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ARLINDO JORGE DE JESUS RIBEIRO

INDICADORES AVANÇADOS PARA O INVESTIMENTO


DIRECTO ESTRANGEIRO
APLICAÇÃO AO CASO PORTUGUÊS

Orientador: Professor Doutor António Costa

Co-orientadora: Professora Mestre Alécia Faro Vale

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade de Economia e Gestão

Lisboa

2010
ARLINDO JORGE DE JESUS RIBEIRO

Indicadores Avançados para o Investimento Directo


Estrangeiro
Aplicação ao Caso Português

Dissertação apresentada para a obtenção do grau de


Mestre em Gestão de Empresas, no Curso de
Mestrado em Gestão de Empresas, conferido pela
Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias.

Orientador: Prof. Doutor António Costa

Co-Orientadora: Prof(ª). Mestre Alécia Faro Vale

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Faculdade de Economia e Gestão

Lisboa

2010
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Foreign direct investment (FDI) plays a critical
role in the process of economic development
by providing financial resources for investment
and bridging the saving investment gap in the
host country, providing the much needed
foreign exchange to enable the host country to
cope with the problem of deficit trade
balance, raising the technology standards,
levels of efficiency in business management
and the competitiveness of the host country in
world trade and acting as a vehicle for transfer
of technology and management skill.

Gupta, 2002

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Dedicatória

Ao meu filho e à minha esposa

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Agradecimentos

No final desta etapa, é com muita satisfação que agradeço aos que de uma forma
directa ou indirecta, contribuíram para o seu desenvolvimento e conclusão do trabalho.
Os meus profundos agradecimentos à Professora Alécia Faro Vale, pelo seu
excelente apoio, nos pareceres emitidos e nos esclarecimentos efectuados, com base nos
notáveis conhecimentos académicos e profissionais que detém nesta área. Agradeço-lhe
também a total disponibilidade que sempre manifestou e o rigor e exigência que sempre a
pautou em termos de orientação, permitindo elevar a qualidade do trabalho final.
Expresso também, os meus sinceros agradecimentos ao Professor Doutor António
Costa, pelo seu notável profissionalismo e pelos seus sábios conselhos e conhecimentos
em termos de orientação, que permitiram uma orientação regrada, assente nos valores da
exigência.
O meu agradecimento também ao Professor Doutor José Paulo Esperança do
Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), pela reunião que tivemos
onde foi possível trocar ideias acerca do tema, com base na sua longa experiência sobre o
IDE. Agradeço também ao Dr. Luís Florindo do AICEP – Agência Para o Investimento e
Comércio Externo, pela reunião que tivemos onde foi possível perceber os esforços que são
realizados na persecução da obtenção do IDE, promovendo o desenvolvimento do país.
Um agradecimento a dois amigos e colegas especiais, que de uma forma indirecta,
sempre me apoiaram neste percurso, o Engº Pedro Cabral e a Dra. Carla Oliveira.
Um agradecimento muito especial à minha família começando pelos meus pais pela
grande dedicação que sempre tiveram em relação aos filhos e, um agradecimento particular
aos meus irmãos. Aproveito para agradecer em especial ao meu irmão António, pelo seu
espírito contagiante de lutador e de perseverança.
Embora lhes tenha dedicado esta dissertação, não poderia deixar de lhes dar um
especial agradecimento pelo facto de terem estado sempre ao meu lado. Um especial
obrigado ao meu filho e à minha esposa, pelo incentivo e motivação que me incutiram neste
desafio.

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Resumo

O Investimento Directo Estrangeiro tem sido um dos factores com maior importância,
no crescimento económico dos países em desenvolvimento, por contribuir para financiar o
défice da Balança Corrente com o exterior, em particular a balança comercial. Num âmbito
mais microeconómico é um forte gerador de emprego, proporciona avanços tecnológicos
importantes, permitindo a partilha de conhecimentos das tecnologias, o conhecimento de
novas formas de gestão e novas formas de marketing.
Este trabalho tem como objectivo principal, identificar potenciais variáveis como
indicadores avançados para o Investimento Directo Estrangeiro, de modo a antecipar
possíveis tendências para a sua evolução. Para alcançar este propósito recorreu-se aos
Modelos Autoregressivos Vectoriais (VAR) e à causalidade de Granger com base em dados
mensais para o período de Janeiro de 1996 a Setembro de 2010.
Foram consideradas variáveis essencialmente macroeconómicas, tanto do lado da
economia receptora como dos países investidores, de modo a reflectirem a actividade
económica ao longo do período do estudo.

Palavras chave: Investimento Directo Estrangeiro, Empresas Multinacionais, Indicadores


Avançados, Modelos Autoregressivos Vectoriais, Causalidade de Granger

Classificação JEL: F21, F23, F47

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Abstract

The Foreign Direct Investment, has been one of the main factors in the economical
development for the countries that are in a process of developing, because it allows the
generation of new investments and generate money from the return of the investment, as
well as it creates new opportunities for the employment. It allows important technologic
advances with the share of the technology knowledge as well new ways to learn marketing
management and enterprise management.
This work/research, aims to identify potential variables as advanced indicators for the
foreign direct investment, in order to anticipate possible trends of their evolution. To achieve
this goal, Vector Autoregressive Models (VAR) and Granger causality based on monthly data
for the period January between1996 and September of 2010, were used.
Essentially macroeconomic variables were considered, on both the host economy
and the countries investors in order to reflect the economic activity throughout the study
period.

Keywords: Foreign Direct Investment, Multinational Firms, Vector Autoregression, Leading


Indicators, Causality Relations

JEL Classification: F21, F23, F47

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SIGLAS E ABREVIATURAS

AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal

BDP – Banco de Portugal

BM – Banco Mundial

BC – Balança Corrente

CSA – Country Specific Advantages (Vantagens Especificas dos Países)

EMN – Empresa Multinacional

EMN‟s – Empresas Multinacionais

EXP – Exportações

FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo

FSA – Firm Specific Advantages (Vantagens Especificas de Empresas)

FMI – Fundo Monetário Internacional

IDE – Investimento Directo Estrangeiro

INE – Instituto Nacional de Estatística

I&D – Investigação e desenvolvimento

IPI – Índice de Produção Industrial

IVN – Índice de Volume de Negócios

MMQ – Método dos Mínimos Quadrados

OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico

OLI – Ownership, Localization and Internalization


(Propriedade, Localização e Internalização)

OMC – Organização Mundial do Comércio

ONDD – Office National Du Ducroire (Agência Nacional de Exportação Belga)

PIB – Produto Interno Bruto

PME – Pequena e Média Empresa

SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats


(Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)
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TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

UE – União Europeia

UNCTAD – United Nations Conference on Trade And Development


(Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento)

VAR – Vectores Auto-Regressivos

VEC – Vector Error Correction (Vectores de Correcção de Erros)

WEF – World Economic Forum (Forum Económico Mundial)

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Índice

1. - Resenha Teórica, dos determinantes do IDE ...................................................................... 18


2. - Trabalhos Empíricos ............................................................................................................ 24
3. - Enquadramento teórico do IDE em Portugal ....................................................................... 28
3.1. - Evolução IDE, o antes e o depois da adesão à União Europeia .................................. 28
3.2. - Enquadramento Económico......................................................................................... 30
3.3. - O Impacto da Crise ....................................................................................................... 33
3.3.1. - O Impacto da crise em Portugal .............................................................................. 34
3.4. - Competitividade ........................................................................................................... 37
3.5. - Análise SWOT de Portugal ........................................................................................... 47
3.6. - “O estado da Arte” ........................................................................................................ 48
3.6.1.- Sectores de Actividade e Tipo de Operação ............................................................ 48
3.6.2.- Países Investidores .................................................................................................. 50
3.7. - Como é distribuído o IDE? ............................................................................................ 52
3.7.1.- Alemanha ................................................................................................................. 52
3.7.2.- Espanha .................................................................................................................. 53
3.7.3.- França ...................................................................................................................... 54
3.7.4.- Holanda .................................................................................................................... 55
3.7.5.- Reino Unido.............................................................................................................. 56
3.7.6.- Resumo .................................................................................................................... 57
4. - Metodologia adoptada ......................................................................................................... 60
4.1. - Modelos de Vectores Autoregressivos (VAR) ................................................................ 61
4.2. - Caracterização da Amostra .......................................................................................... 63
4.3. – Identificação de um Indicador Avançado através de um modelo VAR ......................... 66
5. – Estudo Empírico .................................................................................................................. 68
5.1. - Testes de raiz unitária e testes de cointegração ........................................................... 68
5.2. - Teste de Causalidade de Granger ................................................................................ 72
5.3. – Estimação do modelo VAR .......................................................................................... 74
5.3.1 - Número de desfasamentos no VAR ......................................................................... 74
5.3.2 – Estimação do modelo VAR ...................................................................................... 75
5.4. - Funções Impulso-Resposta .......................................................................................... 80
Conclusões ................................................................................................................................. 83
Bibliografia .................................................................................................................................. 86

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APÊNDICES .................................................................................................................................. I
Apêndice 1: IDE em Portugal anos 1965~1995 ........................................................................ II
Apêndice 2: Dívida das administrações públicas por instrumentos e por detentores .............. III
Apêndice 3: Saldo IDE Portugal 1965 – 1995.......................................................................... IV
Apêndice 4: Dívida em percentagem do PIB ............................................................................ V
Apêndice 5 : Evolução do IDE de 1996~2009 dos Cinco Países que mais investem em
Portugal .................................................................................................................................... VI
Apêndice 6: Genealogia do paradigma OLI ............................................................................ XII
Apêndice 6: Top das 30 línguas por número de falantes nativos ......................................... XVI
Apêndice 7: Variáveis ......................................................................................................... XVIII
Apêndice 8: Matriz de Correlações ...................................................................................... XXII
Apêndice 9: PIB da AL; ES; FR; HL; UK ............................................................................. XXIV
Apêndice 10: IDE, EXP, IPI VDAX ....................................................................................... XXV
Apêndice 11: Sazonalidade ................................................................................................ XXVI
Apêndice 12: Teste de Cointegração (IDE, EXP e VDAX) ................................................ XXVII
Apêndice 13: Teste Causalidade Granger ........................................................................ XXVIII
Apêndice 15: Tabelas Impulso resposta ............................................................................. XXIX
Apêndice 16: Gráficos Impulso Resposta ............................................................................ XXX
Apêndice 17: Modelos VAR ................................................................................................ XXXI
Apêndice 18: Testes Akaike e Schwarz ............................................................................. XXXII
Apêndice 19: Barómetro de Corrupção Global 2010 ........................................................ XXXIII
ANEXOS ...............................................................................................................................XXXIV
Anexo 1 – Cisco Exemplo de IDE ......................................................................................XXXV
Anexo 2 – Mapa História da Integração Europeia ............................................................XXXVI
Anexo 3 – Tabela Mundial de Competitividade ................................................................XXXVII
Anexo 4 – Dados Globais ...............................................................................................XXXVIII

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Índice de tabelas

Tabela 1: Vantagens do OLI .................................................................................................. 22


Tabela 2: Determinantes chave e factores dos fluxos de entrada do IDE ............................. 27
Tabela 3 : Pesos dos três principais sub-índices de cada estágio de desenvolvimento ....... 43
Tabela 4: Índice Global de Competitividade - Portugal ......................................................... 45
Tabela 5: Análise SWOT ....................................................................................................... 47
Tabela 6: Teste ADF.............................................................................................................. 70
Tabela 7: Teste de Cointegração (IDE, IPI e VDAX) ............................................................. 71
Tabela 8: Escolha do nº de lags (IDE, IPI e VDAX) .............................................................. 74
Tabela 9: Escolha do nº de lags (IDE, EXP e VDAX) ............................................................ 74

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Índice de Figuras

Figura 1: Árvore de Decisão do IDE ...................................................................................... 23


Figura 2: Evolução do IDE a nível Internacional ano 2009 .................................................... 36
Figura 3: Cinco principais investidores em Portugal .............................................................. 57
Figura 4 : Risco Político e Risco Comercial de Portugal ....................................................... 59

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Índice de gráficos

Gráfico 1: IDE Portugal - Investimento e Desinvestimento .................................................... 29


Gráfico 2: IDE em percentagem do PIB ................................................................................ 31
Gráfico 3: Investimento e Desinvestimento ........................................................................... 32
Gráfico 4: IFO indicador do Clima económico mundial..........................................................33
Gráfico 5: Situação Económica e Expectativas..................................................................... 33
Gráfico 6: IFO indicador do clima económico na zona Euro ................................................. 33
Gráfico 7: Situação Económica e expectativas ..................................................................... 33
Gráfico 8: Exportações vs. Importações a nível mundial 1996~2009 ................................... 34
Gráfico 9: Balança Corrente - Débito..................................................................................... 35
Gráfico 10: Balança Corrente - Crédito ................................................................................. 35
Gráfico 11: T.V.H. Importação de Bens ................................................................................. 35
Gráfico 12: T.V.H Exportação de Bens.................................................................................. 35
Gráfico 13: T.V.H. Importação de Serviços ........................................................................... 35
Gráfico 14: T.V.H Exportação de Serviços ............................................................................ 35
Gráfico 15: Factores mais problemáticos para a realização de negócios em Portugal ......... 44
Gráfico 16: Estágio de desenvolvimento de Portugal ............................................................ 46
Gráfico 17: IDE por sector de actividade ............................................................................... 48
Gráfico 18: IDE no capital das Empresas .............................................................................. 49
Gráfico 19: Grupos de Países Investidores em Portugal ....................................................... 50
Gráfico 20: Países Investidores em Portugal ........................................................................ 50
Gráfico 21: Países com maior peso no IDE em Portugal ...................................................... 51
Gráfico 22: Distribuição do investimento ............................................................................... 51
Gráfico 23: Distribuição por Sectores do Investimento da Alemanha em Portugal ............... 52
Gráfico 24: Distribuição por Sectores do Investimento da Espanha em Portugal ................. 53
Gráfico 25: Distribuição por Sectores do Investimento de França em Portugal .................... 54
Gráfico 26: Distribuição por Sectores do Investimento de Holanda em Portugal .................. 55
Gráfico 27: Distribuição por Sectores do Investimento do Reino Unido em Portugal ........... 56
Gráfico 28: Saldo 1996 ~2009 AL, ES, FR, HOL, UK ........................................................... 57
Gráfico 29: Causalidade Granger “X causa IDE” ................................................................... 72
Gráfico 30: Causalidade Granger “IDE causa Y” ................................................................... 72
Gráfico 31:Análise do EXP .................................................................................................... 76
Gráfico 32:Análise do IPI ....................................................................................................... 77
Gráfico 33:Análise do VDAX.................................................................................................. 77
Gráfico 34: Raízes do polinómio Autoregressivo ................................................................... 78
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Gráfico 35: Funções Impulso-Resposta das exportações no IDE ......................................... 80
Gráfico 36: Funções Impulso-Resposta do indicador VDAX no IDE .................................... 80
Gráfico 37: Funções Impulso-Resposta do índice de produção industrial no IDE ................ 81
Gráfico 38: Funções Impulso-Resposta do VDAX no IDE ..................................................... 81

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Introdução

Este trabalho tem como objectivo essencial, a identificação de variáveis que se


estiverem disponíveis antecipadamente face à informação do Investimento Directo
Estrangeiro, possam ser identificadas como indicadores avançados, do estudo em análise.
O IDE, actua como um forte dinamizador da economia sendo muito desejado pelos
diferentes países, que procuram criar factores internos que permitam atrair esse
investimento.
O IDE compreende, aplicação de capitais efectuada com o fim de adquirir uma
posição estável, ou mesmo o controlo, numa empresa que exerce a sua actividade no
estrangeiro. O AICEP1 define IDE em Portugal como:
“Um fluxo de investimento directo em Portugal pode corresponder à
criação de uma empresa em Portugal por parte de um investidor estrangeiro, à
aquisição de pelos menos 10% de capital de uma sociedade portuguesa
anteriormente existente, ao reinvestimento dos lucros por uma filial da empresa
estrangeira em Portugal ou a operações entre a casa-mãe no estrangeiro e uma
filial em Portugal (aumentos de capital, empréstimos diversos, adiantamentos,
etc.)” (AICEP, 2009).

A OCDE2 define IDE como, “Foreign direct investment (FDI) is the category of
international investment that reflects the objective of a resident entity in one economy to
obtain a lasting interest in an enterprise resident in another economy “(OECD,2009).
Uma vez que o IDE tem sido um fenómeno que desde longa data, representa uma
posição de destaque na economia portuguesa, onde os movimentos dos fluxos de IDE são
bastante complexos, encontrando-se ligados a uma série de factores que rodeiam o
ambiente competitivo onde as empresas actuam, bem como as características dos países
receptores e investidores, considerou-se extremamente relevante e importante, identificar
quais as variáveis determinantes e, qual a sua relevância como indicadores avançados.
Com o propósito de procurar indicadores avançados para a variável de interesse,
estabelecer relações de causalidade e analisar a forma como o IDE responde a choques
exógenos (impulsos) provocados pelas variáveis envolvidas no estudo será desenvolvido
um modelo onde é utilizada a metodologia VAR. É igualmente objectivo modelar e antecipar
tendências de evolução de curto prazo do IDE a partir de previsões de curto prazo.
O presente trabalho, está dividido em cinco capítulos. Inicialmente a introdução onde
é efectuada uma apresentação ao estudo em questão, as razões que me levaram a optar
por este tema, bem como a definição dos objectivos para investigação e a sua importância.

1
Fonte: http://a.icep.pt/glossario/glo_economia.asp ou
http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Glossario/Paginas/Glossario.aspx
2
Fonte: http://stats.oecd.org/glossary/detail.asp?ID=1028
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No primeiro capítulo explana-se o tema, com referência a alguns autores que se
dedicaram a efectuar uma análise mais profunda sobre o mesmo, apresentando desta forma
uma resenha teórica referente ao IDE.
O segundo capítulo incide sobre alguns dos principais trabalhos empíricos realizados
sobre o IDE. No terceiro capítulo é efectuado o enquadramento teórico e prático
relativamente ao Investimento Directo Estrangeiro em Portugal, bem como a sua relação e
impacto na actividade económica da economia portuguesa. Tem também lugar a análise ao
nível de países, sectores de actividade e tipos de operação em que se consubstancia o
investimento, sendo também abordado o factor do risco político de Portugal em termos de
enquadramento, relativamente aos factores de investimento.
No quarto capítulo apresenta-se a metodologia adoptada bem como a caracterização
da amostra, tida em consideração na elaboração do modelo. O quinto capítulo debruça-se
sobre o estudo empírico realizado, com a apresentação dos testes efectuados na
elaboração do modelo, por fim a conclusão.

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1. - Resenha Teórica, dos determinantes do IDE

Este capítulo pretende efectuar uma sinopse, das principais correntes da literatura
teórica alusivas ao IDE e os seus determinantes.
As teorias de internacionalização, são entendidas como complementares e não de
forma desagregada.
Importantes estudos têm sido elaborados nesta área, no sentido de perceber quais
os factores relevantes, que levam as empresas a optarem por determinados países em
detrimento de outros, em suma, uma EMN, só se sentirá atraída para investir em Portugal,
se verificar que o retorno desse investimento é superior face ao investimento a realizar
noutro país.
Uma das primeiras importantes contribuições, sobre determinantes do IDE foi o
trabalho desenvolvido por Ohlin (Ohlin, 1933). De acordo com o seu trabalho, o IDE surgia
pela possibilidade de obtenção de elevadas taxas de lucro em mercados em crescimento,
financiados por reduzidas taxas de juro no país de origem.
Outro importante estudo foi a publicação em 19763 da tese de Stephen Hymer
(Hymmer, 1976) onde incidia o seu estudo sobre EMN‟s, tendo em consideração que estas
para se poderem internacionalizar, necessitavam de possuir alguns tipos de privilégios4,
identificando desta forma pontos fortes e desvantagens na actuação das EMN‟s. Realçando
os pontos fortes: o acesso aos mercados internacionais de bens, serviços e capitais bem
como acesso à tecnologia permitindo actuar como um substituto dos mercados imperfeitos.
No entanto como desvantagens estas EMN‟s poderiam centralizar determinados poderes,
como o poder de decisão e o poder financeiro, eliminando a concorrência originando
problemas económicos e políticos, nos países onde estavam a investir.
Por outro lado Kindleberger (Kindleberger, 1969), defendia que para que existisse
IDE teriam que existir imperfeições5. Imperfeições nos mercados de bens e factores, ou,
alguma interferência na disputa por parte do governo ou por parte das empresas.
Caves (Caves, 1971) defendia que o IDE está relacionado, com o conhecimento
patenteado, a diferenciação do produto e, as barreiras à entrada de novas empresas.
Nigh (Nigh, 1986) e, Nigh e Schollhammer (Nigh & Schollhammer, 1987), avaliam a
problemática do risco político como determinante do IDE, analisando relações de conflito e
cooperação.
3
Primeira versão foi concluída em 1960
4
Privilégios, como patentes de produtos específicos, melhores conhecimentos técnicos, maiores facilidades de
investimento, por forma a poderem vir a competir de uma forma eficaz com as empresas locais
5
Estas imperfeições, são caracterizadas, por concorrência imperfeita no mercado de bens, por exemplo através
da diferenciação de produtos. Competição imperfeita no mercado de factores por exemplo através da
indisponibilidade da tecnologia e por fim, interferência do governo pela implementação de barreiras tarifárias.
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O estudo de Campa (Campa,1993) avalia o efeito da taxa de cambio e os custos
específicos de entrada, em que se conclui sobre o efeito negativo que as taxas de cambio
têm nas entradas do IDE. Butler e Joaquin (Butler & Joaquin, 1998) demonstram que as
EMN‟s exigem uma maior taxa de retorno para realizar investimentos em países com risco
político associado.
Nonnenberg e Mendonça (Nonnenberg & Mendonça, 2004), analisaram com base
em dados de painel, os principais determinantes do IDE para o Brasil e, em homenagem ao
trabalho desenvolvido por Hymer, Kindleberger e Caves, acabaram por “criar” em termos de
literatura, a tradição HKC6 de investimento directo estrangeiro ao defenderem que a
empresa multinacional, necessitaria de activos específicos que compensem a desvantagem
inicial das empresas estrangeiras perante as empresas locais.
Bevan e Estrin (Bevan & Estrin, 2004) e, Janicki e Wunnava (Janicki & Wunnava,
2004) concluem que o investimento em economias em transição é fortemente influenciado
pelo risco de país de destino, enquanto Le e Zak (Le & Zak, 2006), mostram que o risco
político do país de acolhimento, promove fuga de capitais desse mesmo país.
Uma outra linha de estudos para a explicação dos determinantes do IDE, está
baseada na teoria da internalização dos custos de transacção. Entre os trabalhos
desenvolvidos, nesta segunda linha de estudos salientam-se Buckley e Casson (Buckley &
Casson, 1976), (Buckley & Casson, 1981) e Buckley e Ghauri (Buckley & Ghauri, 1991), em
que segundo estes autores, os mercados intermediários são imperfeitos, originando custos
superiores quando a gestão é efectuada por empresas diferentes, sendo a internalização
uma consequência e reacção natural, à imperfeição dos mercados. Assim sendo, Buckley e
Casson (Buckley & Casson, 1976), viam a integração dos mercados de produtos
intermediários uma forma de redução dos custos de transacção, através do IDE.
A teoria ecléctica, ou também referenciado como Paradigma OLI7, proposto por
Dunning (Dunning, 1979) define algumas vantagens das empresas, de se tornarem
multinacionais. O papel da internalização será fundamental para o desenvolvimento da
teoria ecléctica, pois expressa o conceito de vantagens da internalização, nomeadamente os
benefícios da empresa de explorar as suas vantagens de posse internamente, em vez de as
explorar através de transacções via mercado. Desta forma as vantagens da internalização,
tornam possível explicar a existência de empresas multinacionais, porque as empresas
poderiam simplesmente licenciar através do estabelecimento de subsidiárias no estrangeiro,
em vez de explorarem internamente.

6
HKC - Hymer, Kindleberger e Caves
7
OLI (Ownership, Localization, Internalization) – Propriedade, Localização e Internalização
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A teoria da internalização avalia a internalização, ou não, das actividades da
empresa. A teoria analisa as vantagens económicas por forma a decidir o modo de actuação
no mercado internacional, ou seja, os custos de transacção aplicados aos negócios
internacionais. A empresa internacionalizada, considerará vantajoso internalizar a sua
actividade quando os custos a aplicar, forem menores que os custos do mercado externo.
Dunning (Dunning,1979) define algumas vantagens das empresas e resume-as nas
seguintes, vantagens de Propriedade (Ownership), vantagens específicas de Localização
(Localization) e Internalização (Internalization).
As vantagens de Propriedade, ou vantagens específicas da empresa (FSA – Firm
Specific Advantages), permitem que esta obtenha vantagens significativas. Existem três
tipos de vantagens de propriedade, são elas: vantagens monopolísticas que permitem a
recepção da empresa num modo privilegiado aos mercados com a posse de recursos
naturais escassos, direitos de patentes, etc.; Tecnologia, conhecimentos amplos reunindo
todas as formas de actividades de inovação e uma ultima vantagem de propriedade, como
por exemplo economias de conhecimento, economias de escala, acesso facilitado ao capital
financeiro através da organização da empresa multinacional e, vantagens da diversificação
internacional dos recursos e dos riscos.
Uma EMN a operar num país estrangeiro, é confrontada com custos adicionais face
a um concorrente local e, de entre esses custos adicionais, destacam-se falhas de
conhecimento acerca das condições de mercado; custos adicionais de operar e comunicar à
distância e aspectos diversos em termos de cultura, língua, institucional e legal.
As vantagens de Localização, ou vantagens específicas do país (CSAs - Country
Specific Advantages) são vantagens existentes num determinado local. As vantagens em
relação à localização de países diferentes, são factores chave (restrições/barreiras
comerciais; proximidade de mercados finais; recursos naturais; custos do factor trabalho,
condições fiscais, etc.) para determinar, qual se transformará no país receptor para as
EMN‟s. É um facto que, a atracção relativa de diversas localizações, pode variar em função
do modo como um país receptor, possa em certa medida projectar suas vantagens
competitivas, como uma posição para o investimento directo estrangeiro.
As vantagens específicas do país (CSAs) podem ser separadas em três classes:
a) E- Vantagens Económicas que consistem entre outros, na quantidade e qualidade
dos factores de produção, custos de transporte e telecomunicações, espaço e
dimensão do mercado.
b) P – Vantagens Politicas, inclui as políticas governamentais comuns e específicas,
que influenciam a recepção de fluxos de Investimento Directo e a produção do
comércio internacional entre empresas.
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c) S – Vantagens Sociais e culturais que integram, nomeadamente a distância física
entre o país de origem e o país receptor, diversidades culturais e linguísticas, atitude
para com os estrangeiros.
As vantagens de internalização permitem que a empresa beneficie pelo facto de
explorar as suas vantagens, em vez de as transaccionar no mercado. As EMN‟s escolhem a
internalização onde os mercados não funcionam ou, funcionam mal de forma a que, as
despesas de transacção externas sejam demasiado elevadas, permitindo desta forma a
redução dos custos de transacção, protecção do direito de propriedade, controlo da oferta e
controlo das vendas.
A tabela1, apresentada na página seguinte exibe o resumo das vantagens de
propriedade, localização e internalização.

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Tabela 1: Vantagens do OLI

Vantagens de posse Vantagens de localização Vantagens de


(„Ownership‟ ou „firm („Location advantages‟) internalização
Specific‟) („Internalization
advantages‟)

Acesso aos mercados, Potencial de mercado. Redução dos custos de


produtos e factores. transacção
Protecção dos direitos de
propriedade.
Diferenciação dos produtos. Diferenças nos preços nos Informação assimétrica
Diversificação dos riscos. inputs. entre fornecedor e
Dotações específicas: Qualidade dos „inputs‟ comprador (imperfeição dos
homens, capitais, (recursos naturais, mão mercados).
organização. de obra qualificada). Diminuição dos custos de
Recursos financeiros. câmbio. Possibilidade de
Custos dos transportes, acordos.
comunicações e infra-
estruturas.

Maior eficiência, Barreiras ao livre Evitar ou explorar as


coordenação e comércio (por ex., quotas intervenções estatais
alavancagem dos recursos importações, tarifas). (como tarifas
das diferentes Distância espacial dos alfandegárias ou
localizações, melhorando mercados e „inputs‟. incentivos ao
as capacidades da investimento).
empresa.
Utilização dos recursos da Políticas de investimento; Redução da incerteza do
empresa-mãe (por exemplo, risco país. Incentivos fiscais Comprador e/ou do
através de preços de do país. vendedor.
transferência).
Maior dimensão, economias Distância física, língua, Controlo da oferta em
de escala e de gama. cultura. qualidade e quantidade.
Controlo das vendas.
Flexibilidade na aquisição e Clusters de empresas Ganhos estratégicos.
produção, por melhor relacionadas, que Internalização das
localização. Reconhecimento aproveitam as externalidades. Inexistência
de oportunidades de fusões externalidades da de mercados a prazo.
e aquisições, novas aglomeração.
vantagens competitivas ou
aumento de quota de
mercado.

Fonte: Adaptado de Dunning, J. (Dunning, 1999)

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pág. 22


Outra importante corrente teórica, é a referenciada Uppsala (Johanson &
Wiedersheimul, 1975). Esta corrente salienta as EMN‟S, não iniciam as suas actividades no
exterior através de grandes investimentos. As EMN‟S desenvolvem-se de uma forma
gradual, através de quatro etapas, em que na primeira a EMN‟S produz e vende os seus
produtos e serviços apenas no seu país, pois ainda não dispõe de vantagens competitivas e
tem tendência avessa ao risco. Na segunda etapa inicia a abordagem ao exterior,
começando por exportar para países vizinhos, ou países que conhece bem, através de
parceiros/representantes independentes. Na terceira etapa, as EMN‟S tem já constituído
uma cadeia de valor ao estabelecer uma subsidiária no exterior. Na última etapa as EMN‟S
instalam-se ou adquirem uma empresa no exterior8
A figura 1 desenvolve a árvore de decisão do IDE relativamente ao investimento a
tomar pelas EMN‟S.

Figura 1: Árvore de Decisão do IDE

Fonte: Foreign Direct Investment: Theory and Strategic Considerations (traduzido), (Dufey &
Mirus,1985)

8
As decisões de instalação ou de aquisição passam, passam sempre por uma análise da dimensão do mercado,
barreiras tarifárias, risco político, custos de transporte, etc.
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2. - Trabalhos Empíricos

Existem diversos trabalhos empíricos, focados nos factores que determinam o IDE para
os países de destino. A literatura existente inclui um número considerável de casos de
estudo bem como estudos econométricos, salientando os principais factores que tem
fomentado o IDE nesses países.
Muitos dos trabalhos empíricos desenvolvidos centram-se nos determinantes do IDE do
lado do país receptor, salientando as vantagens do lado da localização (Hood & Young,
1979), uma vez que nem sempre é possível identificar os países de origem dos
investimentos, para um vasto conjunto de anos e de países. As principais variáveis
consideradas são o PIB, o grau de abertura da economia, a dimensão do mercado, a taxa
de inflação, a taxa de risco, a dimensão do mercado, entre outras.
Root e Ahmed (Root & Ahmed, 1979) investigaram o efeito das variáveis económicas,
sociais e politicas no IDE. Eles verificaram que as variáveis económicas (PIB per capita,
taxa de crescimento do PIB, economia, integração económica, importância dos transportes,
comércio e comunicações) a variável social (grau de urbanização) e, uma variável politica (o
número de alterações na liderança na governo), têm efeitos sobre o IDE.
A partir dos anos 80, assistiu-se a uma alteração significativa nas formas de investimento
estrangeiro das EMN, particularmente nas empresas de tecnologia avançada 9 e sector
automóvel (Dunning, 1993).
Wheeler e Moody (Wheeler & Moody, 1992) elaboraram um importante estudo sobre os
determinantes do IDE, e verificaram que a aglomeração, medida pela qualidade das infra-
estruturas, é um importante determinante, enquanto os impostos não são um determinante
significativo.
Brewer (Brewer,1993) discute os vários tipos de políticas governamentais, que podem
afectar de uma forma directa e indirecta o IDE através de seus efeitos sobre as imperfeições
do mercado. Argumenta mesmo que a política do governo, pode aumentar e / ou diminuir as
imperfeições do mercado e, consequentemente, aumentar e / ou diminuir os fluxos de IDE.
Borensztein (Borensztein et al, 1998) realizou uma análise empírica „cross-section‟, de
forma a examinar o IDE no crescimento da economia. Os resultados deste estudo sugerem
que o IDE é um veiculo importante para a transferência de tecnologia, contribuindo
substancialmente mais para o crescimento externo, do que o investimento doméstico. No
entanto uma maior produtividade do IDE, ocorre quando o país receptor, tem um „stock‟

9
Empresas de tecnologia avançada são as que actuam com serviços, produtos ou processos onde a tecnologia
é considerada nova ou inovadora, nas quais se enquadram sectores como informática, robótica, biotecnologia,
genética, microelectrónica, entre outros.(Santos, 1984)
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pág. 24


mínimo de capital humano. Argumenta ainda que o IDE contribui para o crescimento
económico, apenas quando a capacidade de “absorção” das tecnologias avançadas está
disponível no país receptor.
Existem relações biunívocas entre IDE e algumas variáveis de interesse, que merecem
particular atenção. Saliente-se a relação entre IDE e crescimento económico, na medida em
que, por um lado, uma economia em franca expansão é uma potencial receptora de mais
investimento e, por outro lado, o IDE vai gerar também mais crescimento. Assiste-se neste
caso a um problema de endogeneidade (Holland & al., 2000). Neste contexto, são propostos
testes de causalidade entre IDE e crescimento do produto (Nair-Reichert & Weinhold, 2001).
Kumar (Kumar, 2001), analisa 66 países e conclui que: a qualidade das infra-estruturas
desempenham um papel fundamental na captação do IDE. São factores importantes por um
lado a qualidade das infra-estruturas “pesadas”, tais como estradas, energia, e
telecomunicações. E por outro as infra-estruturas „soft‟ como a burocracia eficiente e
personalização da administração.
Os estudos efectuados por Lipsey (Lipsey, 2001) sobre o IDE nos EUA, com base em
três regiões que experienciaram a crise cambial (América Latina em 1982, México em 1994
e, Ásia leste em 1997) conclui que os fluxos de IDE são muito mais estáveis, durante essas
crises do que outros fluxos de capital.
A metodologia utilizada em diversos estudos tem por base os dados de painel, para um
conjunto de países em desenvolvimento e para um determinado período temporal. As
conclusões são unânimes na relação positiva entre fluxos de IDE e PIB per capita
(Nunnenkamp & Spatz, 2002; Mello, 1999; Nonnenberg & al., 2005).
Globerman e Shapiro (Globerman & Shapiro, 2002) no seu estudo concluem que as infra-
estruturas públicas são um importante determinante dos fluxos de entrada e saída de IDE e,
mostram que esses investimentos em infra-estruturas públicas, não apenas atraem capital,
mas também criam as condições em que multinacionais domésticas, emergem e investem
no exterior.
Blonigen (Blonigen, 2005), investiga a estimação empírica dos determinantes do IDE, as
análises empíricas sobre decisões de IDE das EMN‟s e o resultado agregado da localização
do IDE em todo o mundo. O documento considera que a literatura ainda se encontra numa
fase de “infância”, aplicando a abordagem de equilíbrio parcial de uma decisão da EMN e
analisa o impacto de factores exógenos, como os impostos e taxas de câmbio, sobre as
decisões ao nível da empresa.
Donges (Donges, 2005), identifica os seguintes factores como os principais
determinantes tradicionais do IDE: tamanho do mercado, factores relacionados ao comércio,
como a abertura, os salários, o capital humano, a estabilidade política, infra-estrutura e as
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pág. 25


variáveis políticas. Verificou que o papel e a importância destes determinantes, estão a
mudar por causa da globalização.
Vários dos trabalhos referenciados recorrem à metodologia com dados de painel, em que
a amostra reúne um conjunto de países em desenvolvimento para um período temporal
vasto, sendo seleccionadas para o modelo variáveis comuns a cada país10.
Um estudo recente sobre o impacto do risco político no IDE tendo como país de destino o
Brasil (Gulamhussen & Aguiar, 2009) recorreu à modelação de uma regressão linear pelo
Método dos Mínimos Quadrados, utilizando como variável dependente o valor do IDE no
Brasil em 2001, por país de origem.
A análise dos determinantes do país de acolhimento está intimamente relacionada com o
papel das políticas nacionais e, especialmente, a liberalização das políticas, um factor chave
no processo de globalização, como determinantes do IDE. Determinantes específicos de
localização, têm uma influência crucial sobre a entrada do IDE no país receptor. A
importância relativa dos diferentes determinantes de localização específica depende, pelo
menos de três aspectos do investimento: o motivo para o investimento (por exemplo,
recursos ou eficiência do mercado de busca), o tipo de investimento (por exemplo, serviços
ou de produção), e a dimensão das empresas investidoras (empresas multinacionais
pequenas e médias empresas multinacionais ou grandes) (UNCTAD,1998).
A tabela 2 da página seguinte, lista três determinantes chave e, factores associados
ao padrão do IDE nos países receptores em desenvolvimento: atractividade das condições
económicas nos países anfitriões, políticas de enquadramento dos países anfitriões e as
estratégias das EMN‟s (Lall, 1997).

10
A limitação poderá estar na não disponibilidade de todas as variáveis que se pretendem estudar para todos os
países.
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Tabela 2: Determinantes chave e factores dos fluxos de entrada do IDE

Condições Económicas - Mercados Tamanho do mercado; níveis de


renda, urbanização, estabilidade e
perspectivas de crescimento, o
acesso a mercados regionais, a
distribuição e os padrões de
procura.

- Recursos Recursos naturais; Recursos


locais.
- Competitividade Disponibilidade de Trabalho, custo,
Competências, Formação; gestão
de competências técnicas;
acesso aos „inputs‟, infra-estrutura
física; base de fornecedores, apoio
da tecnologia.
Políticas dos países - Políticas Macro Gestão crucial de variáveis macro;
receptores facilidade de remessa, acesso
mercado bolsista
- Sector Privado Promoção da propriedade privada;
políticas claras e estáveis; politicas
de facilidade entrada / saída;
mercados financeiros eficientes;
apoio.
- Comércio e Indústria Estratégia comercial, integração
regional e o acesso aos mercados,
Controlo de propriedade, políticas
de concorrência, apoio às PME.
- Politicas IDE Facilidade de entrada,
propriedade, incentivos, acesso a
„inputs‟, políticas transparentes e
estáveis.
Estratégias EMN - Percepção do Risco Percepção do risco do país,
baseado em factores políticos,
gestão macro, mercados de
trabalho, política de estabilidade.
- Localização, fonte, As estratégias das empresas no
transferência de local, o abastecimento de
integração produtos, integração de afiliadas,
alianças estratégicas, formação,
tecnologia.

Fonte: Adaptado de Lall(1997)

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3. - Enquadramento teórico do IDE em Portugal

3.1. - Evolução IDE, o antes e o depois da adesão à União Europeia

Nas décadas de 1960 e 1970, a economia portuguesa foi marcada pela Lei de
Condicionamento Industrial11 e pela Lei de Nacionalização dos Capitais12, restringindo o
desenvolvimento das actividades económicas das empresas em Portugal por estrangeiros,
no seguimento da fraca abertura da economia Portuguesa, originando um IDE insignificante,
conforme o apresentado no apêndice 1 .
A década de 1980 foi caracterizada a nível nacional por um clima favorável à entrada
de capitais consubstanciados (média anual superior a 40 por cento) num forte crescimento
do IDE, abrindo o caminho para a entrada de Portugal na CEE13.
Os objectivos do investimento estrangeiro da altura encontravam-se em “linha” com
os anos sessenta e setenta, ou seja, orientados para a exportação de actividades de
trabalho intensivo e para a exploração dos recursos naturais, nomeadamente, nos sectores
de minerais e florestal, aproveitando assim os baixos custos de trabalho.
Em relação aos principais sectores de investimento, a participação da indústria
transformadora diminuiu e o sector terciário da economia saiu reforçado, nomeadamente no
que respeita ao comércio e ao sector financeiro.
Com a adesão de Portugal à União Europeia, houve um grande salto "quantitativo"
em termos de IDE, originando uma forte expansão neste período.
Entre as vantagens do IDE, salientam-se nas vantagens directas, as transferências
internacionais de capital e de tecnologia, o acesso a redes globais de distribuição e de
„marketing‟, o estímulo à concorrência e à liberalização da economia local, conseguindo-se
um aumento de eficiência, originando uma maior criação do emprego.
Todos estes factores contribuem para uma transformação da estrutura produtiva,
viabilizando um aumento da FBCF e um acréscimo das exportações dos países receptores.
Como vantagens indirectas destaca-se o aumento da difusão de boas práticas na gestão
das empresas e das instituições nacionais.
Verifica-se que desde meados da década de 1990, o IDE em Portugal tem-se
pautado por um investimento, seguido por um desinvestimento (de menor magnitude),
conforme análise do gráfico 1 da página seguinte. Isto deve-se a essencialmente ao facto

11
Esta lei permitiu eliminar a concorrência interna das empresas existentes em cada um dos ramos, bem como
ajudou na estagnação tecnológica, em que a qualidade dos bens e serviços comercializados eram muito fracos,
levou também à criação de monopólios
12
A Lei de nacionalização dos Capitais, pretende reservar a exploração de sectores estratégicos da economia
nacional, dificultando a aquisição de empresas por estrangeiros.
13
A 1 de Janeiro de 1986 Portugal entra para a Comunidade Económica Europeia
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pág. 28


que após o alargamento da União Europeia a países da Europa Central e Oriental, permitiu
que estes países obtivessem vantagens competitivas, relativamente à sua localização junto
dos mercados centrais, bem como, o facto de estes países terem uma população com mão-
de-obra mais qualificada e mais barata, levando algumas empresas a deslocalizarem a sua
produção para estes países.

Gráfico 1: IDE Portugal - Investimento e Desinvestimento

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

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3.2. - Enquadramento Económico

O aumento da despesa interna permitiu um crescimento das importações,


importações essas, que foram suportadas pelo recurso ao crédito junto a instituições
financeiras, levando a que estas por sua vez se endividassem perante as suas congéneres
estrangeiras, de forma a poderem colmatar a procura interna.
Este endividamento, sujeito a um pagamento de juros cada vez mais elevados, face
ao aumento das taxas de juro, tem como consequência imediata o acentuar do desequilíbrio
já existente e não sendo compensado de igual forma pelo aumento de produtividade,
desincentiva a procura interna influenciando negativamente o crescimento do PIB14.
O endividamento junto do exterior está a progredir a um ritmo elevado, tendo atingido
quase 76,8% da riqueza criada (Produto Interno Bruto) no final de 2009 (o valor mais alto de
uma década, cf. apêndice 2).
Este valor reflecte, o grau de exposição da economia ao exterior, bem como a falta
de competitividade das empresas, a incapacidade em gerar riqueza suficiente para reinvestir
e a enorme apetência dos portugueses por bens importados.
Com um crescimento reduzido da procura interna, é cada vez mais difícil para os
investidores aplicarem o seu dinheiro em projectos nacionais, a fim de fomentar as
exportações de forma a poderem contribuir de forma positiva para a redução do défice, da
balança de transacções correntes com o exterior.
Não se vislumbrando este “volte face” a curto e médio prazo, em termos de aumento
considerável das exportações, leva a que se procurem outras alternativas na procura da
redução do défice com o exterior, como por exemplo atrair um bom investimento directo
estrangeiro.
Em Portugal podemos destacar alguns bons exemplos de um bom investimento
directo estrangeiro, destacando-se a título de exemplo VW Autoeuropa15, a Pescanova,
CISCO (cf. anexos), etc.. Estes investimentos, levam a que os fornecedores fixados
localmente, sejam obrigados a cumprir determinados critérios de qualidade bem como o
aumento do nível de exigência em termos de cumprimento de prazos.

14
“O produto interno bruto a preços de mercado representa o resultado final da actividade de produção
das unidades produtivas residentes. Pode ser definido de três formas: 1) a soma dos valores
acrescentados brutos dos diferentes sectores institucionais ou ramos de actividade, aumentada dos
impostos menos os subsídios aos produtos; ou o saldo da conta de produção total da economia; 2) a
soma dos empregos finais de bens e serviços (consumo final efectivo, formação bruta de capital), mais as
exportações e menos as importações de bens e serviços; 3) a soma dos empregos da conta de
exploração do total da economia (remunerações dos trabalhadores, impostos sobre a produção e
importações menos subsídios, excedente bruto de exploração e rendimento misto do total da
economia).”(INE, 2009)
15
VW Autoeuropa, uma das mais modernas e eficientes fábricas da indústria automóvel na Europa.
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O IDE representa um papel muito importante na economia de qualquer país, sendo
visível no Gráfico 2, uma evolução significativa desde 1996 até finais de 2007 ano, em que
se verifica uma inflexão desse crescimento.
Este, cresceu de 18,6% em 1996 para 48,0% em 2007, no entanto em finais deste
ano, verificamos uma inversão relativamente a esse crescimento, originando um decréscimo
do IDE de 48% para 43,2%, no seguimento da crise que teve origem na crise do
“subprime”16 nos Estados Unidos, tendo tido uma recuperação em 2009 para valores
próximos do ano 2007.

Gráfico 2: IDE em percentagem do PIB

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

16
“Crise do subprime é uma crise financeira desencadeada em 2007, no seguimento da queda de instituições
de crédito dos Estados Unidos, que concediam empréstimos hipotecários de elevado risco.
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Em relação a 2010 podemos constatar que no período homólogo, se registou um
ligeiro acréscimo (5,74%) do IDE em Portugal, consubstanciado por um aumento do
investimento e desinvestimento.

Gráfico 3: Investimento e Desinvestimento

30000000

25000000

20000000

Investimento
15000000
Desinvestimento
10000000 Saldo

5000000

0
2009-Set 2010-Set

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

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3.3. - O Impacto da Crise17
Os indicadores do clima económico da Europa e, de uma forma mais global a nível
mundial do grupo CESifo18, permitem expressar o impacto transversal que a crise teve.
A análise do gráfico 4 permite confirmar o impacto da crise em 2008, assistindo-se
actualmente a uma retoma “tímida” dessa mesma crise. No gráfico 5 podemos verificar as
expectativas positivas que se esperam em termos da recuperação da economia e, o ponto
onde nos encontramos, sendo positivo as previsões relativamente aos próximos meses.

Gráfico 4: IFO indicador do Clima económico mundial Gráfico 5: Situação Económica e Expectativas

Em relação à zona euro a actual situação económica é avaliada19 pelo grupo CESIfo,
como particularmente favorável na Alemanha, Austria e Luxemburgo e como satisfatória na
Bélgica, Eslováquia e Finlândia tendo sido efectuada uma avaliação mais desfavorável para
a França e Itália. Relativamente à situação na Grécia, Irlanda, Espanha e Portugal
permanece como fraca. As expectativas para os próximos seis meses, são positivas em
quase todos os países da área do euro com a excepção de Portugal.

Gráfico 6: IFO indicador do clima económico na zona Euro Gráfico 7: Situação Económica e expectativas

Fonte (dos gráficos): Ifo World Economic Survey

17
Crise de „subprime‟ originada em finais de 2008, com origem nos Estados unidos
18
CESifo – consiste num centro de estudos económico („Center for Economic Studies‟) e um instituto de
pesquisa económica („Institute for Economic Research‟). Desde 1981 o instituto Ifo conduz sondagens/‟surveys‟
trimestrais num número alargado de países, com base no ciclo de desenvolvimento do negócio e outros factores
económicos nos países peritos. O „survey‟ realizado em Outubro de 2010 recebeu a resposta de 1087 peritos em
113 países. Este „survey‟ foi elaborado em conjunto com a Camara Internacional do Comércio em Paris („ICC –
International Chamber of Commerce‟).
19
O „survey‟ económico mundial („WES World Economic Survey‟) do Ifo, investiga em todo o mundo as
tendências pelas sondagens transnacionais, bem como nas organizações nacionais em diferentes países.
Permite desta forma uma rápida actualização
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3.3.1. - O Impacto da crise em Portugal
Verificou-se que a crise económica teve impacto nas transacções comerciais a nível
mundial, apresentando as exportações dos países um decréscimo no ano de 2009 face a
2008 na ordem dos 18,7%.

Gráfico 8: Exportações vs. Importações a nível mundial 1996~2009

70000
Milhões €

60000 Importações (€)


de bens
50000
40000
30000
Exportações (€)
20000 de bens
10000
0
-10000 Saldo
-20000
-30000

Fonte: Instituto Nacional de Estatística


Unidade: Milhões de Euros

Constata-se também pela análise dos gráficos da página seguinte, que em termos de
período homólogo (2010/2009), registou-se uma subida acentuada das importações e das
exportações.

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Portugal inserido no contexto da economia mundial, também se ressentiu com
quedas acentuadas nas exportações e importações apresentando uma recuperação no
primeiro semestre de 2010.

Gráfico 9: Balança Corrente - Débito Gráfico 10: Balança Corrente - Crédito

Gráfico 11: T.V.H. Importação de Bens Gráfico 12: T.V.H Exportação de Bens

Gráfico 13: T.V.H. Importação de Serviços Gráfico 14: T.V.H Exportação de Serviços

Fonte: Banco de Portugal

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De acordo com a UNCTAD, a nível global verificaram-se variações do IDE nas principais zonas económicas, sendo algumas delas
significativas. A Europa pautou-se por um decréscimo de 33,7%, sendo o mais significativo a nível global. Por outro lado a Índia destaca-se
pelo facto de angariar mais 59,9% de IDE, face ao ano anterior. Os Estados Unidos também “sentiram” o impacto da crise, onde o IDE
decresceu 5,5%. Verifica-se uma reorientação do investimento para os BRIC20, economias emergentes.

Figura 2: Evolução do IDE a nível Internacional ano 2009

Fonte: UNCTAD - United Nations Conference on Trade and Development

20
BRIC- Brasil, Rússia, índia e China
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3.4. - Competitividade
Uma importante análise a realizar é a competitividade de cada país e o seu potencial
de atrair mais ou menos IDE. O World Economic Forum21 define competitividade como, “um
conjunto de instituições, politicas e factores que determinam o nível de produtividade de um
país”(WEF, 2010). De acordo com o WEF existem diversos factores que determinam a
produtividade e a competitividade de um país. Estes factores são determinados por um
Índice Global de Competitividade constituído por média ponderada de diversos
componentes, cada um deles medindo um aspecto diferente de competitividade. Estes
componentes estão agrupados em 12 pilares da competitividade da economia”(WEF, 2010).
O primeiro pilar definido pelo WEF, são as Instituições, onde o ambiente institucional
é determinado por uma moldura legal e administrativa dentro do qual os indivíduos,
empresas e os governos interagem para produzir rendimentos e riqueza para a economia.
A qualidade das instituições tem um forte impacto na competitividade e crescimento.
Influenciam as decisões de investimento, de organização e estabelecem um papel
fundamental na forma em que as sociedades distribuem os benefícios e, a forma como
assumem os custos das políticas e estratégias de desenvolvimento.
No segundo pilar são definidas as infra-estruturas como críticas para o crescimento
do país, onde devem ser eficientes e desenvolvidas por forma a assegurarem o
funcionamento eficaz da economia como um factor importante para a determinação da
actividade económica e, os tipos de actividades ou sectores que podem desenvolver uma
determinada economia. Um sistema de transportes bem desenvolvido bem como uma rede
de comunicações são pré-requisitos para as comunidades menos desenvolvidas terem
acesso ao núcleo das actividades e serviços.
Entre as infra-estruturas mais importantes destacam-se a rede de transportes,
telecomunicações e energia, evidenciando-se na rede de transportes os diversos tipos de
transporte, a boa qualidade das estradas, portos, rede ferroviária e transportes aéreos,
permitindo desta forma os empreendedores escoarem os seus produtos e serviços
reduzindo o „Time-to-Market‟. As economias dependem também de um fornecimento
contínuo de electricidade, permitindo que as empresas e as indústrias funcionem de forma
ininterrupta e por fim uma rede de telecomunicações alargada e fiável para que, a
informação flua rapidamente e de forma livre.
O ambiente macroeconómico aparece identificado como o terceiro pilar, pela
importância que transmite em termos de estabilidade às empresas sendo importante para a
competitividade global do país. No entanto a estabilidade macroeconómica por si só, não

21
WEF - www.weforum.org
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 37


consegue aumentar a produtividade do país, sendo no entanto reconhecido que a
desorganização macroeconómica prejudica a economia.
A existência de taxas de juro elevadas, elevada inflação e elevados défices fiscais
leva à criação de ineficiências na economia. As elevadas taxas de juro podem condicionar o
fornecimento de serviços por parte do governo, se tiver que efectuar pagamentos de juros
elevados, existindo também uma limitação do governo à capacidade futura de reacção aos
ciclos económicos no caso de existência de défices fiscais, por outro lado as empresas terão
alguma dificuldade em operar com eficiência quando são confrontadas com elevadas taxas
de inflação, em resumo a economia não poderá crescer de forma sustentada, sem que o
ambiente macroeconómico se encontre estável.
No quarto pilar encontra-se a saúde e a educação primária, que são duas
importantes “pedras” neste pilar, pois a saúde da força de trabalho é vital para a
competitividade e produtividade do país, porque os trabalhadores que se encontrem
doentes, não contribuem da mesma forma originando perda de produtividade e absentismo.
Para além da saúde, este pilar também tem em consideração a quantidade e qualidade da
educação básica, recebida pela população, que é cada vez mais importante na economia
actual. A educação aumenta a eficiência de cada trabalhador e com a falta de educação
primária pode-se originar uma restrição em termos de desenvolvimento do negócio,
dificultando a ascensão na cadeia de valor, na produção de produtos mais sofisticados ou
de elevado valor.
O quinto pilar incide sobre a formação e o ensino superior, salientando o facto de
que um ensino superior de qualidade e a formação são cruciais para as economias que se
querem rapidamente posicionar nas posições cimeiras da cadeia de valor, para além dos
produtos e do processo simples de produção. As especificidades das economias actuais
requerem países com uma força laboral bem formada, que se adapte rapidamente às
constantes mudanças de ambiente e às necessidades envolventes do sistema de produção.
O sexto pilar realça a eficiência de mercado, reforçando o facto de que os países
com uma boa eficiência de mercado se encontrem mais bem posicionados, na produção do
„mix‟ correcto de produtos e serviços, para as suas necessidades de oferta e procura, bem
como asseguram que esses bens serão comercializados de uma forma mais efectiva na
economia. A concorrência saudável, nacional e estrangeira é importante numa condução
eficiente do mercado e na produtividade dos negócios, garantindo que as empresas mais
eficientes que produzem bens que o mercado procura, são as que mais prosperam. O
melhor ambiente para troca de mercadorias, implica a um mínimo de obstáculos à actividade
comercial perpetrado pela intervenção do governo. A título de exemplo a competitividade é
prejudicada pela implementação de impostos distorcivos ou elevados e pelas restritivas

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 38


regras e discriminatórias sobre o IDE de delimitação do direito de propriedade, bem como de
comércio internacional.
A recente crise económica destacou a grau de interdependência das economias
mundiais, onde o crescimento depende dos mercados abertos. As medidas proteccionistas
são contraproducentes uma vez que reduzem a actividade agregada da economia. A
eficiência do mercado depende da sofisticação do comprador bem como a orientação em
termos estratégicos para o cliente.
Por razões culturais ou históricas, os clientes podem ser mais exigentes em alguns
países do que em outros. Este tipo de “segmentação” aliada à exigência qualitativa e/ou
tecnológica, pode criar uma importante vantagem competitiva, uma vez que obriga as
empresas a serem mais inovadoras e orientadas ao cliente impondo desta forma a disciplina
necessária para que a eficiência seja alcançada no mercado.
O sétimo pilar realça a eficiência do mercado do trabalho, onde é fundamental
garantir a eficiência e a flexibilidade do mercado de trabalho, por forma a assegurar que os
trabalhadores são alocados às actividades mais produtivas na economia, conjugado com a
criação de incentivos na medida de que estes dêem o seu melhor nos trabalhos que
desempenham.
O mercado de trabalho deve ter flexibilidade suficiente para mudar os trabalhadores
de uma actividade económica para outra, de uma forma rápida e com um custo reduzido.
Este mesmo mercado deve ser suficientemente flexível por forma a permitir flutuação de
salários sem muitas rupturas sociais. A importância deste último ponto, têm tido um
destaque acentuado em especial em mercados de trabalho com uma legislação rígida como
a de Portugal e Espanha, que se encontram numa fase de recuperação (entre outros) da
recente recessão económica.
A eficiência do mercado de trabalho deve também de garantir e reflectir uma relação
clara entre os incentivos dos trabalhadores com os esforços destes, assim como a equidade
entre homens e mulheres no ambiente empresarial e de negócios.
O desenvolvimento do mercado financeiro, aparece em destaque no oitavo pilar. A
recente crise financeira colocou em evidência que um sector financeiro sólido e em bom
funcionamento assume o papel central para as actividades económicas. Um sector
financeiro eficiente aloca os recursos que foram economizados pelos cidadãos de um país,
bem como aqueles que pretendem entrar numa economia estrangeira, para efectuarem uma
aplicação dos seus recursos de uma forma mais rentável. O mercado financeiro permite a
canalização de recursos para os empreendedores, ou projectos de investimento com as
maiores taxas de retorno invés dos investimentos realizados através das ligações políticas.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 39


A avaliação completa e adequada do risco, é portanto um “ingrediente” chave em
que o investimento empresarial é fundamental para o aumento da produtividade. Assim
sendo, as economias requerem um mercado financeiro sofisticado, permitindo desta forma
tornar o capital disponível para investimentos no sector privado a partir de fontes, tais como,
os empréstimos de um sólido sector bancário devidamente regulamentado, bolsa de valores,
capitais de risco e outros produtos financeiros.
A importância do acesso ao capital foi recentemente realçada pela crise de liquidez
vivida pelas empresas e pelo sector público, em países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Para cumprir todas essas funções, o sector bancário precisa de garantir
confiança e transparência, pelo que os mercados financeiros necessitam de uma
regulamentação adequada para proteger os investidores e outros intervenientes na
economia em geral.
No nono pilar encontramos a prontidão tecnológica. No mundo globalizado de hoje, a
tecnologia assumiu um papel preponderante na competição e crescimento das empresas.
O pilar de prontidão tecnológica, mede a agilidade com que a economia adopta as
tecnologias existentes por forma a aumentar a produtividade das suas indústrias com
especial ênfase na sua capacidade de alavancar as tecnologias de informação e
comunicação (TIC) nas suas actividades diárias e nos processos de produção para
aumentos de eficiência e competitividade. As TIC evoluíram num sentido mais lato, para
“tecnologias de uso geral” dos tempos actuais, dadas as repercussões críticas aos outros
sectores económicos e o seu papel como um “facilitador” de infra-estruturas, para todo o
sector industrial. Assim, o acesso e o uso das TIC‟s são elementos chave dos países em
termos de prontidão e preparação tecnológica a nível global.
Se a tecnologia tem ou não sido desenvolvida dentro das suas fronteiras nacionais, é
irrelevante para a sua capacidade de aumentar a produtividade. O principal é que as
empresas que operam no país tenham acesso a produtos e projectos avançados e tenham a
capacidade de os usar e de os realizar.
Entre as principais fontes de tecnologia estrangeira, o IDE desempenha um papel
fundamental. É importante realçar que neste contexto, o nível de tecnologia disponível para
as empresas de um país ser necessariamente distinguido da capacidade do país de inovar e
expandir as suas fronteiras em termos de conhecimento. Desta forma, a prontidão
tecnológica (nono pilar) e inovação (décimo segundo pilar) são analisados em pilares
distintos.
O tamanho do mercado é analisado no décimo pilar. A dimensão do mercado está
directamente relacionado com a produtividade, uma vez que os mercados de grande

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 40


dimensão permitem às empresas explorarem as economias de escala22. Tradicionalmente
os mercados disponíveis para as empresas foram limitados pelas fronteiras nacionais, no
entanto, na era globalizada em que vivemos, os mercados internacionais tornaram-se
substitutos dos mercados domésticos, especialmente para os países mais pequenos.
Existe uma vasta evidência empírica que demonstra que a abertura comercial dos
mercados se encontra positivamente associado ao crescimento. Mesmo que em algumas
pesquisas recentes, lancem dúvidas sobre a solidez dessa relação, o sentido geral é que o
comércio tem um efeito positivo sobre o crescimento, especialmente nos países com
pequenos mercados domésticos.
Neste contexto, as exportações podem ser pensadas como o substituto da procura
interna, na determinação do tamanho do mercado para as empresas de um país. A inclusão
de ambos os mercados, o nacional e o mercado estrangeiro em termos de medida da
dimensão do mercado, permite dar crédito às economias orientadas às exportações e às
áreas geográficas, como a União Europeia que se encontra subdividida em vários países,
embora com um mercado único.
O décimo primeiro pilar realça a sofisticação do negócio. A sofisticação dos negócios
é propício a uma maior eficiência na produção de bens e serviços. Esta sofisticação, leva
por sua vez a um aumento de produtividade, aumentando desta forma a competitividade do
país.
A sofisticação do negócio preocupa-se com a qualidade das redes de negócios
globais de um país, bem como a qualidade estratégica e operacional das empresas. Esta
sofisticação é particularmente importante para os países num avançado estágio de
desenvolvimento, quando as fontes mais básicas de melhorias de produtividade, foram
esgotadas em grande medida. A qualidade das redes de negócio de um país e, as indústrias
de apoio são medidas pela qualidade e quantidade dos fornecedores locais e a extensão
das suas interacções.
Quando as empresas e os fornecedores de um determinado sector, se encontram
geograficamente interligados em grupos próximos denominados por „Clusters‟, existe uma
maior eficiência, maior criação de oportunidades de inovação e redução nas barreiras à
criação de novas empresas. As estratégias e as operações individuais das empresas
(„marketing‟, „branding‟, a presença de cadeia de valor e a produção de produtos exclusivos
e sofisticados), conduzem a processos modernos e negócios sofisticados.
Por ultimo mas não em último realça-se o pilar da inovação tecnológica. Embora se
possam obter ganhos substanciais pelas melhorias introduzidas nas instituições, infra-

22
Economia de Escala: “Existe economia de escala quando a expansão da capacidade de produção de uma
firma ou indústria causa um menor aumento dos custos totais de produção que, proporcionalmente, os do
produto. Como resultado, os custos médios de produção caem, a longo prazo" (Bannock et alii, 1977).,
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estruturas dos edifícios, permitindo reduzir a instabilidade macroeconómica ou melhorando o
capital humano, todos estes factores parecem eventualmente funcionar em diminuir os
retornos dos investimentos. O mesmo é verdade para a eficiência do trabalho, mercados
financeiros e de mercadorias.
A inovação é particularmente importante para as economias, à medida que estas se
aproximam das fronteiras do conhecimento e da possibilidade de adaptação e integração
das tecnologias exógenas.
Embora os países menos desenvolvidos, possam melhorar a sua produtividade pela
adopção das tecnologias existentes ou efectuando melhorias incrementais noutras áreas,
para aqueles países que já atingiram o estágio de desenvolvimento da inovação, estas
melhorias já não serão suficientes para aumentar a produtividade. As empresas destes
países terão de conceber e desenvolver processos e produtos de ponta, para manter uma
vantagem competitiva, o que requer um ambiente que proporcione a actividade inovadora,
apoiada por ambos os sectores público e privado. Isto significa que exista investimento
suficiente em investigação e desenvolvimento (I&D) especialmente pelo sector privado; a
participação de instituições de investigação de alta qualidade; ampla colaboração na
pesquisa entre as universidades e indústria; e protecção da propriedade intelectual.
Na incerteza económica na actual conjuntura, será importante que os países
resistam às pressões para cortar nos custos de investigação e desenvolvimento, tanto no
sector privado como no sector público, que será fundamental para o crescimento sustentável
no futuro.
Na página seguinte apresenta-se um quadro resumo, da relação dos diferentes
estágios com os doze pilares de competitividade.

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Os doze pilares encontram-se relacionados, não sendo independentes uns dos
outros.
Figura 1: Os 12 pilares da competitividade
Requisitos Básicos
Instituições “Chave” para economias
Infra-estruturas orientadas a factores
Ambiente Macroeconómico (trabalho, recursos naturais)
Educação primária e saúde

Potenciadores de Eficiência
Formação e Ensino Superior
Eficiência do Mercado de
Bens
Eficiência do Mercado de Factor chave para as economias
trabalho orientadas à eficiência
Desenvolvimento do Mercado
financeiro
Prontidão Tecnológica
Dimensão do Mercado

Factores de Inovação e
Sofisticação Factor chave para as economias
Sofisticação do Negócio orientadas à inovação
Inovação

Tabela 3 : Pesos dos três principais sub-índices de cada estágio de desenvolvimento


% Estágio (1) % Estágio (2) % Estágio (3)
orientado a factores orientado à eficiência orientado à inovação
Requisitos Básicos 60% 40% 20%
Potenciadores de
35% 50% 50%
Eficiência
Factores de Inovação
5% 10% 30%
e sofisticação
Total 100% 100% 100%

Fonte: WEF

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A análise da competitividade permite que seja possível a avaliação dos pontos
menos fortes, que possam impedir a angariação de IDE pelas ineficiências criadas na
economia por esses mesmos pontos fracos.
No Gráfico 15 podemos verificar alguns dos factores que causam ou podem causar
alguns problemas à realização de negócios em Portugal. Dos quinze factores que foram
avaliados é possível destacar os três factores com maior peso negativo na realização dos
factores, que são o facto de termos ainda processos muito burocráticos associados à
ineficiência governamental que lideram as causas problemáticas, seguido das restritivas leis
laborais e a instabilidade política. Para além dos três que foram enumerados existem os
restantes doze factores, que como se pode constar no gráfico contribuem também de forma
negativa para o âmbito global da problemática de realização de negócios em Portugal.

Gráfico 15: Factores mais problemáticos para a realização de negócios em Portugal23

Burocracia e ineficiencia governamental


Leis laborais restritivas
Instabilidade Politica
Taxas de Juro
Acesso ao financiamento
Regulamentação fiscal
Inadequação da Educação dos trabalhadores
Corrupção
Fraca ética laboral na força de trabalho nacional
Infra-estrutura inadequada de fornecedores
Fraca Saúde Pública
Inflacção
Crimes e Roubos
Instabilidade governamental
Regulamentação de Moeda Estrangeira

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00

Fonte: WEF

23
De uma lista de 15 factores as empresas que responderam ao questionário do WEF, foram questionadas para
responderem aos cinco factores mais problemáticos de fazer negócios no país e classificá-los entre 1 (mais
problemático) e 5 (menos problemático). As respostas no gráfico (barras) reflectem o peso das respostas de
acordo com as posições que ocupam.
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Em termos gerais, Portugal cai três posições relativamente a 2009, ocupando
actualmente a 46ª posição, conforme tabela referente ao índice global de competitividade,
encontrando-se “dentro” do primeiro terço da tabela.

Tabela 4: Índice Global de Competitividade - Portugal

Índice Global de Competitividade Posição Pontuação


Portugal (de 139) (1 a 7)
GCI 2010-2011 46 4,4
GCI 2009-2010 ( entre 133) 43 4,4
GCI 2008-2009 (entre 134) 43 4,5

Requisitos Básicos 42 5,0


1º Pilar: Instituições 48 4,4
2º Pilar: Infra-estruturas 24 5,3
3º Pilar: Ambiente Macroeconómica 96 4,3
4º Pilar : Saúde e educação primária 41 6,1

Potenciadores de Eficiência 43 4,4


5º Pilar: Formação e Ensino Superior 39 4,8
6º Pilar: Eficiência Mercado dos Bens 52 4,3
7º Pilar: Eficiência mercado de trabalho 117 3,9
8º Pilar: Desenvolvimento do mercado
financeiro 59 4,3
9º Pilar: Prontidão Tecnológica 31 4,6
10º Pilar: Dimensão do mercado 45 4,3

Factores Sofisticação e Inovação 39 4,0


11º Pilar: Sofisticação de Negócio 52 4,2
12º Pilar: Inovação 32 3,8

Fonte: WEF

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Dos três estágios24 definidos pelo WEF, Portugal encontra-se no terceiro estágio,
como uma economia orientada à inovação, embora com pontos a melhorar por forma a ser
vista do exterior como uma economia mais competitiva, permitindo a subida na tabela do
WEF para posições cimeiras.

Gráfico 16: Estágio de desenvolvimento de Portugal

Transição Transição
1-2 2-3

Orientada Orientada Orientada


a Factores à Eficiência à Inovação

Instituições
Inovação Infra-Estruturas

Sofisticação Ambiente
do Negócio Macroeconómico

Dimensão do Saúde e educação


Mercado primária

Formação e
Prontidão
Ensino Superior
Tecnológica

Desenvolvimento Eficiência do
do Mercado Eficiência do Mercado de Bens
Financeiro Mercado de Trabalho

Portugal Economias Orientadas à Inovação

Fonte: WEF

24
O WEF define três estágios para classificação das economias, face à avaliação dos doze pilares e esses três
estágios são:
1º Estágio – Economias orientadas aos factores (trabalho, recursos);
2º Estágio – Economias orientadas à eficiência;
3º Estágio – Economias orientadas à inovação.
Existem economias em fase de transição entre estágios, sendo o 3º estágio o mais elevado
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3.5. - Análise SWOT25 de Portugal
Na sequência da análise anteriormente efectuada referente à competitividade, é importante avaliar como atrair mais investimento para
Portugal. A análise de como atrair mais IDE, passa por fazer uma análise SWOT com um breve resumo, dos pontos forte e fracos do país,
bem como as oportunidades e ameaças que o país possa enfrentar.
Tabela 5: Análise SWOT

Pontos Fortes Pontos Fracos


 Língua portuguesa 6ª falada no  Burocracia, ineficiência governamental
Mundo com 213 milhões de pessoas  Recursos com baixo nível de habilitações
que falam Português  Justiça (morosidade)
 Infra-estruturas, aeroportos, portos  Impostos elevados (ex. aumento do IVA para
 Empresa na Hora 23%)
 Licenciamento na Hora  Proteccionismo nacional (ex. Golden Share
 Clima PTC)
 Investimento I&D26  Risco Político
 Custos da mão-de-obra  Fragilidade da Economia
 Porta de entrada para a Europa  Corrupção27
 Porta de saída para África, EUA e  Lei Laboral (Falta de Flexibilidade)
Brasil  Baixa Produtividade
Oportunidades Ameaças
 Atingir novos segmentos de mercado  BRIC28 (economias emergentes)
 Crescimento do número de clientes  Europa de Leste
 Aumento das exportações
Fonte: Criação do autor

25
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats. Resumindo pontos fortes e pontos fracos oportunidades e ameaças. Os pontos fortes e fracos são factores
internos do país e as oportunidades e ameaças referem-se a factores externos do país.
26
I&D – Investigação e Desenvolvimento
27
Corrupção ver Apêndice 19
28
BRIC – Brasil, Rússia, Índia, China.
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3.6. - “O estado da Arte”

3.6.1. - Sectores de Actividade e Tipo de Operação


Um dos aspectos a ter em consideração na análise efectuada, são os sectores de
actividade. De acordo com os dados recolhidos, pode-se observar que existe um maior
investimento nas indústrias transformadoras, no comércio por grosso e a retalho e
actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas, corroborando desta forma os
exemplos anteriormente apresentados, assumindo também o sector financeiro alguma
relevância.

Gráfico 17: IDE por sector de actividade

14000000
Indústrias transformadoras
12000000

10000000 Comércio por grosso e a


retalho, reparações,
8000000 alojamento e restauração

Actividades imobiliárias,
6000000 alugueres e serviços
prestados às empresas
4000000
Actividades Financeiras

2000000

OutrasActividades
Outras Actividades
0 (Agricultura, Construção,
(Agricultura,Construção,Trans
Transportes, Actividades
pportes, Act. Imobiliárias,
Imobiliárias)
transportes)

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

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O Investimento nas empresas, poderá ser feito através de investimento directo em
„greenfield‟ ou através de fusões e aquisições. Existe alguma falta de distinção (nos dados
disponíveis) entre estes dois tipos de investimento, enquanto o primeiro envolve
principalmente investimento de capital em bens novos, o segundo é uma transferência dos
existentes, i.e. o investimento directo em „greenfield‟ tem tendência em afectar mais o
crescimento através do aumento físico do investimento, enquanto as aquisições e fusões
estariam mais propensas a fazê-los através do aumento crescente da produtividade.

Gráfico 18: IDE no capital das Empresas

25000000
Créditos, empréstimos e
suprimentos - de curto prazo

20000000
No Capital de Empresas
(Aumento de capital,
Constituição de empresas,
15000000 Aquisição de cotas)
Lucros reinvestidos

10000000 Créditos, empréstimos e


suprimentos - de longo prazo

5000000 Operações sobre imóveis

0 Outros - Crédito

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

Podemos verificar no Gráfico 18, uma evidência dos créditos, empréstimos e


suprimentos de curto prazo29, originado pelos investimentos da casa mãe nas filiais,
seguidos pelo aumento de capital nas empresas e nos créditos e suprimentos de longo
prazo.

29
Engloba as operações no capital de empresas, lucros reinvestidos, créditos, empréstimos e suprimentos,
operações sobre imóveis e outras operações realizadas entre investidores directos não residentes e empresas
residentes objecto de investimento.
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3.6.2. - Países Investidores
Na análise efectuada, os países que mais investem em Portugal são países da
OCDE , sendo a maior percentagem de países originários da zona do Euro (cf. Gráfico 19).

Gráfico 19: Grupos de Países Investidores em Portugal

40000000
UE -Dos
35000000 quais: países
pertencentes
30000000
à área do
25000000 euro
Resto do
20000000
mundo
15000000
10000000
5000000 OCDE
0

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros
Após observação dos dados, pode-se constatar que existe um grupo de países que
representam cerca de 80% do IDE, salientando-se de uma forma positiva dos restantes.

Gráfico 20: Países Investidores em Portugal

7000000
Alemanha
6000000
Bélgica
5000000 Brasil
4000000 Espanha
EUA
3000000
França
2000000
Holanda
1000000 Itália
0 Reino Unido
Suiça

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 50


Os países que mais investem em Portugal, são designadamente a, Alemanha,
Espanha, Reino Unido, Holanda e França, verificando-se um tendência crescente deste
investimento na ultima década, conforme se pode constar pelos Gráfico 21 e Gráfico 22.
Gráfico 21: Países com maior peso no IDE em Portugal

90,00%
80,00%
70,00% Peso % dos 5 países
que mais investem
60,00% (Alemanha;
50,00% Espanha;Reino Unido;
Holanda;França)
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Percentagem
Gráfico 22: Distribuição do investimento

1996
7000000
2009 1997
6000000
5000000 Alemanha
2008 1998
4000000
3000000 Espanha
2007 2000000 1999
1000000 França
0
Holanda
2006 2000
Reino
Unido
2005 2001

2004 2002
2003

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

____________________________________________________________________________________________________________________

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3.7. - Como é distribuído o IDE?
Representando estes 5 países30,cerca de 80% do IDE, é relevante analisar a forma
de como o investimento é distribuído ou seja, quais os sectores de actividade que cada um
dos países mais investe.

3.7.1. - Alemanha
A Alemanha destaca-se pelos seus fortes investimentos nas indústrias
transformadoras.
Gráfico 23: Distribuição por Sectores do Investimento da Alemanha em Portugal

6000000
Alojamento e restauração
(restaurantes e similares)
5000000
Construção

4000000

Indústrias transformadoras
3000000

Transportes, armazenagem e
2000000 comunicações

Produção e distribuição de
1000000 electricidade, de gás e de água

0 Comércio por grosso e a


retalho. reparação de veículos
autom.

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

Entre os diversos investimentos realizados em termos de IDE pela Alemanha


sobressaem investimentos como o da Autoeuropa, Siemens, Bayer, Infineon31, Epcos32,
Bosch/Blaupunkt, Continental (Mabor)33 .

30
Alemanha, Reino Unido, Espanha, França e Holanda
31
Fabrico de semicondutores
32
Peças e componentes electrónicos
33
Pneus
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3.7.2. - Espanha
Em relação a Espanha podemos ver um investimento mais diversificado, realçando o
investimento das actividades financeiras, actividades imobiliárias, comércio por grosso e a
retalho e as industrias transformadoras.

Gráfico 24: Distribuição por Sectores do Investimento da Espanha em Portugal

4000000 Alojamento e restauração


(restaurantes e similares)
3500000 Construção

3000000
Indústrias transformadoras

2500000
Transportes, armazenagem e
comunicações
2000000
Produção e distribuição de
electricidade, de gás e de água
1500000
Comércio por grosso e a
1000000 retalho. reparação de veículos
autom.
Actividades financeiras
500000

Actividades imobiliarias,
0
alugueres e serviços prestados
às empresas

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

O investimento de Espanha, destaca-se por investimentos de grupos como a


Repsol34, Telefónica35 (participações36 na Portugal Telecom), Grupo Endesa37, Grupo Seat,
Banco Santander, entre outros.

34
Estações de Serviço - Combustíveis
35
Telecomunicações
36
Em meados de 2010, na sequência do negócio da venda à Telefónica da participação que tinha na operadora
VIVO, a Telefónica esta vende a participação de 8% que detinha na Portugal Telecom.
37
Energia
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3.7.3. - França
O investimento de França recai maioritariamente no comércio por grosso e a retalho,
seguido pelas actividades financeiras, indústria transformadora e actividades imobiliárias.

Gráfico 25: Distribuição por Sectores do Investimento de França em Portugal

3500000 Alojamento e restauração


(restaurantes e similares)
3000000 Construção

2500000 Indústrias transformadoras

2000000
Transportes, armazenagem e
comunicações
1500000
Produção e distribuição de
electricidade, de gás e de água
1000000
Comércio por grosso e a
retalho. reparação de veículos
500000 autom.
Actividades financeiras
0
Actividades imobiliarias,
alugueres e serviços prestados
às empresas

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

Face aos diversos investimento realizados por empresas francesas, evidenciam-se


os seguintes investimentos: Grupo Total38, France Telecom (investimentos no grupo
Sonaecom), Grupo Sanofi-Aventis39, Grupo Lafarge40, Pinault-Printemps Redoute SA.,
Grupo Carrefour41, GDF Suez42.

38
Estações de Serviço - Combustíveis
39
Produtos Farmacêuticos
40
Materiais de Construção, Construção Civil
41
Produtos de Consumo
42
Energia
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 54


3.7.4. - Holanda

A Holanda destaca-se pelas indústrias transformadoras, comércio por grosso e a


retalho e actividades imobiliárias.

Gráfico 26: Distribuição por Sectores do Investimento de Holanda em Portugal


Alojamento e restauração
2500000
(restaurantes e similares)

Construção
2000000
Indústrias transformadoras

1500000
Transportes, armazenagem e
comunicações

1000000 Produção e distribuição de


electricidade, de gás e de água

Comércio por grosso e a


500000 retalho. reparação de veículos
autom.
Actividades financeiras
0
Actividades imobiliarias,
alugueres e serviços prestados
às empresas

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

O investimento da Holanda, destaca-se por investimentos de empresas como


Philips , Tom-Tom44, Unilever45, IKEA46, entre os principais.
43

43
Tecnologia, Equipamentos para Saúde, Iluminação.
44
Soluções de navegação por GPS
45
Unilever Produtos de Consumo – Detentor de diversas produtos de marca como por exemplo: Gelados Olá,
Planta, Becel, Maizena, Lipton, Flora, Calvé, Knorr e muitas outras.
46
IKEA Fundado na Suécia em 1943 sendo posteriormente adquirida por um grupo Holandês. O nome IKEA,
tem origem em Ingvar Kamprad Elmtaryd Agunnaryd, sendo que Ingvar Kamprad é o nome do fundador,
Elmtaryd a quinta onde ele cresceu e Agunnaryd a sua terra de origem.
____________________________________________________________________________________________________________________

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3.7.5. - Reino Unido

O investimento do Reino Unido em Portugal, evidencia-se maioritariamente, pelo


comércio por grosso e a retalho.

Gráfico 27: Distribuição por Sectores do Investimento do Reino Unido em Portugal

4500000 Alojamento e restauração


(restaurantes e similares)
4000000
Construção
3500000
Indústrias transformadoras
3000000

2500000 Transportes, armazenagem


e comunicações
2000000
Produção e distribuição de
electricidade, de gás e de
1500000
água
Comércio por grosso e a
1000000 retalho. reparação de
veículos autom.
500000 Actividades financeiras

0
Actividades imobiliarias,
alugueres e serviços
prestados às empresas

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

O Reino Unido, evidencia-se por investimentos de grupos como Astrazeneca Plc47,


Glaxosmithkline Plc.48, Vodafone Group Plc.49, British Petroleum Company Plc.,50

47
Industria Farmacêutica
48
Industria Farmacêutica
49
Telecomunicações
50
Combustíveis, Petróleo
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 56


3.7.6. - Resumo
Em conclusão verifica-se que dos principais cinco países que mais investem,
51
quatro deles fazem parte das maiores economias da Europa. Verifica-se também alguma
relação, relativamente ao factor “proximidade”.
Figura 3: Cinco principais investidores em Portugal

Fonte: Criação do Autor

Pela análise do Gráfico 28, conclui-se que nos últimos a Alemanha e o Reino Unido
tem tido uma posição preponderante no que se refere ao IDE em Portugal, seguido da
Espanha, França e Holanda, destacando-se a Espanha pelo seu saldo positivo.
Gráfico 28: Saldo 1996 ~2009 AL, ES, FR, HOL, UK

Alemanha
600 Crédito
500 Débito
400
300 Saldo
200
UK 100 Espanha
0
-100

Holanda França

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: x 100000 Euros

51
Espanha, França, Alemanha e Reino Unido
____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 57


Constata-se conforme análise dos gráficos apresentados (cf. Apêndice 5), o saldo
(crédito menos débito) da Alemanha tem sido baixo mas regular, verificando-se em 2008 um
decréscimo acentuado, por outro lado em termos de período homólogo 2010/2009 verifica-
se um aumento do investimento e desinvestimento, permitindo uma redução do saldo
negativo.
Espanha apresenta alguma variação entre crédito e o débito, tendo sempre um saldo
positivo, reflectiu também o impacto da crise em 2008 com impacto no crédito.
Relativamente ao período homólogo Junho 2010/2009, verifica-se um aumento do crédito e
do débito sendo o saldo negativo.
Por outro lado a França, contraria o efeito da crise, aumentando o crédito e o débito
a partir de 2007, apresentando um saldo positivo. Em relação ao período homólogo Junho
2010/2009, apresenta um crescimento acentuado face ao mesmo mês, apresentando de
igual modo um saldo positivo.
A Holanda apresenta períodos de alguma variação (antes da crise), apresentando
um decréscimo do crédito e do débito a partir de 2008, apresentando um saldo positivo. De
um modo análogo em termos de período homólogo a Holanda, apresenta crescimento
marcado resultando no valor do crédito superior ao débito, originando um saldo positivo.
O Reino Unido apresenta um crescimento progressivo ao longo dos anos do estudo,
reflectindo os efeitos da crise a partir de 2008 com um decréscimo do crédito e um aumento
do débito, originando um saldo negativo. Relativamente ao período homólogo Junho
2010/2009, registou-se um crescimento acentuado, onde o débito se sobrepõe ao crédito
originando um saldo negativo.
Os altos índices registados de operações de desinvestimento directo estrangeiro,
nem sempre reflectem o encerramento de unidades produtivas, mas devem-se
principalmente a operações financeiras de curto prazo (empréstimos, adiantamentos, etc.)
entre as empresas de investimento directo e, de participação cruzada entre empresas do
mesmo grupo económico.

____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 58


De acordo com a ONDD52, (Agência Nacional de exportação Belga), é possível obter
uma avaliação53 sobre o risco politico e risco comercial de investir em Portugal, auxiliando a
análise do investimento das empresas que queiram investir em Portugal.
É possível concluir que no caso risco político é baixo (a curto, médio e longo prazo),
não representado qualquer risco para o investimento. Relativamente ao risco comercial54,
apresentou uma evolução significativa no decorrer da elaboração do trabalho, sendo
classificado de elevado “C” no inicio de 2010, onde existia risco de deterioração da situação
financeira do “devedor”, levando à impossibilidade do pagamento da divida, conduzindo a
que as condições de crédito do país se tornem mais difíceis originando a adopção de
medidas de restrição à saída de capitais evoluindo ainda no decorrer de 2010 para uma
classificação “B”. A análise global relativa a projectos de investimento directo, será positiva,
i.e. são reduzidos (ou nulos) os riscos de guerra, expropriação e acções governamentais e
riscos de transferência.

Figura 4 : Risco Político e Risco Comercial de Portugal

Data: Março/2010 Data: Dez./2010


Evolução positiva do
risco comercial

Fonte: www.ondd.be

52
ONDD - Office National Du Ducroire (Agência Nacional de Exportação Belga ), agência que analisa o risco de
investimento em cada país.
53
- As avaliações efectuadas têm uma classificação constituída por 7 níveis onde o nível 7 corresponde a um
risco mais elevado e o nível 1 ao risco mais baixo. Estas avaliações são efectuadas/revistas numa base
trimestral.
54
Classificação do Risco comercial. A – Risco comercial reduzido; B – Risco comercial “normal”; C – Elevado
risco comercial.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 59


4. - Metodologia adoptada
Neste capítulo são apresentados os principais aspectos metodológicos que
fundamentam a aplicação prática, a descrição das variáveis envolvidas no estudo e a
abordagem teórica e prática dos indicadores avançados.
As variáveis seleccionadas para o caso empírico tiveram como ponto de partida o
exposto nos capítulos anteriores sobre os determinantes do IDE e a sua incidência na
economia receptora do investimento. Nesta óptica destacam-se os doze pilares da
competitividade da economia (WEF, 2010) que abordam as diversas áreas que influenciam
as decisões de investimento. Na construção do modelo deu-se primazia às seguintes
vertentes: macroeconómica, dimensão do mercado e financeira.
Ao nível do ambiente macroeconómico destacam-se o IPI e o PIB como factores que
reflectem o crescimento e a estabilidade do país e consequentemente a robustez do sector
empresarial. As diferentes fases do ciclo económico, têm impacto directo naquelas variáveis
e por isso também no IDE.
O papel das exportações é relevante tanto ao nível da dimensão do mercado, como
na envolvente macroeconómica, uma vez que a abertura comercial dos mercados está
positivamente correlacionada com o crescimento. Sendo Portugal um país com défice
sistemático na balança comercial, reflecte desta forma uma deficiente capacidade de
produção interna, com reflexo directo no nível de crescimento da economia e na confiança
dos investidores estrangeiros.
No que respeita às variáveis de mercados financeiros, estas foram contempladas no
estudo pelo efeito de contaminação da sua evolução para a economia real, nomeadamente
para o PIB e de forma mais indirecta para o IDE. Neste contexto foram analisados
indicadores de sentimento económico, que constituem índices das expectativas de
volatilidade de determinados mercados, designadamente de acções, de „commodities‟ e de
derivados.
De acordo com supracitado, fica claro que as variáveis têm entre elas relações de
interdependência e de causalidade, na ligação que se pretende estabelecer com o IDE pelo
que a metodologia adoptada reflecte esta ilação.
Sendo o objectivo primordial deste trabalho a identificação de indicadores avançados
para o Investimento Directo Estrangeiro na economia portuguesa referenciam-se alguns
estudos realizados nesta área, os instrumentos de análise usualmente utilizados e a
importância dos Modelos de Vectores Autoregressivos para retirar ilações sobre as variáveis
que podem contribuir para antecipar tendências da variável de interesse.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 60


4.1. - Modelos de Vectores Autoregressivos (VAR)
Verifica-se que a maior parte dos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Investimento
Directo Estrangeiro concentraram as aplicações práticas na metodologia de dados de
painel55, com o objectivo de cruzar um conjunto de variáveis que caracterizam um conjunto
de países56 com informação cronológica. Estas análises encontram a sua principal limitação
na disponibilidade de dados comuns às diferentes unidades individuais, quando se pretende
uma amostra de dimensão alargada.
O presente estudo apresenta-se como inovador na abordagem do IDE, por recurso à
utilização de modelos de Vectores Autoregressivos com o objectivo determinante de
encontrar um indicador avançado para aquela variável, mas também de compreender inter-
relações dinâmicas entre variáveis macroeconómicas e financeiras.
Os modelos VAR encontram-se actualmente muito difundidos, na área de economia a
partir da análise dinâmica de sistemas de variáveis económicas, sendo bastante usados nas
investigações empíricas nas áreas de macroeconomia. Estes modelos foram apresentados
por SIMS (SIMS, 1980) através do seu artigo clássico „Macroeconomics and Reality‟. De
entre as principais conclusões deste estudo, destacam-se os resultados satisfatórios do
indicador económico avançado, para prever a taxa de crescimento da actividade real da
economia.
Na literatura econométrica (Stock & Watson, 1989) podem encontrar-se três formulações
distintas para os modelos VAR: forma reduzida, recursiva e estrutural. Stock e Watson
(Stock & Watson, 2001) estimaram um modelo VAR com três equações utilizando como
variáveis a taxa de inflação, a taxa desemprego e a taxa de juro. O estudo foi realizado para
as três formas de representação do VAR. A escolha da forma a utilizar depende dos
objectivos da análise.
Na forma reduzida cada uma das variáveis está expressa como função linear dos seus
próprios valores passados, dos valores desfasados das outras duas variáveis e do termo do
erro sem autocorrelação57. Estas equações podem ser estimadas como uma regressão pelo
Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), em que os erros representam as inovações sobre
as variáveis após serem considerados os seus valores passados. Dever-se-á ter em conta
que, usualmente, as variáveis económicas estão relacionadas entre elas pelo que, os
termos dos erros na forma reduzida do modelo podem estar correlacionados entre as
equações.

55
Nonnenberg e Mendonça (2005).
Lipsey, Robert E. (2000)
56
Unidades individuais.
57
Ausência de autocorrelação significa que a covariância do erro é nula entre diferentes observações.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 61


Na formulação recursiva são considerados em duas das equações para além dos
regressores desfasados, valores contemporâneos das variáveis. À semelhança da forma
reduzida a estimação é feita para cada equação pelo MMQ produzindo termos residuais não
correlacionados entre equações.
Os resultados da estimação dependem da ordem das variáveis nas equações. Como
as inovações são, regra geral, correlacionadas entre si, existe uma componente comum nos
VAR que não pode ser associada a uma variável específica. Por esse motivo, a ordenação
das variáveis é importante. Na determinação da ordem das variáveis na estimativa do
modelo VAR recorre-se à decomposição de Cholesky que permite que a matriz de
covariâncias das inovações seja uma matriz diagonal58.
Finalmente, na forma estrutural são impostas restrições de diferentes tipos: às
relações entre as variáveis de acordo com a teoria económica subjacente aos estudo;
restrições de sinal; restrições de longo prazo na matriz de variâncias-covariâncias dos
resíduos.
A especificação reduzida foi a utilizada no presente estudo uma vez que reúne os
requisitos a que se propõe o trabalho. De acordo com Stock e Watson (Stock & Watson,
2007) um modelo VAR com “k” variáveis, consiste num número de equações equivalente ao
número de variáveis em que os regressores de todas as equações são valores desfasados
para todas as variáveis. Nesta abordagem todas as variáveis são simultaneamente
endógenas59 e exógenas60.
Após a análise de um vasto conjunto de séries temporais de natureza económica,
com vista à construção de um modelo Vectorial Autoregressivo foram escolhidas três. Deste
modo o modelo VAR consiste em três equações com três desfasamentos temporais, uma
vez que foi esse o número óptimo encontrado pela minimização dos critérios de Akaike e
Schwarz.
A formulação matemática do modelo VAR na forma reduzida é dada por:
.
(1)

Em que Yt é um vector com três variáveis diferentes, β0 é um vector de termos


independentes, β1, β2, β3 são matrizes de coeficientes e εt é um vector de perturbações

58
Em que a diagonal principal apresenta os valores da variância e os restantes elementos da matriz são nulos.
59
Variável endógena, dependente ou explicada – É criado um modelo para determinar esse tipo de variável,
sendo o seu comportamento explicada, pela teoria em causa.
60
Variável exógena, independente ou explicativa - O modelo não é capaz de a explicar, pelo que são
determinadas por ocorrências exteriores à teoria em causa sendo desta forma, presumida ou definida fora do
modelo.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 62


aleatórias não correlacionadas com os seus próprios valores passados e com nenhuma das
variáveis do segundo membro.
A equação (1) representa um sistema económico dinâmico pelo que, o estudo
empírico aqui apresentado pretende determinar a resposta de uma variável ao impulso de
uma outra. Quando tal se verifica pode indiciar uma relação de causalidade entre ambas. As
funções impulso-resposta e os testes de causalidade de Granger foram os métodos a que
se recorreu para averiguar as relações entre variáveis e a capacidade de resposta a
choques sobre as mesmas.

4.2. - Caracterização da Amostra

Sendo algo complexo os movimentos dos fluxos do IDE, encontram-se aliados a uma
série de factores que condicionam e determinam onde estes serão localizados. Estes fluxos
de IDE estão também directamente relacionados com as características dos países
investidores e as características dos países receptores.
Pelas razões apresentadas, se justifica a importância da análise do estudo efectuado
tentando desta forma contribuir para uma melhor compreensão sobre as razões que
motivam o IDE em Portugal, identificando-se possíveis indicadores avançados para o IDE.
Para a elaboração dos diferentes testes e criação do modelo, foram utilizadas duas
aplicações, o Ecotrim61 e o Eviews62.
Para efectuar esta análise empírica, foram avaliadas diversas variáveis com base em
séries temporais mensais, onde o horizonte temporal usado foi Janeiro de 1996 a Setembro
de 2010 (cf. Apêndice 7) considerando um total de 178 observações. Não foi escolhido um
período mais recuado, porque a série do IDE teve alterações metodológica após 1996, que
não são compatíveis em termos de análise com os dados antecedentes. O período em
questão contempla a análise dos últimos catorze anos e nove meses, existindo uma crise
económica acentuada, nos últimos dois anos da análise efectuada.
Para além das variáveis macroeconómicas e financeiras analisadas, referentes a
Portugal, também foi analisado o PIB dos cinco países (cf. Apêndice 9) que mais investem

61 O programa Ecotrim, foi desenvolvido pelo Eurostat, desde o início de 1990 e permite a desagregação
temporal das séries económicas. A desagregação do PIB em dados mensais seguiu o procedimento efectuado
por diversos autores, tais como Bagliano e Favero (1997) e Leeper et al. (1996) com o objectivo de dispor de um
maior número de observações. A desagregação do PIB trimestral foi efectuada com recurso a um indicador
associado, o IPI, disponível em frequência mensal. A variável desagregada foi estimada por recurso ao método
de Litterman Min SSR, adequado para modelos estimados em primeiras diferenças em que o Erro segue um
processo Autoregressivo AR(1).
62
O Programa econométrico Eviews, permite uma análise versátil de séries temporais (seccionais e outras)
desde a estimação à previsão, recorrendo a um vasto conjunto de testes de natureza estatística e econométrica.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 63


em Portugal (Alemanha, Espanha, França, Holanda e Reino Unido) com o objectivo de
analisar o impacto da actividade económica dos países de origem sobre o IDE63.
Descrevem-se de seguida as principais variáveis que foram objecto de análise no
estudo64, as quais procuram reflectir, por um lado a evolução da actividade económica
nacional e por outro, os sinais que indicadores de mercados financeiros podem ter sobre a
evolução do IDE. Na escolha destes últimos, não foi alheia a crise financeira internacional
que marcou parte do horizonte temporal seleccionado para este trabalho.
Entre os diversos indicadores de actividade económica, destacam-se, o IPI, EXP,
IVN, inquéritos qualitativos de conjuntura65 e indicadores de sentimento económico66.
O IPI tem como objectivo a avaliação das variações ocorridas de forma regular, em
curtos períodos no volume de produção. De acordo com o instituto nacional de estatística:
“o índice de produção industrial (IPI), permite obter uma medida de
tendência no valor acrescentado a custo de factores ao longo de um dado
período de referência, sendo este índice obtido por inquérito mensal à
produção industrial, tem por objectivo mostrar a evolução do mercado de bens
e serviços neste sector” (INE, 2010).
As exportações de bens foram consideradas uma vez que, numa pequena economia
aberta como Portugal, reflectem a “saúde” do sector produtivo nacional. Pela sua estreita
relação à actividade económica nacional, estas duas variáveis podem concorrer para
antecipar movimentos negativos ou positivos do IDE. Ainda dentro deste contexto foi
considerado o índice de volume de negócios o qual, de acordo com o INE, “tem como
objectivo mostrar a evolução do mercado de bens e serviços na indústria e a sua
desagregação entre mercado nacional e externo” (INE, 2010).
No que respeita aos indicadores de confiança, destacam-se os inquéritos qualitativos
de conjuntura à indústria transformadora e à construção e obras públicas. São diversos os
indicadores que medem a satisfação dos consumidores, tendo sido aqui considerado o
índice de sentimento económico global, por se tratar de uma informação que permite avaliar
as expectativas de mercado.
Ao nível dos indicadores de mercado foram seleccionados dois, referentes à
economia alemã (VDAX e o ZEW), porque a Alemanha acaba por ser de algum modo, o

63
Tal como foi referido em capítulos anteriores os determinantes do IDE são essencialmente resultantes das
condições das economias de destino.
64
Como é ilustrado adiante apenas algumas variáveis são estatisticamente significativas.
65
Inquéritos realizados pelo INE. Estes indicadores são calculados a partir de saldos de respostas extremas que
correspondem à diferença entre respostas positivas e negativas.
66
Correspondem a saldos de respostas de valores extremas.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 64


motor da economia europeia, constituindo estes indicadores, uma boa „proxy‟ do índice
europeu VSTOXX67. Foi ainda avaliado um indicador referente aos Estados Unidos (VIX).
O primeiro destes indicadores de sentimento económico68 (VDAX) é um índice das
expectativas de volatilidade, que reflecte as flutuações DAX69 esperadas no mercado de
derivados nos seguintes quarenta e cinco dias. O segundo o ZEW, é um indicador de
sentimento económico que é apurado mensalmente. Este reflecte a diferença entre a
proporção de analistas que estão optimistas e, os analistas que são pessimistas para o
desenvolvimento económico esperado na Alemanha nos seis meses seguintes.
Para além de indicadores e índices europeus foi também avaliado o VIX70 um índice
popular para medir a volatilidade do índice S&P 500, referente aos Estados Unidos.
Do conjunto de variáveis analisadas estimaram-se dois modelos VAR, um deles com
a variável EXP, o outro com a variável IPI e ambos com o VDAX. A esta escolha não foi
alheia a capacidade destas séries poderem antecipar a evolução do IDE e constituírem
assim indicadores avançados. Todas as variáveis foram utilizadas em diferenças e não em
níveis pelas razões que adiante são apresentadas (cf. secção 5.1).
Como é recomendado na literatura (Stock e Watson, 2005), todas as séries foram
corrigidas de ‟outliers‟ para as observações em que os desvios face à mediana excedem em
seis vezes a diferença entre os terceiro e o primeiro quartis71 sendo substituídas pelo valor
da mediana das cinco observações precedentes.
A sazonalidade foi também objecto de estudo e como se pode ver pelos gráficos cf.
Apêndice 11, as séries IDE, IPI e EXP apresentam observações acima da média sazonal
evidente em alguns meses. No caso do IDE, é no mês de Dezembro que as entradas de
capital registadas, são mais elevadas devido às respostas aos inquéritos realizados às
empresas de investimento directo se concentrarem no final do ano. No que respeita ao IPI é
no mês de Agosto que o valor do índice assume o mais baixo valor justificado pelo

67
O indicador referente à zona do Euro, o índice VSTOXX, que é baseado nas opções de preços em tempo real
do EURO STOXX 50 e são projectados para reflectir as expectativas do mercado de curto prazo até a
volatilidade de longo prazo, tem apenas dados disponíveis a partir de Janeiro de 1999, razão pela qual não foi
tido em consideração.
68
Estes indicadores reflectem o índice de confiança económica dos agentes económicos.
69
DAX – DAX é a abreviatura para Deutscher Aktienindex, do índice ponderado de preços da economia alemã.
O termo DAX normalmente refere-se ao índice DAX 30, o índice blue-chip, onde se encontram as 30 empresas
blue chip que representam 80% do mercado de acções.
Empresas Blue Chip – são empresas de reconhecimento nacional, bem estabelecidas e financeiramente sólidas.
Estas empresas são reconhecidas por venderem alta qualidade com uma grande aceitação em termos de
produtos e serviços. Estas empresas são também conhecidas por operar de uma forma lucrativa em face de
condições económicas adversas, permitindo desta forma contribuir para a sua longa estabilidade e crescimento
sustentado.
70
VIX – VIX é a abreviatura de Chicago Board Options Exchange Market Volatility Index
71
Interquartile range (IRQ)
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 65


encerramento de muitas empresas neste período do ano. O comportamento das
exportações de bens na sua componente sazonal é semelhante ao IPI.
Procedeu-se ao ajustamento da sazonalidade pela decomposição multiplicativa do
método X-12-ARIMA72, mas os resultados do modelo VAR revelaram-se sem significado,
pelo que esta componente não foi removida das séries. Uma vez que o objectivo do estudo
é identificar um ou mais indicadores avançados, não se considerou que o não ajustamento
de sazonalidade fosse comprometer esse objectivo.

4.3. – Identificação de um Indicador Avançado através de um modelo VAR

Os indicadores avançados são usualmente utilizados para prever pontos de viragem


na economia, isto é, podem dar sinais de uma inversão nas taxas de crescimento de
variáveis determinantes nos ciclos económicos. Um indicador avançado deverá ser
escolhido de acordo com a realidade económica que se está a analisar (Stock & Watson,
1993), de forma a estar disponível antes de a economia começar a delinear um determinado
padrão ou tendência para as variáveis de interesse.
As principais limitações em estudos deste âmbito para a Economia Portuguesa
residem na escassez de informação para séries longas com periodicidade infra-anual, na
disponibilidade atempada de indicadores e, nas alterações metodológicas que tornam
muitas vezes incompatível a consistência dos dados. Como mencionado anteriormente
também neste trabalho estas limitações se fizeram sentir.
A estimação de modelos VAR tem sido uma das metodologias utilizada na
identificação de potenciais indicadores avançados, dada a sua estrutura dinâmica permitir a
captação dos impactos dos choques ocorridos em todas as variáveis temporalmente
desfasadas na variável endógena de interesse. É esta a abordagem deste estudo, embora
não se tenham obtido, como se verá adiante, os resultados expectáveis para os indicadores
qualitativos de conjuntura e de sentimento económico.
A utilização de uma variável para antecipar a tendência de uma outra, tem
subjacente que a primeira causa a segunda. Para testar esta premissa recorre-se
frequentemente aos testes de causalidade de Granger (Engle & Granger, 1987; Granger,
1969), para averiguar se existe um efeito de causalidade estatística entre diversas variáveis,
ou seja, se as alterações numa dada variável precedem as alterações noutra variável.
Também a função impulso-resposta confirma a qualidade dos indicadores seleccionados, na
construção do modelo VAR.
Diversos estudos foram desenvolvidos nesta área. Destacam-se Stock e Watson
(Stock & Watson, 1988) em que foi estimado um modelo VAR com seis indicadores

72
O ajustamento é feito pela divisão dos valores originais das séries pelos factores sazonais estimados.
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 66


avançados. Também Litterman (Litterman, 1986) recorreu aos modelos VAR com
indicadores avançados para prever ciclos económicos.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 67


5. – Estudo Empírico
Neste capítulo são realizados os testes prévios relevantes para a aplicação da
metodologia VAR, nomeadamente de raiz unitária e de cointegração bem como a análise
das relações de causalidade no sentido de Granger. Na sequência dos testes realizados e
após a escolha dos desfasamentos adequados procede-se à estimação do modelo e análise
dos respectivos resultados. Finalmente, apresenta-se a análise das funções impulso-
resposta para os modelos seleccionados.

5.1. - Testes de raiz unitária e testes de cointegração

Muitas séries económicas apresentam uma tendência que pode ser crescente,
decrescente ou que se altera ao longo do intervalo de tempo. Séries com estas
características são designadas na literatura como processos estocásticos 73 não
estacionários Gujarati (Gujarati, 2003). Quando tal se verifica apenas é possível estudar o
seu comportamento para o momento de tempo presente, não sendo possível extrapolar para
outros períodos temporais.
Diversas metodologias de modelação com estrutura dinâmica74 requerem que as
variáveis incluídas nos modelos sejam estacionárias, isto é, que apresentem média,
variância e covariância constantes ao longo do tempo. De acordo com alguns autores, as
séries temporais que constam do sistema de equações dos modelos VAR têm que ter
características de estacionariedade. A transformação de uma série não estacionária numa
estacionária é, uma técnica usualmente utilizada num processo de modelação matemática.
Uma das transformações mais comuns é proceder à diferenciação das séries em nível e
utilizar as variáveis em diferenças na estimação do modelo. No entanto esta questão não é
consensual75.
Por um lado, num modelo estimado com base em variáveis não estacionárias a
inferência estatística não é válida, o modelo perde eficiência e estabilidade. A presença de
regressões espúrias76 na relação entre variáveis é também um dos problemas associados à
não estacionariedade das séries. Por outro lado a utilização de variáveis em diferenças,
induz numa perda de informação uma vez que não contempla possíveis relações de longo
prazo entre as variáveis.

73
Consiste na recolha de variáveis aleatórias sequencialmente ordenadas no tempo.
74
Metodologia Box-Jenkins e Modelos de Vectores Autogressivos.
75
Enders, 1995
76
A incorrecta identificação de ordem de integração (ou número de raízes unitárias) pode conduzir ao que ficou
denominado de regressão espúria, ou seja, apesar dos testes estatísticos do modelo de regressão se
apresentarem significativos, os seus resultados não têm significado económico.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 68


Para averiguar a estacionariedade das variáveis a incluir no modelo e a sua ordem
de integração foi utilizado o teste de Dickey Fuller Aumentado (ADF)77. O teste ADF resulta
do teste de raízes unitárias proposto por Dickey e Fuller evidenciado por Greene (Greene,
2008) e consiste nas seguintes especificações de acordo com as características da série
analisada:

Yt  Yt 1  i i 1 Yt i  t


p
(2)


p
Yt    Yt 1  i i 1
Yt i  t (3)


p
Yt    t  Yt 1  i i 1
Yt i  t (4)

A variável em estudo corresponde a Yt , onde  é equivalente à constante e, t à

tendência linear. O teste inclui p desfasamentos da variável dependente, de modo a corrigir


a presença de autocorrelação dos erros. As hipóteses subjacentes :
H0 :   0
H1 :   0
Sob H0 a série é integrada de ordem 1 (I(1)) e por isso não estacionária contra H1
em que a série é integrada de ordem 0 (I(0)) e estacionária. Refira-se que a rejeição de H0
na equação (2), Yt é estacionária com média nula. Na equação (3) Yt é estacionária com
média diferente de zero e na equação (4) Yt é estacionária em torno de uma tendência
determinística.
De acordo com os resultados dos testes de raízes unitárias obtidos na Tabela 6,
todas as variáveis são I(1) e por isso o modelo VAR foi estimado com as variáveis em
primeiras diferenças (I(0)) após diferenciação.

77
ADF – Augmented Dickey-Fuller

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Tabela 6: Teste ADF

Nível Diferenças
ADF Valor crítico I(p) ADF Valor crítico I(p)

IDE -2.316226 -2.878212 I(1) -12.18406 -1.942699 I(0)

EXP -1.494579 -2.878113 I(1) -18.10681 -1.942677 I(0)

IPI -1.841763 -2.878311 I(1) -13.93065 -1.942699 I(0)

VDAX -1.269933 -1.942645 I(1) -11.49893 -1.942666 I(0)

Fonte: Criação do autor

Uma vez retirada a conclusão de que as séries são integradas de ordem 1, é


importante avaliar as relações de cointegração78 entre as variáveis. Se duas ou mais
variáveis são individualmente não estacionárias, mas a combinação linear entre elas dá
origem a uma variável estacionária, conclui-se que são cointegradas o que sugere que
existe uma relação de longo prazo entre elas. Os testes de cointegração têm por objectivo
verificar se a combinação linear de variáveis I(1) é estacionária.
Tendo presente os pressupostos, anteriores de que as variáveis têm a mesma ordem
de integração, recorreu-se ao teste de Johansen (Johansen, 1988) para estudar a
cointegração das séries que vão ser consideradas no modelo VAR. Este procedimento
permite estimar um vector de cointegração, sendo que para k variáveis podem existir, no
máximo, k-1 vectores de cointegração linearmente independentes.
O teste foi realizado para as variáveis em níveis, com três desfasamentos uma vez
que é esta a ordem do VAR que minimiza o critério de Schwarz e, considerou-se uma
tendência determinística linear nos dados com constante e com tendência na equação
cointegrante.
A análise da tabela 7 tem como ponto de partida a rejeição da hipótese de não
existirem relações cointegrantes (linha 1). Prossegue-se para a linha seguinte em que se
testa a hipótese de existir, no máximo, um vector cointegrante. Uma vez que esta hipótese
não é rejeitada a análise não prossegue para a linha seguinte e com base na estatística do
traço, conclui-se que existe, no máximo, um vector cointegrante. Esta conclusão confirma a
existência de uma relação de longo prazo entre as três variáveis.

78
Engle-Granger (1987)
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 70


Tabela 7: Teste de Cointegração (IDE, IPI e VDAX)

Unrestricted Cointegration Rank Test (Trace)


Hypothesized Trace 0.05
No. of CE(s) Eigenvalue Statistic Critical Value Prob.**
None * 0.206450 61.28895 42.91525 0.0003
At most 1 * 0.070892 21.28465 25.87211 0.1677
At most 2 * 0.048297 8.563858 12.51798 0.2090

Trace test indicates 1 cointegrating eqn(s) at the 0.05 level


* denotes rejection of the hypothesis at the 0.05 level
**MacKinnon-Haug-Michelis (1999) p-values

Fonte: Criação do autor

Uma análise semelhante foi efectuada para averiguar se existe uma relação de
cointegração entre as variáveis IDE, IPI e EXP (cf. Apêndice 12), concluindo-se que existem,
no máximo, dois vectores cointegrantes.

____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 71


5.2. - Teste de Causalidade de Granger
Gráfico 29: Causalidade Granger “X
O teste de causalidade de Granger79 causa IDE”
baseia-se numa relação de precedência temporal
e procura determinar o sentido causal entre duas
variáveis, estipulando que X causa Y no sentido
de Granger, em que os valores passados de X
ajudam a prever o valor presente de Y. Na
análise efectuada pretende-se identificar um
indicador avançado, do tipo “X causa IDE” e se
existe causalidade estatística entre as diversas
variáveis em análise.
Em termos de análise, uma das hipóteses
evidentes de Granger conforme referenciado por
Gujarati (Gujarati, 2003), é que a informação
Fonte: Criação do autor
relevante para a previsão das variáveis X e Y
Gráfico 30: Causalidade Granger
está contida exclusivamente, nas séries “IDE causa Y”
temporais dessas variáveis. Neste caso o
procedimento adoptado passa por testar se, os
valores desfasados de Y podem melhorar, ou
não, a explicação de X obtida a partir dos seus
próprios desfasamentos80. O teste consiste em
estimar as duas regressões, em que μ1t e μ2t são
perturbações aleatórias não correlacionadas
entre si:
n n
X t   iYt i    i X t i  1t (5)
i 1 i 1
Legenda da figura:

Yt   iYt i  i X t i 2t (6)


- X causa Y

- X não Causa Y

Fonte: Criação do autor

79
O teste de causalidade de Granger parte do pressuposto de que o futuro não pode prever o passado. Por
exemplo, se o evento X ocorre depois do evento Y, sabemos que X não pode causar Y. Ao mesmo tempo, se X
ocorre antes que Y, isso não significa que X, necessariamente, cause Y.
80
O desfasamento das variáveis foi determinado recorrendo aos critérios de informação de Akaike e de
Schwarz. Os resultados dos testes de Granger devem ser entendidos com alguma cautela uma vez que são
muito sensíveis ao número de desfasamentos escolhidos para as variáveis.
____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 72


As variáveis X e Y das equações (5) e (6) devem ser estacionárias. Se os
coeficientes desfasados de Y são, no seu conjunto, estatisticamente diferentes de zero na
equação (5), podemos dizer que Y causa X no sentido de Granger. Do mesmo modo, se os
coeficientes desfasados de X são no seu conjunto, estatisticamente diferentes de zero na
equação (6), podemos dizer que X causa Y. Na situação em que o conjunto dos coeficientes
de Y e de X são estatisticamente diferentes de zero nas duas regressões pode concluir-se
pela existência de uma causalidade bidireccional.
Da análise efectuada (cf. Apêndice 13) verificamos que os dados obtidos permitem
concluir que as variáveis IPI, EXP e PIB verificam uma relação de causalidade bidireccional
com o IDE, com três desfasamentos no caso das duas primeiras e cinco para o PIB.
Relações de causalidade unidireccionais são estabelecidas no sentido em que “ZEW causa
IDE”, com dois desfasamentos, e “VDAX causa IDE”, com três desfasamentos. Como
retratam os gráficos da página anterior não se verificam relações de causalidade entre as
restantes variáveis que foram sujeitas ao teste e o IDE, o que significa que os coeficientes
estimados em cada uma das equações não são estatisticamente significativos.
Numa primeira análise pode aferir-se, por um lado, que os indicadores de actividade
económica podem antecipar de forma significativa variações no IDE, e por outro, que os
indicadores financeiros poderão ter um papel semelhante.
O teste de Granger deve ser entendido do ponto vista essencialmente estatístico
merecendo particular relevo no presente trabalho como uma ferramenta complementar à
interpretação dos resultados obtidos na estimação dos modelos VAR que se apresenta na
secção seguinte.

____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 73


5.3. – Estimação do modelo VAR

5.3.1 - Número de desfasamentos no VAR


Na elaboração do modelo VAR tem-se em consideração, o número de
desfasamentos que deverão ser utilizados nos modelos, uma vez que um número excessivo
de desfasamentos origina a perda de graus de liberdade.
O número de desfasamentos é determinado através dos critérios de AIC (Akaike
Information Criterion) e, ou pelo critério SBC (Schwarz Bayesian Criterion). Através do uso
da aplicação econométrica EViews, foram testados diferentes desfasamentos, tendo sido
escolhidos aqueles onde o valor de AIC e SBC são os menores, resultando no caso do
modelo apresentado, com um desfasamento de três períodos, conforme as tabelas 8 e 9
abaixo apresentadas.

Tabela 8: Escolha do nº de lags (IDE, IPI e VDAX)

Lag LogL LR FPE AIC SC HQ


0 -3.810.750 NA 3.65e+15 44.34593 44.40083 44.36820
1 -3.761.956 95.31768 2.30e+15 43.88321 44.10281 43.97231
2 -3.727.357 66.38292 1.70e+15 43.58554 43.96983 43.74146
3 -3.642.538 159.7742* 7.06e+14* 42.70393* 43.25292* 42.92667*

Tabela 9: Escolha do nº de lags (IDE, EXP e VDAX)

Lag LogL LR FPE AIC SC HQ


0 -5.600.831 NA 4.00e+24 65.16083 65.21573 65.18310
1 -5.560.453 78.87799 2.77e+24 64.79597 65.01556 64.88506
2 -5.522.063 73.65462 1.97e+24 64.45423 64.83851 64.61014
3 -5.451.102 133.6715* 9.59e+23* 63.73374* 64.28273* 63.95648*

* indicates lag order selected by the criterion


LR: sequential modified LR test statistic (each test at 5% level)
FPE: Final prediction error
AIC: Akaike information criterion
SC: Schwarz information criterion
HQ: Hannan-Quinn information criterion

Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 74


5.3.2 – Estimação do modelo VAR

O método de estimação utilizado baseou-se no modelo VAR sem restrições,


recorrendo ao método dos mínimos quadrados, para cada uma das equações
individualmente. A aplicação deste método, conduz à estimação eficiente do sistema VAR
dado que as variáveis endógenas do segundo membro são idênticas e com igual número de
desfasamentos em cada equação do modelo.
Por forma a identificar um indicador avançado para o IDE foram estimados dois
modelos que usaram como variáveis o índice de produção industrial (IPI), as exportações
(EXP) e o indicador de sentimento económico da economia alemã VDAX, as quais estão
reflectidas nas equações (7), (8) e (9)81, tendo por base o número de desfasamentos
anteriormente identificados.

(7)

(8)

(9)

No segundo modelo as equações incluem a variável EXP em substituição da variável


IPI.
Os resultados apresentados no Apêndice 17, permitem concluir que para alguns
desfasamentos das variáveis consideradas no modelo, os coeficientes estimados não são
estatisticamente significativos, possivelmente pela presença de multicolinearidade. No
entanto, o teste baseado na estatística F (cf. apêndice 18) indicia significância conjunta do
modelo82. Outras variáveis, com destaque para o PIB83, não apresentaram significância
estatística dos parâmetros estimados devido à forte correlação com outras variáveis,
nomeadamente o IPI.

81
Os valores das estimativas dos parâmetros β, α e γ encontra-se no apêndice 17.
82
Os critérios de Akaike e Schwarz para comparação de modelos alternativos indiciaram os melhores resultados
combinando a parcimónia em número de parâmetros e em robustez de resultados.
83
Causalidade bidireccional no sentido de Granger.
____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 75


Destaca-se a significância individual84 das exportações e do índice de produção
industrial nos desfasamentos dois e três, o que significa que uma variação numa destas
variáveis em “t”85 tem um reflexo no IDE nos períodos “t+2” e “t+3” respectivamente. Da
mesma forma a variável VDAX, tem um comportamento semelhante em “t+2”, conforme
apresentado nos seguintes gráficos.
Gráfico 31:Análise do EXP

Legenda dos gráficos:

84
Conforme resultados da estatística T-Student para um nível de significância de 5%.
85
t - tempo
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 76


Gráfico 32:Análise do IPI

Fonte: Criação do autor

Gráfico 33:Análise do VDAX

Fonte: Criação do autor


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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 77


Os sinais dos coeficientes estimados, corroboram a relação económica entre as
variáveis visto que seria expectável uma reacção positiva do IDE, face a uma variação de
cada uma das variáveis do modelo.
A interpretação dos resultados satisfaz o propósito a que se destina o caso empírico
deste estudo. O índice de produção industrial e as exportações são as variáveis
estatisticamente mais robustas na sua função de indicadores avançados para o IDE. O
indicador de sentimento económico da economia alemã, apresenta uma significância menor
mas com resposta positiva esperada pela teoria económica.
Relativamente à interpretação dos resultados, destaca-se a possibilidade da
antecipação de tendências positivas no IDE, na sequência da evolução ascendente da
actividade industrial bem como da maior capacidade exportadora da economia nacional
como já foi também revelado pelos testes de Granger. O tempo de reacção de resposta da
variável IDE, poderá não ser estável para todo o horizonte temporal uma vez que está muito
dependente do ciclo económico que a economia vivencia e, de alterações estruturais
inesperadas.
No que respeita ao indicador financeiro de sentimento económico as relações de
causalidade identificadas parecem corroborar os estudos nesta matéria (Stock & Watson,
1989), sobre indicadores avançados e coincidentes. As variáveis financeiras têm
evidenciado historicamente que leituras em alta (baixa) antecipam movimentos positivos
(negativos) nas variáveis da economia real.
Relativamente à estabilidade do modelo o Gráfico 34 apresenta todas as raízes do
polinómio autogressivo dentro do círculo unitário. Esta conclusão seria esperada pelo facto
de o modelo integrar variáveis com valores em diferenças, cumprindo o requisito de
estacionariedade.
Raízes
Gráfico 34: do polinómio
Raízes Autoregressivo
do polinómio Autoregressivo

1.5

1.0

0.5

0.0

-0.5

-1.0

-1.5
-1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5

Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 78


A análise dos processos VAR incide no efeito total da variação numa determinada
variável. No sistema de equações (7), (8) e (9) qualquer coeficiente individual capta apenas
uma parte importante desse efeito, isto é, capta o impacto de um único valor desfasado de
uma variável concreta numa outra mantendo constantes as restantes. Deste modo, a
interpretação individual dos coeficientes estimados tem algumas limitações em termos do
efeito global que se pretende captar. Estas restrições são atenuadas pela análise das
funções impulso-resposta, que constituem uma ferramenta complementar muito utilizada no
âmbito da metodologia de Vectores Autoregressivos. A análise destas funções é
apresentada na secção seguinte.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 79


200000 20000

-200000 -20000

-400000 -40000

5.4. - Funções Impulso-Resposta -600000 -60000


2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
A análise das funções impulso-resposta,
Gráfico 35: Funções Impulso-
permite verificar os efeitos de reacção ao longo Resposta das exportações no IDE
do tempo, das variáveis endógenas, a choques ou Response to Cholesky One
inovações nas perturbações num determinado Response of IDE_DIF1 to EXPORT_DIF1
800000 800
momento do tempo (Naka & Tufte, 1997). Dos
600000 600
testes efectuados obtiveram-se dois modelos, um 136.740,9

400000 400
primeiro em que as variáveis identificadas foram 257.617,4

200000 200
as exportações e o indicador de sentimento
0
económico VDAX e, um segundo modelo que tem
-200000 -200
por base o índice de produção industrial e o
-400000 -400
indicador VDAX (cf. Apêndice 15 e Apêndice 16).
-600000 -600
No caso do primeiro modelo, podemos verificar no
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Gráfico 35 o impacto do choque das exportações
Fonte: Criação do autor
sobre o IDE e no Gráfico 36, está reflectido o
efeito do VDAX, sobre o IDE. No caso do impacto
de uma variação positiva das exportações, a
função de impulso-resposta mostra um efeito
complementar no IDE.
Um choque das exportações tem um
reflexo positivo em termos de antecipação da Gráfico 36: Funções Impulso-
Response to Cholesky One S.D. Innovations
Resposta ± 2 S.E. VDAX no IDE
do indicador
variação no IDE de dois e de três meses
conforme o queResponse
se podeofobservar noEXPORT_DIF1
IDE_DIF1 to Gráfico 35. Response of IDE_DIF1 to VDAX_DIF
800000 800000
O efeito do choque das exportações acaba por
600000 600000
começar a “diluir-se” no tempo, a partir do décimo 97.590,33

400000 400000
primeiro mês.
200000 200000
No caso do indicador VDAX, um choque
0 0
com uma variação positiva gera no segundo mês
-200000 -200000
um efeito complementar no IDE em termos da
-400000 -400000
função de impulso-resposta, em que o impacto do
-600000 -600000
VDAX tem um reflexo
2 4 6 em
8 termos de16antecipação
10 12 14 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

da variação positiva do IDE conforme o que se


pode observar no Gráfico 36. No caso deste
Fonte: Criação do autor
indicador o efeito do choque é menos expressivo
e, acabando por se começar a “diluir” no tempo, a partir do oitavo mês.

____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 80


Em relação ao segundo modelo, onde se
Gráfico 37: Funções Impulso-
analisaram as variáveis, índice de produção Resposta do índice de produção
industrial e o indicador económico VDAX (cf. industrial no IDEto Cholesky One
Response
Apêndice 15 e Apêndice 16), podemos observar
Response of IDE_DIF1 to IPI_DIF1
que o índice de produção industrial tem um 800000 80

comportamento similar ao observado das 600000 153.961,9 60

exportações, sendo que este apresenta um 400000 231.015,5 40

reflexo em termos de antecipação da variação 200000 20

positiva no IDE de dois e de três meses conforme 0

o que se pode observar no Gráfico 37. -200000 -20

No caso da análise efectuada em relação -400000 -40

ao IPI, constatou-se que após um choque no -600000 -60


2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
período “t” o IDE sofre uma variação positiva no
mês três, observando-se na análise efectuada um Fonte: Criação do autor

valor de 153.961,9 milhões de euros e, por outro


lado é também possível observar um impacto
superior de 231.015,5 milhões de euros, no mês
Gráfico 38: Funções Impulso-
seis como é possível verificar no Gráfico 37. O Resposta do VDAX no IDE
efeito do choque do índice de produção industrial
Response to Cholesky One S.D. Innovations ± 2 S.E.
acaba por “diluir” no tempo, a partir do décimo
Response of IDE_DIF1 to IPI_DIF1 Response of IDE_DIF1 to VDAX_DIF
primeiro 800000
mês. 800000

O600000
segundo modelo permite também 600000 93.834,89

concluir 400000
que um choque no indicador VDAX, com 400000

uma variação
200000 positiva gera um efeito 200000

complementar
0 do IDE no segundo mês, em 0

termos -200000
da função impulso-resposta em que o -200000

impacto-400000
do VDAX tem um reflexo em termos de -400000

antecipação
-600000
da variação positiva do IDE -600000
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
conforme o que se pode observar no Gráfico 38.
No caso deste indicador, o efeito do choque é
menos expressivo e acaba por se “diluir” no Fonte: Criação do autor
tempo, a partir do oitavo mês.
Em resumo, quando uma variável do modelo sofre um choque, todas as restantes
variáveis endógenas incluídas no VAR são afectadas através da estrutura dinâmica do
modelo. O choque ocorre num momento inicial e o efeito sobre as variáveis de interesse
pode ser obtido para o horizonte temporal desejado. Uma vez que as funções impulso-

____________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 81


resposta dependem da especificação do modelo VAR, a sua interpretação deve ser feita de
forma cuidadosa, em especial quando existirem motivos para acreditar que o modelo pode
não incorporar todas as variáveis relevantes visto que os eventuais efeitos decorrentes de
variáveis omitidas são assumidos como inovações, ou seja, como efeitos provocados pelos
choques exógenos.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 82


Conclusões

Sendo o IDE um importante factor de desenvolvimento da economia, muito apetecido


pelos diferentes países pelo investimento efectuado em termos de criação de novas
empresas ou, pela aquisição de empresas existentes e, tendo um efeito directo e indirecto
em termos de aumento do emprego com reflexo no PIB, é deveras importante perceber a
forma como os investimentos são efectuados. Os diversos autores que se debruçaram sobre
esta temática fizeram-no usando para análise dados de painel, sendo o estudo apresentado
inovador em termos aplicacionais sobre o IDE, pelo facto de usar Vectores Autoregressivos.
O estudo efectuado permitiu aferir que no período analisado, os países que mais
investem têm uma relação de proximidade com Portugal, pelo facto de cerca de oitenta por
cento dos investimentos em IDE serem efectuados pela Alemanha, Espanha, Reino Unido,
França e Holanda. Foi possível também verificar que a maior parte do investimento recai
sobre as indústrias transformadoras, comércio por grosso e a retalho, reparações,
alojamento, restauração, actividades mobiliárias, alugueres e serviços prestados às
empresas.
Relevante é também o facto de que os investimentos efectuados em termos de IDE
passarem por créditos, empréstimos e suprimentos de curto prazo, permitindo assim apurar
que o investimento em „greenfield‟ é reduzido ou seja, existe uma fraca captação em termos
de IDE, no que se refere à criação de unidades novas.
Foi possível verificar de que para além do que é investido existe uma importante
parcela em termos de “desinvestimento”, afectando de uma forma mais ou menos negativa o
saldo de cada um dos países investidores. Desta forma é possível constatar que a Espanha
é o país que maior saldo positivo apresenta, seguida da Holanda, Reino Unido, França e por
último a Alemanha, que apresenta o saldo mais baixo (cf. Gráfico 28)
Não menos importante é a análise realizada sobre pontos fracos e os pontos fortes
do país, permitindo verificar em consonância com o relatório do WEF, que um dos factores
mais problemáticos na realização dos negócios em Portugal reside na burocracia e
ineficiência governamental (cf. gráfico 16). A realização da análise „SWOT‟ (cf. Tabela 5) é
relevante no sentido de verificar, para além dos pontos fortes e pontos fracos quais as
oportunidades existentes, por forma a que Portugal possa captar mais IDE e ter atenção às
ameaças, como a Europa de Leste e os BRIC86. Fundamental é a análise dos doze pilares
de competitividade do WEF, que nos permite que Portugal se possa posicionar na 46ª
posição entre 139, (cf. Tabela 4) em termos de competitividade e, num estágio classificado
como orientado à inovação.

86
BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 83


A análise prática aqui apresentada utilizou a metodologia VAR na forma reduzida
para identificar potenciais indicadores avançados para o IDE em Portugal. De acordo com o
propósito do trabalho os resultados foram globalmente cumpridos.
Numa primeira fase realizaram-se testes de causalidade de Granger a fim de
identificar relações bilaterais e/ou unidireccionais entre as variáveis envolvidas no estudo.
As relações de causalidade encontradas foram de encontro às expectativas, tanto no que se
relaciona com as inter-relações entre as variáveis económicas e financeiras como no tempo
de resposta entre as mesmas.
A estimação dos modelos VAR permitiu concluir pela significância individual das
exportações e do índice de produção industrial nos desfasamentos dois e três e do indicador
de sentimento económico (VDAX) com dois períodos de desfasamento. Estas conclusões
estão em linha com estudos realizados nesta área, no sentido de que indicadores de leitura
da actividade económica têm impacto posterior sobre outras variáveis que dependem dos
ciclos económicos. Também há demonstrações de que indicadores de mercado antecipam
mudanças no rumo de variáveis económicas.
A análise das funções de resposta a impulso corroborou os resultados do modelo
VAR com a vantagem de permitir avaliar a repercussão no tempo para além dos
desfasamentos “t+2” e “t+3”. Foram as variáveis IPI e EXP que mostraram um maior efeito
para além dos períodos identificados.
As variáveis que satisfazem o critério de indicadores avançados para o IDE
apresentam um padrão que permite antecipar os movimentos do mesmo em dois e três
meses. Esta antecipação poderá permitir às entidades responsáveis pela captação do IDE,
tomar determinadas medidas por forma a tentar contrariar os movimentos descendentes do
mesmo.
Pode ser indicada como uma das limitações do estudo a ausência no modelo de
variáveis que caracterizam as economias de origem do investimento directo e que possam
ser relevantes na decisão de investir. Foi incorporado no modelo o PIB médio dos principais
países investidores que não apresentou significância estatística devido, provavelmente, à
presença de colinearidade com outras variáveis do modelo.
Como desenvolvimentos futuros, teria interesse a aplicação da mesma metodologia
em articulação com a análise de componentes principais de forma a possibilitar a inclusão
de um maior número de variáveis no modelo através da sua agregação em componentes e
ultrapassar o problema da eventual multicolinearidade.
Ainda no âmbito de desenvolvimentos posteriores, a abordagem dos modelos VAR
na forma estrutural poderia ser enriquecedora em termos de resultados uma vez que

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 84


permite a imposição de restrições às relações entre as variáveis de acordo com a teoria
económica subjacente ao estudo.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 85


Bibliografia

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Pag. 93


APÊNDICES

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias I


Apêndice 1: IDE em Portugal anos 1965~1995

Anos IDE 1965 – 1995


1965 726
1966 834
1967 785
1968 790
1969 755
1970 770
1971 1482
1972 2047
1973 2347
1974 2593
1975 2592
1976 1883
1977 2286
1978 2921
1979 3836
1980 8236
1981 11263
1982 12376
1983 17180
1984 32202
1985 50016
1986 40844
1987 72678
1988 142737
1989 284727
1990 413624
1991 368084
1992 299396
1993 249231
1994 208206
1995 104219

Fonte: Banco de Portugal

Unidade: Milhões de Euros

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias II


Apêndice 2: Dívida das administrações públicas por instrumentos e por detentores

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Classificação por instrumentos
Moeda e depósitos 8.362 9.358 10.082 10.659 11.080 10.921 11.185 13.013 13.679 12.925 12.288
dos quais: Certificados de
Aforro 8.014 8.921 9.639 10.171 10.293 10.214 10.394 11.136 11.584 10.644 10.644
Títulos de curto prazo 864 486 2.226 286 3.804 9.583 12.110 8.901 9.287 15.286 20.080
Obrigações 44.678 46.961 50.662 58.120 57.587 55.984 64.011 71.268 72.535 75.633 86.039
das quais: Obrigações do
Tesouro - taxa fixa 31.672 33.677 40.142 49.604 51.115 51.472 60.556 68.168 70.581 74.617 84.324
Obrigações do
Tesouro - rendimento variável
(OTRV) 4.394 3.231 2.640 1.324 337 0 0 0 0 0 0
Empréstimos de curto prazo 413 603 1.016 619 1.337 2.031 1.415 2.525 3.051 1.169 1.308
Empréstimos de médio e longo
prazo 4.340 4.385 4.446 5.564 4.990 5.514 6.071 4.815 5.150 5.363 6.194
Total 58.657 61.793 68.431 75.248 78.798 84.033 94.792 100.522 103.702 110.377 125.909
em percentagem do PIB 51,4 50,5 52,9 55,6 56,9 58,3 63,6 64,7 63,6 66,3 76,8

Fonte: Banco de Portugal

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias III


Apêndice 3: Saldo IDE Portugal 1965 – 1995

450000

400000

350000

300000

250000

200000 IDE (1965 - 1995)

150000

100000

50000

0
1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Escudos

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias IV


Apêndice 4: Dívida em percentagem do PIB

90,0

80,0

70,0

60,0

50,0

Divida em % do PIB
40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Percentagem

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias V


Apêndice 5 : Evolução do IDE de 1996~2009 dos Cinco Países que mais investem em Portugal
(Alemanha, Espanha, França, Holanda, Reino Unido)

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias VI


IDE Alemanha 1996-2009

Alemanha Período Homólogo Junho 2009/2010

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias VII


IDE Espanha 1996-2009

Espanha Período Homólogo - Junho 2009/2010

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias VIII


IDE França 1996-2009

França Período Homólogo - Junho 2009/2010

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias IX


IDE Holanda 1996-2009

Holanda Período Homólogo - Junho 2009/2010

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros
___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias X


IDE Reino Unido 1996-2009

Período Homólogo - Junho 2009/2010

Fonte: Banco de Portugal


Unidade: Milhões de Euros

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XI


Apêndice 6: Genealogia do paradigma OLI

Ano Título do artigo/livro Contributo


1958 Dunning, J. (1958) American investment in As componentes O e L
identificadas nos investimentos
british manufacturing industry, London: George
directos norte-americanos na
Allen and Unwin. indústria inglesa.

1972 e Dunning, J. (1972) The location of international Os componentes O e L usados


1973 para explicar as
firms in an enlarged EEC. An exploratory paper.
consequências prováveis da
Manchester, Manchester Statistical Society. união da Inglaterra ao Mercado
Comum europeu.
Manchester, 45.

Dunning, J. (1973) The determinants of


international production. Oxford Economic
Papers 25 (3), 289-336.

1976 Dunning, J. (1977) Trade, location of economic Apresentação da teoria


ecléctica da produção
activity and the MNE: A search for an eclectic
internacional e as razões para
approach‟, in Ohlin, B. Hesselborn, P., Wijkman, esta designação. É adicionado
o componente I.
P. (Eds.), The International Allocation of
Economic Activity, London: Macmillan, 395-41.

1980 Dunning, J. (1981a) Explaining the international Aplicação da teoria ecléctica à


explicação da mudança na
direct investment position of countries: Towards
posição de investimento
a dynamic or developmental approach, directo estrangeiro dos países
ao longo de quatro fases de
Weltwirtschaftliches Archiv,117, 30-64.
desenvolvimento económico.

1981 Dunning, J. (1981) International production and Mudança de terminologia. A


teoria ecléctica passa a
the multinational enterprise. London: Allen and
designar-se por paradigma
Unwin. ecléctico. Explicação para a
mudança.

(Continua na página seguinte...)

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XII


1988 Dunning, J. (1988) The eclectic paradigm of Separação das vantagens de
international production: A restatement and posse em dois tipos: as
baseadas nos activos
some possible extensions. Journal of
e as baseadas na
International Business Studies, 19(1), 1-31. coordenação.
Várias sugestões para
investigação aplicando o
paradigma ecléctico –
nomeadamente em matérias
como o desinvestimento
estrangeiro, efeitos do
IDE, dinâmicas envolvendo o
IDE, formalização do
paradigma.

1993 a Uma
Dunning, J. (1993) Multinational enterprises and nova versão do
the global economy, Addisson-Wesley Publishing paradigma ecléctico, que
passa a incorporar IDE
Company.
para melhoria dos recursos
(em paralelo ao IDE que visa
explorar recursos de que já
dispõe).

1993 b Dunning, J.H. (1993b) The globalization of Reconhecimento da


business, London and New York. Routledge. importância da estratégia
como uma variável dinâmica
e específica à empresa com
capacidade para influenciar a
configuração do OLI que as
empresas enfrentam e quais
as suas reacções face à
nova configuração.

(Continua na página seguinte...)

___________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XIII


1995 Dunning, J. (1995) Reappraising the eclectic Extensão do paradigma que
paradigm in the age of alliance capitalism, passa a englobar as
vantagens que emergem da
Journal of International Business Studies 26 (3),
realização de operações de
46 1-19. valor acrescentado e das
relações com instituições
e/ou recursos localizados em
países estrangeiros. Ou seja,
incorpora fenómenos que
descreve como
característicos de uma época
de alianças entre empresas.

1996 Dunning, J. & Narula. R. (Eds.) (1996) Foreign Extende o pensamento sobre
direct investment and governments. London and a internacionalização como
um processo gradual
New York: Routledge.
(investment development
path) e junta uma quinta fase
de desenvolvimento para
englobar o IDE que visa
procurar recursos (asset
seeking FDI).

1998/9 Dunning, J. (1998) Location and the multinationalAnalisa como os


enterprise: A neglected factor, Journal of desenvolvimentos
tecnológicos e a globalização
International Business Studies 29 (l), 45-66.
afectam o conteúdo e a
configuração das vantagens
Dunning, J. (1999) Globalization and the theory OLI, com uma referência
específica ao crescimento
of MNE activity, in Hood, N. e Young, S. (Eds.),
entre os países da Tríade ao
The Globalization of Multinational Enterprise IDE do tipo que procura
Activity, London: Macmillan, 21-54. recursos. Ou seja, explica o
investimento intra-triade de
investimentos do tipo
resource seeking.

(Continua na página seguinte...)

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XIV


1999 Dunning, J. & Dilyard, J.(1999) Towards a Extensão do paradigma OLI que
general paradigm of foreign direct and passa a incorporar componentes
de investimento estrangeiro de
foreign portfolio investment, Transnational
carteira (portanto, de mais curto
Corporations 8(l), 1-52. prazo).

2000 Dunning, J. (2000) The eclectic paradigm as O paradigma é apresentado como


an envelope for economic and business uma teoria envelope da empresa
multinacional que congrega teorias
theories of MNE activity, International
e conceitos complementares
Business Review, 9(l), 163-190. fundados na economia, na teoria
organizacional e de gestão.
Novos desafios colocados ao
paradigma ecléctico.

Fonte: Dunning (Dunning, 1999)

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XV


Apêndice 6: Top das 30 línguas por número de falantes nativos

approximate
number of Where is it spoken as an official
Language speakers language?

1. Mandarin NATIVE: 873 million OFFICIAL: People's Republic of China,


Chinese 2nd: 178 million Republic of China, Singapore
TOTAL: 1.051
billion

2. Hindi NATIVE: 370 million OFFICIAL: India, Fiji


2nd:120 million
TOTAL: 490 million

3. Spanish NATIVE: 350 million OFFICIAL: Argentina, Bolivia, Chile,


2nd: 70 million Colombia, Costa Rica, Cuba, Dominican
TOTAL: 420 million Republic, Ecuador, El Salvador,
Equatorial Guinea, Guatemala, Honduras,
Mexico, Nicaragua, Panama, Paraguay,
Peru, Spain, United States (New Mexico,
Puerto Rico, Uruguay, Venezuela

4. English NATIVE: 340 million OFFICIAL: Antigua and Barbuda,


TOTAL: 510 million Australia, The Bahamas, Bangladesh,
Barbados, Belize, Botswana, Brunei,
Cameroon, Canada, Dominica, Ethiopia,
Eritrea, Fiji, The Gambia, Ghana,
Grenada, Guyana, Hong Kong (People's
Republic of China), India, Ireland,
Jamaica, Kenya, Kiribati, Lesotho, Liberia,
Malawi, Maldives, Malta, Marshall Islands,
Maritius, Micronesia, Namibia, Nauru,
New Zealand, Nigeria, Pakistan, Palau,
Papua New Guinea, Philippines, Rwanda,
Saint Kitts and Nevs, Saint Lucia, Saint
Vincent and the Grenadines, Samoa,
Seychelles, Sierra Leone, Singapore,
Solomon Islands, Somolia, South Africa,
Sri Lanka, Swaziland, Tanzania, Tonga,
Trinidad and Tobago, Tuvalu, Uganda,
United Kingdom, United States, Vanuatu,
Zambia, Zimbabwe.

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XVI


5. Arabic NATIVE: 206 million OFFICIAL: Modern Standard Arabic:
2nd: 24 million Algeria, Bahrain, Chad, Comoros, Djibouti,
TOTAL: 230 million Egypt, Eritrea, Iraq, Israel, Jordan, Kuwait,
Lebanon, Libya, Morocco, Niger, Oman,
[World Almanac est. Palestinian Territories, Quatar, Saudi
total 255 million] Arabia, Somalia, Sudan, Syria, Tunisia,
United Arab Emirates, Western Sahara,
Yemen. | Hasaniya Arabic: Mauritania,
Senegal
NATIONAL: Mali

Note: These figures combine all the


varieties of Arabic. Some data sources,
e.g. CIA World Fact Book, World
Almanac, Ethnologue, treat these varieties
as separate languages.

6. Portuguese NATIVE: 203 million OFFICIAL: Portugal ,Angola, Brazil, Cape


2nd: 10 million Verde, East Timor, Guinea-Bissau, Macau
TOTAL: 213 million (People's Republic of China),
Mozambique, , São Tomé e Príncipe.

7. Bengali NATIVE: 196 million OFFICIAL: Bangladesh, India (Tripura,


TOTAL: 215 million West Bengal)

8. Russian NATIVE: 145 million OFFICIAL: Abkhazia (part of Georgia),


2nd: 110 million Belarus, Kazakhstan, Kyyrgyzstan,
TOTAL: 255 million Russia, Transnistria (part of Moldova).

9. Japanese NATIVE: 126 million OFFICIAL: Japan, Palau


2nd: 1 million
TOTAL: 127 million

10. German NATIVE: 101 million OFFICIAL


2nd: 128 million
TOTAL: 229 million

Fonte: Ethnologue Languages of the World, 15th ed. (2005)

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XVII


Apêndice 7: Variáveis

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XVIII


Car
Bal Bal Inq t
Tec Tec IDE Sent Conj Enc ZEW ZEW PIB
IDE Exp Imp Rend Cred Deb Liq IPC Inf Econ Const om IPI IVN VDAX VIX Exp Sit PIB t.v.h IFO

Q1 1044272 4897159 6452787 1072103 27386 119363 232425 77,34 2,4 95,4 -6 -39 93,5 81,2 13,35 18,88 31,5 -77,6 22612,6 5 89,8
1996

Q2 1086170 4869964 6763537 1034064 25343 111637 174202 78,28 3,5 102,1 3 -33 89,6 73,6 11,49 13,68 65,1 -80,1 23065 5,4 89,5

Q3 1250743 4568928 6216540 1063898 30563 110506 549358 78,67 3,4 97,2 3 -30 93,3 80,7 10,87 16,95 71 -66,3 23661,5 7,3 93,8

Q4 1248343 4986811 7464409 1036963 63313 133399 77696 78,67 3,4 100,8 6 -30 81,9 77,3 15,19 20,92 69,3 -46,6 23747,9 6,5 93,1

Q1 1504205 5039127 7098129 1084264 43916 149364 462657 79,14 2,5 108,7 9 -17 96,8 79,7 17,46 22,14 65,7 -56,9 24438,6 8,1 93,8
1997

Q2 1608110 5337616 7680341 1244762 41921 125332 378730 79,53 2,4 112 7 -10 94,8 84,8 21,08 21,53 68,1 -47,7 25081,1 8,7 96,2

Q3 2064882 5155804 7262594 1239707 65318 141339 342045 79,84 1,6 112,7 12 3 94,8 86,7 25,4 22,91 71,9 -32,5 25586,3 8,1 99,7

Q4 2774978 5859288 8668479 1291479 68175 167312 879994 80,31 2,6 115 8 -7 84,1 83,4 27,54 24,01 61,9 -22 25875,4 9 99,6

Q1 2173507 5675896 8204957 1304284 52492 232427 487206 80,31 2,3 116,2 4 -21 103 93,9 26,04 24,22 51 -18,9 26553,6 8,7 99,3
1998

Q2 2095726 5851978 8945397 1406254 47833 152319 162520 81,64 2,9 113,8 -4 -19 95,7 89,6 25,27 19,71 68,7 -0,7 27337,8 9 99,0

Q3 3641712 5461802 8125127 1338281 76539 157493 1676021 81,56 3,1 115,8 -12 -27 102 91,1 47,85 40,95 22,8 3,4 27895,4 9 96,2

Q4 3161268 5836119 9425173 1495526 62997 192963 374202 82,57 3,2 109 -18 -29 87,7 82,8 33,42 24,42 -24,9 -4,3 28317,4 9,4 95,0

Q1 3118490 5743827 8710347 1265846 58614 181313 476460 82,57 3 108,8 -15 -30 105,6 94,5 26,09 23,26 9,2 -27,3 28921,2 8,9 94,0
1999

Q2 2867086 5872631 9375702 1471695 48047 163090 -170903 83,35 2,3 107,5 -4 -27 99,8 88,5 22,33 21,09 56,4 -27,1 29342,3 7,3 95,0

Q3 3751550 5711531 9025340 1426908 81208 202470 344064 83,12 2 108,3 -3 -32 102,2 91,6 26,01 25,41 80,7 -8,8 29851,1 7 97,5

Q4 3894064 6379021 10782842 1572894 89223 212224 436121 83,98 2 111,3 1 -25 93,4 89,9 28,94 24,64 84,4 -1,6 30255,6 6,8 99,9

Q1 6382210 6605562 10693604 1635356 71799 224323 2217615 83,74 1,5 114,2 0 -25 101,8 97,9 26,83 24,11 83,7 21,6 31005,4 7,2 100,9
2000

Q2 6803250 6535847 10713369 2218000 52945 163191 1260793 85,7 2,9 111,7 -7 -31 101,5 99,8 21,01 19,54 77,1 35 31291,2 6,6 100,6

Q3 6208691 6616381 10204699 1798248 87140 162559 2299985 86,09 3,4 110 -3 -33 106,1 101,9 20,6 20,57 40,8 45,8 32211,6 7,9 99,0

Q4 7200436 7451552 12030032 2149048 93875 172683 1423579 87,18 3,9 109,5 -4 -25 96 93,8 23,37 26,85 -0,1 32,3 32499,3 7,4 97,9

Q1 6881865 7099475 11002245 2380034 49380 159597 1114618 88,04 5 105,6 -14 -26 112,6 104,4 24,87 28,64 -10,4 10,4 32730,2 5,6 95,8
2001

Q2 8051501 7227808 11527975 2814339 90225 144807 3822431 89,6 4,4 112 9 -21 105,8 102,8 18,73 19,06 -8,1 -19,1 33286,2 6,4 91,5

Q3 5192143 6379424 10430442 2407967 57747 135356 780199 89,6 4 102,5 -3 -22 106,5 98,5 35,87 31,93 13,7 -60,2 33660,2 4,5 88,0

Q4 7740809 7154567 11552774 2604081 74299 165595 1245512 90,62 3,7 99,6 -7 -10 97,2 95,8 26,07 23,8 25,8 -87,8 34460,3 6 88,0
2002

Q1 5880696 6883847 10419610 2034341 78150 203342 1044213 90,93 3,3 101,8 -19 -37 109,9 100,6 19 17,4 71,2 -80 34596,2 5,7 91,5

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XIX


5481
Q2 224 7394516 11054454 2480178 81114 188433 231142 92,73 3,4 97,7 -20 -48 105,6 96,6 32,13 25,4 69,6 -75,9 35049,3 5,3 91,2

Q3 4276657 6749519 10330680 2013923 90626 145338 511464 93,04 3,7 93 -27 -47 104,7 100,5 57,96 39,69 39,5 -84,3 35244,9 4,7 88,8

Q4 6068586 7436895 11426380 1856075 97987 166684 124939 94,21 4,1 88 -44 -52 94,9 88,6 46,55 28,62 0,6 -95,4 35251,7 2,3 87,3

Q1 6531837 7389259 10342513 1950062 85267 174562 -1002748 94,37 3,9 83,5 -36 -72 106,9 95,7 45,56 29,15 17,7 -96,1 35330,1 2,1 89,2
2003

Q2 12315561 7242105 10510796 2179973 70485 150507 6243797 95,85 3,3 86,8 -40 -71 102,7 92,4 27,44 19,52 21,3 -95,8 35526,7 1,4 90,6

Q3 5356556 7001660 10348931 1930228 80366 149495 810105 96,01 3,1 89,8 -31 -66 107,4 100 32,04 22,72 60,9 -91,7 35864,3 1,8 92,9

Q4 8020415 7632829 11504457 2123830 100552 166703 282698 96,4 2,4 92,4 -31 -63 96,7 91 20,7 18,31 73,4 -83,7 36293,4 3 97,1

Q1 5816637 7526209 10950000 2140868 89299 162338 927676 96,48 2,3 97,6 -35 -66 110,8 108,5 22,14 16,74 57,6 -72,7 36623,3 3,7 94,7
2004

Q2 8825537 7884494 12034006 2621152 91514 171710 3048553 99,37 2,7 98,3 -28 -67 104 100,5 17,86 14,34 47,4 -69,8 37181 4,7 94,3

Q3 5150625 7356660 11333871 2345145 118386 189133 563937 98,04 2,1 102,4 -23 -63 104,3 105,4 16,96 13,34 38,4 -61,5 37381,4 4,2 95,1

Q4 7318423 8157599 12950741 2355833 100160 156627 -2982084 98,9 2,5 97,1 -26 -60 93,7 96,2 13,68 13,29 14,4 -64,2 37641,4 3,7 96,4

Q1 6629110 7582921 11639444 2647971 87299 172617 1486778 98,67 2,2 96 -28 -62 103,6 102,5 12,22 14,02 36,3 -66 37859,6 3,4 93,9
2005

Q2 6317950 7858643 12545307 3010530 93662 185613 1221388 99,99 1,6 92 -23 -59 104,2 105,7 11,24 12,04 19,5 -70 38498,4 3,5 93,2

Q3 5908126 7570860 12015462 2700955 100206 160319 952604 100,7 2,8 93,6 -28 -63 101,7 107,8 15,38 11,92 38,6 -58,1 38492,9 3 96,5

Q4 8821450 8134849 13173076 3017358 144881 197979 -500929 101,4 2,6 95,6 -32 -62 97,6 100,1 14,12 12,07 61,6 -44,4 38877,6 3,3 99,8

Q1 7049439 8640541 13202097 3812911 193867 229030 1304730 102,42 3,9 92,4 -31 -61 109,3 114,3 14,03 11,39 63,4 -8,4 39435,1 4,2 105,6
2006

Q2 8225783 9034937 13783374 4696436 158809 227362 2825379 103,52 3,7 97,1 -31 -68 104,8 113,8 16,89 13,08 37,8 11,9 39887,2 3,6 106,7

Q3 7930946 8780050 13249829 4211262 198787 224405 2273560 103,71 3 99 -28 -66 104,6 113,2 15,25 11,98 -22,2 38,9 40220,7 4,5 104,9

Q4 9613965 9381350 14007744 4412969 198217 241867 2291735 103,93 2,5 101 -27 -70 103,4 104,7 13,85 11,56 -19 63,5 40730,4 4,8 108,9

Q1 8972591 9726356 13647304 4300151 217559 203441 1530636 104,88 2,3 102,5 -24 -65 111 115,4 15,91 14,64 5,8 69,2 41792,1 6 107,6
2007

Q2 7757251 9792635 14513035 5252872 221409 213786 -147155 106 2,4 103,9 -24 -58 104 112,4 18,13 16,23 20,3 88,7 41992 5,3 106,9

Q3 7400641 9210979 14057906 4893539 242948 233288 1002732 105,75 2,1 103,7 -25 -56 104 107,5 17,07 18 -18,1 74,4 42168,8 4,8 104,0

Q4 8503318 9794902 15512969 5064329 352784 262062 -148606 106,77 2,7 102,5 -28 -61 97,5 105,7 16,36 22,5 -37,2 63,5 42784,1 5 103,2

Q1 8275887 10291355 15562862 4562156 294212 265891 1482108 108,18 3,1 102,1 -20 -54 100,5 111,8 23,74 25,61 -32 32,1 42984,6 2,9 104,7
2008

Q2 8571602 10373097 16250087 5644442 267395 257688 261992 109,6 3,4 97,5 -25 -57 100,5 115,2 22,06 23,95 -52,4 37,6 43192,7 2,9 101,1

Q3 7792677 9768588 15717154 5250684 277045 263478 821263 109,11 3,1 91,5 -29 -60 101,7 115,4 33,67 39,39 -41,1 -1 43101,5 2,2 92,5

Q4 10647130 8768120 14656264 4776605 354497 344726 619220 107,67 0,8 77,8 -37 -64 88,9 91,4 37,8 40 -45,2 -64,5 42654,9 -0,3 82,5
2009

Q1 7540294 7599670 11898858 4104424 320179 288422 890628 107,54 -0,4 73 -37 -65 94,3 90,8 37,96 44,14 -3,5 -89,4 41515,9 -3,4 82,3

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XX


Q2 8075604 7860092 11898875 4461064 341368 291829 669625 107,87 -1,6 76,8 -35 -61 89,4 91,9 27,25 26,35 44,8 -89,7 41722,2 -3,4 86,1

Q3 7684649 8051519 12525074 3703921 284560 303754 234064 107,15 -1,6 90,8 -29 -62 95,7 98 24,18 25,61 57,7 -74 42043,3 -2,5 91,3

Q4 8542035 8388479 13073243 3591612 314344 289428 272439 107,52 -0,1 86,6 -34 -61 87 95,1 20,84 21,68 50,4 -60,6 42370,9 -0,7 94,6
2010

Q1 8457788 8688666 12796048 3232163 260899 292353 1062481 494984 0,5 95,2 -34 -68 98,9 106 16,88 17,59 44,5 -51,9 42633 2,7 98,3

Q2 9352771 9010264 13479934 5345159 280754 259953 589164 986188 1,2 90,2 -25 -54 92,7 101,6 25,41 34,54 28,7 -7,9 42725,9 2,4 101,9

Fonte: Banco de Portugal

LEGENDA:

IDE Investimento Directo Estrangeiro (Crédito e Liquido)


EXP Exportações
IMP Importações
REND Rendimentos
BC Balança Corrente (Crédito e Débito)
BALTec Balança Tecnológica (Crédito e Débito)
Rend IDE Rendimentos IDE
IPC Índice Harmonizado de Preços do Consumidor
INF Inflação
SentEcon Indicador de Sentimento Económico
InqConjConst Inquérito de Conjuntura das Industrias Construtoras
CartEncom Carteira de Encomendas
IPI Índice de Produção Industrial
IVN Índice de Volume de Negócios
EU6M Euribor a 6 Meses
ZEW Indicador de Sentimento Económico da Alemanha
VIX Índice de Volatilidade do Mercado
ZEW Indicador de confiança da Alemanha
PIB Produto Interno Bruto
PIB t.v.h. Produto Interno Bruto Taxa de Variação Homologa
IFO Indicador de “clima” de negócios e comércio para a Alemanha
VDAX Indicador de Sentimento Económico da Alemanha

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXI


Apêndice 8: Matriz de Correlações

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXII


Fonte: Criação do autor

BAL_TEC_CRED – Balança Tecnológica IMP_BENS – Importação de Bens PIB – Produto Interno Bruto
Crédito EXP_BENS – Exportação de Bens
IND_SENT_ECO – Indicador de Sentimento REND_CRED – Rendimento Crédito
BAL_TEC_DEB - Balança Tecnológica Débito IDE_CREDITO – IDE Crédito Económico
REND_DEB – Rendimento Débito
BCAPITAL_CRED – Balança de Capital Crédito IDE_LIQUIDO – IDE Liquido INFLACCAO – Inflação
REND_ID_CRED – Rendimentos IDE Credito
BCAPITAL_DEB – Balança de Capital Débito IDE_SEM_OUT – IDE Sem Outliers INQ_CONJ_CONST
REND_ID_DEB – Rendimentos do IDE Débito
BCORRENTE_CRED – Balança Corrente IDE_SEM_ZF_LIQ – IDE sem Zonas Francas INQ_CONJ_IND_TRANSF
Crédito Liquido VIX - Índice de Volatilidade do Mercado
IPI – Índice de Produção Industrial
BCORRENTE_DEB – Balança Corrente Débito IHPC – Índice de Preços harmonizado no ZEW – Indicador de confiança da Alemanha
Consumidor IVN – Índice de Volume de negócios
CART_ENCOMEND – Carteira de Encomendas
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXIII


Apêndice 9: PIB da AL; ES; FR; HL; UK

Médio Médio
Data PIB - AL PIB - ES PIB - FR PIB - HL PIB - UK Total Mensal Trimestral
01-01-1996 159230,7123 40306,32447 102619,4 26852,1 73571,05 402579,6 100644,89
01-02-1996 159329,7781 40504,97349 102675,7 26960,65 75697,5 405168,5 101292,14 33548,30
01-03-1996 159527,9097 40474,10204 103121,5 27227,56 77368,05 407719,1 101929,78
01-04-1996 159387,6054 40539,24721 103068,2 27306,77 77370,99 407672,8 101918,19
01-05-1996 160118,0046 40851,89278 103844,5 27488,26 79896,2 412198,9 103049,72 33972,73
01-06-1996 160461,29 41023,96001 103525,1 27509,57 79322,11 411842 102960,51
01-07-1996 160472,1491 40956,02379 103331,8 27634,04 78628,34 411022,4 102755,60
01-08-1996 161389,1661 41040,3413 103817,1 27614,82 80138,59 414000 103500,01 34251,87
01-09-1996 161681,0848 41110,13491 103870,1 27673,44 82005,48 416340,3 104085,07
01-10-1996 160801,0281 41301,71325 103416,8 27639,08 83057,02 416215,6 104053,91
01-11-1996 160668,385 41325,14007 103457,1 27595,92 85784,18 418830,8 104707,69 34684,64
01-12-1996 159806,5869 41061,74668 103435,8 27798,4 88995,1 421097,6 105274,40
01-01-1997 158106,2585 41217,13073 102982,4 27898,67 92093,85 422298,3 105574,58 .
01-02-1997 157794,3987 40943,23663 103299,1 27788,2 93297,98 423122,9 105780,73 .
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
. . (Total
. 176. Observações)
. . . . .
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
01-07-2009 200012,539 87575,07678 158270 47461,11 134455,4 627774,1 156943,53
01-08-2009 200973,3233 87409,499 158787,7 47483,68 132006,1 626660,3 156665,07 52314,51
01-09-2009 202144,1378 87340,42422 158629,4 47469,01 132079 627662 156915,49
01-10-2009 201720,2877 87518,59375 159202,2 47630,62 129588,9 625660,6 156415,15
52138,38
01-11-2009 201836,3761 87387,30956 159836,7 47762,59 129321,4 626144,4 156536,10
01-12-2009 201453,3363 87620,09669 159644,1 47971,68 129647,8 626337 156584,25
01-01-2010 202157,1121 87631,62981 159920,4 48346,85 130746,8 628802,8 157200,70
52400,23
01-02-2010 202185,2974 87725,64814 159967,5 48266,79 134291 632436,2 158109,06
01-03-2010 204217,5904 88065,72205 160637,1 48692,26 139763,9 641376,6 160344,15
01-04-2010 205793,0437 88020,0209 161262,6 49116,21 140709,7 644901,6 161225,40
53741,80
01-05-2010 208228,7681 87944,6518 162173,3 49618,28 143134,6 651099,7 162774,92
01-06-2010 208298,1882 87889,3273 161851,1 49442,31 143363,8 650844,7 162711,18
01-07-2010 208298,1882 87805,93849 162110,3 49442,31 143483 651139,7 162784,93 54261,64
01-08-2010 209337,2549 87897,3454 162110,3 49486,79 143979,6 652811,3 163202,82

Fonte: Criação do autor


Legenda: AL – Alemanha; ES – Espanha; FR – França; HL – Holanda; UK - Reino Unido

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXIV


Apêndice 10: IDE, EXP, IPI VDAX
4000000 6000000

3500000 5000000

3000000 4000000

2500000 3000000

2000000 2000000

1500000 1000000

1000000 0
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

120 60
EXPORT IDE

110 50

100
40
90
30
80

20
70

60 10
1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

IPI VDAX
Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXV


Apêndice 11: Sazonalidade
IDE by Season
6,000,000

5,000,000

4,000,000

3,000,000

2,000,000

1,000,000

0
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
EXPORT by Season
Means by Season
4,000,000

3,500,000

3,000,000

2,500,000

2,000,000

1,500,000

1,000,000
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec

Means by Season
IPI by Season
120

110

100

90

80

70

60
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec

Means by Season

Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXVI


Apêndice 12: Teste de Cointegração (IDE, EXP e VDAX)

Unrestricted Cointegration Rank Test (Trace)

Hypothesized Trace 0.05


No. of CE(s) Eigenvalue Statistic Critical Value Prob.**
None * 0.162035 57.83622 42.91525 0.0009
At most 1 * 0.095581 27.25348 25.87211 0.0335
At most 2 * 0.055474 9.873501 12.51798 0.1330

Trace test indicates 2 cointegrating eqn(s) at the 0.05 level


* denotes rejection of the hypothesis at the 0.05 level
**MacKinnon-Haug-Michelis (1999) p-values

Fonte: Criação do autor

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Apêndice 13: Teste87 Causalidade Granger

Apêndice 14


Pairwise Granger Causality Tests Estatistica F Prob. Lags Causa
IDE_CREDITO does not Granger Cause 0,51280 0,5997 2 Não
BAL_TEC_CRED
BAL_TEC_CRED does not Granger Cause 0,10262 0,9025 2 Não
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause 0,09625 0,9620 3 Não
ZEW_CORR
ZEW_CORR does not Granger Cause 0,30817 0,8195 3 Não
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause 0,69161 0,5584 3 Não
VDAX_INDEX
VDAX_INDEX does not Granger Cause 2,29507 0,0343 3 Sim
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause PIB 3,24662 0,0081 5 Sim
PIB does not Granger Cause IDE_CREDITO 7,54737 0,0000 5 Sim
IDE_CREDITO does not Granger Cause IPI 4,12432 0,0075 3 Sim
IPI does not Granger Cause IDE_CREDITO 19,7896 0,0000 3 Sim
IDE_CREDITO does not Granger Cause 0,50546 0,6790 3 Não
IND_SENT_ECON
IND_SENT_ECON does not Granger Cause 1,12638 0,3400 3 Não
IDE_CREDITO
EXP_BENS does not Granger Cause 19,22170 0,0000 3 Sim
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause 3,85613 0,0106 3 Sim
EXP_BENS
VIX_INDEX does not Granger Cause 2,16686 0,1177 2 Não
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause 0,14298 0,8669 2 Não
VIX_INDEX
ZEW_EXP does not Granger Cause 3,28604 0,0398 2 Sim
IDE_CREDITO
IDE_CREDITO does not Granger Cause 1,39727 0,2501 2 Não
ZEW_EXP

Fonte: Criação do autor

87
Teste efectuado com as séries estacionárias

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Apêndice 15: Tabelas Impulso resposta

Período IDE_DIF1 IPI_DIF1 VDAX_DIF Período IDE_DIF1 EXPORT_DIF1 VDAX_DIF


659968.1 0.000000 0.000000 659984.1 0.000000 0.000000
1 1
(35583.1) (0.00000) (0.00000) (35584.0) (0.00000) (0.00000)
-368400.4 39667.94 93834.89 -373964.7 67696.37 97590.33
2 2
(51672.7) (39186.7) (51196.7) (51441.1) (42373.5) (51092.7)
-23434.19 153961.9 50025.01 -30136.29 136740.0 42919.18
3 3
(53958.2) (47721.2) (58700.2) (53820.0) (51667.0) (59079.0)
47539.72 -71845.16 -20145.64 53351.21 -73968.81 -18215.60
4 4
(53637.5) (47284.3) (59642.3) (53459.3) (51762.6) (59588.1)
-98127.46 -285967.3 -51753.63 -94606.37 -295262.7 -68924.11
5 5
(53353.0) (49786.8) (38261.1) (54026.9) (53851.3) (38482.1)
83773.65 231015.5 5.247.311 88509.18 252617.4 23519.59
6 6
(39688.4) (43904.2) (30017.0) (41036.1) (46018.0) (30212.8)
92151.42 96653.48 22850.92 75423.42 82536.55 32568.66
7 7
(37902.8) (40267.3) (34248.4) (38575.4) (42069.5) (35716.6)
-101583.5 -84918.53 7.087.367 -89687.57 -90044.29 -10113.34
8 8
(37609.5) (40161.6) (33420.2) (38096.4) (42137.7) (34362.1)
-75346.91 -132130.5 -5.679.097 -74745.95 -113773.8 -11011.18
9 9
(37840.2) (41447.9) (27985.2) (37708.1) (43050.9) (28453.6)
102848.4 126453.1 -14038.04 102178.4 117894.7 7.958.561
10 10
(32431.8) (36139.9) (21540.4) (31154.0) (35794.5) (19956.2)
25643.20 2.370.704 1.238.989 17486.08 -4.264.259 1.519.501
11 11
(29925.9) (35454.8) (23204.0) (27903.0) (34265.8) (21922.6)
-55869.91 -5.054.275 11981.29 -50001.33 -9.351.469 3.884.916
12 12
(26175.2) (32501.1) (19263.2) (24867.2) (31833.8) (18000.1)
-17133.69 -46987.59 1.892.836 -12273.82 -22995.22 2.836.324
13 13
(24521.9) (31951.5) (16828.9) (23274.8) (31421.3) (16015.5)
35781.90 36194.61 -10185.66 31988.00 18377.60 -5.999.265
14 14
(20438.1) (27580.0) (8257.41) (19017.6) (25482.6) (7296.36)
-9.972.981 -17089.77 -8.741.081 -6.416.028 -15450.77 -2.289.829
15 15
(16394.6) (26231.3) (8688.30) (14859.5) (22472.4) (7478.28)
-6.062.305 27815.79 5.617.195 -2.480.244 22269.98 4.641.036
16 16
(14579.3) (22551.6) (6470.76) (13507.5) (19552.9) (4991.62)
-5.480.708 -24561.25 1.631.766 -4.817.827 -7.822.270 1.791.765
17 17
(12867.4) (21031.1) (5933.79) (12036.0) (18274.0) (5078.94)
2.593.208 7.872.562 -3.610.308 -1.489.666 -6.065.910 -3.335.634
18 18
(11766.2) (17055.6) (3756.36) (10729.7) (13898.1) (3113.28)
-3.395.345 -12219.89 -7.085.586 -2.386.516 -5.278.475 -6.586.387
19 19
(10782.0) (15503.8) (3263.71) (9430.34) (10829.6) (2542.55)
6.843.818 23313.40 1.056.372 8.136.304 15285.75 1.517.992
20 20
(8899.36) (13446.8) (2656.70) (8017.25) (9378.77) (1676.22)
-5.325.777 -15911.38 1.185.647 -2.683.157 -5.855.536 3.911.522
21 21
(6995.61) (11848.0) (2491.98) (6425.48) (7700.04) (1999.72)
-2.178.252 5.517.575 -5.857.068 -4.286.954 -2.556.686 -5.848.728
22 22
(6327.14) (10123.2) (2652.94) (5666.24) (6422.89) (1872.09)
8.202.659 -8.610.798 -5.388.431 9.943.482 -1.271.231 -8.748.719
23 23
(5515.69) (9404.15) (2470.10) (4276.34) (5253.49) (1838.19)
4.734.482 12960.18 -3.081.326 4.014.656 4.825.169 -1.076.897
24 24
(4733.39) (8844.19) (1851.91) (3901.85) (4842.72) (1143.28)

Fonte: Criação do autor


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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXIX


Apêndice 16: Gráficos Impulso Resposta
Response to Cholesky One S.D. Innovations ± 2 S.E.

Response of IDE_DIF1 to IPI_DIF1 Response of IDE_DIF1 to VDAX_DIF Response of IPI_DIF1 to IDE_DIF1


800000 800000 10

600000 600000
5
400000 400000

200000 200000
0
0 0

-200000 -200000
-5
-400000 -400000

-600000 -600000 -10


2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Response of IPI_DIF1 to VDAX_DIF Response of VDAX_DIF to IDE_DIF1 Response of VDAX_DIF to IPI_DIF1


10 6 6

5 5

5 4 4

3 3

0 2 2

1 1

-5 0 0

-1 -1

-10 -2 -2
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Response to Cholesky One S.D. Innovations ± 2 S.E.

Response of IDE_DIF1 to EXPORT_DIF1 Response of IDE_DIF1 to VDAX_DIF Response of EXPORT_DIF1 to IDE_DIF1


800000 800000 400000

600000 600000 300000

400000 400000 200000

200000 200000 100000

0 0 0

-200000 -200000 -100000

-400000 -400000 -200000

-600000 -600000 -300000


2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Response of EXPORT_DIF1 to VDAX_DIF Response of VDAX_DIF to IDE_DIF1 Response of VDAX_DIF to EXPORT_DIF1


400000 6 6

300000 5 5

4 4
200000
3 3
100000
2 2
0
1 1
-100000
0 0
-200000 -1 -1

-300000 -2 -2
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXX


Apêndice 17: Modelos VAR

IDE EXPORT VDAX IDE IPI VDAX


T-1 -0.608095 -0.039998 -2.77E-07 T-1 -0.587486 -5.15E-07 -3.16E-07
(0.06701) (0.02950) (5.1E-07) (0.06670) (8.1E-07) (5.1E-07)
[-9.07409] [-1.35599] [-0.54534] [-8.80819] [-0.63509] [-0.62422]

T-2 -0.474081 -0.099517 -6.83E-07 T-2 -0.470511 -2.68E-06 -6.67E-07


IDE (0.06773) (0.02981) (5.1E-07) IDE (0.06753) (8.2E-07) (5.1E-07)
[-6.99985] [-3.33822] [-1.33221] [-6.96757] [-3.27185] [-1.30089]

T-3 -0.176504 -0.051641 -7.07E-07 T-3 -0.193544 -7.38E-07 -6.33E-07


(0.06603) (0.02906) (5.0E-07) (0.06597) (8.0E-07) (5.0E-07)
[-2.67317] [-1.77685] [-1.41525] [-2.93402] [-0.92129] [-1.26334]

T-1 0.278775 -0.912994 -1.17E-06 T-1 6388012 -0.959680 -0.033355


(0.15029) (0.06615) (1.1E-06) (5142.64) (0.06247) (0.03905)
[ 1.85497] [-13.8017] [-1.02621] [ 1.24217] [-15.3622] [-0.85411]

T-2 0.959846 -0.732537 -3.87E-06 T-2 31850.93 -0.772419 -0.126028


EXP (0.17633) (0.07762) (1.3E-06) IPI (6258.92) (0.07603) (0.04753)
[ 5.44335] [-9.43791] [-2.90251] [ 5.08888] [-10.1594] [-2.65161]

T-3 1.100.094 -0.536607 -2.34E-06 T-3 37764.61 -0.607521 -0.079760


(0.15274) (0.06723) (1.2E-06) (5172.07) (0.06283) (0.03928)
[ 7.20260] [-7.98175] [-2.02773] [ 7.30165] [-9.66963] [-2.03078]

T-1 19616.51 -1.277.218 -0.101985 T-1 18785.30 0.058498 -0.099762


(10215.5) (4496.52) (0.07731) (10199.2) (0.12389) (0.07745)
[ 1.92027] [-0.28405] [-1.31916] [ 1.84185] [ 0.47216] [-1.28808]

T-2 22912.46 -2.909.827 -0.160593 T-2 22551.25 0.017483 -0.159247


VDAX (10071.5) (4433.15) (0.07622) VDAX (10107.1) (0.12278) (0.07675)
[ 2.27498] [-0.65638] [-2.10695] [ 2.23123] [ 0.14240] [-2.07485]

T-3 18139.04 -7.450.132 -0.003723 T-3 14374.44 0.017999 0.009857


(10349.3) (4555.41) (0.07832) (10343.8) (0.12565) (0.07855)
[ 1.75269] [-0.16354] [-0.04753] [ 1.38967] [ 0.14325] [ 0.12549]

Fonte: Criação do autor

Legenda: T-x = Coeficientes estimados; ( ) – Desvios padrão; [ ] –Estatística T-Student


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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXXI


Apêndice 18: Testes Akaike e Schwarz
Valores do critério de Akaike e Schwarz para obtenção do número de desfasamentos a serem utilizadas para ajuste do modelo VAR
(EXP, VDAX)

AIC SBC F-Statistic


Lags
IDE EXP VDAX IDE EXP VDAX IDE EXP VDAX
1 30,164600 28,488080 6,124562 30,237220 28,560700 6,197184 7,795780 21,963660 0,683223
2 29,974390 28,357880 6,107024 30,101980 28,485470 6,234614 11,980820 17,825330 2,011436
3 29,694200 28,053000 6,111024 29,877190* 28,235990* 6,294018 17,567140* 23,789580* 2,038084
4 29,651600* 28,052930* 6,135763 29,890440 28,291770 6,374603 15,134200 18,663610 1,736755

Valores do critério de Akaike e Schwarz para obtenção do número de desfasamentos a serem utilizadas para ajuste do modelo VAR
(IPI, VDAX)

AIC SBC F-Statistic


Lags
IDE IPI VDAX IDE IPI VDAX IDE IPI VDAX

1 30,162740 7,576083 6,124730 30,235360 7,648705 6,197352 7,916006 29,946960 0,673622


2 29,984920 7,477202 6,111683 30,112510 7,604791 6,239273 11,565680 20,895460 1,873473
3 29,694150 7,057379* 6,117793 29,877150* 7,240373* 6,300787 17,568860* 32,017400* 1,902896*
4 29,641030* 7,075235 6,144882 29,879870 7,314075 6,383722 15,434990 24,270500 1,601476

Fonte: Criação do autor

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXXII


Apêndice 19: Barómetro de Corrupção Global 2010

Fonte: Global Corruption Barometer 2010 (http://www.transparency.org/ )

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXXIII


ANEXOS

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Anexo 1 – Cisco Exemplo de IDE

“Em 2007, a Cisco decidiu localizar em Portugal o seu Centro Europeu de apoio e
suporte às vendas internas da empresa, o projecto Hércules. As capacidades linguísticas, a
inovação, o profissionalismo e a hospitalidade foram factores que levaram a preferir Portugal
a países como a Irlanda e a Holanda. Hoje o Hércules é um projecto de sucesso dando
apoio a cerca de 700 gestores de conta em mais de 18 países europeus”88.

Fonte: AICEP

88
www.aicep.pt
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXXV


Anexo 2 – Mapa História da Integração Europeia

Fonte: http://www.georgehernandez.com/h/aaBlog/2004/media/05-
01_MapHistoryOfEUIntegration.jpg

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Anexo 3 – Tabela Mundial de Competitividade

Portugal

Fonte: International Institute for Management Development

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Anexo 4 – Dados Globais

Fonte:FMI

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias XXXVIII

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