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JOÃO PESSOA / PB
2016
MARIA DE FÁTIMA SANTOS
JOÃO PESSOA / PB
2016
AGRADECIMENTOS
À Deus, acima de tudo. Por nos permitir a superação dos nossos limites
quando desejamos e lutamos por algo.
Muito Obrigada!
“Nenhuma lei, nenhum dispositivo político
institucional, pode substituir o frescor e o
imediatismo da presença solidária, aberta
e construtiva do educador diante do
educando”. (COSTA, 2001, p. 23 ).
SANTOS, Maria de Fátima. Pedagogia da presença: uma estratégia para o sucesso escolar.
2016. 124 p. Dissertação - Mestrado Profissional. Universidade Federal da Paraíba. João
Pessoa, 2016.
RESUMO
ABSTRACT
The pedagogy of presence is used in reference schools in high school - EREM, the
state of Pernambuco, as a management strategy to ensure the permanence and
promote the academic success of students. Having as theoretical base the pedagogy
of presence, the aim of this study was to analyze the educational experience of high
school in Reference School Odorico Melo - EREM in the municipality of Parnamirim,
Pernambuco state. It is intended to verify the contribution of this pedagogy to reduce
dropout and academic achievement of students. For both a theoretical review of
comprehensive education, interdimensional and truancy was held, as well as
analysis of legal documents on the subject. This is a qualitative investigation of the
case study type as a means of analyzing the procedures adopted by the school for
the stay and the success of students in various fields of knowledge. We used the
interview with teachers and managers of that school as a data collection instrument.
Data analysis indicated that the pedagogy of presence has contributed rather to favor
the permanence and success of the student and the school in which the teaching
process takes care to use pedagogical practices that value the individual in its
various dimensions, is pleasant and has guaranteed the success of the students.
With this research, it is expected to contribute to other educational institutions can
evaluate their teaching practices and strategies that promote improvement in school
performance, especially in relation to the permanence and school success.
PE – Pernambuco
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................16
4.1 Educação Integral em Pernambuco: uma política para o Ensino Médio ... 67
CONCLUSÕES........................................................................................................109
REFERÊNCIAS......................................................................................................113
APÊNDICE.............................................................................................................120
16
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Gadotti (2009, p.30 e 31), a educação integral desponta neste
inicio do Século XXI, como um caminho para garantir uma educação pública de
qualidade. No sentido de que educação se dá em tempo integral, em todos os locais
em que possamos estar. Portanto, ela não se confunde com o horário integral, o
tempo integral ou a jornada integral. A educação integral busca a inclusão social
numa sociedade do conhecimento, que cria a cada instante múltiplos espaços de
aprendizagem, necessários ao desenvolvimento das nações e dos seres na sua
integralidade.
Dutra (2014, p.25) diz que a educação integral surge, no atual momento, na
forma de uma nova escola, que visa à qualidade social para além da construção
unilateral dos conhecimentos e da aprendizagem dos conteúdos. Esta é uma
educação voltada não apenas para a construção dos conhecimentos cognitivos, mas
pautada por uma filosofia na qual o homem é sujeito da sua história, intervindo na
realidade e no seu contexto social, a fim de transformá-los. Nesse sentido,
entendemos que um processo pedagógico escolar de sucesso deve contemplar as
diversas dimensões do ser humano, valorizando-as não somente para o bom
desempenho escolar, mas também para desenvolvimento da autonomia individual
com vistas ao protagonismo que favoreça a transformação da realidade social em
um mundo, que a cada dia, ofereça novas oportunidades de participação ativa dos
seres com equidade social.
Sobre Pedagogia da Presença, Costa (2001, p.34) diz que ela é parte do
esforço coletivo na direção de um conceito e de uma prática menos irreais e mais
humanos de educação, pois sua realização permite ao educando superar o
isolamento e a solidão. Ainda neste sentido, o autor nos esclarece que Pedagogia
da Presença é uma tarefa de alto nível de exigência e requer uma aprendizagem por
parte do educador para colocar-se por inteiro junto do educando, fazer-se presente
na sua vida educativa, num esforço consciente, sincero e metódico. De forma atenta,
interessar-se pelo cotidiano do educando, relacionar-se de maneira significativa, no
modalidades, orientado pela perspectiva de inclusão de todos que a ele tem direito
(BRASIL, 2013).
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
Procedimentos Metodológicos
Nesse sentido, para Borba (2011, p.509), a entrevista é uma matéria na forma
de perguntas e respostas para obtenção de informações; é um questionário para
levantamento de dados. Nesse tipo de trabalho a entrevista contribui para obtenção
de opiniões e esclarecimentos pelos atores que exercem suas atividades na escola,
sobre a prática cotidiana com seus desafios e êxitos.
Estrutura do Trabalho
Nesse sentido, é indispensável destacar que Delors (2012) afirma que com o
desenvolvimento da sociedade e da informação, em que se multiplicam as
possibilidades de acesso a dados e fatos, a educação deve permitir que todos
possam recolher, selecionar, gerenciar e utilizar as funções relevantes do processo
educativo: aquisição, atualização e utilização dos conhecimentos num esforço
pessoal, com vistas a uma realização coletiva. O conhecimento deve se dar em
31
todos os espaços, em todos os momentos para dar conta de um ser plural, com
ansiedades e construções variadas que o ser humano precisa para sobreviver,
desenvolver, viver e trabalhar com dignidade para melhorar a sua qualidade de vida
e continuar a aprender. Este é o sentido da Educação Interdimensional, “formar um
homem mais apto para a construção de uma sociedade melhor” (COSTA, 2008, p.
26). É interessante salientar que para compreendermos melhor a educação
Interdimensional, devemos ter claro:
Costa (2008), por sua vez, fundamentado no Relatório Delors, que expressa
através de contribuições de especialistas de diferentes países participantes da
Comissão Internacional sobre educação para o século XXI, a forma como a escola
deve trabalhar para suprir as diferentes necessidades formativas dos sujeitos. Este
autor se pautou na visão pluridimensional do ser explicada no relatório e definiu a
base metodológica para a educação interdimensional. E complementou seu
pensamento com as ideias da educação ativa, dialogando com pensadores como
Freinet, Dewey e Anísio Teixeira. Nos princípios legais ele utilizou a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Brasileira - LDB, artigo II que indica a finalidade da educação
“o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho”, (BRASIL, 1996), bem como os artigos 12, 13 e 14
da mesma lei, que apresentam os princípios de liberdade, ideais de solidariedade e
formação plena para os estudantes.
Autoconfiança
Autonomia.
Varias dimensões
do cuidado
(continuação)
Aprender a Cognitivas Desenvolvimento Autodidatismo
conhecer intelectual (voltado
Didatismo
para a gestão do
conhecimento) Construtivismo
Os valores devem ser mais do que transmitidos. Devem ser vividos, através
de práticas educativas. E no curso dos acontecimentos, como educadores,
precisamos nos fazer presentes na vida dos educandos, de forma
construtiva, emancipadora e solidária. (COSTA, 2006, p. 47).
Mendes (2012, p.6) explica que Buber aborda a plenitude das relações, o
encontro onde cada um tem no outro uma presença para identificação da própria
existência, buscando a relevância da alteridade. Este encontro deve propiciar a
integração entre dois seres pela mutualidade, sem afetar a singularidade de cada
sujeito, e sim integrar-se num momento de uma relação plena sem perder-se de si
mesmo ou subjugar o outro ao seu domínio. Nesse sentido o educador numa
relação de reciprocidade e diálogo deve ser capaz de compreender-se, não somente
enquanto Eu, mas também como parte do Tu, onde as coisas também podem ser
assumidas como se fosse um Tu, formando uma relação com o Eu, e assim,
entregar-se nas relações para ser compreendido pelo educando e sua presença ser
identificada como necessária para o seu desenvolvimento, sem que isso simbolize o
38
Querette (2007, p.7) aponta que Paulo Freire e Martin Buber consideram o
diálogo como base do pensamento filosófico e pedagógico uma vez que interfere na
relação educador e educando. Trazendo para a questão da presença educativa na
escola, consideramos que o diálogo que Freire propõe na educação é o que
favoreça a libertação e humanização, já Buber traz o diálogo como base para a
realização humana, sem antecipadamente ter um cunho político social. O diálogo na
educação para Freire é direcionado a assuntos sociais e culturais necessários às
mudanças. Na visão de Buber o diálogo exige mutualidade total, cuja tarefa
educacional é favorecer, no educando, condições para entrar numa vida dialógica.
Nas duas teorias, apesar dos conceitos distintos, confirma-se o diálogo como um
elemento constitutivo de uma teoria pedagógica. Na perspectiva da ação
pedagógica, na escola, nessa discussão analisa-se claramente, a importância da
presença intencional e deliberada do educador para que o diálogo se dê com o
educando com a intenção de promover o respeito e a confiança para o
desenvolvimento e consequentemente o sucesso deste educando.
um conteúdo relacional que faz dela a mais exigente das realidades, é o que nos
esclarece o autor desta teoria, Costa (2011, p.44). Prosseguindo no diálogo com o
mesmo autor, podemos observar com clareza que na vivência da pedagogia da
presença podemos destacar três pilares de sustentação, o primeiro a abertura, ela
se dá quando temos disposição sadia de entrar na experiência de vida da pessoa
com quem nos relacionamos e permitir que ela entre na nossa. E deixa patente que
entrar na experiência de vida do outro é a disposição que cada um deve ter de
compartilhar o prazer e a dor, a alegria e a tristeza, a frustração e o sonho, as
perdas e os ganhos, a vida enfim, pois a presença intensifica o ato de viver. Ao
penetrar no outro, nos deixamos ser penetrados pela alegria, pelo sofrimento, pela
dificuldade, pelo contentamento, havendo assim um encontro. Num segundo
momento vivenciamos a reciprocidade, em que ocorre uma troca de elementos que
nos dá a certeza de que temos valor para alguém. Esta presença muitas vezes, se
configura na “troca de pequenos nadas”, que ele chama de comércio singelo entre
as pessoas, para criar um ambiente de qualidade. O terceiro pilar da presença
educativa é o compromisso, através dele assumimos uma atitude de não
indiferença, de corresponsabilidade com o outro.
Retomando o diálogo com Costa (2001, p.49) podemos afirmar que o tempo
que o educador disponibilizará para o educando não é apenas o da aula, o que está
no diário de classe, mas deve ser nos encontros: no corredor, no recreio, no
refeitório, é um momento de trocas. Trocas de gentilezas, de exemplos, de
superações, de sorrisos, de tristezas. De início, é frequente que o educador depare
com a porta fechada ou aberta apenas para os contactos estereotipados e formais
das pessoas que não tem nada a dizer uma à outra. Será necessário ultrapassar os
contatos superficiais e efêmeros e as intervenções técnicas puramente objetivas. Só
a presença poderá romper seu isolamento profundo sem violar seu universo
pessoal. E prossegue o autor orientando que para vivencia da pedagogia da
42
Há que haver uma relação dialógica, por sua vez o professor deverá
expressar sua função de mediador da aprendizagem, gerar confiança, para isso ele
não terá apenas o discurso como recurso para favorecer esta formação de vínculos,
mas ele tem necessariamente que na sua vivencia afirmar o exemplo de relações
harmônicas pautadas no respeito, na ética, no diálogo, no reconhecimento da
alteridade do outro (MOURA, 2012).
e integral em uma instituição escolar. Deste assunto, educação integral iremos tratar
no próximo item.
Esse debate nos faz “retomar a reflexão sobre um tema antigo e recorrente na
história das ideias e das práticas pedagógicas” (CAVALIERE, 2002, p.250); um tema
que ”não é novo, é tema recorrente desde a antiguidade” (GADOTTI, 2009, p.21), a
educação integral. Educação integral não somente na ampliação do horário
pedagógico, do incremento das matrizes curriculares ou da abertura de escolas com
esses ingredientes. Sim é necessário condições, e essas são algumas, mas o
principal é o trabalho educativo que favoreça a integralidade do ser.
formação do cidadão, por isso esse tipo de escola requer uma maior participação e
envolvimento das famílias na concretização do seu projeto político pedagógico.
É fato pois destacar que a gestão seja comprometida com o projeto de vida
dos sujeitos educandos, pois com as transformações sociais os sujeitos precisam ter
inteligência, conhecimento, criatividade e capacidade emocional para enfrentar as
mudanças requeridas no atual perfil do trabalhador e isso repercutem diretamente
nas escolas, para atuarem rumo às mudanças requeridas a partir do serviço que
49
Segundo Wittmann (2004) podemos falar que a gestão escolar possui três
aspectos inalienáveis e inter-relacionados: a competência técnica, a liderança na
comunidade e o compromisso público-político, as demais funções da gestão escolar,
por mais importantes e indispensáveis, são adjetivas e complementares.
em normas e regras do que em consensos; maior ênfase nas tarefas do que nas
interações pessoais;
coletiva. Nesse sentido, é importante salientar que gerir uma escola implica em
conhecê-la bem e, conhecer, observar e avaliar os processos internos e externos
que lhe trarão forças e os que denotam fraquezas, socializando experiências, tudo
caminhando para o sucesso da aprendizagem dos educandos, assunto sobre o qual
trataremos mais adiante. Para tratarmos de sucesso da aprendizagem e
permanência irei antes fazer algumas considerações sobre evasão que é o que se
contrapõe a permanência com sucesso dos educandos no ambiente escolar.
A palavra evasão vem do Latim evasio e foi utilizada pela primeira vez em
meados do século XV significando fuga, saída, fora, abandono, fracasso,
insucesso, mas vale ressaltar que as nomenclaturas referentes à evasão
variam conforme o estudioso adotado e que todas estas terminologias
levam a um único caminho que é a não finalização de um curso,
treinamento, qualificação, especialização ou qualquer modalidade
educacional que conduza o alunado a um conhecimento especializado
(FIALHO, 2014, p.35).
(continuação)
Noruega 1º 0,955 100% 95,2% 0,5%
Alemanha 5º 0,920 100% 96,5% 4,4%
Chile 40º 0,819 98,6% 74% 2,6%
Argentina 45º 0,811 97,8% 56% 6,2%
Uruguai 51º 0,792 98,1% 49,8% 4,8%
México 61º 0,775 93,1% 53,9% 6%
Brasil 85% 0,730 90,3% 49,5% 24,3%
Fonte: PNUD/ONU/2012
No Brasil, esta questão vem tendo maior visibilidade desde a década de trinta,
onde historicamente a escola quase nunca é responsabilizada, atribuindo o fracasso
a fatores extraescolares, recaindo sempre sobre o educando e seus familiares,
parecendo que a ela isenta-se de sua responsabilidade educativa e de
transformação social. No contexto social, a evasão escolar é uma questão muito
mais complexa que abrange situações pedagógicas, históricas, políticas,
econômicas, sociais e psicológicas. O Relatório 2012, divulgado pelo PNUD
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, indica que o Brasil
tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior IDH
Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. No relatório, o organismo da
ONU sugere que o país adote "políticas educacionais ambiciosas" para mudar essa
situação, por causa do envelhecimento da população brasileira, que deve se
intensificar nas próximas décadas e reduzir o percentual de trabalhadores ativos.
Debates a respeito dos rumos que a evasão tem tomado estão se pautando
no dever da família, da escola e do Estado para a permanência do aluno, como
estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/1996:
Vários fatores podem ocasionar a evasão escolar. Dentre eles, ensino com
metodologias inadequadas, professores mal preparados, problemas sociais,
descaso por parte do governo. Pode partir tanto do papel da família quanto
do Estado e da escola em relação à vida escolar do educando, ou também das elites
dominantes, sejam elas econômicas, religiosas, ou de outra espécie.
um fato histórico no Brasil, pois vem acontecendo desde os tempos mais remotos,
mas grande parte da literatura sobre o assunto focaliza na transferência de culpa e,
na maioria das vezes recai sobre a família e sua luta pela sobrevivência.
Segundo Cunha (2000, p.1), o Fluxo Escolar tem como função descrever o
movimento dos alunos dentro do Sistema de Ensino, reconstruindo a evolução dos
mesmos nas séries do ensino ao longo dos anos mediante as Taxas de Transição.
Atualmente, os principais indicadores sobre a educação básica no Brasil são
calculados a partir dos resultados apurados pelo Censo Escolar, esta transição é
dada em termos de taxas as quais refletem a proporção de alunos, em relação ao
total de alunos que compõem uma determinada série, que repetem uma série ou
que são promovidos para a seguinte série ou que se evadem do sistema.
32 11 1.760
127 50 1.431
140 3 1.047
4
http://www.qedu.org.br/cidade/3775-parnamirim/compare Acesso em 21.09.2015.
5
http://www.qedu.org.br/busca/117-pernambuco/3775-parnamirim Acesso em 21.09.2015
66
79 2 355
2º ano EM
40 2 300
3º ano EM
22 0 393
17 3 192
16 0 250
Nesse contexto Gadotti (2003) esclarece que o professor é muito mais que
um mediador do conhecimento diante do educando que é o sujeito da sua própria
formação. O educando precisa construir e reconstruir conhecimento a partir do que
faz. Para isso o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz
e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos, o professor é, sobretudo
um organizador da aprendizagem.
Na escola, objeto deste estudo, essa questão está bem presente nas
escolhas dos educandos protagonistas6, aqueles que colaboram na gestão para
favorecer um clima de paz e alegria ao ambiente. Eles são selecionados na maioria
das vezes pelos professores. Digo na maioria e não sempre, porque, alguns
estudantes protagonistas são indicados pelos próprios colegas, ou o próprio
educando se faz parte naquele grupo, se assume protagonista, observando então
uma autonomia presente.
papel de educador que, de fato possa contribuir para a formação de seres humanos
mais felizes, capazes de atuar com entendimento na construção de um mundo mais
harmônico. Reafirmo que essa relação de ajuda nos aproxima mais do educando e
ele reconhece essa disposição, e corresponde permanecendo na escola e
procurando ter uma atitude diferenciada em relação ao seu crescimento pessoal a
partir do conhecimento, ao mirar entrar para o curso superior ao final do 3º ano ou
mesmo o seu ingresso no mundo do trabalho.
1º ano EM
1,2% 0,0% 98,8%
2 0 98
2º ano EM
0,0% 0,0% 100%
0 0 100
3º ano EM
0,0% 0,0% 100%
0 0 78
Fonte: Censo Escolar 2013, Inep. 7
1º ano EM
5,8% 1,5% 92,7%
23 361
2º ano EM
4,3% 1% 94,7%
18 4 379
3º ano EM
3,4% 0,5% 96,1%
14 380
2
8
Fonte: Censo Escolar 2013, Inep.
7
http://www.qedu.org.br/escola/92950-erem-odorico-melo/taxas-rendimento Acesso em 14/08/2015.
8
http://www.qedu.org.br/cidade/3775-parnamirim/taxas-rendimento Acesso em 14/08/201
75
A escola foi criada com a missão de trabalhar por um ser autônomo enquanto
pessoa, solidário na condição de cidadão e produtivo na qualidade de futuro
profissional10. Inspirada nas ideias filosóficas de Antônio Carlos Gomes da Costa
com a proposta de educação interdimensional onde o principal objetivo é
proporcionar aos estudantes uma formação necessária ao seu desenvolvimento
integral como pessoa, procurando articular os fins e os meios da ação educativa,
visando tornar real esta expectativa com base na visão do homem, do mundo e do
conhecimento consistente com as exigências dos novos tempos.
9
No estado de Pernambuco, a Secretaria de Educação possui 17
Gerencias Regionais que atendem todas as escolas - do Litoral ao Sertão, atendendo a microrregião
onde cada uma está localizada.
10
Projeto Político e Pedagógico da Escola – A missão.
80
Hoje a escola conta com mais uma pessoa na equipe gestora, uma analista
81
11
A Secretaria de Educação de Pernambuco classifica as escolas em três categorias, dependendo da
quantidade de salas de aula: pequeno porte, médio porte e grande porte.
de sistema e dezesseis professores que atuam dentro de sua área específica e
todos tem especialização. A equipe gestora também tem especialização dentro da
área, duas em gestão e três em planejamento educacional.
Esta escola foi vista pela sociedade civil como um grande avanço para o
município, ela já nasceu com esse crédito e apoio.
Em vez de ter como base apenas uma educação logocêntrica, centrada numa
base conteudista, a educação interdimensional atua em favor de uma visão do
educando em sua inteireza e complexidade, para tanto o Programa de Educação
Integral, no estado de Pernambuco, parte do conceito de que a ação educativa
pressupõe educação como comunicação intergeracional do humano, envolvendo a
transmissão de conhecimentos, sentimentos, crenças, valores, atitudes e
habilidades. Nessa perspectiva, a “educação interdimensional contempla todas as
dimensões do ser, buscando articulação entre ser, trabalho, cultura e
ciência”(COSTA, 2008).
Esta é uma política voltada para a qualidade da educação para todos e com
equidade, com foco na melhoria do ensino, da aprendizagem dos estudantes e dos
ambientes pedagógicos, ampliando o acesso à educação e contribuindo para os
avanços educacionais nas escolas que dele fazem parte. Dessa forma os gestores
das escolas assinam um termo de compromisso e responsabilidade de pactuação
das metas a serem atingidas pelas escolas, anualmente. Dessa maneira as metas
são estabelecidas por escola, baseadas no índice de Desenvolvimento da Educação
de Pernambuco – IDEPE, composto pela proficiência dos estudantes em língua
portuguesa e matemática, aferidos pelo SAEPE no 3º ano, e pelas taxas de
aprovação medidas pelo censo escolar, de forma análoga ao IDEB (PERNAMBUCO,
2012). Dessa forma vejamos as metas estipuladas pela Secretaria de Educação
para A EREM Odorico Melo.
FONTE; Pacto
Pela Educação –
SEE/PE, 2014.
Ano Percentagem
2008 89%
2009 93%
2010 100%
2011 97%
2012 96%
2013 100%
2014 97%
FONTE: Atas de Resultados Finais da Escola (2015)
a) Matrícula realizada coma presença dos pais e do educando, onde eles são
informados sobre a proposta pedagógica da escola, já estabelecendo aí uma
presença educativa da gestão;
Austrália 01
2013 Nova Zelândia 01
Canadá 05
Chile 01
2014 Canadá 07
Argentina 02
2015 Canadá 08
Total 25
FONTE: Dados da Escola campo de estudo (2015).
91
rede que não aparece no quadro, consta somente o tempo que atua na escola, mas
ao entrevistá-los procurou-se verificar a experiência tanto em gestão administrativa
quanto em gestão de sala de aula e pode-se constatar que os sujeitos que ali
desenvolvem suas atividades possuem experiência de mais de três anos. Quanto a
formação todos os professores e gestores possuem graduação, os gestores tem
especialização bem como os cinco professores do quadro efetivo. Em relação ao
vinculo de trabalho verificamos que há um equilíbrio entre os que possuem vinculo
efetivo entre os que são contratados temporariamente, contudo não percebemos
desníveis de atuação entre uma categoria e outra, mesmo sabendo que o ingresso
dos efetivos se dar a partir de análise de currículo, entrevista e teste dissertativo de
conhecimentos pedagógicos, enquanto os contratados apenas se inscrevem para
atuar na área de sua graduação, e isso é também percebido no quadro de
professores todos atuam na área de sua graduação o que percebemos favorecer a
satisfação dos profissionais e o sucesso da atuação pedagógica.
Paulo Freire (2005, p.72), nos fala do prazer e da alegria que é exigido do ato
de ensinar onde coloca a necessidade de professor e educando estarem
sintonizados para juntos aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e juntos
igualmente resistir aos obstáculos à alegria ao prazer desse ato. E os professores da
escola pesquisada compreendem claramente que é preciso ter uma relação
interdisciplinar com o conhecimento e que todo o processo depende do alinhamento
das ações do coletivo para garantir o sucesso com prazer das partes envolvidas. Os
educadores da escola, PF1 e PF10, entendem que nesta escola, EREM Odorico
Melo, ensino é um processo prazeroso, os educadores tem prazer em transmitir e os
educandos demonstram prazer em aprender, principalmente na elaboração e
execução de projetos didáticos, apesar das dificuldades do cotidiano comuns como
em outras escolas. Sobre sucesso o PF10 expressa:
A temática central desta pesquisa será aqui desvelada para que o leitor
compreenda como a presença intencional do educador pode contribuir para a
permanência e o sucesso do educando. Em relação a essa presença, do educador
no processo de aprendizagem do educando, O G2, educador da EREM Odorico
Melo, esclarece que através da pedagogia da presença o educador pode, também,
98
2009 242 0
2010 210 0
2011 296 3
2012 263 3
2013 279 1
2014 266 2
FONTE: Secretaria da Escola Campo (2015)
Costa (2001, p.35), esclarece que o estar junto do educando é um ato que
envolve consentimento, reciprocidade e respeito mútuo. Nesse sentido o educando
espera do educador algo mais do que um serviço eficiente, pois a principal razão
dessa presença será sempre a libertação do educando onde possa perceber que a
vida é alguma coisa pela qual vale a pena lutar. Para tanto ele procura no educador
não apenas um conselho, mas reciprocidade, simpatia, amizade. Analisando a fala
do professor de educação física percebemos que ‘pequenos nadas’ podem
colaborar para a construção dessa aproximação.
Neste início do Século XXI onde cada vez mais a população é inserida e
incluída no uso da tecnologia para facilitar a vida, tanto na vida doméstica cotidiana
quanto na busca de conhecimento, de aprendizagem. Na escola vimos isso bem
presente, pois os jovens têm o celular como solução para muitas situações da vida.
Pois bem, na escola as tecnologias da cibernética têm facilitado à aprendizagem, o
trabalho dos educadores, a emissão de documentos, as ações da gestão, mas ao
observar as relações dentro da escola vemos, também, que estas relações estão
sendo atrapalhadas justamente porque o educando parece ver no seu smartphone
um educador, visto que ele tem uma infinidade de respostas e por isso precisa de
educadores preparados e criativos para a aprendizagem na sala de aula se dá de
forma prazerosa e dialógica.
Eu acredito que esteja mais nessa questão de cultura, de onde o aluno veio,
talvez veio de uma família onde os pais não tiveram muito estudo, trabalho
de roça e quer dizer ele não carrega esse desejo de crescer de buscar
coisas maiores, isso acho que implica muito nessa questão de desejar mais
e de fazer mais por ele.
E o PF5 acredita que por ser de tempo integral, as famílias não entendem
esse tempo e contribuem para que o educando não entenda. Eles vêm de uma
escola que passam quatro horas e chegam a esta escola para passar dez horas,
104
então vai ter que abrir mão do que fazia antes, do ócio em que vivia e aqui precisa
ser ativo, porque é uma escola ativa, viva, alegre e o educando precisa deixar aquilo
que antes considerava que era o bom, o divertido e começar a ter outra postura.
Então é necessário que esse ócio em que o educando e a família vive hoje seja
revisto. Devem sair da zona de conforto e entender que a escola contribui para
favorecer o projeto de vida destes jovens isso porque a escola não pode e nem deve
tomar o papel da família, como principal educadora da vida e o papel da escola é
contribuir com a escolarização.
Nesse sentido vale destacar o que diz a esse respeito Lahire (2008) e Charlot
(2000) ao esclarecerem que a família é a maior responsável na formação e
desenvolvimento do filho (educando), pois são eles que acompanham toda a história
desses indivíduos, suas primeiras experiências de vida, são adquiridas no meio
familiar. Então, é inegável, segundo estes autores, a contribuição dos pais para o
desenvolvimento humano, seja para o sucesso ou para o fracasso escolar dos filhos.
Para Luck (2002), uma escola bem dirigida apresenta bons rendimentos e
considera que o professor é a figura principal para que a escola tenha um bom
rendimento. A liderança da gestão sendo atuante impulsiona o professor a realizar
um trabalho de excelência e busca na família a grande parceira para que o
educando permaneça na escola e tenha êxito. Por fim o PF10 conclui que a maior
facilidade está no recurso humano: quadro de professores competentes, gestora
105
responsável, toda uma equipe preparada para dar suporte ao aluno para que ele
tenha sucesso na vida, é assim que ele diz ver a prática da escola.
Cada um contribuindo com o que pode dentro de suas limitações, mas com o
foco sempre na qualidade social do processo educativo. O gestor apresenta
competências e habilidades necessárias nas dimensões técnicas , políticas e
humanas; o educador está capacitado e buscar sempre aperfeiçoar conhecimentos
para conduzir o processo de ensino aprendizagem; o educando está sempre
informado do que se espera dele e bem questionado a expressar o que ele quer , o
que ele espera desse processo; os familiares por sua vez devem envolver-se de tal
forma que conheça como funciona a escola e todo o processo no qual os filhos
estão envolvidos e a comunidade do entorno creditar a escola toda a sua
importância para que os jovens possam gostar de lá está porque é importante e
necessária para sua vida.
107
mais chegam ao terceiro decididos sabendo o que querem e o que vão fazer com o
seu projeto de vida, claro toda regra tem exceções até porque lidamos com gente.
CONCLUSÕES
A presença do adulto junto ao jovem é para ele um alento, uma luz que
norteia sua caminhada com mais segurança, portanto essa presença é o exemplo, é
o testemunho de vida e o educador tem que ter essa clareza para chegar junto do
educando e incentivá-lo ao crescimento pessoal e estudantil.
É significativo para este trabalho esclarecer que na escola base deste estudo
nem tudo é “um mar de rosas” (grifo nosso). Há as intempéries como em toda
instituição que lida com seres humanos, mas o comprometimento dos profissionais
110
que nela atuam e o desejo da maioria dos educandos de ser bem sucedido na vida
superam alguns dissabores que são enfrentados no cotidiano.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Eliane Borges Correia de; LEAL, Telma Ferraz; e, MORAIS, Artur
Gomes de. Avaliação e aprendizagem na escola: a prática pedagógica como
eixo da reflexão. Artigo, UFPE/recife, 2007.
ALVES, Rubem Azevedo. Conversas com quem gosta de ensinar. 23ª edição.
Cortez Editora, São Paulo, 1989.
ALVES, Rubem Azevedo. O que é científico. Edições Loyola, São Paulo, 2007.
CAVALIERE, Ana Maria Villela. Educação Integral: uma nova identidade para a
educação brasileira? Educ. Soc., Campinas, vol. 23, n. 81, p. 247-270, dez. 2002.
Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em 18.04.2015.
COSTA, Alfredo Carlos Gomes da. Ação Social e Educativa – uma abordagem
interdimensional. Pacthus, Belo Horizonte, 2011.
_______. Educação - Uma perspectiva para o século XXI. Editora Canção Nova:
São Paulo, 2008.
SANTOS FILHO, José Camilo dos e GAMBOA, Silvio Sánchez (Org). Pesquisa
Educacional: quantidade-qualidade. 6ª edição. Cortez, São Paulo, 2007.
YUS, Rafael. Educação integral: uma educação holística para o Século XXI.
Artmed. Porto Alegre, 2002.
120
APÊNDICE
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO
( ) Sim.
( ) Não.
Local e data:
Assinatura do entrevistado:
121
ANEXO B
Roteiro / Entrevista
Data da entrevista:
Identificação:
Sim ( ) Não ( )
Questões:
02. Que estratégia ou trabalho você tem utilizado para diminuir a evasão
escolar? Quais as contribuições que esta estratégia de trabalho vem dando
para a melhoria da aprendizagem?
122
05. Você disponibiliza tempo para conversar com os estudantes sobre a vida
deles? Quando? Como?
ANEXO C
Roteiro / Entrevista
Data da entrevista:
Formação Acadêmica:____________________________________________
Idade:____ anos.
Questões:
04. Quais as práticas pedagógicas inovadoras você tem utilizado para a melhoria
da aprendizagem?