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CESSÃO E REQUISIÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO NO ÂMBITO DA


JUSTIÇA FEDERAL

I) Introdução; II) A disciplina da Lei nº 8.112 e leis


especiais; III) Regulamentação: Resoluções do Conselho
da Justiça Federal; IV) Jurisprudência do Tribunal de
Contas da União; V) Jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal e Superior Tribunal de Justiça; VI) A requisição de
servidor dos Estados, Distrito Federal e Municípios

Cláudio Luiz dos Santos1

I) Introdução

O presente estudo versa sobre dois institutos legais: a) cessão


de servidor público do quadro de pessoal da Justiça Federal para órgãos e
entidades da União, Estados, Distrito Federal e Municípios; b) requisição pela
Justiça Federal de servidor público de órgãos e entidades da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Merecerá ênfase a requisição no âmbito da Justiça Federal,
uma vez que vem suscitando controvérsias administrativas concernentes à
interpretação e aplicação da legislação que rege a matéria.
O objetivo do estudo é contribuir para a compreensão dos
institutos legais da cessão e requisição, mormente deste último, de modo a
auxiliar a Administração Judiciária na sua aplicação mais escorreita.
Para tanto, o Capítulo II trata da disciplina legal da cessão e
requisição, tomando como paradigma o artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, e
leis especiais. O Capítulo III analisa a regulamentação dada pelo Conselho da
Justiça Federal, especificamente quanto à Justiça Federal. O Capítulo IV
reporta-se ao posicionamento do Tribunal de Contas da União sobre a matéria.
O Capítulo V elenca alguns julgados do Supremo Tribunal Federal e Superior
Tribunal de Justiça, abordando diversos aspectos da cessão e requisição. E,
por fim, o Capítulo VI trata da requisição pela Justiça Federal de servidor dos
Estados, Distrito Federal e Municípios, enfocando uma outra exegese da
disciplina legal a respeito da questão, que não aquela adotada pelo Conselho
da Justiça Federal e Tribunal de Contas da União.

II) A disciplina da Lei nº 8.112 e leis especiais

O artigo 93 da Lei nº 8.112, de 11.12.1990, que instituiu o


Regime Jurídico Estatutário do Servidor Público Civil da União, suas autarquias
e fundações2, disciplina o instituto da cessão do servidor público federal nos
seguintes termos:

1
Analista Judiciário da 2ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba.
2
Com a nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 05.06.1998, ao caput do
artigo 39 da Constituição Federal de 1988, suprimindo a referência à instituição por lei do
regime jurídico único do servidor público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a
Lei nº 8.112 manteve apenas a natureza de regime jurídico estatutário. A partir da EC nº 19,
outros regimes jurídicos, além do estatutário, poderão ser instituídos. Ver, a propósito, a Lei nº
9.986, de 18.07.2000, que estabelece que as agências reguladoras de natureza autárquica
terão suas relações de trabalho disciplinadas pela CLT e legislação trabalhista correlata, em
regime de emprego público. Convém esclarecer, ainda, que os Ministros Néri da Silveira
2

“Capítulo V
Dos Afastamentos
Seção I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses: (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.1991)
I – para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; (redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.1991)
II – em casos previstos em leis específicas. (redação dada pela
Lei nº 8.270, de 17.12.1991)
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou
entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o
ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária,
mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (redação
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.1991)
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido à empresa pública ou
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas
normas, optar pela remuneração do cargo efetivo, a entidade
cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo
órgão ou entidade de origem. (redação dada pela Lei nº 8.270,
de 17.12.1991)
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
Oficial da União. (redação dada pela Lei nº 8.270, de
17.12.1991)
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício
em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha
quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo
certo. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.270, de
17.12.1991)
§ 5º Aplicam-se à União, em se tratando de empregado ou
servidor por ela requisitado, as regras previstas nos §§ 1º e 2º
deste artigo, conforme dispuser o regulamento, exceto quando
se tratar de empresas públicas ou sociedades de economia
mista que recebam recursos financeiros do Tesouro Nacional
para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de
pessoal. (parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.527, de
10.12.1997)

O artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, com as alterações feitas


pelas Leis nºs 8.270, de 1991, e 9.527, de 1997, trata da cessão do servidor
público federal para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como da requisição pela
União de servidores e empregados dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

(relator), Sepúlveda Pertence e Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, votaram


favoravelmente à concessão de cautelar, na ADI nº 2.135, para suspender a eficácia da
alteração do caput do artigo 39 da Constituição, na redação dada pela Emenda nº 19, sob o
fundamento da existência de vício formal na tramitação da matéria perante o Congresso
Nacional, estando suspenso o julgamento em face do pedido de vista do Ministro Nelson Jobin
(v. Informativo STF nº 274).
3
O servidor público federal poderá ser cedido em duas
hipóteses (artigo 93, I e II, Lei 8.112):
I) para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança;
II) nos casos previstos em leis específicas.
Os cargos em comissão e as funções de confiança, instituídos
por lei (artigo 48, X, da Constituição Federal de 1988), compõem as estruturas
organizacionais dos órgãos e entidades dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios.
Em relação à Justiça Federal de 1º e 2º Graus, os cargos em
comissão e as funções de confiança são aqueles previstos na Lei nº 5.010, de
30.05.1966 – Lei de Organização da Justiça Federal -, Lei nº 9.421, de
24.12.1996, que cria as carreiras dos servidores do Poder Judiciário da União,
Distrito Federal e Territórios, com as alterações da Lei nº 10.475, de
27.06.2002, bem como em leis especiais tratando de reestruturações de órgãos
de 1º e 2º Graus e do Conselho da Justiça Federal3.
Quando o servidor público federal é cedido para exercício de
cargo em comissão ou função de confiança em órgão ou entidade dos Estados,
Distrito Federal ou Municípios, o ônus da remuneração é do órgão ou entidade
que recebe o servidor. Se for cedido para outro órgão ou entidade dos Poderes
da União, ou nas hipóteses previstas em leis específicas, o ônus da
remuneração é do órgão ou entidade cedente (§ 1º do artigo 93, Lei 8.112).
No caso de o servidor público federal, cedido à empresa
pública ou sociedade de economia mista, optar pela remuneração do cargo
efetivo, o ônus da remuneração é da entidade que recebe o servidor mediante
reembolso das despesas realizadas pelo órgão cedente (§ 2º do artigo 93, Lei
8.112).
O servidor do Poder Executivo, mediante autorização do
Presidente da República, poderá ter exercício em outro órgão da Administração
Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, por prazo certo e fim
determinado (§ 4º do artigo 93, Lei 8.112).
A União arcará com a remuneração do servidor ou empregado
dos Estados, Distrito Federal e Municípios, por ela requisitado para o exercício
de cargo em comissão ou função de confiança, exceto quando se tratar de
empresa pública ou sociedade de economia mista que receba recursos
financeiros do Tesouro Nacional para custeio da sua folha de pagamento de
pessoal (§ 5º do artigo 93, Lei 8.112).
Outras hipóteses de cessão do servidor público federal, que
não sejam para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, são
as previstas em leis específicas (artigo 93, II, Lei 8.112). A título
exemplificativo, têm-se as seguintes normas legais:
- Lei nº 6.999, de 07.06.1982 – Dispõe sobre a requisição pela
Justiça Eleitoral de servidores públicos federais, estaduais, do Distrito Federal
e municipais:

“Art. 1º. O afastamento de servidores públicos da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios, dos Municípios e
das autarquias, para prestar serviços à Justiça Eleitoral, dar-se-
á na forma estabelecida por esta Lei.

3
O estudo sobre as condições do exercício de cargo em comissão ou função de confiança no
âmbito da Justiça Federal será aprofundado nos Capítulos III e IV.
4
Art. 2º. As requisições para os Cartórios Eleitorais deverão
recair em servidor lotado na área de jurisdição do respectivo
Juízo Eleitoral, salvo em casos especiais, a critério do Tribunal
Superior Eleitoral.
§ 1º - As requisições serão feitas pelo prazo de 1 (um) ano,
prorrogável, e não excederão a 1 (um) servidor por 10.000 (dez
mil) ou fração superior a 5.000 (cinco mil) eleitores inscritos na
Zona Eleitoral.
§ 2º - Independentemente da proporção prevista no parágrafo
anterior, admitir-se-á a requisição de 1 (um) servidor.
Art. 3º. No caso de acúmulo ocasional de serviço na Zona
Eleitoral e observado o disposto no art. 2º e seus parágrafos
desta lei, poderão ser requisitados outros servidores pelo prazo
máximo e improrrogável de 6 (seis) meses.
§ 1º - Os limites estabelecidos nos parágrafos do artigo anterior
só poderão ser excedidos em casos excepcionais, a juízo do
Tribunal Superior Eleitoral.
§ 2º - Esgotado o prazo de 6 (seis) meses, o servidor será
desligado automaticamente da Justiça Eleitoral, retornando a
sua repartição de origem.
§ 3º - Na hipótese prevista neste artigo, somente após
decorrido 1 (um) ano poderá haver nova requisição do mesmo
servidor.
Art. 4º. Exceto no caso de nomeação para cargo em comissão,
as requisições para as Secretarias dos Tribunais Eleitorais,
serão feitas por prazo certo, não excedente de 1 (um) ano.
Parágrafo único – Esgotado prazo fixado neste artigo,
proceder-se-á na forma dos §§ 2º e 3º do artigo anterior.
Art. 5º. Os servidores atualmente requisitados para as
Secretarias dos Tribunais Eleitorais poderão Ter suas
requisições renovadas atualmente.
Art. 6º. Os servidores atualmente requisitados para os Cartórios
Eleitorais, em número excedente ao fixado nos limites
estabelecidos no art. 2º desta Lei, deverão ser desligados pelos
respectivos Tribunais, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
data da publicação desta Lei, retornando as suas repartições
de origem.
Art. 7º. Ressalva a hipótese do artigo anterior, os prazos de
requisição dos servidores atualmente a disposição da Justiça
Eleitoral consideram-se iniciados na data da entrada em vigor
desta Lei.
Art. 8º. Salvo na hipótese de nomeação para cargo em
comissão, não serão requisitados ocupantes de cargos
isolados, de cargos ou empregos técnicos ou científicos, e de
quaisquer cargos ou empregos do magistério federal, estadual
ou municipal.
Art. 9º. O servidor requisitado para o serviço eleitoral
conservará os direitos e vantagens inerentes ao exercício de
seu cargo ou emprego.”

- Lei nº 9.020, de 30.03.1995 – Dispõe sobre a implantação, em


caráter emergencial e provisório, da Defensoria Pública da União:
5

“Art. 3º. O Poder Público, por seus órgãos, entes e instituições,


poderá, mediante termo, convênio ou qualquer outro tipo de
ajuste, fornecer à Defensoria Pública da União, gratuitamente,
bens e serviços necessários à sua implantação e
funcionamento.
Parágrafo único. Os serviços a que se refere este artigo
compreendem o apoio técnico e administrativo indispensável
ao funcionamento da Defensoria Pública da União. (parágrafo
único incluído pela Lei nº 10.212, de 23.03.2001)
Art. 4º. O Defensor Público-Geral da União poderá requisitar
servidores de órgãos e entidades da Administração Federal,
assegurados ao requisitado todos os direitos e vantagens a
que faz jus no órgão de origem, inclusive promoção.
Parágrafo único. A requisição de que trata este artigo é
irrecusável e cessará até noventa dias após a constituição do
Quadro Permanente de Pessoal de apoio da Defensoria
Pública da União.”

- Lei nº 9.448, de 14.03.1997 – Transforma o Instituto Nacional


de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP em autarquia federal:

“Art. 1º. Fica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas


Educacionais – INEP, órgão integrante da estrutura do
Ministério da Educação e do Desporto, transformado em
Autarquia Federal vinculada àquele Ministério, com sede e foro
na cidade de Brasília – DF, tendo como finalidades:
...
Art. 3º. Os servidores efetivos do Ministério da Educação e do
Desporto, lotados no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais e na Secretaria de Avaliação e Informação
Educacional do Ministério da Educação e do Desporto,
passarão a integrar o quadro de pessoal da Autarquia ora
transformada.
§ 1º Enquanto não for aprovado e implantado o quadro de
provimento efetivo do INEP, fica o Ministro de Estado da
educação e do Desporto autorizado a requisitar, no âmbito de
seu Ministério, servidores para exercício naquela Autarquia,
independentemente da ocupação de cargo em comissão ou
função de confiança.
§ 2º Ficam transferidos para a Autarquia os acervos
patrimoniais dos órgãos de que trata o caput, bem assim os
direitos e as obrigações decorrentes de contratos e convênios
firmados pelo órgão ora transformado.”

No âmbito da Justiça Federal, inexiste lei especial tratando da


cessão de servidor público do seu quadro de pessoal para outros órgãos ou
entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, ou da
requisição pela Justiça Federal de servidores públicos federais, estaduais,
municipais e do Distrito Federal.
Daí, o paradigma legal a ser observado pela Justiça Federal,
tanto na cessão quanto na requisição de servidor público, é o artigo 93 da Lei
6
nº 8.112, de 1990, bem como as normas legais especiais relativas a outros
órgãos e entidades dos Poderes da União, e, também, os regramentos dos
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Vale salientar que a Lei nº 1.711, de 28.10.1952, dispondo
sobre o antigo Estatuto dos Funcionários Civis da União, não tratou dos
institutos da cessão e requisição de servidor público.

III) Regulamentação: Resoluções do Conselho da Justiça Federal

O Conselho da Justiça Federal - CJF, no exercício da


supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de 1º e 2º Graus
(artigo 105, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988), editou três
resoluções regulamentando o artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, referente à
cessão e requisição de servidor público no âmbito daquele Conselho e da
Justiça Federal: Resolução nº 085, de 15.04.1993; Resolução nº 165, de
13.06.1996; Resolução nº 225, de 09.10.2000; Resolução nº 389, de
15.09.2004.
Resolução nº 085, de 1993:

“Art. 1º - Para os fins desta Resolução, são considerados:


I – cessão – o afastamento do servidor para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, a critério do órgão cedente, sem
a vacância do cargo e sem alteração da lotação na sede de
origem;
II – requisição – o ingresso, no Conselho da Justiça Federal e
Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus, de servidor
oriundo de outro órgão ou entidade da União, Estado, Distrito
Federal e Municípios, mediante autorização do órgão ou
entidade cedente, sem alteração da lotação na sede de origem,
e sem provimento de cargo efetivo.
Art. 2º - Os servidores efetivos dos Quadros de Pessoal do
Conselho da Justiça Federal e da Justiça Federal de Primeiro e
Segundo Graus poderão ser cedidos aos seguintes órgãos e
entidades da Administração Pública:
I – União, autarquias e fundações federais;
II – empresas públicas e sociedades de economia mista
federais;
III – Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Art. 3º - A cessão prevista no artigo anterior ocorrerá,
exclusivamente, nas seguintes hipóteses:
I – para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança;
II – em casos previstos em leis específicas.
§ 1º - Os servidores de que trata o caput do artigo anterior
poderão ainda ser cedidos para ter exercício em outro órgão do
Poder Judiciário da União, independentemente dos casos
previstos neste artigo.
§ 2º - No caso do parágrafo anterior, os Tribunais Regionais
Federais poderão estabelecer outros critérios para efetivação
7
de cessões, observadas as disposições contidas nesta
Resolução.
Art. 4º - Os servidores de órgãos ou entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, somente
poderão ser requisitados para o Conselho da Justiça Federal e
Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus, para o exercício
de cargo em comissão ou funções de confiança e em casos
previstos em lei específica, ressalvado o disposto no § 1º do
artigo 3º desta Resolução.
Art. 5º - Poderão optar pela remuneração do cargo efetivo, nos
termos das respectivas normas, quando nomeados para cargo
em comissão no Conselho da Justiça Federal e Justiça Federal
de Primeiro e Segundo Graus:
I – os servidores da União, autarquias, fundações federais;
II – os empregados de empresas públicas e sociedades de
economia mista – federais;
III – os servidores de órgãos ou entidades dos Estados,
Municípios e Distrito Federal.
Art. 6º - Também poderão optar pela remuneração do cargo
efetivo, os servidores do Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus cedidos para o exercício
de cargo em comissão ou função de confiança, de acordo com
as respectivas normas:
I – nos órgãos da União, autarquias e fundações federais;
II – nas empresas públicas e sociedades de economia mista
federais;
III – nos órgãos ou entidades dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, desde que haja, na legislação local, norma que o
autorize.
Art. 7º - O ônus da remuneração caberá à entidade cedente,
nas seguintes hipóteses:
I – quando o servidor do Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus for cedido para o
exercício de cargo em comissão em outro órgão da União,
autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de
economia mista federais;
II – quando o servidor de outro órgão da União, de autarquias
ou fundações federais, ou ainda, o empregado de empresa
pública ou sociedade de economia mista federais for cedido
para o exercício de cargo em comissão no Conselho da Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus;
III – na hipótese do art. 3º, § 1º, desta Resolução.
§ 1º - Nas demais hipóteses o ônus da remuneração caberá à
entidade cessionária.
§ 2º - Nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, o ônus da
remuneração do cedente restringir-se-á às vantagens pessoais
a que tiver direito o servidor, ou à remuneração do cargo
efetivo, no caso de opção, e respectivos encargos, quando
couber.
Art. 8º - A entidade cessionária efetuará o reembolso das
despesas realizadas pelo cedente, quando o servidor optar
8
pela remuneração do cargo efetivo ou emprego, nas seguintes
hipóteses:
I – quando o servidores do Conselho da Justiça Federal e
Justiça Federal e Justiça Federal de Primeiro e Segundo
Graus forem cedidos a empresas públicas ou sociedades de
economia mista federais, nos termos das respectivas normas;
II – quando o empregado de empresa pública ou sociedade de
economia mista federais for cedido para o exercício de cargo
em comissão no Conselho da Justiça Federal e Justiça Federal
de Primeiro e Segundo Graus;
III – quando o servidor de órgão ou entidade dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios for cedido para o Conselho
da Justiça Federal e Justiça Federal de Primeiro e Segundo
Graus, se o órgão ou entidade de origem, na hipótese do art.
6º, inciso III desta Resolução, pagar a remuneração do cargo
efetivo.”

Resolução nº 165, de 1996:

“Art. 1º. Revogar os §§ 1º e 2º do art. 3º e inciso III do art. 7º da


Resolução nº 085, de 15 de abril de 1993.
Art. 2º. O art. 4º da Resolução mencionada no artigo anterior
passa a vigorar com a seguinte redação:
‘Art. 4º Os servidores de órgãos ou entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, somente
poderão ser requisitados para o Conselho da Justiça Federal e
Justiça de Primeiro e Segundo Graus para o exercício de cargo
em comissão ou função de confiança e em casos previstos em
leis específicas.’

Resolução nº 225, de 2000:

“Art. 1º - Para os fins desta Resolução, são considerados:


I – cessão – afastamento do servidor para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, a critério do órgão cedente, sem
a vacância do cargo e sem alteração da lotação na sede de
origem;
II – requisição – o ingresso, no Conselho da Justiça Federal e
Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus, de servidor
oriundo de outro órgão ou entidade da União, Estado, Distrito
Federal e Municípios, mediante autorização do órgão ou
entidade cedente, sem alteração da lotação na sede de origem,
e sem provimento de cargo efetivo.
Art. 2º - Os servidores efetivos dos Quadros de Pessoal do
Conselho da Justiça Federal e da Justiça Federal de Primeiro e
Segundo Graus poderão ser cedidos aos seguintes órgãos e
entidades da Administração Pública:
I – União, autarquias e fundações federais;
II – empresas públicas e sociedades de economia mista
federais;
9
III – Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
Art. 3º - A cessão prevista no artigo anterior ocorrerá,
exclusivamente, nas seguintes hipóteses:
I – para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança;
II – em casos previstos em leis específicas.
Parágrafo único. Os servidores em estágio probatório somente
poderão ser cedidos a outro órgão ou entidade para ocupar
Funções Comissionadas – FC, níveis 10, 9 e 8, ou
equivalentes.
Art. 4º - Os servidores de órgãos ou entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, somente
poderão ser requisitados para o Conselho da Justiça Federal e
para a Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus, para o
exercício de cargo em comissão ou função comissionada e em
casos previstos em lei específica..
Art. 5º - Poderão optar pela remuneração do cargo efetivo, nos
termos das respectivas normas, quando nomeados para função
comissionada ou cargo em comissão no Conselho da Justiça
Federal e Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus:
I – os servidores da União, autarquias, fundações federais;
II – os empregados de empresas públicas e sociedades de
economia mista – federais;
III – os servidores de órgãos ou entidades dos Estados,
Municípios e Distrito Federal.
Art. 6º - Também poderão optar pela remuneração do cargo
efetivo, os servidores do Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus cedidos para o exercício
de cargo em comissão, função de confiança ou comissionada,
de acordo com as respectivas normas:
I – nos órgãos da União, autarquias e fundações federais;
II – nas empresas públicas e sociedades de economia mista
federais;
III – nos órgãos ou entidades dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, desde que haja, na legislação local, norma que o
autorize.
Art. 7º - O ônus da remuneração caberá à entidade cedente,
nas seguintes hipóteses:
I – quando o servidor do Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus for cedido para o
exercício de cargo em comissão, função de confiança ou
comissionada em outro órgão da União, autarquias, fundações,
empresas públicas ou sociedades de economia mista federais;
II – quando o servidor de outro órgão da União, de autarquias
ou fundações federais, ou ainda, o empregado de empresa
pública ou sociedade de economia mista federais for cedido
para o exercício de função comissionada ou cargo em
comissão no Conselho da Justiça Federal de Primeiro e
Segundo Graus.
10
§ 1º - Nas demais hipóteses, o ônus da remuneração caberá
à entidade cessionária.
§ 2º - Nas hipóteses previstas nos incisos I e II deste artigo, o
ônus da remuneração do cedente restringir-se-á às vantagens
pessoais a que tiver direito o servidor, ou à remuneração do
cargo efetivo, no caso de opção, e respectivos encargos,
quando couber.
Art. 8º - A entidade cessionária efetuará o reembolso das
despesas realizadas pelo cedente, quando o servidor optar
pela remuneração do cargo efetivo ou emprego, nas seguintes
hipóteses:
I – quando o servidor do Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal e Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus for
cedido a empresas públicas ou sociedades de economia mista
federais, nos termos das respectivas normas;
II – quando o empregado de empresa pública ou sociedade de
economia mista federais for requisitado para o exercício de
cargo em comissão no Conselho da Justiça Federal e Justiça
Federal de Primeiro e Segundo Graus, exceto na hipótese
destas empresas receberem recurso financeiros do Tesouro
Nacional para o custeio total ou parcial de sua folha de
pagamento de pessoal ;
III – quando o servidor de órgão ou entidade dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios for requisitado para o
Conselho da Justiça Federal e para a Justiça Federal de
Primeiro e Segundo Graus, se o órgão ou entidade de origem,
na hipótese do art. 6º, inciso III desta Resolução, pagar a
remuneração do cargo efetivo.
...
Art. 12. Revogam-se a Resolução nº 085, de 15 de abril de
1993 e Resolução nº 165, de 13 de junho e 1996.”

Resolução nº 389, de 2004:

“Art. 1º. O art. 3º da Resolução nº 225, de 9 de outubro de


2000, alterada pela Resolução nº 283, de 15 de outubro de
2002, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 3º................
I- .....................
II- ......................
§ 1º Os servidores em estágio probatório somente poderão ser
cedidos a outro órgão ou entidade para ocupar cargos em
comissão – CJ, dos níveis 4, 3 e 2 ou equivalentes ou para
exercer funções comissionadas cujas atribuições, nos órgãos
cessionários sejam equivalentes, no âmbito do Conselho e da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, ás de cargos de
direção, chefia ou assessoramento de nível superior.
§ 2º Não se aplica a restrição constante no parágrafo anterior a
servidor que se encontre em estágio probatório em virtude de
posse e exercício em novo cargo e que, sem perda do vínculo
funcional, tenha sido considerado apto pela sujeição ao mesmo
11
período avaliativo quando da primeira investidura, bem como
àquele pertencente às carreiras do Poder Judiciário da União.”

As Resoluções nºs 085, de 1993, e 225, de 2000, do Conselho


da Justiça Federal, dão a seguinte definição dos institutos legais:
Cessão é o afastamento do servidor para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, a critério do órgão cedente, sem a vacância do cargo e sem
alteração da lotação na sede de origem;
Requisição é o ingresso, no Conselho da Justiça Federal e
Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus, de servidor oriundo de outro
órgão ou entidade da União, Estado, Distrito Federal e Municípios, mediante
autorização do órgão ou entidade cedente, sem alteração da lotação na sede
de origem, e sem provimento de cargo efetivo.
Para o melhor entendimento da regulamentação dos institutos
da cessão e requisição no âmbito da Justiça Federal, o quadro abaixo coteja o
teor das três resoluções, relativamente aos pontos em comum e diferentes:

Resolução nº 085 Resolução nº 165 Resolução nº 225


Art. 2º: O servidor efetivo do Omissa Art. 2º: O servidor efetivo do
CJF e da Justiça Federal de CJF e da Justiça Federal de
1º e 2º Graus poderá ser 1º e 2º Graus poderá ser
cedido à União, suas cedido à União, suas
autarquias, fundações, autarquias, fundações,
empresas públicas e empresas públicas e
sociedades de economia sociedades de economia
mista, bem como aos Estados, mista, bem como aos Estados,
Distrito Federal, Municípios e Distrito Federal, Municípios e
respectivas autarquias, respectivas autarquias,
fundações, empresas públicas fundações, empresas públicas
e sociedades de economia e sociedades de economia
mista mista
Art. 3º: A cessão de servidor Revogou o § 1º do art. 3º da Art. 3º: A cessão de servidor
do CJF e Justiça Federal de Resolução 085, que do CJF e Justiça Federal de
1º e 2º Graus ocorrerá nas autorizava a cessão para 1º e 2º Graus ocorrerá nas
seguintes hipóteses: exercício em outro órgão do seguintes hipóteses:
a) para exercício de cargo em Poder Judiciário da União a) para exercício de cargo em
comissão ou função de comissão ou função de
confiança: confiança:
b) em casos previstos em leis b) em casos previstos em leis
específicas; específicas;
c) para exercício em outro c) o servidor em estágio
órgão do Poder Judiciário probatório somente poderá
da União ser cedido para ocupar
cargo em comissão, níveis
4, 3 e 2 ou equivalentes, ou
para exercer funções
comissionadas cujas
atribuições sejam
equivalentes às de cargos
de direção, chefia ou
assessoramento
Art. 4º: A requisição pelo CJF Art. 2º dando nova redação ao Art. 4º: A requisição pelo CJF
e Justiça Federal de 1º e art. 4º da Resolução 085: e Justiça Federal de 1º e
Graus ocorrerá nas seguintes Graus ocorrerá nas seguintes
hipóteses: hipóteses:
a) o servidor da União, O servidor da União, Estados, O servidor da União, Estados,
Estados, Distrito Federal e Distrito Federal e Municípios Distrito Federal e Municípios
Municípios somente poderá somente poderá ser somente poderá ser
12
ser requisitado para o requisitado para o exercício de requisitado para o exercício de
exercício de cargo em cargo em comissão ou função cargo em comissão ou função
comissão ou função de de confiança e nos casos comissionada e nos casos
confiança e nos casos previstos em leis específicas previstos em leis específicas
previstos em leis específicas.
b) o servidor de outro órgão
do Poder Judiciário da
União poderá ser
requisitado,
independentemente do
exercício de cargo em
comissão ou função de
confiança e dos casos
previstos em leis
específicas
Art. 5º: O servidor de qualquer Omissa Art. 5º: O servidor de qualquer
dos Poderes da União, Distrito dos Poderes da União, Distrito
Federal, Estados e Federal, Estados e
Municípios, quando nomeado Municípios, quando nomeado
para cargo em comissão no para cargo em comissão ou
CJF e Justiça Federal de 1º e função comissionada no
2º Graus, poderá optar pela CJF e Justiça Federal de 1º e
remuneração do cargo efetivo 2º Graus, poderá optar pela
remuneração do cargo efetivo
Art. 6º: Omissa Art. 6º:
a) O servidor do CJF e Justiça a) O servidor do CJF e Justiça
Federal de 1º e 2º Graus, Federal de 1º e 2º Graus,
quando cedido para o quando cedido para o
exercício de cargo em exercício de cargo em
comissão ou função de comissão ou função de
confiança, poderá optar pela confiança, poderá optar pela
remuneração do cargo efetivo. remuneração do cargo efetivo.
b) Quando a cessão for para b) Quando a cessão for para
os Estados, Distrito Federal e os Estados, Distrito Federal e
Municípios, o servidor poderá Municípios, o servidor poderá
optar pela remuneração do optar pela remuneração do
cargo efetivo, desde que a cargo efetivo, desde que a
legislação local autorize legislação local autorize
Art. 7º: O ônus da Revogou o inciso III do art. 7º Art. 7º: O ônus da
remuneração é do órgão da Resolução 085, que remuneração é do órgão
cedente quando: dispunha que o ônus da cedente quando:
a) o servidor do CJF e Justiça remuneração é do órgão a) o servidor do CJF e Justiça
Federal de 1º e 2º Graus for cedente quando o servidor do Federal de 1º e 2º Graus for
cedido para exercício de cargo CJF e Justiça Federal de 1º e cedido para exercício de cargo
em comissão em outro órgão Graus for cedido para outro em comissão ou função de
da União, autarquias, órgão do Poder Judiciário da confiança ou comissionada,
fundações, empresas públicas União em outro órgão da União,
e sociedades de economia autarquias, fundações,
mista federais; empresas públicas e
sociedades de economia
mista federais;
b) o servidor de outro órgão b) o servidor de outro órgão
da União, autarquias, da União, autarquias,
fundações, empresas públicas fundações, empresas públicas
e sociedades de economia e sociedades de economia
mista federais for cedido para mista federais for requisitado
exercício de cargo em para exercício de cargo em
comissão no CJF e Justiça comissão ou função de
Federal de 1º e 2º Graus; confiança ou comissionada
no CJF e Justiça Federal de
1º e 2º Graus;
c) o servidor do CJF e
Justiça Federal de 1º e 2º
13
Graus for cedido para outro
órgão do Poder Judiciário
da União
d) nas demais hipóteses, o c) nas demais hipóteses, o
ônus da remuneração é do ônus da remuneração é do
órgão cessionário órgão cessionário
Art. 8º: O órgão cessionário Omissa Art. 8º: O órgão cessionário
reembolsará o cedente, reembolsará o cedente,
quando o servidor optar pela quando o servidor optar pela
remuneração do cargo efetivo remuneração do cargo efetivo
ou emprego, nas seguintes ou emprego, nas seguintes
hipóteses: hipóteses:
a) Quando o servidor do CJF a) Quando o servidor do CJF
e Justiça Federal de 1º e 2º e Justiça Federal de 1º e 2º
Graus for cedido a empresa Graus for cedido a empresa
pública ou sociedade de pública ou sociedade de
economia mista federais; economia mista federais;
b) Quando o empregado de b) Quando o empregado de
empresa pública ou sociedade empresa pública ou sociedade
de economia mista federais for de economia mista federais for
cedido para exercício de cargo requisitado para exercício de
em comissão no CJF e Justiça cargo em comissão no CJF e
Federal de 1º e 2º Graus; Justiça Federal de 1º e 2º
Graus; exceto na hipótese
das empresas receberem
recursos financeiros do
Tesouro Nacional para
custeio total ou parcial da
sua folha de pagamento de
pessoal;
c) Quando o servidor de órgão c) Quando o servidor de órgão
ou entidade dos Estados, ou entidade dos Estados,
Distrito Federal ou Municípios Distrito Federal ou Municípios
for cedido para o CJF e for requisitado para o CJF e
Justiça Federal de 1º e 2º Justiça Federal de 1º e 2º
Graus, para o exercício de Graus, para o exercício de
cargo em comissão ou função cargo em comissão ou função
de confiança, se o órgão de de confiança, se o órgão de
origem pagar a remuneração origem pagar a remuneração
do cargo efetivo do cargo efetivo

Abstraindo-se de outros aspectos tratados nas referidas


Resoluções, convém observar que a Resolução nº 085/1993 admitia a cessão
de servidor do CJF e da Justiça Federal de 1º e 2º Graus para outro órgão do
Poder Judiciário da União, independentemente do exercício de cargo em
comissão ou função de confiança e das hipóteses previstas em leis específicas.
Igualmente admitia a requisição pelo CJF e Justiça Federal de 1º e 2º Graus de
servidor de outro órgão do Poder Judiciário da União, independentemente do
exercício de cargo em comissão ou função de confiança e das hipóteses
previstas em leis específicas.
A Resolução nº 165/1996 revogou os dispositivos da
Resolução nº 085/1996 que admitiam a cessão e requisição envolvendo outros
órgãos do Poder Judiciário da União, independentemente do exercício de cargo
em comissão ou função de confiança e das hipóteses previstas em leis
específicas.
Com relação ao servidor dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, as Resoluções nºs 085/1993, 165/1996 e 225/2000 dispõem que
a requisição de servidor público pelo CJF e Justiça Federal de 1º e 2º Graus se
14
dará, exclusivamente, para o exercício de cargo em comissão ou função
de confiança, ou quando houver previsão em lei específica.

IV) Jurisprudência do Tribunal de Contas da União

O Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar do Congresso


Nacional na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, entre outros aspectos (artigo 70 e
seguintes da Constituição Federal de 1988), interpretando o artigo 93 da Lei nº
8.112, de 1990, vem decidindo que a cessão e requisição do servidor público
perante os órgãos do Poder Judiciário da União deverão ocorrer,
exclusivamente, em duas hipóteses: a) para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no órgão que recebe o servidor; b) nos
casos previstos em leis específicas.
As decisões abaixo transcritas, inclusive envolvendo órgãos da
Justiça Federal, revelam o entendimento do TCU a respeito da matéria:
1) Decisão nº 641/1995 – Plenário, Relator Ministro Carlos Átila, Sessão de
05.12.1995, DOU de 22.12.1995, p. 21903:

“O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator,


DECIDE:
(...)
2. determinar ao TRF-5ª Região que:
2.1. faça cessar todos e quaisquer pagamentos decorrentes da
integração dos servidores citados no subitem 8.1 supra, sob
pena de obrigação de ressarcimento, pelo responsável, das
quantias pagas após ciência desta Decisão e da sanção
prevista no art. 58 da Lei nº 8.443/92;
2.2. promova a adequação das cessões de pessoal aos
estritos termos do art. 93, incisos I e II, da Lei nº 8.112/90;
2.3. devolva aos seus respectivos órgãos ou entidades de
origem os servidores requisitados que não exercem
qualquer função ou cargo de confiança no órgão, por
absoluta inexistência de fundamentação legal;
2.4. se abstenha de dispor sobre a criação de funções de
Representação de Gabinete, como efetuado pelo Ato nº 59/89
TRF-5ª Região, por ser essa atribuição de competência do
Congresso Nacional (C.F., art. 48, inciso X);
2.5. regularize a situação dos servidores requisitados, que
exercem a função de Representação de Gabinete, ante o que
preceitua o art. 37, inciso V, da Constituição Federal;
3. encaminhar, com fulcro no art. 74, inciso IV, da Constituição
Federal, cópia desta Decisão, bem como do Relatório e Voto
que a fundamentam, às Secretarias de Controle Interno do
Conselho da Justiça Federal e do TRF-5ª Região, para
conhecimento e adoção de providências na esfera das
respectivas competências;
4. determinar à Secretaria de Controle Interno do TRF-5ª
Região que no relatório de auditoria sobre as contas do órgão,
referentes aos exercícios de 1995, faça constar as medidas
adotadas pela referida Corte Federal em face das
15
determinações e recomendações contidas nesta deliberação,
bem como as informações sobre os resultados obtidos com
essas medidas; e
5. juntar o presente processo às contas respectivas, para
exame em conjunto.” (grifos acrescentados)

2) Decisão nº 116/1999 – 1ª Câmara, Relator Ministro Humberto Souto, Sessão


de 18.05.1999, DOU de 26.05.1999:

“A Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo Relator,


DECIDE, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº
8.443/92:
8.1 – determinar ao Excelentíssimo Senhor Dirigente da Seção
Judiciária da Justiça Federal do Ceará que promova, no prazo
de quinze (15) dias, consoante o disposto no inciso IX do art.
71 da Constituição Federal, o retorno:
a) dos servidores a seguir relacionados aos seus órgãos
de origem, uma vez que não exercem cargo em comissão
ou função de confiança, nos termos previstos no art. 93 da
Lei 8.112/90:
(...)
b) das pessoas a seguir relacionadas às Prefeituras
Municipais de origem, uma vez que as Funções
Comissionadas (FC–1 a FC–5) devem ser obrigatoriamente
ocupadas por servidores da União, Estados e Municípios,
nos termos do art. 93 da Lei nº 8.112/90 c/c art. 9º da Lei nº
9.421/96:
(...)
8.2 – determinar ao Excelentíssimo Senhor Presidente do
Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF/5ª Região, que
promova, no prazo de quinze (15) dias, consoante o disposto
no inciso XI do artigo 71 da Constituição Federal, o retorno do
servidor (...) ao Depto de Polícia Federal, do Ministério da
Justiça, uma vez que foram cessadas as razões
determinantes de sua requisição, ou seja, não mais exerce
cargo em comissão ou função de confiança, nos termos
previstos no art. 93 da Lei 8.112/90;
8.3 – determinar aos órgãos de Controle Interno que façam
constar no Relatório de Auditoria das contas da Seção
Judiciária da Justiça Federal do Ceará e do Tribunal Regional
Federal da 5ª Região informações sobre as determinações
elencadas nos itens 8.1 e 8.2;
8.4 – determinar o envio de cópia autenticada dos presentes
autos ao Dr. (...), digníssimo Procurador da República;
8.5 – determinar a juntada dos presentes autos às contas da
Seção Judiciária da Justiça Federal do Ceará, para análise em
conjunto em confronto.” (grifos acrescentados)

3) Acórdão nº 176/2000 – Plenário, Relator Ministro Benjamim Zymler, Sessão


de 09.08.2000, DOU de 22.08.2000:
16
“VISTOS, relatados e discutidos estes autos de denúncia de
responsabilidade dos Srs. (...), formulada ante a existência de
irregularidades no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
Considerando que, após a realização de inspeção no Tribunal
Regional Eleitoral da Paraíba – TRE/PB, foi confirmada a
existência de impropriedades na área de pessoal daquela
Corte;
Considerando que foram designados para o exercício de
funções comissionadas no TRE/PB servidores requisitados
que não comprovaram ocupar cargo efetivo em seus
órgãos/entidades de origem, desobedecendo o comando
insculpido no art. 12, § 3º, da Lei nº 8.868/94;
(...)
Considerando que as razões de justificativa apresentadas
pelos dirigentes acima indicados não foram suficientes para
afastar sua conduta negligente;
(...)
Considerando, ainda, os pareceres SECEX/PB:
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,
reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo
Relator, em:
8.1. conhecer da presente denúncia, nos termos do art. 213 do
Regimento Interno do TCU, para, no mérito, considerá-la
parcialmente procedente;
(...)
8.3. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei nº
8.443/92, a cobrança judicial da dívida, corrigida
monetariamente, a partir do dia seguinte ao término do prazo
ora estabelecido, até a data do efetivo recolhimento, caso não
atendida a notificação, na forma da legislação em vigor;
8.4. determinar ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba que:
8.4.1. providencie, se ainda não o fez, a regularização da
ocupação da Função Comissionada de Coordenadoria de
Treinamento e Desenvolvimento (FC – 08), tendo em vista que
sua atual ocupante é parente em terceiro grau de membro
dessa Corte Eleitoral, incidindo na vedação contida no art. 10
da Lei nº 9.421/96;
8.4.2. observe, rigorosamente, no ato de nomeação para
funções comissionadas de servidores requisitados de outros
órgãos ou entidades a existência de vínculo efetivo com a
administração pública, em conformidade com o disposto no art.
5º, § 3º, da Lei nº 8.868/94 e
8.4.3. e com fundamento no art. 12, caput, da Lei nº 8.868/94 e
no art. 10 da Lei nº 9.421/9612, abstenha-se de nomear
parentes, até o terceiro grau, inclusive, cônjuge e companheiro
de magistrados em atividade no TRE/PB que não possuam
cargo efetivo da Carreira Judiciária;
8.5. remeter cópia das declarações constantes do Volume II
deste processo que apresentem indícios de falsidade ao
Ministério Público do Estado da Paraíba e ao Tribunal de
Contas do Estado da Paraíba;
17
8.6. dar ciência da presente Decisão, bem como do Relatório
e Voto que a fundamentam, ao denunciante;
8.7. levantar a chancela de sigiloso dos presentes autos;
8.8. juntar o presente feito às contas do TRE/PB relativas ao
exercício de 1999.” (grifos acrescentados)

Como se observa, o TCU determina o retorno do servidor, seja


ele federal, estadual ou municipal, ao seu órgão de origem, quando não estiver
exercendo cargo em comissão ou função de confiança no órgão cessionário.
Outro aspecto que ressalta da Decisão nº 116/1999 e Acórdão
nº 176/2000, do TCU, reportados acima, é que somente servidor ou empregado
público poderá ser requisitado para prestar serviços no órgão público
cessionário, salvo quando se tratar de cargo em comissão, de livre nomeação e
exoneração (artigo 37, II, da Constituição Federal).
O TCU enfatiza igualmente que o exercício pelo servidor
requisitado de cargo em comissão ou função de confiança, nos órgãos do
Poder Judiciário da União, deve obediência às normas legais específicas4. No
caso da Justiça Federal, deve ser observada a Lei nº 9.421, de 24.12.1996,
que instituiu as carreiras dos servidores do Poder Judiciário da União, Distrito
Federal e Territórios, com as alterações da Lei nº 10.475, de 27.06.2002,
dispondo que:

“Art. 1º. Ficam criadas as carreiras de Auxiliar Judiciário,


Técnico Judiciário e Analista Judiciário, nos Quadros de
Pessoal do Poder Judiciário da União e do Distrito Federal e
Territórios, na forma estabelecida nesta Lei.
....
Art. 6º. São requisitos de escolaridade para ingresso nas
carreiras judiciárias, atendidas, quando for o caso, formação
especializada e experiência profissional, a serem definidas em
regulamento e especificadas nos editais de concurso:
I – para a Carreira de Auxiliar Judiciário, curso de primeiro
grau;
II – para a Carreira de Técnico Judiciário, curso de segundo
grau, ou curso técnico equivalente;
III – para a Carreira de Analista Judiciário, curso de terceiro
grau, inclusive licenciatura plena, correlacionado com as áreas
previstas no Anexo I.
...
Art. 9º. Integram ainda os Quadros de Pessoal referidos no art.
1º as Funções Comissionadas, escalonadas de FC-1 a FC-6, e
os Cargos em Comissão, escalonados de CJ-1 a CJ-4, para o
exercício de atribuições de direção, chefia e assessoramento.
§ 1º Cada órgão do Poder Judiciário destinará, no mínimo, 80%
(oitenta por cento) do total das funções comissionadas para
serem exercidas por servidores integrantes das Carreiras
Judiciárias da União, designando-se para as restantes
exclusivamente servidores ocupantes de cargos de provimento

4
Em se tratando da Justiça Eleitoral, conforme Acórdão nº 176/2000 – TCU, devem ser
observadas as disposições da Lei nº 8.868, de 1994, que cria cargos efetivos e em comissão
na Justiça Eleitoral – lei especial, e Lei nº 9.421, de 1996, que cria as carreiras dos servidores
do Poder Judiciário da União, Distrito Federal e Territórios – lei geral.
18
efetivo que não integrem essas carreiras ou que sejam
titulares de empregos públicos, observados os requisitos de
qualificação e de experiência previstos em regulamento.
§ 2º Pelo menos 50% (cinqüenta por cento) dos cargos em
comissão a que se refere o caput, no âmbito de cada órgão do
poder Judiciário, serão destinados a servidores integrantes das
carreiras judiciárias da União, na forma prevista em
regulamento.
Art. 10. No âmbito da jurisdição de cada Tribunal ou Juízo é
vedada a nomeação ou designação, para os cargos em
comissão e para as funções comissionadas de que trata o art.
9º, de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau,
inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, salvo
a de servidor ocupante de cargo de provimento efetivo das
Carreiras Judiciárias, caso em que a vedação é restrita à
nomeação ou designação para servir junto ao Magistrado
determinante da incompatibilidade.”

O § 1º do artigo 9º dispõe que 80% das funções comissionadas


(FC-1 a FC-6) do Poder Judiciário da União serão exercidas por servidores das
carreiras judiciárias. Os demais 20%, por ocupantes de cargos de provimento
efetivo ou de empregos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Municípios, observando-se, neste caso, os critérios de qualificação e
experiência previstos em regulamento.
O § 2º do mesmo artigo prevê que, no mínimo, 50% dos cargos
em comissão dos órgãos do Poder Judiciário da União serão ocupados por
servidores integrantes de suas carreiras.
Já o artigo 10 estabelece regra de moralidade (artigo 37, caput,
da Constituição Federal) para o exercício de funções comissionadas por
pessoas que possuam determinados graus de parentesco com juízes e
membros de Tribunais. A vedação abrange tanto o servidor do órgão, com a
ressalva da parte final do artigo 10 – servidor das carreiras judiciárias -, como o
servidor requisitado, bem como aquele que, não sendo servidor, irá ocupar
cargo em comissão.

V) Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de


Justiça

A título de ilustração, são transcritas decisões do STF e STJ


envolvendo vários aspectos da cessão e requisição de servidor público,
ressaltando-se a questão da remuneração e da discricionariedade, como regra
geral, tanto do órgão cedente quanto do órgão cessionário em ceder ou
receber o servidor, como se vê abaixo:

“Funcionário do Poder Executivo Estadual (motorista),


requisitado para servir no Tribunal Regional Eleitoral.
Tem direito às vantagens do cargo, mas não à gratificação pelo
regime de dedicação exclusiva, em que se achava antes de ser
requisitado, pois essa não é vantagem do cargo, tanto que nem
todos os servidores a recebem, e sim pagamento por
determinada ampliação do serviço.” (RE nº 71281-SP, Relator
Ministro LUIZ GALLOTTI, 1ª Turma do STF, j. em 19.03.1971)
19

“Ementa: Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Pedido


da Defensoria Pública da União para que seja reconhecida a
sua impossibilidade material e conjuntural para atuar perante o
STF.
A Defensoria Pública é instituição essencial à função
jurisdicional do Estado, erigida como órgão autônomo da
administração da Justiça, incumbindo-lhe a orientação jurídica
e a defesa, em todos os graus, dos necessitados (art. 134 e
parágrafo único da CF/88), sendo inconcebível que o Estado se
exonere dessa obrigação constitucional, mormente quando
editada a Lei nº 9.020/95, que, mesmo em caráter emergencial
e provisório, dispõe sobre a implantação do órgão.
Embora se reconheça a dificuldade dos defensores em
promover uma defesa satisfatória a seus assistidos, esta não é
de todo intransponível a ponto de descaracterizar a finalidade
do órgão, ainda mais quando lhe é facultada a requisição
irrecusável de servidores da Administração Federal (art. 4º,
parágrafo único, da lei nº 9.020/95).
Questão de ordem que se resolve pelo indeferimento do
pedido.” (AGQO nº 237400-RS, Relator Ministro MARCO
AURÉLIO, 1ª Turma do STF, j. em 15.02.2000)

“Administrativo. Servidor público. Cessão para desempenho de


cargo em confiança, por tempo determinado, em entidade
diversa da que se encontra lotado o servidor.
Vencido o prazo da cessão e não renovada esta por recusa
expressa da autoridade cedente, deve o servidor retornar à
origem, já que não lhe assiste o direito de permanecer no
órgão requisitante sem a concordância da autoridade
competente, a que está subordinado pela lotação nominal do
cargo efetivo.
Recurso a que se nega provimento.” (ROMS nº 1884-RS,
Relator Ministro ASSIS TOLEDO, 5ª Turma do STJ, DJU de
29.03.1993, p. 5261)

“Administrativo. Recurso em mandado de segurança. Servidor


público estadual. Revogação da cessão. Ato da autoridade
fundado em lei. Súmula STF – 266. Fraude à lei. Inexistência.
1. Sendo a cessão do servidor sempre precária e podendo ser
revogada segundo os critérios da conveniência e da
oportunidade da Administração, não há direito líquido e certo
de permanência no órgão para o qual foi cedido.
2. Inexiste ilegalidade no ato praticado pela autoridade
administrativa com base em decreto governamental,
insuscetível de ser impugnado via mandado de segurança por
sua característica de lei em tese.
3. O Decreto 32.974/88 do Estado do Rio Grande do Sul,
anterior à Constituição Federal de 1988, não poderia violentar a
Carta política ainda inexistente e que, de modo algum
impossibilita a revogação de cessões de servidores públicos.
20
4. Recurso ordinário a que se nega provimento.” (ROMS nº
67-RS, Relator Ministro PEÇANHA MARTINS, 2ª Turma do
STJ, DJU de 22.03.1993, p. 4522)

“Administrativo. Constitucional. Direito intertemporal. Servidora


pública estadual colocada à disposição do governo federal.
Recolhimento das contribuições previdenciárias. Encargo.
Estado. Contribuinte obrigatório. Direito à aposentadoria. Lei nº
10.776/96.
- A Lei Complementar nº 10.776/96, do Estado do Rio Grande
do Sul, que excluiu da condição de contribuintes obrigatórios
do IPERGS os servidores da Administração direta do Estado,
não pode ter efeito retroativo para alcançar o momento em que
os antigos funcionários celetistas foram transpostos para o
regime estatutário mediante a transformação de seus cargos
em empregos públicos.
- Encontrando-se o funcionário público estadual à disposição
de órgão da Administração Federal para exercer função de
confiança e assessoramento, não cessa o seu vínculo funcional
com o Estado, permanecendo este obrigado ao recolhimento
das contribuições previdenciárias à entidade previdenciária
estadual.
- Recurso ordinário provido. Segurança concedida.” (ROMS nº
9933-RS, Relator Ministro VICENTE LEAL, 6ª Turma do STJ, j.
em 14.12.2000)

“RMS. Retorno do servidor ao órgão de origem.


- Não constitui ilegalidade ou abuso de poder o ato que
determina o retorno do servidor ao seu órgão de origem, após
o término do prazo de permanência no órgão cedido, inserido
que está nos atos discricionários da Administração.
- Recurso a que se nega provimento.” (ROMS nº 5830-DF,
Relator Ministro CID FLAQUER SCARTEZZINI, 5ª Turma do
STJ, DJU de 19.05.1997, p. 20647)

“Constitucional e administrativo. Servidor público estadual.


Serviço prestado a empresa pública. Retorno ao cargo efetivo.
Redução de vencimentos. Legalidade.
- Servidor público estadual que prestava serviços a empresa
pública não tem direito líquido e certo a continuar recebendo os
mesmos vencimentos quando do retorno ao cargo efetivo, na
administração direta. Hipótese em que, além disso, foi
verificada nulidade na contratação pela empresa pública.
- Inocorrência de violação à determinação constitucional de
irredutibilidade de vencimentos.
- Recurso a que se nega provimento.” (ROMS nº 9608-GO,
Relator Ministro FÉLIX FISHER, 5ª Turma do STJ, DJU de
26.10.1998, p. 133)

“Constitucional e administrativo. Servidora pública estadual.


Retorno ao órgão de origem na Administração direta. Padrão
21
anterior de vencimentos. Redução. Inexistência de ofensa ao
direito adquirido.
O retorno de servidor público ao órgão de origem na
administração direta não lhe assegura o direito de conservar o
padrão de vencimentos relativo ao período em que se
encontrava vinculado a órgão da administração indireta, por
impor sua submissão às normas do regime estatutário.
Recurso ordinário desprovido. Segurança denegada.” (ROMS
nº 9567-GO, Relator Ministro VICENTE LEAL, 6ª Turma do
STJ, DJU de 05.04.1999, p. 154)

VI) A requisição de servidor dos Estados, Distrito Federal e Municípios

A regulamentação do artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, objeto


das Resoluções nºs 085/1993, 165/1996 e 225/2000, do Conselho da Justiça
Federal, bem como as decisões do Tribunal de Contas da União, anteriormente
reportadas, admitem a requisição pela Justiça Federal de servidor público de
outros órgãos e entidades dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, somente: a) para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; b) nos casos previstos em leis específicas.
No que concerne à requisição de servidor público federal por
outro órgão ou entidade de qualquer dos Poderes da União, o artigo 93 da Lei
nº 8.112 refere-se expressamente a duas hipóteses em que o órgão de origem
poderá fazer a cessão: a) para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; ou b) nos casos previstos em leis específicas.
Na primeira hipótese (a), a oportunidade e conveniência
delimitarão a cessão pelo órgão de origem, tanto quanto sua permanência no
órgão cessionário, conforme o posicionamento jurisprudencial visto no Capítulo
V. Na segunda hipótese (b), a lei específica determinará a requisição,
independentemente do exercício de cargo em comissão ou função de
confiança, não havendo margem, conforme dispuser a lei, para a
discricionariedade do órgão de origem em autorizar, ou não, a cessão. É o
caso, antes referido, da Lei nº 9.020, de 1995, que dispõe sobre a implantação,
em caráter emergencial e provisório, da Defensoria Pública da União,
estabelecendo que a requisição de servidor público da Administração Direta é
irrecusável.
Com o devido respeito à regulamentação do CJF e decisões do
TCU, a requisição de servidor público dos Estados, Distrito Federal e
Municípios para prestar serviços em órgãos da Justiça Federal não se sujeita,
exclusivamente, às duas hipóteses previstas nos incisos I (exercício de cargo
em comissão ou função de confiança) e II (leis específicas) do artigo 93 da Lei
nº 8.112, de 1990. Isto porque:
1) o artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, não veda tácita ou
expressamente a requisição de servidor público de outros entes da Federação
fora das hipóteses dos seus incisos I e II.
2) a única referência – não explícita, vale dizer5 - ao servidor
público dos Estados, Distrito Federal e Municípios requisitado pela União

5
A interpretação do § 5º do artigo 93 leva à conclusão de que se trata de servidor dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, quando requisitado pela União, uma vez que a disciplina da
cessão de servidor da União a outros órgãos e entidades da própria União, dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, está contemplada no caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º.
22
consta do § 5º do artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, acrescentado pela Lei
nº 9.527, de 1997, dispondo que:

“§ 5º Aplicam-se à União, em se tratando de empregado ou


servidor por ela requisitado, as regras previstas nos §§ 1º e 2º
deste artigo, conforme dispuser o regulamento, exceto quando
se tratar de empresas públicas ou sociedades de economia
mista que recebam recursos financeiros do Tesouro Nacional
para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de
pessoal.”

A interpretação sistemática e teleológica do dispositivo limita-se


ao ônus da remuneração (a quem caberá a responsabilidade pelo pagamento)
do servidor quando é requisitado para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança, ou quando o ônus da remuneração do servidor
requisitado é previsto em leis específicas. Não vai além disso, portanto.
3) apesar das impropriedades técnicas da Lei nº 8.112, de
1990, inclusive do seu artigo 936, não teria pertinência a lei que trata do
Regime Jurídico do Servidor Público Civil da União, de suas autarquias e
fundações, estabelecer restrições à requisição de servidor público dos Estados,
Distrito Federal e Municípios, salvo quanto aos requisitos de qualificação e
experiência para o exercício de funções comissionadas, como o faz o § 1º do
artigo 9º da Lei nº 9.421, de 1996. É que, no caso, o regramento da cessão
deste servidor cabe aos entes federados, no exercício de sua autonomia
político-administrativa assegurada pela Constituição Federal de 1988, como o
faz a União quando disciplina a cessão de seu servidor.
A interpretação do artigo 93 da Lei nº 8.112, de 1990, segundo
a qual o servidor público dos Estados, Distrito Federal e Municípios somente
poderá ser requisitado pelos órgãos e entidades da União para o exercício de
cargo em comissão ou função de confiança, ou nas hipóteses previstas em leis
específicas, conduz à preterição dos princípios da colaboração 7entre os entes
da Federação e da eficiência que norteiam a Administração Pública, visando
ao “bem comum da coletividade administrada”8 (artigos 1º, 18, 37 e 39 da
Constituição Federal, estes dois últimos com a nova redação dada pela
Emenda nº 19, de 1998).
Com efeito, houve no passado, há no presente e,
provavelmente, haverá no futuro situações em que órgãos e entidades da
União, por motivos os mais diversos – quantitativo limitado de pessoal próprio,
qualificação insuficiente de seus servidores para determinada função, entre
outros -, necessitarão da colaboração de servidores de outros entes da
Federação para desincumbir-se de suas atribuições.

6
RIGOLIN, Ivan Barbosa. Comentários ao Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos
Civis da União. São Paulo: Editora Saraiva, 1992, pp. 172/174.
7
Veja-se, a propósito, que a EC nº 19, dando nova redação ao artigo 241, estabelece que a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos, analisado em
Curso Prático de Direito Administrativo, sob a coordenação de Carlos Pinto Coelho Motta, Belo
Horizonte, Editora Del Rey, 1999, pp. 182/183.
8
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 21ª ed., São Paulo: Malheiros
Editores, 1996, p. 82.
23
Por outro lado, a cessão de servidor dos Estados, Distrito
Federal e Municípios a órgãos e entidades da União, não apenas para o
exercício de cargo em comissão ou função de confiança, ou nos casos
previstos em leis específicas, permite que o servidor cedido adquira
conhecimentos e aperfeiçoe-se em área distinta, equivalente ou correlata a de
sua lotação de origem, proporcionando benefícios ao órgão cedente quando do
retorno do agente público no tocante à profissionalização do seu quadro de
pessoal (os exemplos são muitos: servidor do Fisco Estadual prestando
serviços à Receita Federal; servidor da Justiça Estadual prestando serviços à
Justiça Federal; servidor de Secretaria Municipal de Saúde prestando serviços
ao Ministério da Saúde). Ainda mais quando a profissionalização no serviço
público a cargo da União apresenta-se mais consistente e estruturada em
relação a outros entes federados. Deste modo, é bastante positivo o
intercâmbio, na forma de cessão do servidor dos Estados, Distrito e Municípios.
4) o princípio da legalidade do Direito Administrativo, alçado ao
caput do artigo 37 da Constituição Federal, que vincula a Administração
Pública à prática de atos somente quando expressamente autorizados em lei 9,
não tem o condão de afastar ou sobrepujar os princípios constitucionais da
cooperação e eficiência, sob pena de subverter a ordem jurídico-constitucional
atribuindo prevalência a este ou aquele preceito da Carta Magna em detrimento
de outros, como se fosse possível hierarquizar as normas constitucionais em
critérios de relevância, eficácia e aplicabilidade. E, ademais, conforme a regra
clássica da hermenêutica, interpreta-se a lei conforme a Constituição e não o
contrário10.
A conclusão é a seguinte: o servidor dos Estados, Distrito
Federal e Municípios poderá, com observância do regramento legal do ente
federado ao qual está vinculado, ser cedido à Justiça Federal,
independentemente do exercício de cargo em comissão ou função de
confiança, segundo a conveniência e oportunidade dos órgãos cedente e
requisitante, bem como nas hipóteses previstas em leis específicas 11.

9
É a hipótese do § 5º do artigo 93 da Lei nº 8.112, que, dispondo sobre a forma de
remuneração do servidor requisitado para o exercício de cargo em comissão ou função de
confiança, ou conforme a previsão em leis específicas, vem, ao que parece, ensejando o
entendimento do CJF e TCU, segundo o qual apenas nestas duas hipóteses poderá haver
requisição.
10
“...não se pode interpretar a Constituição conforme a lei ordinária (gesetzeskonformen
Verfasungsinterpretation). O contrário é que se faz.”. Excerto da ementa do acórdão proferido
no Recurso em Habeas Corpus nº 4.307-5-SP, Relator Ministro Adhemar Maciel, in Revista do
Superior Tribunal de Justiça, Brasília, nº 81, maio, p. 390, 1996.
11
Como visto no Capítulo II, inexiste lei específica tratando da cessão e requisição de servidor
público no âmbito da Justiça Federal.

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