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3.1 Introdução
Rinossinusite pod e ser definida c o m o qualquer pro
cesso inflam atório que a com ete a m ucosa nasossinusal.
O term o rinossinusite é h o je consensual já que rinite e
sinusite são freqü en tem en te uma d oen ça em continuida
de. É possível haver uma rinite sem sinusite associada,
mas sinusite não acom panhada de rinite é de ocorrên cia
raray Têm uma prevalência eleva d a na população em g e
ral, uma vez que até 5% das IVAS ,podem com plicar-se com
uma rinossinusite.
Os seios paranasais iniciam seu d e s e n v o lv im e n to
a partir do segundo m ês d e vida intra-uterina. Os s eios
m axilares e etm oidais estão p resen tes ao nascim en to e
a u m en ta m d e tam an h o até a p u b e rd a d e . Os s e io s
e sfen oid a is aparecem por volta d e 2 a 3 anos de idade,
com p letan d o seu d esen vo lvim en to por volta dos 12 a 15
anos. Os seios frontais estão aparentes a partir dos 6 a 8
anos de idade, e atingem o tam anho d efin itivo em torno
de 20 anos.
Todos os seios paranasais possuem aberturas na cavi
d a d e nasal, sendo que os anteriores (frontais, maxilares e
células etmoidais anteriores) drenam no m eato m édio e os
posteriores (células etm oidais posteriores e esfen óides) no
m eato superior.
O conhecimento mais.detalhado da anatomia e fisiolo
gia do meato nasal m édio e das estruturas form adoras do
com plexo óstio-meatal (processo unciforme, bula etmoidal,
hiato semilunar e infundíbulo), associado a m étodos diag
nósticos mais eficientes com o a tomografia computadorizada
e a endoscopiacom fibra óptica, tem-nos ajudado a respon
der, de forma positiva, à pergunta que com um ente nos é
feita: "Doutor, sinusite tem cura?". Na gran d e m aioria dos
casos, por m eios clín icos ou cirúrgicos, tem sim } Assim ,
56 Rinossinusites
OBSTRUÇÃO OSTIAL
ESTAGNAÇÃO DE SECREÇÕES
I
CRESCIMENTO OU INVASÃO BACTERIANA
- ' : r 1
} INFLAMAÇÃO
4
AGRESSÃO TECIDUAL
3.4 Diagnóstico
O diagnóstico de uma rinossinusite baseia-se fundamen
talmente nos dados da história clínica e do exame físico. Vale
ressaltar que muitas vezes toma-se difícil a diferenciação entre
uma rinossinusite bacteriana e uma Virai embora esta seja cer
ca de 20 vezes piais freqüente.,No curso de uma IVAS virai
devemos suspeitar de umainfeção bacteriana; quando os sinto
mas se prolongam além de 10 dias, ou quando pioram após o
quinto dia, com rinorréia purulenta abundante, hipertermia e
obstrução nasal, podendo haver associação com dor facial.
Com o objetivo de facilitar o diagnóstico clínico das rinos-
sinusites, os sintomas e os sinais físicos são agrupados, quanto à
gravidade, em sintomas maiores e menores. É fortemente suges
tivo de rinossinusite o paciente que apresenta 2 sintomas maio
res ou 1 sintoma maior e 2 menores ou a detecção de rinorréia
purulenta ao exame físico. A presença de 1 sintoma maior ou 2
menores sugere, apenas, a possibilidade de rinossinusite.
Ot o rr in ol a ri n go lo gi a par a a g r a d u a ç ã o 57
3.4.1 Sintomas e sinais maiores nas rinossi-
nusites agudas (RSA)
• Obstrução nasal ou congestão nasal.
• S ecreção nasal ou retronasal purulenta.
• Dor ou pressão facial. É mais matutina, em peso, piora com
os m ovim entos cefálicos. De acordo com o epicentro da
dor, podem os diagnosticar o provável seio afetado:
- Na região frontal: seio frontal.
- No canto interno da órbita e globo ocular: seio etmoidal.
- ria região do maxilar e arcada dentária superior: seio maxilar.
- rias regiões occipital, bitemporal e retroorbitária: seio
esfenoidal.
• Tosse (principalmente em crianças).
• Hiposmia ou anosmia.
• Secreção nasal purulenta ao exam e físico.
58 Rinossinusites
• Dor ou pressão facial: pouco freqüente, exceto em casos
de reagudização. ,• .
• Hiposmia ou anosmia.
• Secreção nasal purulenta ao exam e físico.
O to rr in o l a ri n g o lo g i a p ar a a g r a d u a ç ã o 5g
Aguda Crônica
Tosse Rinorréia purulenta
Rinorréia purulenta Congestão nasal
Halitose Tosse (diurna e noturna)
Cefaléia Secreção retronasal
Dor facial Halitose
Febre Dor de garganta
(especialm ente matutina)
• Rinoscopia anterior
Fundamental na avaliação de um paciente com suspeita
clínica de rinossinusite. Muitas vezes é necessária a retração
das conchas nasais inferiores com algodão embebido em vaso
constrictor tópico, para visibilização do meato nasal médio. Se
creção purulenta em meato médio confirma o diagnóstico.. Outras
alterações a serem atentadas são as deformidades septais, os
pólipos nasais e alterações anatômicas do complexo óstio-meatal
com o a concha média bolhosa. A coloração da mucosa nasal
pode variar desde azulada e pálida nos processos alérgicos, até
o vermelho vivo, nos quadros infecciosos agudos.
60 Rinossinusites
• Rinoscopia posterior:
Pode identificar a presença de secreções provenien
tes das coanas e/ou outras afecções predisponentes das
rinossinusites, com o a hiperplasia de tonsila faríngea e os
pólipos antro coanais.
• Orofaringoscopia:
Secreção purulenta proveniente da rinofaringe, carac
terizando a descarga pós nasal, pode ser a única alteração
no exam e físico que indica a doença.
62 R inossinusites
. Hiperplasia adenoideana.. 1 -
• Atresia coanal.
. Corpo estranho. 1í ^ 1
t Tumores:
- Benignos: principalmente pólipos nasais.
- Malignos: mais comum o CEC.
Observação: Segundo a literatura a atresia coanal (AC) é um
fator predisponente para o desenvolvimento de rinossinusite. Este
fator não se confirma no serviço de ORL do liUWC-UFC. Uma
casuística de 20 pacientes portadores de AC, nenhum apresen
tava sinusite à TC pré-operatória.
Ot o rri n ol a rin go lo gi a p a r a a g r a d u a ç à o 63
3.5.3 Outras causas
• Im unodeficiências congênitas: deficiência seletiva d e IgA
é a mais comum.
• Mucoviscidose (fibrose cística).
• Doença mucociliar,
• Intolerância ao AAS.
• Im unodeficiências adquiridas: AIDS.
• Freqüência a berçários, creches, escolas.
• Deficiência de aleitam ento materno.
I a Escolha:
Amoxacilina VO: (cça) 50 mg/kg/dia dividida em 3 doses;
(ad ) 500 mg a 1,0 g de 8/8h.
• Para os pacientes alérgicos à penicilina:
Eritromicina ou claritromicina.
2a Escolha:
• Quando a amoxicilina não resolve, recomenda-se uma das
op ções a seguir, por via oral:
Am oxicilina + Ác. clavulânico; (cça) 50mg/kg/dia dividida
em 3 doses, (ad) 500 mg a 1,0 h de 8/8h.
64 R ln o s sin u sites
Cefuroxima: (cça) 20 mg/kg/dia dividida em 2 doses
(ad) 500 mg de 12/12h.
Uma das Fluoroquinolonas respiratórias VO: (ad u lto)
Levofloxacina 500 mg/dia; Moxifloxacina,400 mg/dia.
. Duração da antibioticoterapia: ,14 dias.;
1 In d ic a d o p a ra p a c ie n te s e m UTI, im u n o d e p r im id o s e c o m F ib r o s e
C ís t ic a
* Solução de Parsons:
Água filtrada e fervida = 1000ml
Sal marinho ou grosso = 1 colher de sopa rasa
Bicarbonato de sódio = 1 colher de sopa rasa.
Observações:
• Anti-histamínicos não devem ser utilizados em conjunto com a
antibioticoterapia, pois promovem um espessamento dassecre-
ções, dificultando sua drenagem.
• As apresentações de vasoconstritores sistêmicos disponíveis no
Brasil, geralmente vêm associadas a anti-histamínicos e, portan
to, não estão indicadas.
• Os vasoconstritores tópicos, quando utilizados, devem ser limita
dos a no máximo 5 dias, devido ao desenvolvimento de rinite
medicamentosa em prazos maiores.
66 R in o s s i n u s l t e s
• Rinossinusite fúngica.
. Rinossinusite aguda recidivante ou crônica, para rem oção
dos fatores predisponentes obstrutivos.;
3.11 Complicações
As com plicações mais freqüentes são as orbitárias e
a mais tem ível é a trom boflebite do seio cavernoso.
3.11.2 Intracranianas
. Trom boflebite do seio cavernoso
• Osteomielite.
• Meningite.,
• Abscesso peridural.
• A bscesso cerebral.
O t o rr in ol a ri n go lo gi a p ar a a g r a d u a ç ã o 67
Bibliografia Recomendada
I CONSENSO BRASILEIRO SOBRE RINOSSINUS1TES. Revista Brasi
leira de Otorrinolaringologia, Recife, v. 65, n. 3, 1999. sup. 9.
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