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Grupo 1 - 0 ESPAÇO CIVILIZACIONAL GRECO-LATINO À BEIRA DA MUDANÇA

1. Atente nos documentos 1 e 2.


Doc. 1 - DIVISÃO DO IMPERIO ROMANO

Doc. 2 - A PERSEGUIÇÃO AOS


CRISTÃOS

Jesus foi crucificado por volta de


30, durante o reinado de Tibério. Embora a
principal acusação fosse a da oposição ao
poder romano - afirmando-se que ele era o
rei dos judeus - as autoridades romanas
não tentaram reprimir os seus seguidores.
No entanto, em 64, depois do incêndio que
devastou o coração de Roma, a opinião
popular virou-se contra Nero e acusou-o de
explorar a destruição para seu próprio bem e possivelmente de ter sido ele próprio o
responsável por ela. Em resposta o imperador culpou os cristãos pelo fogo, na esperança de
transformar este grupo impopular num bode expiatório. Muitos cristãos foram detidos e
executados, e alguns foram queimados vivos como castigo. Diz-se que Pedro e Paulo foram
mortos durante esta purga, tendo o último sido crucificado, mas posteriormente decapitado
porque era cidadão.
A perseguição de Nero parece ter-se concentrado apenas nos cristãos em Roma, mas não
sabemos quanto tempo durou. Foi estabelecido o princípio de que ser-se cristão era um crime
contra o Estado (...).
Adrian Goldsworthy, 0 Fim do Império Romano, A Esfera dos Livros, 2010, p. 129.

1.1. Indique as causas da divisão do Império Romano como está patente no mapa.
1.2. Explique a razão de o Império estar dividido em dioceses.
1.3. Explicite o caráter inovador da religião cristã.
1.4. Acha plausíveis as razões que, segundo o autor do Doc. 2, levaram à repressão do
Cristianismo?
1.5. Comente a frase: «Foi estabelecido o princípio de que ser-se cristão era um crime contra o
Estado».

Doc. 3
A insensível determinação de Constantino também se revelou na política religiosa dos
seus últimos anos. (...) Aos cristãos vítimas de perseguição deviam ser devolvidos os bens e
atribuídos os mesmos privilégios aos cristãos do Ocidente, além de serem libertados os que se
encontravam presos. Os bispos foram encorajados a reparar as igrejas danificadas e a
construir novas igrejas. Mas o tom moralista destes éditos ia muito mais além do tom do Édito
de Milão. Nas cartas que acompanhavam estes documentos oficiais, Constantino não obrigava
os seus súbditos a abandonarem o paganismo e a adotarem o Cristianismo, mas insistia
apenas para que o fizessem. O deus cristão, escreveu, era moralmente superior.
Simon Baker, Roma, Ascensão e Queda de Um Império, Casa das Letras, 2009, p. 285.

2. A partir do Doc. 3, resuma como se desenhou o «triunfo» do Cristianismo.


3. Explique a presença de povos designados de «bárbaros» no Império desde, pelo menos, o
século III.

Grupo II - PODERES E CRENÇAS - MULTIPLICIDADE E UNIDADE

Doc. 1 - A ENCOMENDAÇÃO
Aquele que se recomenda ao poder de um outro.
Ao magnífico senhor X, eu, Y. Dado que é inteiramente conhecido de todos que eu não tenho
com que me sustentar nem como me vestir, solicitei à vossa piedade - e a vossa vontade
concedeu-mo - poder entregar-me ou recomendar-me na vossa maimbour, o que fiz: pelo que,
deste modo, devereis vós ajudar-me e auxiliar-me tanto quanto ao sustento como quanto ao
vestir, na medida em que eu puder servir-vos e merecer-vos. E enquanto eu viver vos deverei
servir e respeitar como o pode fazer um homem livre e em todo o tempo
em que viver não terei poder para me subtrair ao vosso poder ou
maimbour, mas, pelo contrário, deverei ficar todos os dias da minha vida
sob o vosso poder ou proteção. Em consequência destes factos, ficou
convencionado que, se um de nós quisesse subtrair-se a estas
convenções, seria obrigado a pagar ao seu co-contratante a quantia X em
soldos, ficando em vigor a convenção. Pelo que pareceu bom que as
partes fizessem redigir e confirmar dois diplomas do mesmo teor; o que
fizeram.
Formulae Meronvigici et Carolini Aevi, em Historia Francorum, de Gregório de Tours, F. L. Ganshoff, Que é o
Feudalismo, p. 21.

Doc. 2 - 0 SENHORIO
À cabeça dos potentes, os duques, margraves, marqueses, condes, e alguns destes
começavam a criar os seus próprios principados. Outros só tinham adquirido ou conservado
um único condado, como por exemplo na Borgonha, o conde de Chalon ou de Mâcon. Uns e
outros podiam ser - mas só de nome - os vassalos diretos do rei, ou de um príncipe, ou podiam
talvez, por vezes, dizer-se independentes, mesmo no plano jurídico. Mas todos tinham
integrado no seu património o comitatus, ou seja, o conjunto das prerrogativas realengas que
os seus antepassados tinham exercido em nome do rei. Trata-se dum conjunto de poderes e
de rendimentos dos condes:
- de poderes: de ordem judiciária (presidência dos tribunais, cobrança de multas, etc), militar
(proteção de alguns castelos que faziam a cobertura de um condado, termo tomado aqui
enquanto demarcação geográfica; direito de impor o serviço de guarda a homens livres;
comando de contingentes destinados ao exército... do príncipe ou do próprio conde, na falta do
rei), económico (cobrança, em proveito do conde, dos terrádigos, portagens, etc);
- de rendimentos: existiam outros além dos da justiça e dos impostos sobre a circulação e
venda de mercadorias. É o que se chamava sob os Carolíngios as honores, termo cuja
utilização decaiu durante o século X. Nesta altura, as res de comitatu passaram, sem
premissão régia, para o património do conde, que pôde mesmo enfeudar algumas partes a
homens tornados seus próprios vassalos. Nisto consistia o essencial das fortunas dos condes
no século X. E, nos casos mais favoráveis, os condes tinham podido apoderar-se das terras
«desertas» (florestas, matagais, pântanos) (...).
Guy Fourquin, Senhorio e Feudalidade na Idade Média, pp. 47-48.

Doc. 3 - OS DIREITOS SENHORIAIS

Nada de mais variável, conforme os lugares, em cada senhorio, nada de mais diverso
do que os encargos do foreiro, na primeira idade feudal. Em dias fixos, vemo-lo levar ao oficial
do senhor algumas moedazitas, ou, na maior parte das vezes, produtos colhidos nos seus
campos, frangos da sua capoeira, favos de cera tirados das suas colmeias ou dos enxames da
floresta mais próxima. Noutros momentos, trabalha nos campos ou nos prados do domínio. Ou
ainda o vemos transportar, por conta do senhor, pipas de vinho ou sacos de trigo, para
residências mais distantes. É à custa do suor dos seus braços que são
reparados os muros ou os fossos do castelo. Se o senhor tem visitas, o
camponês cede a sua própria cama para fornecer os leitos necessários
para os hóspedes. Quando chegam as grandes caçadas, é ele quem
sustenta a matilha de cães. Se finalmente rebenta a guerra, é ele ainda
que, sob o estandarte desfraldado pelo chefe da aldeia, se faz soldado
de infantaria ou criado do exército. O estudo pormenorizado destas
obrigações pertence, acima de tudo, ao estudo do senhorio como 'empreendimento' económico
e fonte de rendimentos.
Marc Bloch, A Sociedade Feudal, Edições 70, p. 263.

1. A partir dos documentos 1, 2 e 3, analise a constituição de um senhorio medieval,


abordando os seguintes aspetos:
- o processo inicial de formação de um senhorio;
- a forma de vassalagem exercida pelo senhor sobre outro;
- as formas de dominação sobre os camponeses pelos senhores da terra;
- a exploração económica de um senhorio.
2. Comente criticamente a seguinte frase de Marc Bloch (Doc. 3):
«Quando as relações verdadeiramente características do feudalismo perderam o seu vigor, o
senhorio manteve-se.»

Grupo III - UMA GEOGRAFIA POLÍTICA DIVERSIFICADA: AS COMUNAS

Doc. 1 - PARIS MEDIEVAL

Paris foi cercada por Filipe Augusto por uma nova


muralha. Como todas as cidades importantes do Ocidente,
Paris cresceu consideravelmente durante o século XII. Mas
esse crescimento não foi apenas devido ao desenvolvimento
da função económica, localizada na margem direita do Sena
(Halles, Place de Greve, simultaneamente local de
concentração de mão de obra e porto de desembarque de
mercadorias, e torre do Templo, onde os monges-banqueiros
arrecadavam o tesouro real). Corresponde também ao
nascimento de uma cidade universitária na margem esquerda:
o Quartier Latin. Finalmente, o antigo coração da cidade, a
ILha da Cité, reunia o centro episcopal, em volta da nova
catedral de Nôtre-Dame, e a capital política, em volta do
Palais-Royal. As abadias, primitivamente situadas longe do núcleo urbano, são englobadas ou
ameaçadas pela nova muralha: Saint--Martin-des-Champs, Saint-Germain-des-Prés, Saint-
Geneviève, Saint-Victor.
Paris (segundo G. Duby e R. Mandrou)

Doc. 2 - DISPOSIÇÕES DA COMUNA DE ROUEN (S.D. ENTRE 1169 E 1180)


1. Se for necessário fazer um juiz (maire) em Rouen, os cem que estão nomeados pares
elegerão três homens bons da cidade e apresentá-los-ão ao rei, que fará juiz aquele que lhe
agradar.
2. De entre os cem pares serão eleitos vinte e quatro por consentimento dos cem pares, os
quais serão mudados todos os anos; de entre estes serão nomeados doze escabinos (jurados
no Conselho das Comunas) e doze conselheiros. Estes vinte e quatro jurarão no principio do
seu ano guardar os direitos da santa igreja, a fidelidade ao rei, e julgar retamente segundo o
seu parecer. E se o juiz lhes confiar qualquer segredo para guardar, guardá-lo-ão; e aquele que
o revelar será deposto do seu cargo e entregue à mercê do juiz, dos escabinos e da comuna.
3. O juiz e os doze escabinos reunir-se-ão todas as semanas duas vezes, para os negócios da
cidade; e se tiverem dúvida em qualquer assunto, chamarão aquele ou aqueles dos doze
conselheiros que quiserem e ouvirão sobre esse assunto o seu conselho. E os doze
conselheiros reunir-se-ão com o juiz e os escabinos todos os sábados; e outrossim os cem
pares se reunirão cada quinzena ao sábado.
29. O juíz, por ordem do rei, deve convocar a comuna e conduzi-la à hoste; quem quer que
ficar, deve ficar por sua ordem. (...)
30. Ninguém deverá estar mais de um ano e um dia na vila se não for jurado na comuna.
Durante essa estada e antes de ser jurado não poderá gozar de qualquer das liberdades da
vila. (...)
34. 0 Ladrão apanhado e preso em Rouen ou nos arredores deve ser levado ao juiz e julgado
por ele e pelo bailio (magistrado do rei); a execução da sentença deve ser feita pelos oficiais do
bailio, à custa do rei.
48. O visconde da vila não pode pôr mão sobre um jurado devido a uma malfeitoria, salvo em
caso de morte de homem. O que for convicto de morte de homem ficará com todos os seus
bens móveis nas mãos do rei nosso senhor; se possuir casa ou pomar, esses imóveis ficarão
nas mãos do juiz e da comuna para deles fazer justiça.
Giry. Les Etablissements de Rouen, Fernanda Espinosa, Antologia de Textos Históricos Medievais, p. 214 (adaptado).

1. Identifique, a partir dos documentos 1 e 2, os centros constituintes da cidade de Paris, no


século XII.
2. Explique o aparecimento das comunas no contexto do ressurgimento urbano dos séculos
XII-XIII (Doc. 2).
3. A partir do Doc. 2, caracterize uma comuna.
4. Identifique as principais disposições da comuna de Rouen (Doc. 2).
Grupo IV - 0 QUADRO ECONÓMICO E DEMOGRÁFICO - EXPANSÃO E LIMITES

Doc. 1 - O SENHORIO RURAL E A CIDADE


No sul da Europa, o senhorio continuou geralmente vigoroso, e conheceu até um novo
surto. Na Itália do Norte, e também na Toscana, os senhorios das montanhas persistiram na
sua feição bastante retrógrada: o sistema de exploração das reservas através de corveias
camponesas manteve-se com frequência e sem modificações de maior. Nas encostas das
colinas e na planície, houve desenvolvimento e progresso, mantendo a riqueza das cidades
uma tendência expansiva na exploração dos domínios. Os laços entre cidade e campo, já mais
apertados do que noutras regiões do século XIII, mais se reforçaram depois de 1300 ou 1350:
os senhores da Toscana eram em muitos casos citadinos, nobres que há muito tinham vindo
habitar na cidade ou burgueses compradores de terras, e procederam a uma 'urbanização' dos
campos (...).
Guy Fourquin, Senhorio e Feudalidade na Idade Média, Edições 70, p. 201.

Doc. 2 - A EXPANSÃO DEMOGRÁFICA DO OCIDENTE MEDIEVAL


Entre o fim do século X e os meados do século XIV, a população do Ocidente duplicou.
Segundo J.C. Russel, a Europa Ocidental teria passado de 22,5 milhões de habitantes por
volta de 950 a 54,5 milhões nas vésperas da Peste Negra de 1348; e, segundo M.K. Bennett,
de 42 milhões por volta do ano mil a 73 milhões em 1300. O aumento teria sido especialmente
intenso cerca de 1200. Os índices de crescimento calculados por Slicher Van Bath para
períodos de 50 anos dão 109,5 para 1000-1050, 104,3 para 1050-1100, 104,2 para 1100-1150,
122 para 1150-1200, 113,1 para 1200-1250 e 105,8 para 1250-1300. A população de França
teria passado de 12 a 21 milhões entre 1200 e 1340 e a da Alemanha de 8 a 14 milhões; a da
Inglaterra teria passado de 2,2 a 4,5 milhões no mesmo período.
Jacques Le Goff, A Civilização do Ocidente Medieval, V. 1, Ed. Estampa, p. 298.

1. Identifique os progressos que permitiram a expansão agrária referida no documento 1.


2. Explique como se articulou o mundo do campo e da cidade que permitiu a "urbanização dos
campos" referida por Guy Fourquin.
3. Refira os fatores que estão na base do crescimento demográfico no século XIII, assinalado
por vários autores, no documento 2.

Doc. 3 - OS CIRCUITOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL NOS SÉCULOS XI A XIII

Doc. 4 - AS FEIRAS DE CHAMPAGNE


Troyes, 29 de novembro de 1265.
A messer Tolomeo e aos outros sócios:
Andrea envia-vos saudações. E deveis saber que os sieneses que aqui estão
despacharam as suas cartas por um mensageiro comum depois da última feira de Saint-Ayoul,
como habitualmente. Envio--vos um rolo de cartas de Balza, um correio de Siena. Se as não
receberdes tentai alcançá-las. (...)
Aqui as mercadorias vendem-se tão mal que parece mesmo impossível vender-se alguma
coisa; e há imensa quantidade delas. A primeira vale aqui (...) libras a carga e não se vende
bem. O gengibre, de 22 a 28 dinheiros, dependendo da qualidade. O açafrão tem sido muito
procurado, vendendo-se a 25 soldos a libra e já não há nenhum no mercado. A cera de Veneza
a 23 dinheiros a libra. A cera de Túnis a 21 dinheiros e meio. O sócio de Scotto tem uma
quantidade de mercadorias e não consegue transformá-las em dinheiro; está tentando enviá-
las para Inglaterra a fim de aí as vender. O câmbio do esterlino faz-se a 59 soldos o marco. A
boa moeda de Freiburg a 57 soldos e 6 dinheiros o marco. O ouro tari, a 19 libras e 10 soldos o
marco. 0 ouro em pó, segundo a qualidade. O augustal a 11 soldos cada um. Os florins em
Saint-Ayoul valiam 8 soldos cada um e mais um dinheiro por causa da cruzada; mas agora não
acredito que os vendam por mais de 8 soldos menos três dinheiros. A moeda de Le Mans vale
um quinze avos, ou seja: 15 soldos de Le Mans são equivalentes a 2 soldos torneses. A moeda
de liga, uns quinze avos e meio.
Se não haveis pago 10 libras pequenas sienesas à mulher de Giacomino dei
Carnaiuolo, como vos comuniquei da passada feira de Saint-Ayoul, pagai-as porque são pelas
3 libras provinesas que recebi do dito Giacomino. E lançai-as no meu débito em relação à
passada feira e esqueci-me de o escrever na carta que vos enviei da dita Saint-Ayoul. (...)
Paolo e Piecolomini, Lettere volgari, Fernanda Espinosa, Antologia de Textos Historíeos Medievais, p. 205.

4. Identifique, no documento 4, os novos instrumentos financeiros e comerciais utilizados


pelos mercadores do século XIII. Dê exemplo de outros não referidos no documento em
questão.
5. Relacione o desenvolvimento dos mercados com as letras de câmbio, socorrendo-se de
expressões do documento 4.
6. Enumere, a partir do documento 3, três centros comerciais na Europa do século XIII.

Doc. 5 - DIFUSÃO DA PESTE NEGRA

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