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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
VITIMAÇÃO DA MULHER NO CONTEXTO DOMÉSTICO: CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS
RESUMO
Este estudo tem por finalidade a abordagem das agressões gerais pelas quais a mulher
passa no âmbito doméstico. Abordar as figuras da violência física, sexual, psicológica,
moral e patrimonial. Neste contexto são apresentadas algumas das causas da violência
de origem histórica do patriacalismo e do colonialismo. A teoria da vinculação é
abordada, verificando-se que a falta de vínculos afetivos na infância pode gerar, quando
adulto, mais violência no âmbito doméstico. São observadas as consequências das
agressões que resultam em traumas psicológicos e doenças. Na conclusão procura-se
indicar algumas medidas para minorar a violência no âmbito doméstico. Sugere-se que
no âmbito escolar, nos três níveis de educação, seja ministrada uma disciplina sobre o
assunto, bem como a criação de agremiações composta apenas por mulheres para inibir
a violência doméstica nos bairros, bem como prestar ajuda para as vítimas e fazer
denúncias sobre as agressões domésticas.
1. INTRODUÇÃO
Apesar dos muitos avanços, a violência doméstica contra a mulher não regride, pois
as causas não estão sendo erradicadas a contento, insistindo em permanecer como um
aspecto cultural de uma sociedade de cunho patriarcal. Entre essas causas, em nosso
estudo, iremos nos deter na herança do patriarcalismo, tipos de agressões e na teoria da
vinculação como pontos referenciais das agressões que a mulher sofre no âmbito
doméstico.
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Criminal, além de incentivar mudanças culturais enraizadas pelo patriarcalismo. Ainda,
sendo cabível, desenvolver uma filosofia de não violência para com o vitimador e
vitimada principalmente no âmbito doméstico, visando mudanças culturais mais
harmônicas de igualdade, liberdade e fraternidade, baseadas sempre na razão e na
ciência. Nunca na desigualdade, discriminação e intolerância, características do sistema
patriarcal capitalista vigente, o qual foi herdado desde os tempos do colonialismo e por
diversos tipos de credos.
Na sequência faremos uma breve analise dos tipos de agressões perpetradas contra
o gênero do sexo feminino, geralmente ocorridos entre quatro paredes do lar.
2. VIOLÊNCIA FÍSICA
Outrossim, a residência é o local onde ocorre a maior parte das lesões físicas,
proporcionadas na maioria das vezes pelo próprio cônjuge, pelos genitores ou filhos. O
ex-namorado ou namorado, além de vizinhos ou conhecidos também fazem parte dos
casos de agressão à mulher (GARBIN et al, 2006 Apud BIAGIONI, p. 2568).
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3. VIOLÊNCIA SEXUAL
4. VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA
A lei brasileira 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, define o
que é violência psicológica em seu art. 7º:
Esse tipo de violência poderá estar consorciado com outras violências em todas as
fases da vida, deixando marcas indeléveis, o que irá influenciar a pessoa vitimada para
toda a sua existência, necessitando de orientação de especialistas da área.
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Veja a tabela abaixo (Wailselfisz , Mapa da Violência 2012, p. 21):
Por este viés, Schraiber et al. (2007) comentam que ocorre uma superposição
desses três tipos de violência, ou seja, física, sexual e psicológica, despontando uma
estrutura inconveniente da violência física com a psicológica e a violência sexual com a
física.
5. VIOLÊNCIA MORAL
6. VIOLÊNCIA PATRIMONIAL
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São os crimes que não chegaram ao conhecimento público e, consequentemente, não foram julgados.
(http://pt.wiktionary.org/wiki/cifra_negra).
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A violência patrimonial não é apenas a dilapidação de recursos financeiros e
envolve outros aspectos, muito bem definidos pelo art. 7º, inciso IV, da Lei Maria da
Penha, no Brasil, a qual assim aduz:
Nesse sentido, essa modalidade é muitas vezes é usada pelo cônjuge ou pelo
companheiro com objetivo de impedir que trabalhe, estude ou fique em completa
dependência econômica do homem, satisfazendo o antigo brocardo machista hipócrita:
“Rainha do Lar”.
Todas essas agressões são geradas por várias causas que influenciam a qualidade
de vida da mulher. Para se ter uma compreensão mais exata iremos ver algumas das
causas geradoras da violência.
7. CAUSAS
A seguir faremos uma sucinta análise das causas da violência herdada pelo
colonialismo e a seguir será feita uma abordagem da importante teoria da vinculação.
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evolutiva, da área psicológica e da área etológica (TEORIA do Apego, Wikipédia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_apego).
Nesse sentido, Paiva e Figueiredo (2003) defendem que realmente uma pessoa
pode desenvolver atitudes emocionais construídas no decorrer do intercâmbio com a
pessoa que lhe presta todos os cuidados emocionais e físicos ainda na infância, se não
vejamos:
Por esses parâmetros fica cristalizado, através dos estudos empíricos, que os
relacionamentos íntimos são de extrema importância. Crianças traumatizadas, abusadas,
vítimas de maus tratos ou abandonadas é um indicador de carências afetivas (vínculo
afetivo) nessa fase da vida. Na vida adulta acabam produzindo modelos “inseguros”, os
quais serão observados durante a convivência habitual no relacionamento íntimo. Os
maus tratos passam a ser uma possibilidade na vida adulta, tanto como vítima ou como
vitimador, em suas relações interpessoais com as pessoas intimamente próximas.
(Ballone GJ, Moura EC. 2008, www.psiqweb.med.br).
Por outro lado, pessoas com experiências variadas estabelecidas pelos padrões de
vinculação acabam desenvolvendo processos mentais diversos (crenças) relacionados
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sobre ele próprio e das pessoas que lhe cercam. Esses processos mentais trazem
implicações na qualidade da vida íntima com o companheiro(a) (PAIVA;
FIGUEIREDO apud COLLINS& READ, 1990). Por exemplo, pessoas que
desenvolvem um modelo de vinculação “inseguro” há uma tendência de ocorrer, no
âmbito das conexões pré-maritais, um grau de inferioridade e de insatisfação quando
comparados com pessoas que desenvolveram um modelo de vinculação do tipo
“seguro” (PAIVA; FIGUEIREDO apud Brennan & Shaver, 1995), “sobretudo quando
aderem a estereótipos baseados no género” (PAIVA; FIGUEIREDO apud COLLINS
& READ, 1990).
8. CONSEQUÊNCIAS
É importante ainda comentar que a violência, entre pai e mãe, observada por seus
filhos tendem estes a desenvolver complicações de baixo rendimento escolar, serem
mais depressivos, terem ansiedade, baixa autoestima e pesadelos. Poderão se tornar
mais agressivas, além ocasionar um aumento no índice da possibilidade de abusos
físicos, sexuais ou emocionais (DAY et al, 2003, p. 16-17).
9. CONCLUSÃO
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mulher, sendo que os objetivos foram localizar as causas dessa violência e as
consequências advindas desse processo de vitimização.
Insta gizar que outra consequência deletéria recai exatamente sobre as crianças
que presenciam as várias formas de agressões de suas tutoras ou tutores. Tendem a
reproduzir essa violência quando adultas para com os seus futuros parceiros, trazendo
dificuldades sociais e materiais em suas vidas.
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Por todos esses aspectos, há a necessidade da criação de um maior número de
organismos modelos que prestem apoio jurídico, apoio sociológico e apoio social para
com as vítimas da violência doméstica, combatendo inclusive as causas da violência.
No Brasil, muito já foi feito, mas não está sendo o suficiente. Urge criar novos
mecanismos, mais instituições de proteção a mulheres e crianças.
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bibliográficos, pois só com muito conhecimento ministrado no combate as causas é que
a criminalidade contra a mulher no âmbito doméstico será domada e extirpada, com
reflexos em toda a sociedade.
REFERÊNCIAS
DAY, Vivian Peres et al. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. 2003.
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v25s1/a03v25s1>. Acesso em 19 mar.
2013.
DAUDÉN, Laura. Mulheres Agredidas. Isto É, São Paulo, n. 2259, p. 46–51, 6 mar
2013.
GARBIN, Cléa Adas Saliba, et al. "Violência doméstica: análise das lesões em
mulheres Domestic violence: an analysis of injuries in female victims." Cad. Saúde
Pública 22.12 (2006): 2567-2573.
KASHANI, Javad H.; ALLAN, Wesley D. The impact of family violence on children
and adolescents. Thousand Oaks, Ca: Sage,1998.
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na formação do Brasil. 2010: Puc Rio - Certificado digital 0812079/CA. Disponível em
<http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0812079_10_cap_03.pdf>. Acesso
em: 16 mar 2013.
SHARAIBER, Lilia Blima et al. Violência e saúde: estudos científicos recentes. 2006,
disponível em < http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v40nspe/30630.pdf>. Acesso em: 20
marc. 2013.
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