lei dos
Paraguai. Participação, às vezes heroica, que contribuiu
Sexagenários, conhecida, também, como a Lei Saraiva-
para modificar a mentalidade do oficialato do Exército, que,
Cotegipe, que concedia liberdade aos escravos com mais de
consciente da bravura do soldado negro, comparável à do
65 anos de idade. (interessante que, hoje, em dia o governo

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Escrituras Sagradas; para nascermos temos que passar por
nove meses ou quarenta semanas da gestação, etc.

A 13ª letra, o “MEM”, o seu valor semântico significa


“maternidade” e sua correspondência ao atributo divino é
“bendito”, “abençoado”. O dia 13 de maio, para o mundo
ocultista, é o verdadeiro Dia das Mães, da Mãe Santíssima,
a Mãe Divina, a Nossa Senhora para os católicos, daí o
mundo profano criar o dia das mães no 2º domingo do mês
de maio, embora seja uma saudação merecida, sabemos
novamente tenta, “libertar a sociedade” após os 65 anos de do propósito, totalmente, comercial que tomou essa
idade, desta vez, com o nome de “aposentadoria”. Carece aí comemoração.
uma reflexão!) Outra vergonha, pois o índice médio de vida
do negro girava em torno dos 30 anos de idade. Tudo isso só A primeira aparição de Nossa Senhora, em Fátima
fez tornar, em todo o país, um movimento essencialmente – Portugal, as três crianças – Francisco, Jacinta e Lúcia,
popular, tornando-se insustentável sua oposição. Até que aconteceu no dia 13 de maio, de 1917!
em 13 de maio de 1888, foi assinada, pela Princesa Isabel, Encontraremos no Salmo 118, o maior dos 150
a Lei Áurea, que abolia em definitivo a escravidão no Brasil. salmos escritos por Davi, uma referência a cada letra do
Sabemos que essa mesma lei que o libertava, também, o alfabeto hebraico que, em sua abertura diz: “A excelência
lançava a própria sorte, pois sem instrução, profissão, ou da Lei do Senhor e a felicidade daquele que a observa”
qualquer preparo eram lançados ao limitado mercado de
trabalho. Aos poucos os negros vieram com muito esforço, E esta letra – o “Mem” - está classificada como
até os dias de hoje, galgando seu espaço na sociedade. Há uma das três letras mãe desse alfabeto. Três, também,
pouco tempo, um negro ocupava o cargo de presidente do foram as Leis para abolir a escravidão, a qual, somente,
STF – o Ministro Joaquim Barbosa – um exemplo perfeito culminou com a Lei Áurea, de Ouro, o metal mais precioso
de honradez e honestidade, numa sociedade tão carente e, também, representante da Alta Espiritualidade, haja visto
de valores morais, composta, em sua maioria por brancos. sua utilização como parte da construção da Arca da Aliança,
no Candelabro Místico, no Templo de Salomão, como um
Bem, este preâmbulo histórico, é apenas a parte dos presentes doado a Mãe de Jesus, por um dos três Reis
exotérica dessa marcante conquista, cabendo a partir de Magos, etc... Falamos que o “MEM”, 13ª letra hebraica, é
agora mencionar a parte esotérica desse fato ocorrido a uma das letras mãe e não foi uma mulher que assinou a Lei
mais de um século. Áurea, justamente no dia 13?
A princípio, gostaria de mostrar porque teria O sufixo BEL (de origem assírio-babilônico), ao final
que ser no dia treze. Embora esse número, para alguns de um nome, vem designar o Nome das Divindades. Assim
supersticiosos, represente má sorte, ele significa no como, temos, também, no cristianismo o EL dos Arcanjos,
estudo dos Arcanos do Taro*, a Morte. Não como o final como terminação de seus Sagrados Nomes (Rafael,
da vida e sim como final de um ciclo e início de outro. É
a transformação. Justamente, o que aconteceu com
nossos irmãos negros, saindo do estado de escravidão e
passando para a liberdade, alcançando um novo estado de
consciência.

Na Caballah, o alfabeto hebraico tem vinte e duas


letras, que são divididas em três categorias: três letras
mães, sete letras duplas e doze letras simples. A 13ª letra
do alfabeto hebraico, é o “MEM” – uma das três letras mães.
O seu valor numérico é 40 e iremos encontrar o significado
de passagens bíblicas de quarenta anos ou quarenta dias,
que representam a libertação de uma para outra fase
iniciática, a exemplo de Moisés liderando as doze tribos de
Israel no deserto por quarenta anos; os quarenta dias de
jejum no deserto do Mestre Jeoshua Ben Pandira, o Jesus
bíblico, sofrendo as tentações do “Diabo”; a Arca de Noé e
os quarenta dias do dilúvio universal, assim narrados nas

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Sendo o Brasil a pátria da manifestação do Avatara
no presente ciclo – a Era de Aquarius - esse e muitos outros
movimentos vieram acontecendo, apresentando-se como
movimentos sociais, políticos, etc., mas ocultando, e não
poderia ser diferente, seu lado esotérico, pois estão sob
a influência dos Excelsos Seres da Grande Fraternidade
Branca - os Seres que dirigem a evolução do planeta e da
humanidade. Diga-se de passagem, a própria descoberta
do Brasil, a República, a Independência, dentre outros
acontecimentos, tiveram o suporte desses Seres, através
de escolas iniciáticas, como a Maçonaria, Rosacrucionismo
e outras Ordens de Mistérios.
Gabriel, Miguel, Anael...). Essa mulher com o nome de
Saúdo a todos nossos Irmãos, não importando a cor
IsaBel, Isa ou Isis, então Isis – Bel ou a Divindade feminina
da pele, até porque, nós brasileiros somos o caldeamento
na tradição egípcia, onde a trindade é formada por: Osíris
de todas as raças - verdadeiro Caldeirão Cultural do Mundo,
– Ísis – Horus, em 13 de maio de 1888, intuída pela Deusa
pois isso, também, estava nos ditames da LEI Justa e
Ísis, assinou a Lei Áurea, e assim, como nas passagens de
Perfeita, o surgimento da Raça Dourada, a Raça Cósmica.
Moisés, do Mestre Jesus, de Noé, com relação ao nº 40,
que é o valor numérico cabalístico da 13ª letra hebraica – o Cabe a nós, privilegiados que somos, por estarmos
MEM, os negros saíram do cativeiro, cruzando um período sob a trilogia da Liberdade – Igualdade – Fraternidade,
turbulento, e após, alcançando a liberdade (respeitemos as saudarmos o dia 13 de maio, pelo movimento que foi, tanto
proporções e as particularidades de cada personagem). exotérico, como esotérico. Pois, justamente nesse dia é
comemorado o dia da Mãe Divina, Nossa Senhora para os
A redução numero-cabalística da data (13/05/1888)
Cristãos.
não poderia deixar de ser 7, número sagrado. Esses
sacrossantos números, 1, 3 e 7, mais uma vez, através da Muito teríamos para falar sobre os sublimes
Chave Mística Numérica, vêm, esotericamente, mostrar- Mistérios que envolvem o dia 13 de maio, mas a prudência
nos a excelsitude da necessidade deste e de muitos outros nos convida a deixá-los em reflexão sobre o que já foi dito.
movimentos de liberdade em todo orbe terráqueo. Ao
girarmos em 180º o número 137  (LEI) escreveremos a Que o Pai Celestial, o Senhor dos Mundos, permita-
palavra LEI, o que aconteceu no dia 13 de maio daquele nos, sempre, sermos um instrumento de Vossa Paz.
ano, a promulgação de uma Lei (Áurea), em harmonia com (*) Arcanos do Taro – a palavra “Arcano” deriva do latim Arcanus
a LEI Divina, que a tudo e a todos rege. que quer dizer segredo oculto e da palavra grega Arcon, que
significa santuário. Os Arcanos são a linguagem simbólica dos
Misteriosamente, se contarmos os dias do Deuses, onde está condensado todo o conhecimento relativo à
calendário desde o dia 1º de janeiro até o dia 13 de maio, formação dos Universos e a origem do homem. É a síntese de
todo o conhecimento oculto acumulado através dos séculos, pois
teremos exatamente 133 dias. E aí voltaremos nossas
neles estão descritos, os laços misteriosos que unem Deus, o
atenções ao que diz o Salmo de Davi, de número 133: Universo e o homem. Esse conjunto de símbolos foi elaborado
“Quão bom, e quão suave é habitarem os Irmãos em união! por sábios atlantes, como forma concreta para a linguagem
É como o perfume derramado na cabeça, que desceu sobre abstrata, que pudesse passar por civilizações sem conta, sem
toda a barba de Aarão, que desceu sobre a orla de seu serem deturpados. Coube a Hermés, o Trimegistro, ou três vezes
nascido, a codificação desses conhecimentos, contidos no livro
vestido; Como o orvalho que cai sobre o Hermon que desce do mural, como era chamado, em lâminas, dividindo-o em 22
sobre o Monte Sião; porque ali enviou o Senhor benção, e lâminas maiores e 56 menores, contendo os mistérios do céu
vida para sempre.” (cosmogênese) e da terra (antropogênese).

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Os Maçons Negros
U
m estudo da historiadora paulista Célia Maria A obra coloca seu foco em três personagens: Francisco
Marinho de Azevedo revela o papel central que Gê Acaiaba Montezuma, o Visconde de Jequitinhonha;
maçons negros tiveram nas lutas por cidadania Francisco de Paula Brito – tipógrafo, jornalista e editor,
e igualdade de direitos para as ‘pessoas de cor’, que fundador da afamada sociedade literária Petalógica; e
aconteceram quando o Brasil ainda estava em formação. E Joaquim Saldanha Marinho – líder republicano e Grão
como importantes protagonistas do processo abolicionista, o Mestre do Grande Oriente do Brasil. “Foi pesquisando as
que fazem, atualmente, os negros vinculados a essa ordem vidas e os escritos de maçons ilustres que percebi haver
para ajudar a população negra a superar os problemas uma dimensão antirracista importante em suas lutas pelos
decorrentes da existência do racismo em nosso país? direitos de cidadania”, diz Célia, acrescentando que para
Paula Brito, assim como para muitos outros brasileiros
Fortemente influenciada pelo iluminismo, a
afro-descendentes que viveram entre 1830 e 1870, era
maçonaria moderna adota o lema Liberdade, Igualdade,
fundamental fazer valer os direitos gravados na Constituição
Fraternidade, imortalizado pela Revolução Francesa. Em
de 1824, que não distinguia as ‘cores’ de seus cidadãos,
suas lojas, que são seus organismos de base, os ‘irmãos’
mas tão somente os ‘seus talentos e virtudes’. “É claro que
se reúnem regularmente para discutir os mais variados
aqui não se incluíam os escravos, ou seja, uma imensa parte
temas e, de alguma forma, tornar-se melhores cidadãos e
da população que não tinha existência naquela constituição
contribuir para uma sociedade melhor.
monárquica”, ressalva a historiadora.
Presente no país desde o período colonial, a
A luta antirracista daqueles maçons negros de
maçonaria por longo tempo exerceu forte influência sobre os
meados do século XIX procurava impedir a reafirmação de
rumos políticos do país. O que havia de comum entre André
uma hierarquia racial pública, herdada dos portugueses.
Rebouças, José do Patrocínio; João Maurício Wanderley
Eles se posicionavam contra a classificação das cores
– Barão de Cotegipe, Luiz Gama; Antonio Carlos Gomes,
dos cidadãos justamente por temerem que esses
Rui Barbosa de Oliveira, Francisco Glicério, Nilo Peçanha
fossem impedidos de ocupar cargos, de fazer carreiras
e Castro Alves? Todos eram afrodescendentes e maçons:
administrativas e profissionais. “Na época dos portugueses,
a presença de muitos homens negros de elite entre os
além dos regimentos militares segregados (pretos, pardos
maçons brasileiros do século XIX chamou a atenção da
e brancos), era preciso pedir dispensa de ‘defeito de cor’
historiadora Célia Maria Marinha de Azevedo, que percebeu
para ocupar determinadas posições públicas e isto, é claro,
a importância de estudar de uma forma articulada as
ainda estava bem fresco na memória daqueles que atuaram
histórias da maçonaria e das ‘pessoas de cor’ na época da
nessas primeiras décadas do Brasil independente”, informa
escravidão.
Célia.
Desse estudo nasceu o livro Maçonaria, Anti-
Publicado no site da Revista Raça.
Racismo e Cidadania, lançado pela editora Annablume.
https://revistaraca.com.br/?s=os+ma%C3%A7ons+negros

Revista Arte Real nº 109 - Mai/19 - Pg 10

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