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ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO FUNDAMENTAL II:

REFLEXÃO DO RELATO DA EXPERIÊNCIA MOTIVADORA NO


ENSINO DE CIÊNCIAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA

Joedh dos Santos1 - IFAM

Grupo de Trabalho – Práticas e Estágios nas Licenciaturas.


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O estágio é uma experiência de aperfeiçoamento pessoal para o ramo de trabalho o qual o


graduando quer exercer. Por meio do contato direto e convívio das atividades da futura
profissão, o estagiário inicia suas primeiras experiências as quais serão necessárias como
prática, saber e conhecimento das tarefas exercidas no recinto. Este artigo apresenta
impressões e considerações a respeito da experiência motivadora de um estagiário do curso de
Licenciatura em Ciências Biológicas do IFAM-CMC, adquirida durante o estágio
supervisionado I em uma escola pública municipal de Manaus- AM, no ano de 2014, além de
trazer reflexões acerca da importância deste momento na formação inicial de professores do
ensino de Ciências. O objetivo deste trabalho é apontar algumas contribuições do estágio na
formação inicial de professores, a partir da experiência vivenciada com os estudantes do
Ensino Fundamental II nos sextos anos. Os dados coletados foram divididos em três
categorias: 1) Ambientação na escola; 2) Observação participante; 3) Trabalho pedagógico
coletivo. As expectativas quanto ao estágio foram surpreendentes. Presumia-se um convívio
conturbado e uma realidade bem diferente a qual foi vivenciada, porém, as relações com os
docentes e discentes foram positivas no âmbito escolar. Percebeu-se o auxílio das pessoas
com mais experiência com o estagiário e assim se desenvolveu uma atividade pacífica. A
vivência no espaço motivou o conhecimento da realidade da futura profissão. Todas as teorias
e diretrizes contribuíram com uma postura de análise para o campo educacional. Cada etapa
foi fundamental para a formação docente, pois possibilitou o convívio com a comunidade
escolar, levando a reflexão sobre a responsabilidade de ser professor, da função na construção
da identidade do aluno como cidadão e da realidade escolar vivenciadas na capital do
Amazonas.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado. Ensino de Ciências. Formação de professores.

1
Graduando de Licenciatura em Ciências Biológicas: Monitor na disciplina Biologia para alunos do Ensino
Médio Integrado a Educação Profissional no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas,
Campus Manaus Centro - IFAM-CMC. E-mail: joedhs92@gmail.com.

ISSN 2176-1396
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Introdução

O Estágio supervisionado nas Licenciaturas é uma exigência estabelecida pela Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). Visando consolidar o que está na nova
LDB, pareceres e resoluções buscam normatizar o estágio na formação de professores. O
Parecer CNE/CP 28/2001 (BRASIL, 2001, p.10), o estágio é como “[...] o tempo de
aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar
ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício”.
Além disso,

[...] pode-se dizer que o estágio curricular supervisionado pretende oferecer ao


futuro licenciado um conhecimento do real em situação de trabalho, isto é
diretamente em unidades escolares dos sistemas de ensino. É também um momento
para se verificar e provar (em si e no outro) a realização das competências exigidas
na prática profissional e exigíveis dos formandos, especialmente quanto à regência.
Mas é também um momento para se acompanhar alguns aspectos da vida escolar
que não acontecem de forma igualmente distribuída pelo semestre, concentrando-se
mais em alguns aspectos que importa vivenciar. É o caso, por exemplo, da
elaboração do projeto pedagógico, da matrícula, da organização das turmas e do
tempo e espaço escolares (BRASIL, 2001, p. 10).

Nesses mesmos termos, a Lei 11.788/2008 (BRASIL, 2008, art. 1º, § 1º, 2º), que
dispõe sobre o estágio de estudantes, considera o estágio como:

[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,


que visa à preparação para o trabalho produtivo de educando [...], ao aprendizado de
competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular [...],
além de integrar o itinerário formativo do curso.

Então o estágio é de responsabilidade, entre outras, propiciar condições para que os


discentes de graduação aprendam a carreira profissional à medida que favoreça a convivência
com os professores, a realidade escolar, incentivação para a pesquisa e o favorecimento ao
conhecimento.
Um dos principais objetivos do estágio I é auxiliar o graduando na contribuição da
realidade no ambiente de Ensino Fundamental ou médio, seja em escolas públicas e/ou
privadas, a fim de conhecer as características do ambiente escolar, acompanhar as atividades
do professor da escola-campo, auxiliar com o processo de ensino-aprendizagem, estar
presente nos momentos docentes com professores, observar a gestão, a coordenação
pedagógica e como estagiário ou pesquisador, registrar situações vivenciadas. Nesse contexto,
o presente trabalho tem por objetivo apontar algumas contribuições do estágio curricular na
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formação inicial de professores de Ciências, a partir da reflexão acerca de uma experiência


motivadora vivenciada em uma escola pública municipal na cidade de Manaus - AM, com
estudantes do sexto ano de Ensino Fundamental II nas aulas de Ciências, turno matutino.

O Estágio e sua realidade no Ensino de Ciências.

O estágio pode ser considerado como uma “oportunidade de aprendizagem da


profissão docente e da construção da identidade profissional” (PIMENTA, 2004, p.99). Ou
seja, não podemos considerar como uma ferramenta técnica, porque o objetivo é ir além de
ensinar conteúdos e modos para as aplicações dos momentos reais.
A importância do estágio vai além do que foi descrito anteriormente. A formação
docente trata de um conhecimento pessoal e não sistemático. Por esse motivo, a prática se
torna essencial, pois somente ela conduz necessariamente à criação de um conhecimento
específico e ligado à ação (GARCIA, 1992). Assim, a função da prática, segundo Freire
(1983), é a de agir sobre o homem para transformá-lo. Nesta perspectiva, o estágio nos cursos
de formação de professores é de suma importância, pois, é a conformidade entre as disciplinas
fundamentalmente específicas do curso e as pedagógicas.
A realidade da sala de aula, com relação ao estágio, ocasionará um exercício de
reflexão, proporcionando, ao aluno de licenciatura, a possibilidade de um olhar mais centrado
e profundo sobre a complexidade da realidade escolar e educacional (BEHRENS, 1991). No
entanto, o saber docente deve ser alicerçado por teorias educacionais, não sendo formado pela
prática vivenciada. Pimenta (2002), destaca a importância fundamental que a teoria tem na
formação dos docentes. Isto quer dizer, adotar os teóricos de variados correntes de
pensamentos e pontos de vista para contextualizar as atividades desenvolvidas no estágio, a
fim de oferecer as análises para que os docentes conheçam vários contextos vivenciados por
estes.
Em toda essa perspectiva, o estágio deve ser um mediador entre teoria e prática, uma
aproximação da realidade profissional, mesmo que os alunos permanecem ali por um longo
período sem conquistarem um espaço de autonomia ou aplicação de suas atividades, a
experiência, nesse sentido, beneficiará o graduando.
Na experiência de estágio a prática de ensino favorece a futura profissão do graduando
de Licenciatura, mas os estagiários pouco absorvem as reflexões na prática de formação em
docência. Desde o início de 1930 quando houve o início dos cursos superiores de Licenciatura
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e Habilitação Específica para 2º grau para magistério, existe a preocupação com a prática
desse ensino. Para Azevedo (1980, p.24), há uma dicotomia existente entre teoria e prática,
uma vez que a prática de Ensino/Estágio Supervisionado configura-se como uma teoria
colocada no começo dos cursos e uma prática colocada no final deles. Portanto, o
conhecimento da realidade escolar através dos estágios não tem favorecido reflexões sobre
uma prática criativa e transformadora nem possibilitado a reconstrução ou redefinição de
teorias que sustentem o trabalho do professor. (PICONEZ et al, 1991, p. 15). Isso pode
constar que o Estágio Supervisionado é pouco importante na formação dos cursos iniciais.
Uma das comprovações que justificam esse fenômeno é a pouca quantidade de artigos e
publicações que possam orientar os graduandos como estagiários, e aos docentes sobre como
acolher esses estagiários. Em muitos casos, professores de escolas públicas e privadas não
acolhem devidamente os estagiários. Bizzo (2012, p.129), afirma que é necessário levar o
professor que atua em sala de aula uma reflexão sobre a recepção de estagiários, ou seja,
reorganizando os pensamentos desse autor, a prática disso tornará a percepção do aluno
realista e complexa.
Muitas instituições apresentam vários problemas com relação às questões
educacionais, mas não deixam de ser o ambiente mais propício para a formação dos alunos de
Licenciatura, pois esses profissionais são os preparados para enfrentar dificuldades próprias
no âmbito escolar. Toda relato de experiência pode ser necessário para melhoria das próprias
escolas, porque estará apontando problemas reais no aprendizado, quanto ao comportamento,
gestão escolar e envolvimento com a sociedade.
Em todo esse contexto da experiência para futura docência e algumas de suas
problemáticas, é importante pensar e refletir no papel do futuro professor nesse ensino e
ressaltar a importância da Ciência. O estudo das Ciências permite ao aluno o descobrimento
do seu mundo, o esclarecimento de dúvidas, a valorização do meio em que vive, e é através
dela que se têm respostas e comprovações de fatos, fenômenos, mudanças.
O ensino de Ciências exige uma relação de teoria e prática, conhecimento empírico e
científico, no entanto, o Ensino de Ciências da Natureza vem ocorrendo de forma superficial,
em que o professor, muitas vezes, transcreve na lousa listas de exercícios para serem
decorados e não compreendidos (BONANDO, 1994 apud OVIGLE E BERTUCCI, 2009).
Assim, cabe o professor promover a interação dos alunos com os problemas encontrados na
sociedade, já que eles farão parte do futuro, e suas ações no presente implicarão em um
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mundo melhor ou pior. A interdisciplinaridade dos componentes curriculares e as discussões


entre professores são necessárias a fim de sensibilizar os alunos nas questões político
ambiental alcançado a formação de cidadãos críticos e conscientes na sociedade.

A experiência de Estágio Supervisionado I na escola.

O Estágio Curricular Supervisionado I do Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia do Amazonas – IFAM tem carga horária de 100 horas correspondentes às
seguintes atividades: a primeira no IFAM, na disciplina Seminário de Estágio I, com carga
horária de 20 horas. Durante as aulas são realizados orientações, estudos, discussões e
socialização sobre as experiências dos graduandos na escola-campo (Unidade concedente). A
segunda etapa ocorre na escola-campo com carga horário de 80 horas o qual é dividida em
três momentos: 1º momento - 15 horas: ambientação escolar – onde o estagiário conhecerá o
espaço escolar; analisará o projeto pedagógico, o plano de aula e finalmente criar um
diagnóstico da escola-campo e juntamente com o professor elaborar um plano de atividade de
estágio. 2º momento - 50 horas: observação/participação em sala de aula – Será investigada a
realidade da sala de aula, devendo-se analisar vários aspectos dentre eles, estruturais, as
relações professor-aluno, o processo de ensino; discussão com o professor das necessidades
da turma e elaboração de diagnóstico da turma. 3º momento - com 15 horas: Trabalho
Pedagógico Coletivo na escola – com participação em reuniões de planejamento,
desenvolvimento de projetos de ação, mostra de Ciências, entre outros.
O estágio foi realizado em uma escola pública municipal, localizada em Manaus-AM,
com dezesseis turmas de Ensino Fundamental II no turno matutino e nestas, as atividades de
estágio somente ocorreram em quatro sextos anos (6º A, 6º B, 6º C e 6º D), no primeiro
semestre de 2014. Os dados relativos ao estudo foram coletados por meio de observação
direta, obedecendo nisto a metodologia de Bogdan; Biklen (1994) do ambiente escolar, como
um todo e das aulas da professora de Ciências.
Os dados coletados foram discutidos, considerando-se três categorias: 1) Ambientação
na escola onde objetivou conhecer o espaço físico da escola; 2) Observação participante que
consistiu no primeiro contato com a turma e a figura do professor que mediava o processo
ensino-aprendizagem, de Ciências, para conhecer a realidade de lecionar; 3) Trabalho
pedagógico coletivo que visou à participação em reuniões pedagógicas, planejamentos, jogos
escolares, exposição de ciências e desenvolvimento de projeto.
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A primeira categoria “Ambientação na escola” teve por finalidade conhecer o


ambiente escolar como um todo. A escola atendia os alunos nos três turnos, porém, oferecia
no horário noturno a educação de jovens e adultos em um tempo inferior ao matutino e
vespertino. Todo o estágio ocorreu entre 17/03/2014 a 30/05/2014 das 07:00 às 11:15 horas
em quatro sextos anos (6º A, 6º B, 6º C e 6º D) na disciplina Ciências, cada aula com o tempo
de 50 minutos. O cumprimento das horas obrigatórias foi três vezes por semana, segunda,
quarta e sexta-feira, cada dia, quatro horas obrigatórias até que se completassem ao todo
oitenta horas para finalização.
Na primeira atividade realizou-se a análise/estudo do PPP (Projeto Político
Pedagógico) da escola. Segundo Libâneo (2004), este é um documento que reflete as
intenções, os objetivos, as ações, os procedimentos, necessários à realização do processo de
escolarização de todos os alunos. Enquanto tal, ele é a concretização das etapas do processo
de planejamentos onde deve responder de forma consistente a pergunta: quais objetivos
devem ser formulados e quais ações concretas devem ser empreendidas para que a escola
melhore seu funcionamento, no sentido de proporcionar aprendizagens mais eficazes, mais
sólidas, e duradouras dos alunos?
O primeiro espaço conhecido foi o pátio central da escola, após esse a biblioteca o
qual era outro local importante o qual possuía um diversificado acervo de livros, mesas
coletivas e individuais. A sala dos professores possuía um espaço amplo, com uma mesa
central rodeada de cadeiras para acomodar todos os docentes, em geral, este era o local onde
acontecia os pré-conselhos e o conselho de classe. O laboratório de Ciências da escola
oferecia aos alunos um suporte para o ensino-aprendizagem, em uma aula no decorrer da
semana, através de experiências, os estudantes podiam compreender os fenômenos
conceituados em aulas teóricas em sala de aula. Outro espaço conhecido foi à quadra da
escola, utilizada nos momentos do intervalo para lazer dos alunos e da comunidade do bairro
(somente nos finais de semana), prática de atividade física durante as aulas de Educação
Física e durante os jogos escolares.
A escola possui vários outros espaços como a sala de gestão, apoio pedagógico,
secretaria, sala de informática, auditório e espaços livres (corredores, escadas).
A Observação Participante em sala de aula foi a ação onde se desenvolveu o estágio.
Para Zabala (1998), é neste local que se conhece o trabalho pedagógico do professor tanto em
termos de dimensão conceitual, quanto procedimental e atitudinal.
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O momento da observação participante constou a presença do estagiário em sala de


aula, juntamente com os alunos e a professora. Neste momento, vivenciou-se a realidade do
ensino e as dificuldades para a aprendizagem dos alunos. Segundo a professora de classe, é
mais trabalhoso lecionar nos sextos anos, pois ainda são muito prematuros e mal acostumados
com o número superior das disciplinas do Ensino Fundamental II.
Nas primeiras semanas de estágio a professora era rígida e usava instrumentos
avaliatórios assim como qualquer outro professor da instituição. Em nenhum momento houve
queixas de seu desempenho profissional, embora exagerada na postura comparada às
professoras antigas, a docente conseguia persuadir seus alunos em todas as exigências que a
coordenação pedagógica instruía. Isto colaborava muito com o comportamento dos meninos
na sala.
Durante as aulas os alunos utilizavam o livro didático para a leitura dos textos e
resolução dos exercícios. A metodologia utilizada pela professora caracteriza-se expositiva
dialogada (POZO; CRESPO, 2009). Utilizava-se notebook, Datashow, sala de laboratório e
vídeos. Durante o desenvolvimento do estágio era dever o estagiário acompanhar na maioria
das aulas a correção de exercícios e trabalhos.
Um dos fatos mais importantes os quais se pode relatar eram as dificuldades dos
alunos quanto à fixação dos temas ministrados nas aulas de Ciências refletidos nos exercícios
e avaliações teóricas. Houve um reforço pós-aula (ordenado pela coordenação pedagógica)
com o intuito de elaborar aulas e avaliações para recuperar as notas parciais. Infelizmente a
escola se encontrava em uma área de classe baixa, pois existiam muitos relatos de meninos e
meninas envolvidos com drogas, violência e evasão escolar.
Cada turma tinha sua peculiaridade positiva ou negativa e seu modo de se comportar.
6º ano A, os alunos eram conhecidos como eufóricos, exorbitavam com conversas
paralelas, possuíam indisposições para assistir aula, preguiçosos em realizar os exercícios
propostos, entretanto valorizavam a união e respeitavam a professora.
6º ano B denominado pela gestora a pior turma dos sextos anos por suas indisciplinas,
reprovações anteriores, excesso de evasão escolar e práticas de bullying com os colegas, em
tantos pontos negativos, esforçavam-se ao máximo para conseguirem um bom desempenho
escolar, apesar de poucos estudantes nessa turma se interagirem com o ensino.
6º ano C desenvolviam uma problemática quanto ao ensino, muitos deles não
compreendiam os conteúdos em sala. A professora aplica as aulas com o intuito de inovar e
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acabar com o aspecto tradicional, mas havia uma barreira que impedia o entendimento
teórico, talvez seriam a falta de conhecimentos básicos no Ensino de Ciências aplicados no
quinto ano. Um aspecto positivo era o esforço dos alunos em aprender, comprava-se isso na
solicitação dos próprios alunos em solicitarem reforço pós-aula para professora a qual atendeu
o pedido.
6º ano D apontada pela professora como a melhor turma para lecionar. Aplicados,
organizados, interessados em aprender Ciências e participar das aulas. Bons rendimentos nas
notas em boletins e perseveravam até compreenderem um determinado assunto. Porém,
percebia-se certa imaturidade, choravam por discussões fúteis entre eles e interrompiam as
aulas para perguntarem muitas questões, o que tomava longamente o tempo da professora na
classe e por isso não se aplicava todo conteúdo planejado.
Os alunos respeitavam o estagiário. Por isso, motivou-se mais a relação e gosto pela
prática do estágio. A relação com os estudantes não foi conflituosa, agradava-se tanto aos
alunos e professora a participação do estagiário nas aulas com esclarecimentos e dúvidas
como apoio nos conteúdos da disciplina.
O momento “Trabalho pedagógico coletivo” tinha o intuito de verificar quais projetos
estavam sendo desenvolvidos na instituição. Durante o estágio, foi realizado o planejamento e
o pré-conselho de classe embasado no conselho de classe, ocorridos respectivamente na
primeira sexta-feira do mês e em cada bimestre do ano. O planejamento auxiliava o docente e
discente no planejamento das atividades em classe e também na construção da organização
das soluções para um melhor aprendizado e relação aluno e professor.
O pré-conselho de classe obedecia a mesma metodologia do conselho de classe em
geral. Dalben (2004, p. 29), diz que a instância do Conselho de Classe “desempenharia o
papel fundamental de aglutinar os diversos profissionais da escola, recompondo as estruturas
fragmentárias, baseadas na divisão técnica do trabalho, articulando de forma homogênea as
diversas partes do todo, fundamentada na teoria das organizações estrutural funcionalista”.
Assim, é importante esse trabalho coletivo, pois através dessa reunião, permite moldar a
posição do aluno na escola e sua situação na instituição. Realizado nos períodos bimestrais ele
é o definidor da aprovação ou não dos alunos.
As reuniões eram registradas em atas circunstanciadas bimestralmente, e, no final, era
assinada por todos os membros do conselho de classe. No dia 16 de abril, houve a
participação do estagiário nesta atividade. Observaram-se muitas declarações negativas dos
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alunos do 6ª ano. Muitas reclamações como indisciplina, desorganização, desrespeito com o


professor, falta de atenção nas aulas, bullying com os colegas entre outras foram discutidas no
conselho.
Infelizmente os projetos científicos de alunos com professores se iniciavam no 2º
semestre, pós-estágio.

Considerações finais

O estágio curricular supervisionado é um elemento primordial na formação do aluno


acadêmico, item o qual motivará o desenvolvimento para a docência na graduação. É neste
momento em que o estagiário usa a teoria na prática, sempre buscando uma reflexão após
cada aula para melhorias e mudanças ao longo deste período. Os momentos - ambientação na
escola, observação participante e trabalho pedagógico coletivo, vivenciados na escola, foram
fundamentais, pois conheceu o espaço físico escolar daquele ambiente, identificou os
princípios institucionais e políticos, vivenciou-se a motivadora prática de lecionar e
oportunidade de se interagir com professores, alunos, gestão escolar, percebendo a
possibilidade de ser um docente no ensino de Ciências. Assim, as experiências permitiram
analisar qual é o trabalho do professor de Ensino Fundamental II e como se pode estar
inserido destro dele, com todas as suas problemáticas e construções, o estágio permitiu
produzir o conhecimento prático do trabalho vivenciado na escola pública.

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