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DEPARTAMENTO DE ARTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CCH
FRANCISCA DE OLIVEIRA DA CONCEIÇÃO
PRÁTICA DE ILUMINAÇÃO E SONOPLASTIA
Contextualização:
Por muitos séculos, o teatro foi realizado à luz do sol, sem necessidade
de iluminação artificial. O espetáculo começava de manhã, percorria o dia todo
e despedia-se quando o solo ia embora. Era como se uma luz natural
governasse a cena lá do alto, de uma grande distância. Quando chegava o final
de tarde, essa luz se recolhia e o espetáculo cessava. Mas por pouco tempo,
pois algumas horas depois ela regressava. Uma luz superior que projetava seus
raios em todas as direções e refletia nas superfícies, volumes e cores.
Certo dia, entretanto, o teatro recolheu-se dentro de casa e passou a
viver sob a escuridão, fechado entre quadro paredes, debaixo de um teto e sem
janelas. A partir desse momento, foi preciso reinventar a luz. Encontrar outra
que substituísse usados em plena do dia, mas para designar “noite” e
“escuridão”.
Para captar a luz e transportá-la para áreas especificas do palco,
utilizavam-se escudos de madeira revestidos por lâminas de mica reflexiva,
distribuindo por diversos pontos da platéia. Tais artefatos espalhados
permitiam captar a luz e transportá-la até o palco, produzindo sombras
enormes, causando uma ilusão de maior grandeza das personagens.
O drama pré-cristo, encenado à luz dos céus da Grecia, atinge seu auge
no século V.C. As peças eram desenvolvidas com base nos ritmos diários da luz
solar e encenadas em espaços cuidadosamente calculados e situados, visando a
obter a máxima vantagem da luz natural.
Características: Energia renovável, abundante, não emite gases poluente para a
atmosfera, útil. Às vezes pálida, nevoenta, translúcida, outras vezes, magnífica
e absoluta. Transmite uma claridade divina, sideral, cósmica. Projeta raios em
todas as direções e reflete sob a superfícies com sombras e cores.
Contextualização:
A vela de cera, invenção dos fenícios (cerca de 300 anos a. c) foi por
muito tempo o único iluminante dos teatros.
As novidades pavios enrolados, com mechas únicas ou paralelas,
pretendia não só melhorar a intensidade e o brilho da luz, como reduzir a
quantidade de fumaça, o gotejamento e o odor que as velas produziam, além
de trazer mais segurança e economia de material combustível.
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Utiliza-se espelho, placa de isopor com papel laminado entre outros rebatedores caseiros.
Do século XVII até meados do século XVIII, a utilização de óleo da baleia
como material combustível representava segurança, facilidade de uso com
ajustamento ocasional de pavio e pouca produção de fumaça.
As velas requeriam muito trabalho. Era preciso aproveitar p máximo o
material combustível, à base de cera ou sebo, zelando pela sua economia e
pela qualidade da luz produzida. Nos teatros, havia encarregados que
chegavam a entrar no palco durante a cena para cuidar da manutenção das
velas, aparando os pavios com tesouras especificas, com o cuidado de não
apagarem-nas e terem de reiniciar todo o processo novamente.
A iluminação à base de velas não saía barato em razão da constante
necessidade de manutenção.
Contextualização:
A eletricidade tomou definitivamente o lugar dos meios combustíveis,
manufaturados e artesanais de produção de luz. A iluminação elétrica chegava
aos palcos acompanhada de uma mudança historicamente importante: o
obscurecimento da platéia. A sala no escuro traz um envolvimento maior do
espectador com a cena, reforçando a idéia de ilusão. A ribalta abre uma
fronteira entre o drama e o espectador, reforçando a ação restritiva do quadro
cênico e contribuindo para o seu afastamento.
Com a platéia totalmente no escuro, a iluminação cênica adquire outro
sentido e, evidentemente, mais importância sobre o espetáculo. A partir de
então, surge uma separação nítida entre palco e platéia, permitindo o
surgimento de uma nova percepção tanto da luz quanto da cena.
A luz elétrica veio resolver definitivamente o problema da visibilidade,
sobretudo nos teatros fechados, iniciando uma nova etapa marcada por
interminável aprimoramento técnico.
A antiga preocupação em ocultar as fontes de luz foi rapidamente
resolvida com os refletores instalados em varas internas e externas, sancas e
torres laterais. Equipamentos dotados de lentes permitiam projeções de
diversos ângulos por trás das bambolinas e de pontos instalados fora do
alcance dos olhos.