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Universidade Estadual do Rio de Janeiro – IFCH – DH

Estágio Supervisionado II IFCH

Professora: Vivian Fonseca

Nomes: Matheus Aieta e Nivia do Carmo

ATIVIDADE PEDAGÓGICA

Tema da aula: Símbolos e representações do Brasil Imperial a partir do Museu Histórico


Nacional.

Público-alvo: Alunos do Ensino Médio (preferencialmente os do segundo ano, por


trabalharem a temática "Brasil Império" nesse segmento).

Introdução

Trabalhando o conteúdo do Brasil Imperial, o professor pode fazer com que o


tema seja de interesse do aluno ao dialogar com o presente no qual este está inserido,
colocando seus questionamentos e reflexões enquanto parte do processo de
aprendizagem. Dessa forma, o ensino de história pode utilizar as instituições patrimoniais
e museológicas como aliadas nesse processo, tomando suas exposições -através de visitas
às mesmas com os alunos - como ponto de partida para discussões e reflexões que
permitam desenvolver capacidades analíticas e conceituais dos alunos e mesmo sua
própria forma de se entender enquanto sujeito histórico que está inserido numa sociedade,
que embora numa diferente temporalidade, possui raízes no passado, o que permite que
muitas questões atuais sejam, em parte - daí a necessidade de evitar anacronismos - pelo
passado. Termas transversais podem ser suscitados e discutidos a partir desse modo de
abordar uma temática que até pouco tempo era trabalhada na escola por um viés da
história política, que considerava apenas alguns fatos de ordem política e militar
relevantes para discutir a construção e a consolidação do Estado brasileiro.

Objetivos
O objetivo principal é estimular e desenvolver nos alunos capacidades de análise e
conceitualização referentes ao que se entende pelo Brasil Império, num recorte que
extrapola uma história político-militar, de grandes eventos e personagens, e entra no
campo da cultura, do social, da representação e do discurso através do questionamento e
da reflexão propostos através dos objetos expostos no Museu Histórico Nacional,
sobretudo no módulo "Construção da Nação".

Conteúdos e metodologia

Primeiramente, em uma aula anterior a visita ao Museu Histórico Nacional, em


um tempo de 50 (cinquenta) minutos vai se localizar historicamente a criação do Museu.
Vai se problematizar como e em que situação foi criado: o centenário da Independência
do Brasil. E também vai propor uma reflexão da ideia do que seria uma instituição
museológica que tem em se intitula "nacional". Serão levantadas várias questões e
provocações do que eles entendem por "museu", "patrimônio", "nação", para fazê-los
expor suas ideias, e conseguirem entender como a criação de uma instituição
museológica ou patrimonial tem sempre um objetivo, e é objeto de disputas e discussões
no qual uma determinada visão que estabelece o que é socialmente e culturalmente
importante acaba por se firmar, influindo grandemente no modo como vai se constituir tal
instituição, e no caso de museus como sua exposição vai ser pensada e construída1

Desejoso de resgatar a memória nacional através de fatos e personagens


ligados principalmente à história militar do país – as grandes lutas e
combates, tais como Mascates e Farrapos; e os grandes líderes, tais
como Caxias, Osório, Tamandaré e os Imperadores Dom Pedro I e II,
tudo no Museu seguia os seus pensamentos e considerações, delineado
não pelo que a historiografia da época começava a produzir, mas por
aquilo que ele achava o mais importante, que seria a memória da nação
(...) Ensinava a amar, preservar e defender a memória dos heróis e
nacionais e, por extensão, a própria nação2

Após uma breve exposição sobre a criação do Museu, seu histórico, e a discussão
sobre as questões, proposta, se pedirá aos alunos que na visita ao Museu que procurem
nos objetos expostos, sobretudo no módulo "Construção da Nação", um significado que
1 CHICARELI, Larissa. S; ROMEIRO, K. C. Museu e Ensino de História: Pensar o Museu como local de
conhecimento e aprendizagem. Revista Confluências Culturais, v. 3, p. 87, 2014.
2 RAMOS, Helena V.; FAULHABER, P. Patrimônio e Museus - A Criação do Museu Histórico Nacional e
sua Relação com o Contexto Intelectual da década de 1920. In: XIV Encontro Regional de História da
Anpuh-Rio: Memória e Patrimônio, 2010, Rio de Janeiro. Anais do XIV Encontro Regional de História da
Anpuh-Rio: Memória e Patrimônio, 2010, p. 5-6.
possivelmente lhe foi atribuido, uma identidade imprimida a ele ligada ao Império, e a
construção do Estado. Objetos que simbolizariam o Império do Brasil, relacionando-os de
o porque serem considerados parte do patrimônio nacional brasileiro. A partir desse
objeto escolhido - em duplas ou em trios, dependendo do tamanho da turma -, seria
trabalhado então numa aula posterior - preferencialmente em dois tempos de 50 minutos
-, durante uma discussão não apenas a materialidade do objeto em si, mas também os
significados atribuidos muitas vezes a ele. Para isso, o professor poderia começar a
provocação, e, por exemplo, falar da presença do Trono utilizado por D. Pedro II no
Senado Imperial na exposição, qual seria a sua função ali naquele conjunto museológico,
qual ideia e significado ele poderia estar transmitindo. Assim, já poderia se trabalhar a
questão do "poder", de que tipo seria, e o porquê da suntuosidade do mesmo,
problematizando a questão do Império do Brasil ter sido uma monarquia constitucional.
Outras questões então seriam colocadas: Qual a sua ligação com outros objetos também
expostos nesse módulo? Qual era a sua função na época em que foi utilizado e qual seria
a de agora?

Outros objetos que poderiam ser trabalhados são os quadros presentes na mesma
sala, primeiro a intitulada "Combate Naval do Riachuelo" e depois outra, com o nome de
"O Último Baile da Ilha Fiscal", ambas representando momentos distintos do Segundo
Reinado. Se na primeira pode-se trabalhar a questão da consolidação do Império e a
questão militar, e um ponto de inflexão na relativa estabilidade e legitimidade política da
monarquia até então, a última suscita questões sobre a crise política vivenciada pelo
Império, como pode ser vistos na representação dos elementos da mesma, e enfim a
expectativa em função de novos tempos - o advento da República. Esses são apenas
alguns exemplos de como a discussão pode ser instigada a fim de fazer com que
conceitos como o de "monarquia", "nação", "patrimônio", dentre outros, sejam
desenvolvidos e entendidos na sua capacidade analítica. As ausências, ou mesmo o
pequeno espaço destinado a objetos que remetam a outras leituras 3 dessa "construção da
Nação" também podem ser utilizados nesse sentido de provocar e questionar: a quase
inexistência de objetos que remetam a cultura indígena e aos povos originários, menções
pontuais à escravidão e à resistência escrava e como essa foi também decisiva para o
3 CHICARELI, Larissa. S; ROMEIRO, K. C., p. 87, 2014.
movimento abolicionista. Dessa forma, a discussão descamba para a questão das relações
de poder, para os recortes de raça, gênero, social, dentre outros que estão presentes na
história do Império e da "construção da Nação": Por que os objetos ali expostos são social
e culturalmente relevantes e outros não? Por que no conjunto de objetos ali expostos, que
constituem patrimônio nacional, se tem uma maior referência a elementos europeus,
"portugueses", quando há pouca menção a outras culturas e tradições que marcaram
profundamente o que se entende por Brasil?

As aulas referentes ao Brasil Império, dessa forma, não seriam simplesmente um


apanhado de história política, e militar, de grandes eventos e personagens, e passariam a
questionar o que é a própria identidade nacional, a ideia de nação. Sem perder todo o
enlace cronológico feito pela exposição do Museu, o professor pode trabalhar com os
alunos eventos que foram simultâneos durante o Brasil Império a partir dos objetos
presentes no módulo que será focalizado na visita realizada: um bom exemplo seria os
movimentos abolicionistas em conjunto com o fortalecimento de ideias republicanas
defendidas por certos setores da sociedade. Dessa forma o aluno passa a ter em conta nas
suas análises questões referentes ao tempo histórico, considerando não apenas o eixo
diacrônico, mas também a ideia de simultaneidade, de permanências e continuidades, e
do contexto de uma época, que pode estar eivado de ideias e modos de pensar
contraditórios. Além disso, ao tratar de questões que envolvem os recortes classista,
racial, de gênero, dentre outros, permite abrir espaço para discutir a questão da cidadania
no Brasil, ao tratar do caráter escravista, desigual e excludente da sociedade do Império,
o que está em diálogo com o que se espera do ensino de história nas escolas, voltado para
analisar o passado criticamente, chamando atenção para o caminho sinuoso, complexo e
muitas vezes desigual da conformação da cidadania no Brasil.

Recursos didáticos

- Sala de aula para o primeiro momento, antes da visita ao museu, com uma aula
expositiva sobre Brasil Império, e depois para a explicação da atividade que envolverá a
visita ao Museu;

Avaliação
A avaliação consistirá na realização pelas duplas ou trios de alunos de um
trabalho escrito no qual serão descritas suas impressões sobre o Museu, tendo
especialmente em conta o módulo "Construção da nação", e também se discorrerá sobre o
objeto da exposição escolhido pelo mesmo - ou a ausência de algum objeto que ele
esperava encontrar -, e à qual representação do período imperial o mesmo remete. No
trabalho será avaliado pela capacidade dos alunos não apenas do conteúdo trabalhado em
sala, mas também da sua capacidade de reflexão crítica, e de contextualização e de
instrumentalização de conceitos.

Bibliografia docente

PINSKY, Carla Bassanezi. Novos temas em aulas de história. São Paulo. Contexto, 2009.

GOMES, Ângela de Castro. Venturas e desventuras de uma república de cidadãos. In:


ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e
metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, pp. 152-167.

LIMA, Ivana Stolze. A língua nacional no império do Brasil. In: GRINBERG, Keila;
SALLES, Ricardo. O Brasil imperial – Vol. II – 1831-1889. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2009, pp. 469-497.

MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e cidadania: por que ensinar história hoje.
In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e
metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, v. 1, p. 168-184, 2003.

MATTOS, Ilmar Rohloff de. O Tempo Saquarema. 5ª ed., São. Paulo: Editora Hucitec,
2004.

RAMOS, Helena V.; FAULHABER, P. Patrimônio e Museus - A Criação do Museu


Histórico Nacional e sua Relação com o Contexto Intelectual da década de 1920. In:
XIV Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: Memória e Patrimônio, 2010, Rio de
Janeiro. Anais do XIV Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: Memória e
Patrimônio, 2010.

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