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O Campo Magnético
Os primeiros registros de campos magnéticos foram feitos pelos gregos quando descobriram a
quase 600 anos A.C. uma pedra que tinha a propriedade de atrair metais Esta pedra, mais
precisamente um mineral (magnetita), é formada basicamente por ferro cuja fórmula é Fe3O4.
Porém, relatos atribuem aos chineses a descoberta do efeito de orientação natural dos ímãs. Uma
das mais famosas aplicação deste efeito é a bússola que sempre aponta para o Norte Magnético.
Limalhas de ferro sob ação de um campo magnético (Esquerda). Linhas de campo magnético da Terra (Direita)
A presença de um campo magnético (ou densidade de fluxo magnético ou vetor indução magnética)
pode ser percebida através de uma bússola quando a agulha sofre uma deflexão caso ela esteja
desalinhada com o campo magnético. Se estiver presente um ímã, então a agulha apontará na
direção do campo magnético resultante naquele ponto.
F = qv × B . (1)
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N/C
1T =1 = 1N/A.m .
m/s
Outra unidade comumente utilizada é o gauss (G), cujo valor é 1x10-4T, e o nanotesla, que equivale
a 1 nT = 1x10-9T
Se um fio condutor, conduzindo uma corrente I, estiver dentro de um campo B, então este fio
poderá sofrer uma força magnética, pois, quem conduz corrente elétrica são cargas que estão
sujeitas ao campo magnético.
Suponha um fio de comprimento l com cargas se deslocando com velocidade vd. Se n for o número
de cargas por unidade de volume, temos então que:
F = (qnAl )v d × B . (2)
F = I l ×B. (3)
dF = I dl × B . (4)
3 – Lei de Ampère
A Lei de Ampère é:
∫ B ⋅ dl = µ0 I C . (5)
C
A Eq. (5) é uma integral de linha fechada onde C é a curva que limita a área por onde passa a
corrente que deve formar um circuito fechado.
Exemplo
Sabemos que o campo magnético, neste caso, é sempre tangente a uma circunferência de raio r e a
melhor curva para calcular o campo é um círculo.
µ0 I
∫ B ⋅ dl = µ0 I C ⇒ ∫ B cos(θ ) dl = B ∫ dl = B 2π r = µ0 I ⇒ B= . (6)
C C C 2π r
Exemplo
Considerando que a corrente está uniformemente distribuída no interior do fio (ver figura abaixo),
podemos dizer que a corrente que passa dentro do círculo de raio r (r < a) é:
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I I r2
J= = C2 ⇒ IC = I .
πa 2
πr a2
Aplicando a Lei de Ampère com a corrente dada pela equação anterior, obtemos:
r2 µ0 I B
∫ B ⋅ dl = µ 0 I C
C
⇒ B 2π r = µ 0 I
a2
⇒ B(r ) =
2π a 2
r .
A figura abaixo mostra uma espira dentro de um campo magnético conduzindo uma corrente
elétrica. A espira tem lados com comprimentos a e b. De acordo com a Eq. 3 ( F = I l × B ) não
existe força magnética onde a corrente é paralela ao campo e assim, a força resultante sobre a espira
são aquelas representadas por F1 e F2. A direção e o sentido das forças estão de acordo com a regra
de produto vetorial. Existe torque se o plano da espira está na posição vertical?
F1 = F2 = I a B . (7)
z
F2
y
I x
n
a
b B
I
F1
A é a area da espira.
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Obs. Lembre-se que o torque é definido como sendo o produto vetorial entre o vetor braço do
momento e a força ( τ = r × F ). O torque representa uma força que tende a girar ou rodar um
objeto.
O vetor n é um vetor unitário que representa a orientação da espira e está sempre perpendicular a
esta. O seu sentido é determinado pela regra da mão direita. Assim, podemos representar uma forma
generalizada para calcular a força sobre uma espira, ou seja,
τ = I An × B . (9)
I
Veja que nenhum torque existe quando a espira (vetor normal) n
é paralelo ao campo magnético, porém, a força ainda existe, mas,
como estão na mesma linha de ação, não há torque. Se a espira
tem N voltas, então a Eq. (9) deve ser multiplicado por N.
τ = m× B . (10) m=I An
m = I An . (11)
A declinação (ângulo entre o norte magnético e o norte geográfico) do campo geomagnético está
representada na figura abaixo à esquerda. Podemos também definir latitudes magnéticas. O equador
magnético é uma linha imaginária onde as linhas de campo são horizontais.
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Suponha uma barra imantada num campo magnético como mostrado na figura abaixo. Se o ponto
central da barra está livre para girar, então o torque que atua sobre o ímã fará com que a barra gire
até alinhar-se com o campo.
N
F
l
θ B
F S
Força magnética atuando nos pólos de uma barra
imantada dentro de uma campo magnético
A intensidade do pólo magnético (qm) é definido de tal forma que a força magnética sobre um pólo
é dada por:
F = qm B . (12)
m = qm l . (13)
Da Eq. (10) e da Eq. (13) podemos escrever que o torque sobre uma barra imantada é;
τ = qm l × B . (14)
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7 – Indução Magnética
Fluxo Magnético
φ m = B ⋅ nˆ A = B. A. cos(θ ) . (15)
n
A unidade no sistema MKS é o weber (Wb) que é
B
igual a T.m2. θ
Semelhante ao que vimos para lei de Gauss, o vetor
unitário é o vetor perpendicular à superfície plana de
área A. A figura ao lado mostra o campo magnético
passando por uma superfície é simples perceber que,
A
se o vetor unitário for perpendicular a B nenhum fluxo
passa pela superfície.
Neste caso, uma superfície curva pode ser vista como sendo formada por várias superfícies
infinitesimais planas de área ∆A.
Então, o fluxo magnético nesta área infinitesimal pode ser obtido a partir da equação 1, ou seja,
∆φ mi = B ⋅ nˆ i ∆Ai . (16)
∆φ m = lim
∆Ai →0
∑ B ⋅ nˆ
i
i Ai = ∫ B ⋅. nˆ dA . (17)
S
Para o caso em que temos N espiras (o que foi feito acima foi para uma espira ou circuito), o fluxo
magnético é dado pelo Eq. 3 porem multiplicada por N.
Exemplo
Um campo magnético uniforme de 2000G (0,2 T) faz um angulo de 30° com o eixo de uma bobina
circular de raio igual a 4 cm e tem 300 espiras. Calcular o fluxo magnético que passa através da
bobina.
A superfície da seção transversal da bobina é um circulo de área igual a π r2. Então o fluxo
magnético é dado por:
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Quando o fluxo magnético que passa através de um circuito é modificado, uma fem é gerada e é
igual, em módulo, a taxa de variação do fluxo magnético. Esta fem, diferente da bateria, está
distribuída em todo circuito, mesmo que este esteja aberto. A fem induzida sempre é gerada com a
finalidade de manter o fluxo original.
Na realidade, podemos variar o fluxo magnético que passa por uma espira de duas formas, ou
variando o valor do campo magnético ou variando a área da espira (melhor, variando o n.A). Vimos
no capítulo de potencial elétrico que a diferença de potencial elétrico sobre uma carga de prova era
igual à integral do campo elétrico com o vetor deslocamento desta carga. Mas a fem é o trabalho
efetuado por uma força associada a esta fem por unidade de carga (E=F/q), ou seja, existe um
campo elétrico também associado a fem que é induzida ao longo do circuito quando o fluxo
magnético varia. A fem, em função deste campo induzido numa espira, é dada por:
ε = ∫ E ⋅ dl (18)
C
Lei de Faraday
Para o caso de uma fem induzida, onde a força não é conservativa, a integral de linha da Eq. (18) é
igual a:
dφ m
ε = ∫ E ⋅ dl = − . (19)
C
dt
A Eq. (19) é conhecida como a Lei de Faraday e o sinal negativo se deve a direção contrária da
forca induzida (Lei de Lens).
Exemplo
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d dB r dB
E 2π r = BA = π r 2 ⇒ E= . *
dt dt 2 dt
2º caso - r > R.
Neste caso, temos que levar em conta que o fluxo que passa por uma circunferência de raio r é dado
por:
φm = BA = B π R 2 .
Veja que para r > R não tem campo magnético, logo não tem fluxo.
Por ouro lado, a integral de linha tem como resultado a seguinte expressão:
E.2πr.
d dB R 2 dB
E 2π r = BA = π R 2 ⇒ E= . **
dt dt 2r dt
Os resultados acima (* e **) mostram que, ao se ter uma variação temporal no campo magnético,
geramos um campo elétrico, também variável no tempo.
Exemplo
0,6
Fluxo e fem
O fluxo magnético através de uma bobina é dado por 0,4
-0,4
Suponha que as linhas de campo são perpendiculares ao
plano da bobina. Neste caso temos que: -0,6
Fluxo magnético
fem induzida
-0,8
dφm d
EL = ε = − = − (t 2 − 4t ) / 10 = 0,4 − 0,2t ⇒ ε = 0,4 − 0,2t.
dt dt
Quando o fluxo não varia, a fem se torna nula; isto ocorre no tempo de 2 segundos. O fluxo começa
a crescer e a fem se torna negativa.
Lei De Lenz
A fem e a corrente induzidas têm uma direção que se opõe à variação que as provocou.
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Em outras palavras: se o fluxo magnético que passa por uma espira está diminuindo, a fem induzida
estará numa direção que tentará se opor à diminuição do fluxo, ou seja, ela tentará criar uma
corrente que fará com que um campo magnético “induzido” seja criado e que tente manter o fluxo
original.
8 – Efeito Hall
I ε
I
Fm
w
B – para trás
I ε
I
Fm
w
vd
Fe
B – para trás
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VH = E w = vd B w (15)
A Eq. 15 é obtida quando igualamos a força elétrica (qE) e a força magnética (qvdB) que atuam
sobre uma partícula que se desloca com velocidade vd.
Pergunta: o que acontecerá se os portadores de carga forem negativos (elétrons, por exemplo)?
A corrente elétrica, que é função da velocidade das cargas e da área do condutor, permite, fazendo
uso da Eq. 15, obter o número de portadores por unidade de volume, ou seja,
I IB
I = n qv d A = n q v d t w ⇒ n = = . (16)
qt wv d qt V H
w
I t
9 – Força de Lorentz
Vimos que se uma partícula carregada (carga) está dentro de um campo elétrico E a força elétrica
que atua sobre esta carga é dada pela seguinte equação:
Fe = q E .
Se a carga é positiva então a força sobre ela está na mesma direção do campo elétrico e o contrário
ocorre se a carga for negativa. Neste caso, se a carga é deslocada por uma distância qualquer, então
um trabalho foi realizado sobre esta. Suponha agora que neste mesmo espaço que se encontra a
carga, também está presente um campo magnético. Neste caso, também já vimos que a força
magnética que atua sobre esta carga, caso ela esteja com uma determinada velocidade v, é dada por:
Fm = q v × B.
Ao contrário da força elétrica, a força magnética nunca realiza trabalho sobre a carga, pois, a força
está sempre perpendicular ao deslocamento dela. Assim, se no espaço existe tanto o campo
magnético como o campo elétrico, então a força resultante sobre esta carga é dada por:
F = qE + q v × B . (17)
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O Espectro Eletromagnético compreende uma larga faixa de ondas eletromagnéticas que vai desde
os Raios Gama, passando pelos Raios X, ultravioleta, luz visível, infravermelho, ondas curtas,
microondas até ondas longas. Estas ondas têm a propriedade de se propagar no vácuo com uma
velocidade de 2,99792458 x 108 m/s.
A velocidade de propagação da luz num meio transparente a ela, depende de seu índice de refração
n, ou seja:
v=c/n. (18)
O índice de refração não só depende do meio mas também do comprimento de onda da luz.
O espectro eletromagnético desde os raios gama até as ondas de rádio, está mostrado na figura
abaixo.
Espectro eletromagnético. A primeira coluna de números refere-se a frequência em Hertz (s-1) e a segunda ao
comprimento em metros. A região do espectro visível está ampliada e ela localiza-se entre o infravermelho e o
ultravioleta. Ela compreende ondas com comprimentos que variam de 400 a 700 nm.
O Sol é uma fonte natural de radiação eletromagnética que vai desde os raios X (comprimentos
entre 0,1 e 100Å) até o infravermelho. Abaixo vemos duas fotografias tiradas do Sol em 05/12/2012
utilizando dois filtros distintos. A foto da esquerda foi tirada no comprimento de onda de 6768 Å
enquanto a foto da direita foi tirada com um filtro de 171 Å que permite ver o UV extremo.
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Suponha que um observador, estacionado num ponto P, pudesse ver os vetores dos campos E e B
devido a uma OEM plana passando por ele. Depois de um determinado tempo, ele poderia fazer
figuras do que tinha visto em intervalos regulares. Ele, então, percebe que os campos E e B são
perpendiculares e assumem valores máximos e mínimos. A figura abaixo mostra as configurações
das linhas de campos quando uma onda plana passa por um observador no ponto P. Ele descreve,
então, que uma OEM é formada por campos magnéticos e elétricos perpendiculares entre si e que
estes assumem valores senoidais passando por máximos e mínimos.
E B
campos fortes campos fracos campos mulos campos fracos campos fortes campos fracos campos mulos campos fracos
Descrição de uma OEM feita por um observador num ponto P após quase um ciclo completo. Ele, o observador,
representa os campos elétricos com setas claras e, os campos magnéticos, com setas pretas. As direções e sentidos dos
campos também são representadas. Os valores dos campos estão relacionados com o número de linhas dentro do
quadrado imaginário. Vela este link:
http://www.phys.hawaii.edu/~teb/java/ntnujava/emWave/emWave.html
Os campos, se a onda se propaga na direção +x, são matematicamente representados pelas seguintes
equações:
E = Em sen (k x − ω t ) . (19)
B = Bm sen (k x − ω t ) . (20)
ω
v= =λ f . (21)
k
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Produto Vetorial
a × b = nˆ a . b .sin (θ ) .
Com estas regras, as coordenadas do resultado do produto vetorial de dois vetores podem ser
calculadas facilmente, sem a necessidade de se determinar qualquer ângulo. Seja:
Então
a × b = [a2b3 − a3b2, a3b1 − a1b3, a1b2 − a2b1].
A notação acima também pode ser escrita formalmente como o determinante de uma matriz:
i j k
a × b = a1 a2 a3 = i ( a2b3 − a3b2 ) − j ( a1b3 − a3b1 ) + k ( a1b2 − a2b1 )
b1 b2 b3
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