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Tribunal de Justiça da Paraíba

PJe - Processo Judicial Eletrônico

30/04/2019

Número: 0800134-30.2019.8.15.0391
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL
Órgão julgador: Vara Única de Teixeira
Última distribuição : 18/02/2019
Valor da causa: R$ 1.000,00
Assuntos: CLASSIFICAÇÃO E/OU PRETERIÇÃO
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JOSE HENRIQUE TENORIO DE SOUSA (IMPETRANTE) ANTONIO DE PADUA TEU DA SILVA (ADVOGADO)
EDMILSON ALVES DOS REIS (IMPETRADO)
MUNICIPIO DE TEIXEIRA (IMPETRADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
20556 15/04/2019 14:41 Decisão Decisão
126
PODER JUDICIÁRIO DA PARAÍBA

COMARCA DE TEIXEIRA

VARA ÚNICA DE TEIXEIRA

PROCESSO NÚMERO - 0800134-30.2019.8.15.0391

CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA CÍVEL (120)


ASSUNTO(S): [CLASSIFICAÇÃO E/OU PRETERIÇÃO]

IMPETRANTE: JOSE HENRIQUE TENORIO DE SOUSA


Advogado do(a) IMPETRANTE: ANTONIO DE PADUA TEU DA SILVA - PB25972

IMPETRADO: EDMILSON ALVES DOS REIS, MUNICIPIO DE TEIXEIRA

DECISÃO

Vistos etc.

Cuida-se de Mandado de Segurança manejado por JOSÉ HENRIQUE TENÓRIO DE SOUSA em face de EDMILSON ALVES DOS REIS, Prefeito Municipal de
Teixeira, na qual o mesmo pretende a concessão de liminar, para que se nomeie e emposse de imediato o candidato, ora impetrante.

Aduz, em apertada síntese, que o impetrante, candidato aprovado mas não classificado dentro do número de vagas, ficou em quarto lugar no certame para fisioterapeuta,
tendo direito à imediata nomeação, vez que os dois primeiros colocados já foram nomeados e empossados, enquanto o terceiro desistiu da vaga, e que existe vaga
preenchida por contratação excepcional e temporária desde 2015, denotando a necessidade pública de provê-las, convolando sua expectativa de direito à nomeação em
direito líquido e certo.

É o breve relato. Decido.

Defiro a gratuidade postulada.

Defiro a emenda.

Assinado eletronicamente por: CARLOS GUSTAVO GUIMARAES ALBERGARIA BARRETO - 15/04/2019 14:41:02 Num. 20556126 - Pág. 1
http://pje.tjpb.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19041514405990800000019995427
Número do documento: 19041514405990800000019995427
Inicialmente, registre-se que o concurso previu 03 (três) vagas para o cargo em questão (ID nº 19292905 – p. 12), sendo que duas já foram preenchidas pelos
dois primeiros colocados (ID nº 19292920 – p. 4), tendo o terceiro colocado desistido da vaga (ID nº 19675797 – p. 1), e que a contratação temporária e
excepcional de RENATO ROCHA deu-se desde em 2016, perdurando até o momento (ID nº 19292925).

O Concurso Público de Teixeira fora homologado parcialmente em 23 de março de 2016, tendo sido seu prazo de validade prorrogado novamente, por mais 02
(dois) anos, em 19.03.2018 (Dec. nº 05/2018).

A jurisprudência de STF já assentou em sede de repercussão geral que: "Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o momento no qual
se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando aprovado e,
dessa forma, um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com número específico de vagas, o ato da Administração que declara os
candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado
dentro desse número de vagas." (RE 598099, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10.8.2011, DJe de 3.10.2011, com repercussão geral -
tema 161).

Logo, não esgotado o prazo de validade do certame, não há como o judiciário se imiscuir na discricionariedade estatal, salvo em situações excepcionais (preterição de
ordem de classificação no certame e/ou demonstração inequívoca da necessidade de preenchimento imediato do cargo), que se faz presentes nesse momento.

Imperioso destacar que o candidato fora aprovado fora do número de vagas, o que tornaria sua situação jurídica bastante precária. Decide reiteradamente o STF: “
DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO APROVADO FORA DO NÚMERO
DE VAGAS DO EDITAL. AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. PRECEDENTES. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao analisar o mérito do RE
837.311 - RG, Rel. Min. Luiz Fux, sob a sistemática da repercussão geral, decidiu que "o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo
cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,
ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz
de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato" (Tema
784). 2. No caso, a mera criação de vagas por meio de lei não constitui uma das hipóteses de preterição aptas a gerar o direito subjetivo de nomeação ao candidato
aprovado em vaga para o cadastro de reserva. 3. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não houve prévia fixação de honorários advocatícios de
sucumbência 4. Agravo interno a que se nega provimento. (Ag. Reg. no Recurso Extraordinário nº 1041292/PB, 1ª Turma do STF, Rel. Roberto Barroso. j. 25.08.2017,
maioria, DJe 11.09.2017)”.

Contudo, com a desistência do 3º colocado, o mesmo passou a figurar dentro do número de vagas do edital, passando a ter direito subjetivo à nomeação.

Por fim, a mera contratação temporária e excepcional, por sí só, não seria suficiente nem repercutiria no direito subjetivo do impetrante, não tendo o condão de
comprovar, ainda mais liminarmente, a necessidade premente de preenchimento do cargo em questão. Esse juízo assim tem decidido reiteradamente.

Contudo, no caso dos autos, os documentos colacionados denotam que o profissional Renato Rocha já exerce há anos a referida atividade, em caráter
temporário e excepcional (breve consulta ao SAGRES atestam que o mesmo exerce a atividade ao menos desde 01.05.2015, e que esse ano fora novamente
contratado, em 01.01.2019), desde antes até depois da nomeação de dois novos fisioterapeutas, o que configura demonstração inequívoca da necessidade de
preenchimento imediato do cargo.

Assinado eletronicamente por: CARLOS GUSTAVO GUIMARAES ALBERGARIA BARRETO - 15/04/2019 14:41:02 Num. 20556126 - Pág. 2
http://pje.tjpb.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19041514405990800000019995427
Número do documento: 19041514405990800000019995427
Logo, considerando a plausibilidade do direito alegado e comprovação documental dos fatos narrados, verifica-se que o impetrante possui razão em sua
postulação, havendo fumus boni juris, na forma da argumentação supra, e periculum in mora, já que cada mês que o mesmo não exerce o cargo público para o
qual fora aprovado representa perda financeira e profissional.

Ante o exposto, com esteio no art. 7º, III, da LMS (lei 12.016/2009), CONCEDO A LIMINAR PLEITEADA, e, por conseguinte, determino a convocação,
nomeação e posse do impetrante, no prazo de 10 (dez) dias.

Adotem-se as seguintes providências:

1. Expeça-se mandado urgente, intimando a autoridade coatora da concessão desta liminar (art. 7º, III, lei nº 12.016/09), fazendo constar no mesmo que o não
cumprimento desta decisão pode constituir crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Código Penal, sem prejuízo das sanções administrativas por
improbidade administrativa e da aplicação da Lei dos Crimes de Responsabilidades (lei nº 1.079/50), quando cabíveis (art. 26 da LMS – n. 12.016/2009), além
de imposição de multa cominatória diária, caso necessária.

2. Na mesma oportunidade, notifique-se a autoridade coatora do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações (art. 7º, I, lei nº 12.016/09).

3. Dê-se ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito; (art. 7º, II, lei nº 12.016/09).

4. Após o cumprimento das medidas acima, vistas ao parquet (art. 12, lei nº 12.016/09).

5. P.I.

Teixeira/PB, 15 de abril de 2019.

[Documento datado e assinado eletronicamente - art. 2º, lei 11.419/2006]


CARLOS GUSTAVO GUIMARÃES ALBERGARIA BARRETO - Juiz de Direito

Assinado eletronicamente por: CARLOS GUSTAVO GUIMARAES ALBERGARIA BARRETO - 15/04/2019 14:41:02 Num. 20556126 - Pág. 3
http://pje.tjpb.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19041514405990800000019995427
Número do documento: 19041514405990800000019995427

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