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OBÁ, A DEUSA DA FÚRIA E DA PAIXÃO

Por Luiz Machado

Quando falamos de Obá, a primeira mulher de Xangô, que é


considerada a força masculina da alma feminina, não sabemos o quão
importante esta Divindade é para o culto Yorubá.
Sendo um Orixá feminino, provindo do Rio Níger (porém, na época,
era conhecido como Rio Obá, pelo menos o trecho, onde o culto à Ela
era realizado), ela traz em sua vida pré-divinatória, uma eterna
batalha pelo amor e pelas conquistas.
Guerreira nata, filha de Nipá e Orugan (Há um Itã, que narra que ela
fora gerada pelo incesto de Yemojá e Orugan, que seria filho de Yá),
viveu sua vida dedicada ao amor, à paixão, lutando ao lado de Ajaká,
pois o que a movia era a força do coração.
Ao se deparar com Xangô, sente uma amor irresistível, e por isso,
abandona Ajaká e junta-se a Xangô, para juntos, conquistarem
territórios e defender seu reino.
Em outro Itã, Xangô encontra com as mulheres da sociedade Elekô,
fazendo uma cerimônia, e ficando à espreita, é apanhado por elas.
Obá, que se encantara com a beleza de Xangô, quebra uma regra da
sociedade, que punia com morte, homens que adentravam as
cerimônias, que eram exclusivas às mulheres, livrando-o da morte, e
unindo-se a ele, pois de ambas as partes, a paixão fora avassaladora.
Um Itã contestado por muitos, diz que ela cortou a orelha, a mando
de Oxum, pois Oxum queria separá-la de Xangô. Mas, em outro Itã,
ela não fora enganada por Oxum, mas sim por sua própria vaidade,
crendo que colocando um pedaço seu na comida de Xangô, ele a
amaria mais. Ledo engano, pois Xangô a repudia, deixando-a só em
profundo sofrimento e desespero.
Obá, sendo considerada a Deusa da turbulência, que agita as águas,
traz em sua personalidade, também como Deusa cultuada à beira dos
rios, a “pororoca”, que é o encontro das águas, que se chocam e se
agitam. Esta Deusa, assim como todas as outras, tem uma ligação
forte com a emoção humana, pois enquanto Oxum traz em seu
enredo, o amor, Obá traz a paixão violenta, que vai até as últimas
consequências para conquista-lo.
Como Deusa da paixão, Obá é ligada ao ciúme, que traz em si, pois
como ciumenta, que era, derrubava seus inimigos, sem dó, muito
menos piedade, principalmente outras mulheres, que olhassem para
Xangô, pois Ela se via como uma fonte inesgotável de perfeição e
beleza ao seu amado.
Porém, uma das informações mais interessantes sobre esta Deusa da
guerra e da paixão é encontrada em ÈKÓ (atualmente Lagos, Nigéria),
que diz que foi numa terra chamada Elekó, que Obá fundou uma
sociedade secreta, composta só por mulheres guerreiras: *Sociedade
Elekô.
Nesta sociedade, as mulheres tinham voz de comando, organizando-
se em grupos, para ao lado de Obá, lutar e conquistar mais territórios
e fundar outras sociedades só de mulheres guerreiras. Porém, quando
esta *sociedade chegou ao Brasil, ela tomou outro rumo, sendo um
culto fechado, onde Lesse era o objetivo de culto.
Obá poderia ter sido absorvida, e consequentemente, ter se tornado
uma “qualidade” de Oyá, ou Iansã. Mas, isso não aconteceu, graças à
sociedade Elekô, que manteve sua Matriarca intocada, e assim sendo,
tendo-a como um Orixá.
Hoje, depois de tantos séculos, há casas que conduzem nossa Deusa
Obá ao culto de Lesse; porém, esta atitude deve ser analisada e
compreendida de forma plurilateral, pois este Orixá, mesmo sendo
cultuado no Brasil, continua sendo um mistério.
Axé e meu respeito a todos.

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