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UNIAGES

CENTRO UNIVERSITÁRIO

CAMILA FERREIRA DE CARVALHO

NÚCLEO DE ESTUDOS EM PESQUISA HISTÓRICA (NEPH):


uma análise acerca do acervo presente na Biblioteca das Moças.

Trabalho apresentando no curso de Letras do Centro


Universitário AGES como um dos pré-requisitos para a
obtenção da nota parcial da disciplina Aprofundamento de
Estudos Metadisciplinares no 8º período, sob a orientação
da professora Jaqueline Oliveira.

Paripiranga
Novembro de 2016
RESUMO
O presente artigo irá trazer uma breve abordagem acerca do Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica (NEPH),
onde se encontra a Biblioteca das Moças. Esta será objeto principal desta pesquisa, pois abriga diversas obras
que faziam parte do lazer da sociedade elitizada nas décadas de 30 e 40 na cidade de Paripiranga- BA. A referida
biblioteca encontra-se no LEPH (Laboratório de Estudos em Pesquisa Histórica), localizado na UniAGES –
Centro Universitário. No ano de 2016 alguns livros (cerca de 40 obras) pertencentes à Biblioteca das Moças
foram doados à instituição por Giovana de Sousa Santos Rabelo, filha adotiva de Dona dina, dona da biblioteca.

PALAVRAS-CHAVE: NEPH, Literatura, História e Biblioteca das Moças.


1. NÚCLEO DE ESTUDOS EM PESQUISA

O Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica (NEPH) tem o objetivo de unir o Ensino e


a Pesquisa em prol de gerar uma discussão acerca da história, contribuindo para debates
teóricos e metodológicos entre alunos e professores do colegiado de história. Tal trabalho
resultará no diálogo entre os conhecimentos regionais e científicos permitindo, assim um
maior desenvolvimento teórico dos pesquisadores envolvidos neste processo.
Assim, o NEPH “tem o intuito de mostrar aos acadêmicos o campo das
especificidades da história.” (NEPH, 2014, p. 02) Dessa forma, percebe-se que este núcleo é
capaz de despertar interesse não apenas nos futuros historiadores. Tratar da história e resgatar
conhecimentos que fizeram parte da nossa comunidade é desejo de muitos. A partir do
momento em que a história passou a ser vista como ciência, iniciou-se um “confronto com o
antigo modo de escrever.” (NEPH, 2014, p. 02). Assim, viu-se a necessidade de elaborar
novos conceitos visando não apenas a luta de classes dominantes, mas também os
considerados personagens anônimos.
O Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica possibilita o autoconhecimento dos
discentes e pesquisadores, permitindo debates de ideias e teorias. Dessa forma, os estudantes
ficarão diante de uma variedade de pesquisas históricas. Dito isto, é notório que o NEPH
busca estimular os alunos a investigar objetos de estudo utilizando teorias que irão contribuir
para a construção de um conhecimento autônomo.
Ao trabalhar com o contexto histórico da região e buscar explicar fatos passados por
meio de teorias, o NEPH é um núcleo que pode gerar pesquisas para várias áreas, inclusive
para as Letras, uma vez que analisa diversas obras antigas que retratavam a realidade da época
através de diversos gêneros textuais. Dessa forma, vale destacar que o NEPH busca relacionar
o ensino à pesquisa e proporcionar uma aula dinâmica, onde os estudantes poderão formular
temas para serem trabalhados em Monografias e Projetos Integradores, por exemplo.
O referido núcleo visa despertar interesse nos envolvidos por meio da pesquisa,
contribuindo, assim, para a ampliação do conhecimento acerca da história. Ademais, o núcleo
escancara suas portas não apenas para os estudantes que compõe a UniAGES, mas também
para todos da comunidade paripiranguense.
É de suma importância destacar que o LEPH (Laboratório de Estudos em Pesquisa
Histórica) recebe diversas doações de materiais históricos, tais como moedas, documentos
(registro de nascimento, título de eleitor), jornais que destacavam as notícias da época na
cidade de Paripiranga-BA. Ademais, foram doados um acervo da Biblioteca das Moças
contendo obras das décadas de 30 e 40. A seguir será possível compreender a importância
dessa biblioteca para a referida época.

1.1 BIBLIOTECA DAS MOÇAS: UMA REFERÊNCIA PARA A CIDADE DE


PARIPIRANGA-BA NAS DÉCADAS DE 30 E 40

Na década de 30 surge em Paripiranga- BA a Biblioteca das Moças, fundada por Dona


Dina. Tal biblioteca pertencia ao grêmio da cidade que reunia não apenas acervos na
biblioteca, mas também diversas atividades, tais como jogos, bailes e grandes eventos
famosos.
De acordo com Ana Maria, pesquisadora do NEPH, apenas pessoas elitizadas
frequentavam o clube da cidade. Mulheres com má fama eram proibidas de entrar no clube,
pois este era direcionado apenas para mulheres que “se davam ao respeito”. Assim, a
biblioteca das Moças reunia diversas obras escritas, abrigando um acervo diversificando,
desde enciclopédias, gramáticas, cartilhas de alfabetização e os livros pertencentes à literatura
açucarada.
A partir dos anos 80 o grêmio começa a declinar. Com seu fim, os livros pertencentes
à biblioteca das moças passam a ser de responsabilidade de Dona Dina, que os leva pra casa.
Após sua morte, em 2007, as obras passam para sua filha adotiva, Giovana Sousa Santos
Rabelo. Em 2016, Giovana toma a decisão de doar alguns livros da Biblioteca das Moças para
o Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica. Nesse ano, mais de 40 obras foram doadas, mas,
segundo a pesquisadora Ana Maria, a filha adotiva de Dona Dina fala que irá doar as restantes
obras que estão em sua casa.
Entre as doações estão as obras As Maluquices do Imperador, O Homem Miraculoso,
A Exilada, O Visconde de Bragelonne, O Grande Industrial e A Caravana Verde. Adiante
essas obras serão retomadas a fim de perceber a escola literária predominantes entre elas.

1.2. PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO DAS OBRAS PERTENCENTES À


BIBLIOTECA DAS MOÇAS

Como são obras pertencentes às décadas 30 e 40, alguns livros da Biblioteca das
Moças estão com seu estado físico muito delicado. Alguns livros estão sendo consumidos pela
traça e poeira, e, por isso, necessitam de alguns cuidados de higienização. Durante a limpeza,
os pesquisadores utilizam alguns materiais que auxiliarão nesse processo, tais como pincéis
com cerdas macias, borrachas especiais, bisturi, entre outros.
É de extrema importância que durante a higienização das obras os responsáveis se
protejam e protejam as obras. Para isso, é necessário o uso de jaleco, luvas, máscara e toca, a
fim de evitar contaminação no pesquisador e degradação das obras. Após serem limpas, as
obras são empacotadas e identificadas com informações básicas da obra, tais como nome,
autor, ano, edição e volume.

2. ANÁLISE LACÔNICA DE OBRAS PERTENCENTES À BIBLIOTECA DAS


MOÇAS

Durante o processo de higienização das obras foi possível conhecer algumas obras
pertencentes à Biblioteca das Moças. Por serem obras muito antigas, algumas delas não
possuíam algumas informações básicas, como a data de publicação. A partir de uma análise
superficial das obras analisadas foi possível chegar à conclusão de que as obras se dividem
entre românticas e romances históricos.
Obras como A Exilada (de M. Delly ) e O Visconde de Bagerlonne (de Alexandre
Dumas) pertencem ao Romantismo, uma vez que destacam-se pela individualidade e
contemplação do “eu”. De acordo com Moisés (2008, p. 169) “O ‘eu’ torna-se o universo em
que vivem ou, ao menos, o centro do Universo: à semelhança de Narciso, o romântico
contempla a si próprio, como se estivesse permanentemente voltado para um espelho real ou
imaginário.”
Ademais, obras como As Maluquices do Imperador (de Paulo Setúbal) e O Grande
Industrial (de George Ohnet) constituem romances históricos, pois misturam realidade e
ficção. De acordo com Santos (2011) “[...] caracteriza-se por revelar forças sociais em
disputa. Sua perspectiva adequada é a do cotidiano da vida prática, do flagrante de forças
encarnadas em indivíduos representativos das camadas médias da população.”
Outra grande obra presente na Biblioteca das Moças é A Caravana Verde, de Oliver
Sandys, grande escritor que escrevia histórias que mostravam muita criatividade. As obras de
Oliver Sandys são consideradas ficção popular. Frank L. Packard, autor canadense que viveu
entre os anos 1877 e 1942, tem uma de suas obras disponível na biblioteca: O Homem
Miraculoso. Esta grandiosa obra retrata a história de Doc Madison, que lê um artigo do jornal
sobre um curandeiro e resolve montar um plano para enganar os moradores da região.
Todas as obras vistas neste trabalho, pertencentes à Biblioteca das Moças, são
literaturas estrangeiras que encantavam a civilização elitizada das décadas 30 e 40. As obras
misturavam fantasia com realidade, o que chamava ainda mais a atenção dos leitores da
época.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como pode ser notado, o Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica – NEPH exerce
um importante papel na vida dos universitários da UniAGES e de toda comunidade
paripiranguense, uma vez que disponibiliza seus recursos e incentiva todos a realizarem
pesquisas independentemente do curso do pesquisador.
A história está presente na vida de todas as pessoas. Assim, Samuel (1990) vem
explicar a importância do conhecimento sobre a história local. Para o referido autor:
A História Local requer um tipo de conhecimento diferente daquele
focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador
uma idéia mais imediata do passado. Ela é encontrada dobrando a esquina e
descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas
paredes, seguir suas pegadas nos campos. (p. 220)

Paripiranga-Ba possui uma cultura rica que foi passada de geração para geração. É
através da história que temos conhecimentos sobre acontecimentos ocorridos muito antes de
nossa existência. O NEPH disponibiliza essas informações e possibilita que os envolvidos
façam uma viagem no passado e percebam como vivia a sociedade de antigamente, quais
eram seus costumes, seu modo de pensar e de agir e, além disso, permite que possamos
relacionar tudo isso à nossa realidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SAMUEL, Raphael. História Local e História Oral. In: Revista Brasileira de História. Pp.
219-242. V. 9, n.º 19, set. 1989 / fev. 1990.

SANTOS, Pedro Brum. Literatura e intervenção: romance histórico no Brasil. 2011.


Disponível em: < http://periodicos.uesb.br/index.php/floema/article/viewFile/792/792>
Acesso em: 15 nov. 2016.

MOISÉS, Massaund. A literatura portuguesa. – São Paulo: Cultrix, 2008.

Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica – NEPH. Visualizado em 15 nov. 2016.

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