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CENTRO UNIVERSITÁRIO
Paripiranga
Novembro de 2016
RESUMO
O presente artigo irá trazer uma breve abordagem acerca do Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica (NEPH),
onde se encontra a Biblioteca das Moças. Esta será objeto principal desta pesquisa, pois abriga diversas obras
que faziam parte do lazer da sociedade elitizada nas décadas de 30 e 40 na cidade de Paripiranga- BA. A referida
biblioteca encontra-se no LEPH (Laboratório de Estudos em Pesquisa Histórica), localizado na UniAGES –
Centro Universitário. No ano de 2016 alguns livros (cerca de 40 obras) pertencentes à Biblioteca das Moças
foram doados à instituição por Giovana de Sousa Santos Rabelo, filha adotiva de Dona dina, dona da biblioteca.
Como são obras pertencentes às décadas 30 e 40, alguns livros da Biblioteca das
Moças estão com seu estado físico muito delicado. Alguns livros estão sendo consumidos pela
traça e poeira, e, por isso, necessitam de alguns cuidados de higienização. Durante a limpeza,
os pesquisadores utilizam alguns materiais que auxiliarão nesse processo, tais como pincéis
com cerdas macias, borrachas especiais, bisturi, entre outros.
É de extrema importância que durante a higienização das obras os responsáveis se
protejam e protejam as obras. Para isso, é necessário o uso de jaleco, luvas, máscara e toca, a
fim de evitar contaminação no pesquisador e degradação das obras. Após serem limpas, as
obras são empacotadas e identificadas com informações básicas da obra, tais como nome,
autor, ano, edição e volume.
Durante o processo de higienização das obras foi possível conhecer algumas obras
pertencentes à Biblioteca das Moças. Por serem obras muito antigas, algumas delas não
possuíam algumas informações básicas, como a data de publicação. A partir de uma análise
superficial das obras analisadas foi possível chegar à conclusão de que as obras se dividem
entre românticas e romances históricos.
Obras como A Exilada (de M. Delly ) e O Visconde de Bagerlonne (de Alexandre
Dumas) pertencem ao Romantismo, uma vez que destacam-se pela individualidade e
contemplação do “eu”. De acordo com Moisés (2008, p. 169) “O ‘eu’ torna-se o universo em
que vivem ou, ao menos, o centro do Universo: à semelhança de Narciso, o romântico
contempla a si próprio, como se estivesse permanentemente voltado para um espelho real ou
imaginário.”
Ademais, obras como As Maluquices do Imperador (de Paulo Setúbal) e O Grande
Industrial (de George Ohnet) constituem romances históricos, pois misturam realidade e
ficção. De acordo com Santos (2011) “[...] caracteriza-se por revelar forças sociais em
disputa. Sua perspectiva adequada é a do cotidiano da vida prática, do flagrante de forças
encarnadas em indivíduos representativos das camadas médias da população.”
Outra grande obra presente na Biblioteca das Moças é A Caravana Verde, de Oliver
Sandys, grande escritor que escrevia histórias que mostravam muita criatividade. As obras de
Oliver Sandys são consideradas ficção popular. Frank L. Packard, autor canadense que viveu
entre os anos 1877 e 1942, tem uma de suas obras disponível na biblioteca: O Homem
Miraculoso. Esta grandiosa obra retrata a história de Doc Madison, que lê um artigo do jornal
sobre um curandeiro e resolve montar um plano para enganar os moradores da região.
Todas as obras vistas neste trabalho, pertencentes à Biblioteca das Moças, são
literaturas estrangeiras que encantavam a civilização elitizada das décadas 30 e 40. As obras
misturavam fantasia com realidade, o que chamava ainda mais a atenção dos leitores da
época.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pode ser notado, o Núcleo de Estudos em Pesquisa Histórica – NEPH exerce
um importante papel na vida dos universitários da UniAGES e de toda comunidade
paripiranguense, uma vez que disponibiliza seus recursos e incentiva todos a realizarem
pesquisas independentemente do curso do pesquisador.
A história está presente na vida de todas as pessoas. Assim, Samuel (1990) vem
explicar a importância do conhecimento sobre a história local. Para o referido autor:
A História Local requer um tipo de conhecimento diferente daquele
focalizado no alto nível de desenvolvimento nacional e dá ao pesquisador
uma idéia mais imediata do passado. Ela é encontrada dobrando a esquina e
descendo a rua. Ele pode ouvir os seus ecos no mercado, ler o seu grafite nas
paredes, seguir suas pegadas nos campos. (p. 220)
Paripiranga-Ba possui uma cultura rica que foi passada de geração para geração. É
através da história que temos conhecimentos sobre acontecimentos ocorridos muito antes de
nossa existência. O NEPH disponibiliza essas informações e possibilita que os envolvidos
façam uma viagem no passado e percebam como vivia a sociedade de antigamente, quais
eram seus costumes, seu modo de pensar e de agir e, além disso, permite que possamos
relacionar tudo isso à nossa realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SAMUEL, Raphael. História Local e História Oral. In: Revista Brasileira de História. Pp.
219-242. V. 9, n.º 19, set. 1989 / fev. 1990.